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segunda-feira, setembro 24, 2007

mar, diz o mar...

Imagem retirada daqui



Ontem fui ao teatro ouvir poemas com cheiro de maresia.

Hoje fiquei em casa e vi
O Carteiro de Pablo Neruda outra vez.

Por isso este poema aqui hoje para vocês:


Pablo Neruda


Inicial


O dia não é hora por hora.

É dor por dor,

o tempo não se dobra,

não se gasta,

mar, diz o mar,

sem trégua,

terra, diz a terra,

o homem espera.

E só

seu sino

está ali entre os outros

guardando em seu vazio

um silêncio implacável

que se repartirá

quando levante sua língua de metal

onda após onda.


De tantas coisas que tive,

andando de joelhos pelo mundo,

aqui, despido,

não tenho mais que o duro meio-dia

do mar, e um sino.


Eles me dão sua voz para sofrer

e sua advertência para deter-me.

Isto acontece para todo o mundo,

continua o espaço.


E vive o mar.


Existem os sinos.



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