quarta-feira, junho 21, 2006

Espírito liberal...

Hoje o Estado da Arte foi verdadeiramente inspirador, fez-me viajar no tempo. Lembrei-me de um Canto Livre que passou ao vivo no Rádio Clube Português e que eu e o meu irmão ouvimos ávidos de ouvido encostado a um aparelho antiquíssimo. Era a parte em que o Sérgio Godinho cantava uma música que nunca encontrei gravada em sítio nenhum. Não sei se de improviso, rezavam mais ou menos assim as palavras do próprio Marcelo Caetano (nunca mais a ouvi):

“Sou polícia, polícia à paisana
Prendo e torturo quem me dá na gana
Quem me dá na gana

Ai já me chamaram de todos os nomes:
Ai de cabrão, filho da puta, de fascista
Cabrão, vá lá, filho da puta ainda vá
Mas fascista eu que sou um liberal!
Um liberal…

Um liberal. Eu sou um espírito liberal, dizia hoje o Portas fascista, para não se confundir com o outro Portas.

[Disse ele quanto à fábrica da Opel na Azambuja]: fechar uma fábrica é uma coisa muito triste mas mais importante de o que vai fechar é o que vai abrir depois. O capitalismo não é sedentário, o capitalismo é nómada, nos Estados Unidos é assim…

…como se os Estados Unidos fossem exemplo para alguém mentalmente asseado!

Dedico ao Paulo Portas esta versão memorável do Canto Livre do Sérgio Godinho, assenta-lhe bem e é muito, muito liberal, como ele gosta!

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