Como paredes através das quais
o mundo vemos pelo ser dos outros
quem vamos conhecendo nos rodeia
multiplicando as faces da gaiola
de que se tece em volta a nossa vida.
No espaço dentro (mas que não depende
do número de faces ou distância entre
elas)
nós somos quem somos: só distintos
de cada um dos outros, para quem
apenas somos a face em muitas,
pelo que em nós se torna, além do espaço,
uma visão de espelhos transparentes.
Mas o que nos distingue não existe
Isto dá-nos que pensar, acerca da nossa condição e acerca da nossa ralação com as outras pessoas e com o mundo. Penso que as pessoas que conheço e gosto, são mais que meras faces da gaiola, pois interagem comigo, partilham o espaço da minha gaiola, influenciam-me e são influenciadas por mim. Também gosto de pensar que posso vir a influenciar as faces que não conheço. Enfim, já estou a dar um nó na cabeça. Belo post que nos trazes, pois faz-nos reflectir.
ResponderEliminarBeijos.
Teremos de ser assim tão solitários? Se calhar, lá no fundo vivemos encerrados em nós e é nas faces dessa gaiola que reencontramos os outos. Haverá uma porta?
ResponderEliminarbjs
Jorge de Sena?...
ResponderEliminarE eu que tinha preparado um Quid sobre Jorge de Sena...
Vai ficando atenta!... Lá pelo Quids S6 ou S7...
Há-de surgir! É que se trata de um dos meus poetas favoritos (e não sendo a poesia um dos meus géneros de eleição, isso significa muito).
No fundo, precisamos sempre de outrém! Por muito distintos que sejamos há sempr ealguém que nos complementa, a deixamos entrar na nossa gaiola.
ResponderEliminarRui: Nos Quids 6 ou 7 vou sempre respondendo Jorge de Cena, um devo acertar ;)
No fundo, precisamos sempre de outrém! Por muito distintos que sejamos há sempr ealguém que nos complementa, a deixamos entrar na nossa gaiola.
ResponderEliminarRui: Nos Quids 6 ou 7 vou sempre respondendo Jorge de Cena, um devo acertar ;)
No fundo, precisamos sempre de outrém! Por muito distintos que sejamos há sempr ealguém que nos complementa, a deixamos entrar na nossa gaiola.
ResponderEliminarRui: Nos Quids 6 ou 7 vou sempre respondendo Jorge de Cena, um devo acertar ;)
Outsider
ResponderEliminarFoi meu objectivo pôr as pessoas a pensar neste poema, no que ele diz a cada um de nós. Tu cumpriste muito bem a tua parte e gostei do modo como te revoltaste não aceitando em reduzir os que gostas a faces da gaiola, o que só as pessoas capazes de amizade fazem.
Também o coloquei aqui no blog porque o poema me lembrou os blogs como várias faces de uma gaiola em que às vezes (muitas) nos envolvemos (ontem por exemplo!) Mas gosto muito da última parte: somos quem somos; outros vêm-nos apenas como mais uma face entre muitas; distintos porém quando além do espaço (cyber?) nos tornamos "uma visão de espelhos transparentes", conhecendo-nos e passando a ter uma espécie de linguagem comum. Não é isto que se passa um pouco na blogosfera, em relação aos que passam e aos que ficam? Estou a deitar fumo...
Kaos
ResponderEliminarPois, Kaos, por isso deixei uma porta aberta na gaiola. Parece-me que ter essa possibilidade é sempre o melhor que há. Já o Camões definia o amor como um estar preso por vontade... felizmente há mentes que nenhuma prisão pode prender porque se evadem na mesma, não há nada a fazer. E ainda bem! Nunca gostei de gaiolas (a não ser da Gaiola Aberta ;-))
Rui Martins
ResponderEliminarQuids de Literatura? Fixe! (Se calhar vou passar uma vergonha, com a minha fraca memória para coisas eruditas!)
O Jorge de Sena é um poeta difícil, não é qq um que o pode compreender, pelo menos em certos poemas. O Fernando Pessoa é bem mais fácil de compreender!
Dae-su oh
ResponderEliminarObrigada amigo Dae por contribuires para o aumento dos comentários do Pafuncio, que é um bocado pobrezinho nisso (neste momento já melhorou, são poucos mas bons!)
Claro que precisamos sempre de alguém e isso é geralmente a coisa melhor que há. Excepção feita ao patrão, ao chefe e ao BES.
Abraço!