segunda-feira, maio 22, 2006

Balanço do 1º. Dia de Luto Nacional

Não se deu por nada. Nem nas janelas, nem nas pessoas, nada. Nas janelas apenas as bandeiras de Portugal já começam a aparecer. Nas pessoas, as roupas coloridas e descapotáveis da Primavera-Verão. Todos felizes, todos contentes, sem nada do que reclamar. Apenas a confirmação que ninguém se preocupa absolutamente nada com o estado da nação, com as políticas e as leis, com as perdas de direitos que levaram décadas de luta a conquistar, levados, levados sim! Nada disso nos move, nem nos comove. Só mesmo a proximidade do Mundial de Futebol, só mesmo Fátima para fazerem o milagre da união, e o nosso fado converteu-se no Rock in Rio. Não me surpreendi. Fiz a minha parte e estarei sempre pronta a fazer a minha parte. Amanhã, em vez da bandeira de Portugal, voltarei a pôr uma boina preta à janela e sairei à rua vestida de preto. Provavelmente ninguém vai reparar porque gosto de me vestir de preto. Fica a prova de que não é com cravos, nem com lutos que se muda o destino deste país. Só mesmo com veneno se apanham moscas.

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