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quinta-feira, abril 19, 2007

A Grande Pirâmide

Letra: Carlos Tê

Estuda essa lição
sobe cada degrau
do conhecimento
para seres alguém
para teres o teu momento
vais ter de subir
custe o que custar
qualquer meio vale
para lá chegar

à grande pirâmide
à grande pirâmide

depois de subir
tu vais saber tudo
mas não vais ter tempo
de perceber nada
porque o que te informa
não é conhecimento
é tradição e norma
sem questionar a forma

à grande pirâmide
vais querer chegar
à grande pirâmide
depois de lá chegar

não penses duas vezes
não fiques para trás
tu és um gladiador
vais ter um carro preto
com dois mil de motor
e uma vivenda murada
depois de lá chegar

depois de lá chegar
podes ver o nada
depois de lá chegar
podes querer saltar

da grande pirâmide
podes querer saltar
da grande pirâmide
já te falta o ar

à grande pirâmide
à grande pirâmide

terça-feira, abril 03, 2007

Elogio do Vagar

Estava a ver que hoje não tinha vagar para vir aqui dizer umas larachas! Parece impossível! Isto ainda são traumas de ter ido de fugida ao... Alentejo! Como é que alguém pode ir assim impunemente ao Alentejo num pé e voltar no outro. Ah cabresto de fim de semana que não rendes nada! Por causa deste meu trauma recente lembrei-me da música do Rui Veloso e, mais ainda da maravilhosa letra do Carlos Tê, para mim não um mero letrista mas sim um poeta a venerar, um dos que hoje em dia melhor consegue traçar o retrato da nossa portugalidade. Aqui vos deixo o poema + outro curto e belo do Echevarría + um link de um maravilhoso dicionário de Português online em permanente construção (como eu gosto e acho que deve ser!) e ainda o desafio para que participemos no seu enriquecimento - por exemplo, a palavra "vagar" ainda se encontra sem definição. Vão lá dar uma espreitadela, isto, claro, se tiverem vagar!

Do Meu Vagar

Carlos Tê / Rui Veloso


Já não há mais o vagar

De quando se comia sentado

E devagar se caminhava

Até chegar a qualquer lado

Agora vai toda a gente

Sempre de mão na buzina

Sempre na linha da frente

A tremer de adrenalina



Do meu vagar não trago rotas

Não tenho trilho que me prenda

Não tiro dados nem notas

Não encho uma linha de agenda

Do meu vagar não chego a Meca

Não faço nada num só dia

Não corto a fita da meta

Não vejo Roma nem Pavia



Do meu vagar

Sei que nunca hei-de ir longe

Vou aonde for preciso

Vou indo do meu vagar

Em busca do tempo perdido

E se um dia o encontrar

O longe não faz sentido



Do meu vagar há um nicho

Um pico de ilha insubmersa

Onde há lugar para o capricho

Que dá pelo nome de conversa

Do meu vagar a paisagem

Ainda tem beleza em bruto

E
vale mais uma palavra

Que mil imagens por minuto


Do meu vagar

Sei que nunca hei-de ir longe

Vou aonde for preciso

Vou indo do meu vagar


+

«E há o vagar. Não o de irmos.


O de fruir o vagar...»



Echevarría

+

Dicionário InFormal



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