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terça-feira, janeiro 26, 2010

PETIÇÃO «PELA SAÍDA IMEDIATA DAS TROPAS PORTUGUESAS DO AFEGANISTÃO»

Esta petição pode ser subscrita on line AQUI

PETIÇÃO PELA SAÍDA IMEDIATA DAS TROPAS PORTUGUESAS DO AFEGANISTÃO

Ao Presidente da República Portuguesa,
Ao Presidente da Assembleia da República Portuguesa,
Ao Primeiro-Ministro do Governo Português,

As/os cidadãs/cidadãos abaixo assinados, considerando:


- Que a guerra e a ocupação do Afeganistão, há cerca de oito anos, por forças da NATO, apenas tem acentuado a deterioração da segurança dos povos e da estabilidade na região;


- Que a situação humanitária é catastrófica e vem alastrando, com a destabilização no Paquistão e outras nações vizinhas do Afeganistão, como efeito directo da acção militar ofensiva, da NATO;

- Que a resolução dos problemas do Afeganistão depende essencialmente do seu próprio povo e das soluções de regime que este escolher; que, entretanto, as forças ocupantes não hesitam em impor e apoiar narcotraficantes e senhores da guerra, no Governo e na Presidência, instalados no poder por eleições que todos consideram fraudulentas;


- Que os protestos e resistência cívica à ocupação do Afeganistão crescem de forma notória nos EUA – potência responsável em primeira mão pelo empenhamento da NATO – e em vários países europeus, envolvendo todos os estratos da população, à medida que o desastre militar se vai tornando inevitável, falando-se mesmo, ao mais alto nível, dum novo Vietname;


- Que Portugal e seus cidadãos, pela sua participação militar na campanha da NATO neste país são considerados inimigos pelos combatentes afegãos, tornando-se assim alvos considerados legítimos de acções de guerra. Pelo que não é sustentável argumentar-se com a defesa de Portugal, dos interesses portugueses ou de seus cidadãos e muito menos de segurança interna, para manter forças no Afeganistão.


Exigem, de acordo com os artº.s 7º, 273º e 275º da Constituição da República e tendo em conta que quaisquer compromissos militares do Estado Português não podem violar o artº 7º, que elenca os Princípios Fundamentais da Constituição, a retirada imediata das forças armadas portuguesas do Afeganistão dado o carácter ilegal dessa intervenção à luz do Direito internacional e interno.

(daqui)

domingo, fevereiro 15, 2009

AMNISTIA aponta o dedo

Greve de Fome continua em Guantánamo

Por Robert Mackey

Binyam Mohamed
Binyam Mohamed em Londres no ano 2000.

Uma advogada militar dos Estados Unidos que representa um dos 242 detidos em Guantánamo disse a um jornal inglês que, incluindo o seu cliente, “pelo menos 50 pessoas estão em greve de fome, e 20 das quais estão já em perigo” no centro de detenções da Baía de Guantánamo.
A advogada, a Tenente-Coronel da Força Aérea Yvonne Bradley, disse ao The Observer, o jornal de Domingo do The Guardian, que o seu cliente, um Etíope nascido no Reino Unido e chamado Binyam Mohamed, está em perigo de vida. O “The Observer” acrescenta que, de acordo com testemunhas, os detidos em greve de fome “são atados a cadeiras e forçados a comer, e agredidos caso se neguem a fazê-lo ou resistam.”
Mohamed está em greve de fome para protestar contra o facto de ainda estar preso em Guantánamo, quatro meses depois de as acusações contra ele terem sido abandonadas.
Como afirma John Schwartz na sua reportagem de hoje no New York Times, os advogados de Mohamed estão chocados com o facto da administração de Obama ter procurado bloquear na Segunda-Feira uma acção nos tribunais em favor de Mohamed:

No caso, Binyam Mohamed, natural da Etiópia, e outros quatro detidos intentaram uma acção contra o auxílio que a empresa Boeing prestou ao organizar e planear voos para o programa da administração Bush “extraordinary rendition”, no qual suspeitos de terrorismo foram secretamente levados para outros países, onde afirmam terem sido torturados. [...]
Os documentos do tribunal descrevem tratamentos horrorosos nas prisões secretas. Mohamed afirmou que, durante a sua detenção em Marrocos, “foi agredido repetidas vezes, tendo partido vários ossos, e ocasionalmente, perdendo a consciência. As suas roupas foram cortadas com um bisturi que também serviu para lhe fazerem incisões no corpo, incluindo no pénis. Depois, deitavam-lhe um líquido quente por cima das feridas que tinham sido cortadas no seu pénis. Mohamed era frequentemente ameaçado com violações, electrocução e morte.”

Os advogados da American Civil Liberties Union, que subscreveram a acção, continuam a apelar aos juízes federais para que permitam “às vítimas de tortura ir a tribunal.” Mas a advogada militar de Mohamed, a Tenente-Coronel Bradley, mostra mais preocupação com o estado físico e psicológico do seu cliente. Na Segunda-Feira, a advogada disse a Richard Norton-Taylor do The Guardian que, “Se isto se continuar a arrastar, Mohamed sairá de Guantánamo louco ou num caixão.”
Desde que Mohamed se tornou num assunto Britânico, quando foi detido no Paquistão e o governo do Reino Unido acordou repatria-lo depois dos crimes de guerra contra ele apontados terem sido retirados em Guatánamo em Outubro do ano passado, a Tenente-Coronel Bradley viajou até ao Reino Unido esta semana para se encontrar com representantes do governo britânico alertando-os e pedindo-lhes que acelerem a pressão no sentido da libertação de Mohamed.
Na noite de Segunda-Feira, a Tenente-Coronel Bradley foi entrevistado por Jon Snow no Channel 4 News em Londres, depois da reportagem sobre o caso de Mohamed ter sido divulgada (foi para o ar antes da audiência da acção proposta em San Francisco):



Na sua reportagem com Snow (abaixo citada), a Tenente-Coronel Bradley acentuou que “o problema é que, Mohamed, para além da questão política, para além da retórica e da negociação, ainda se encontra em Gitmo, na Baía de Guantánamo, hoje, onde não existem acusações, perdendo tempo.”



A página de tópicos do Times sobre Mohamed explica que não existem acusações pendentes contra ele em Guantánamo:

Depois da captura de Mohamed, o Procurador então em funções, General John Ashcroft disse que ele tinha sido cúmplice de José Padilla na detonação de uma “bomba suja” nos Estados Unidos. No ano passado, o Departamento de Justiça afirmou que as acusações contra Mohamed sobre a detonação da bomba suja tinham sido abandonadas, e que em Outubro último, todas as acusações foram retiradas.

De acordo com o The Observer, quando a Tenente-Coronel Bradley se encontrar, esta semana, com representantes do departamento de negócios estrangeiros do governo Britânico, “irá pedir a divulgação de 42 documentos secretos que alegadamente descrevem não só como Binyam Mohamed foi torturado, mas que também podem corroborar acusações em como o governo Britânico foi cúmplice neste tratamento.”
A objecção apresentada pelo governo Americano contra a acção intentada por Mohamed e outros detidos no tribunal federal é que, trazendo a público estes dados secretos isso poderá comprometer as relações dos serviços de inteligência com outros países.
No Domingo, o The Guardian publicou excertos do diário que Mohamed manteve durante a sua detenção em Marrocos e no Afeganistão, antes de ser transferido para Guantánamo. Nesta entrada, de 2002, Mohamed escreveu que disse aos seus interrogadores o que ele pensava que eles quereriam ouvir:

Eles fizeram-me uma pergunta. Eu respondi uma coisa. Eles disseram que era mentira. Eu respondi outra coisa. Eles disseram que era mentira. Não conseguia perceber o que é que eles queriam ouvir.
Disseram que alguém lhes tinha contado que eu era o homem grande da Al Qaeda. Eu respondi que era mentira. Torturaram-me. Por fim disse que era verdade. Naquela noite, as mesmas pessoas voltaram. O mesmo homem bateu-me até eu não me aguentar de pé.


FONTE: The New York Times, 10 FEV 2009 (http://thelede.blogs.nytimes.com/2009/02/10/hunger-strikes-continue-at-guantanamo/)

TRADUÇÃO DE: Sara Cruz

domingo, janeiro 11, 2009

Obama quebra o silêncio


Cartoon Informations Ouvrières, 28, pag. 2

EUA: Obama cria equipa para abordagem do conflito israelo-palestiniano a partir do dia 20

Washington, 11 Jan (Lusa) - Barack Obama anunciou hoje que vai criar uma equipa para intervir no processo de paz do Médio Oriente "imediatamente" após a sua investidura no próximo dia 20 como novo presidente dos Estados Unidos da América. (ler mais)

in Expresso

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Será que os pedófilos portugueses também podem pedir uma ajudinha ao Estado?


Fonte: IOL
07-01-2009
- 23:05h

Crise chega aos «Reis da pornografia»
Querem apoio financeiro do Congresso para reanimar apetite sexual dos americanos

Dois dos reis da indústria pornográfica norte-americana, incluindo o fundador da revista Hustler Larry Flynt, pediram esta quarta-feira um apoio de cinco mil milhões de dólares para a indústria, informa a Lusa.

Larry Flynt, fundador da revista Hustler, juntou-se a Joe Francis, «pai» da série de filmes «Girls Gone Wild», para escreverem ao Congresso norte-americano a pedirem um plano de resgate similar ao desejado pelas três maiores empresas da indústria automóvel dos Estados Unidos.

Segundo estes dois empresários, a justificação deste pedido está no facto de a pornografia representar um volume de negócios anual de 13 mil milhões de dólares (cerca de 9,5 mil milhões de euros) nos Estados Unidos

«O Congresso parece querer ajudar as nossas empresas mais importantes e nós acreditamos que merecemos a mesma atenção», afirmou Joe Francis, recentemente preso durante quase um ano devido a uma acusação de prostituição.

Face à actual crise económica, «as pessoas estão demasiado deprimidas para serem sexualmente activas», acrescenta Larry Flynt.

«É muito mau para a saúde do país. Os americanos podem ficar sem carros mas não sem sexo», comentou, apelando ao Congresso para «reanimar o apetite sexual dos americanos».

Para os dois empresários da indústria pornográfica, apesar da indústria não correr o risco de falir, não há razão para correr riscos.

terça-feira, janeiro 06, 2009

IV Internacional -Declaração "Fim Imediato ao massacre do povo palestiniano"

Imagem daqui

Fim imediato ao massacre do povo palestiniano


Declaração do Secretariado Internacional da IVª Internacional


Sessenta anos depois da partição da Palestina imposta pela ONU, com o apoio do impe­rialismo e da burocracia do Kremlin, partição que criou em 1947-1948 o Estado de Israel, hoje um milhão e meio de palestinianos encerrados em Gaza sofrem um novo e terrível massacre.

Desde há três dias, bombardeiros, helicópte­ros e míssil do exército israelita massacram sem cessar a Faixa de Gaza. Há centenas de mortos e de feridos. Nesta terça-feira, 30 de Dezembro, pela manhã, já houve 360 mortos e 1.700 feridos, estando mais de trezentos de eles em estado muito grave. Muitos são crianças, mulheres e velhos atingidos nas suas casas, alvo dos ataques aéreos.

“O bombardeamento de Gaza não é dirigido contra o Hamas, mas sim contra todos os palestinianos”, declara a jornalista israelita Amira Hass no diário Haaretz, de 29 de Dezembro.

A primeira vaga de bombardeamentos teve lugar no momento em que as crianças saíam das escolas para regressar a suas casas. Quando os aviões largaram as bombas, milhares de crianças estavam nas ruas.

Desde o início da ofensiva, o Estado de Israel proíbe o acesso aos jornalistas, e os escassos correspondentes de imprensa presentes em Gaza descrevem cenas de horror, e: “Cadáveres estendidos no solo, com os bilhetes de identidade à vista para que as famílias os possam reconhecer. Tal era o espectáculo ontem, ao meio dia, no hospital Shifa, de Gaza, mergulhado na mais extrema confusão”, informa o correspondente do diário fran­cês Journal du Dimanche, de 28 de Dezembro. “Entre corpos destroçados, feridos estendidos em suportes improvisados, parentes que foram em massa identificar um familiar falecido ou desaparecido, os médicos desenrascam-se com os meios que têm”. Meios atrozmente escassos, por causa do bloqueio imposto desde há vários meses pelo Estado hebreu. A penúria de medicamentos, de sangue, de anestesia e de meios cirúrgicos condena à morte os feridos mais graves. “Só podemos tentar salvar os que têm alguma possibilidade de viver”, declara com amargura um dos médicos do hospital Shifa.Desde o princípio da ofensiva, o exército israelita decretou “zona militar encerrada” o sector que confina com a Faixa de Gaza-Este. Todas as estradas estão encerradas à circulação, salvo autorização especial do exército, e só os habi­tantes das localidades israelitas podem aceder a elas. “É uma medida que visa preparar o desencade­amento de operações terrestres”, informa a agência France Presse. As operações terrestres causariam ainda mais mortos e mais atrocidades. Assim, desde há 60 anos –desde a partição de 1947-1948 e a expulsão brutal e sangrenta dos palestinianos das suas terras, dos seus povos, dos seus lares; desde o massacre perpetrado pelo exército jordano no Setembro Negro de 1970, até ao perpetrado pelo exército israelita em Sabra e Shatila, no Líbano, em Setembro de 1982 – de massacres em massacres, que voltam sempre a reproduzir-se, o povo palestiniano sofre as conse­quências terríveis de um consenso internacional entre todas as grandes potências imperialistas (a começar pelo imperialismo dos EUA) e a antiga burocracia estalinista do Kremlin, com o aval da ONU e a cumplicidade dos governos burgue­ses árabes; um consenso baseado na negação do direito de um povo a viver livre e soberano na sua terra.

E, de novo, os que desde há 60 anos – de acordo em ‘acordo’, de Camp David a Oslo – impuseram e materializaram esta política reaccio­nária e desastrosa para o povo palestiniano e todos os povos da região, dedicam-se a preparar a sua inelutável continuidade:

Em Washington, “o presidente G.W. Bush tinha sido informado de antemão”, informa o diário francês Le Figaro, e não fez qualquer menção “de pedir ao aliado dos EUA que inter-rompesse imediatamente os ataques”, conside­rando que “Israel tem direito a defender-se”. A população de Gaza é bombardeada por aviões F16 e com bombas dos EUA. Quanto ao presidente eleito, Barack Obama, o seu principal assessor, David Axelrod, acaba de reafirmar que “a relação particular entre os EUA e Israel continuará”, declarando que “de momento há um único presidente a fala em nome dos Estados Unidos, o presidente actual, George W. Bush”.

Na ONU, a sessão de emergência do Conselho de Segurança, que reúne todas as “grandes potências”, os EUA, a Rússia, a China, a França, a Inglaterra, a Alemanha,… e a maior parte dos restantes países da União Europeia, deu lugar a “um texto não vinculativo que cada um pode interpretar à sua maneira” (France Soir, 29 de Dezembro). No Egipto, no Líbano e na Jordânia, manifes­tações massivas gritam a cólera dos povos perante um novo massacre infligido ao povo palestiniano e contra a cumplicidade dos seus governos. Inclusive dentro das fronteiras do Estado de Israel, desafiando a proibição que representa a união nacional, um milhar de jovens israelitas manifestaram-se contra a intervenção, enquanto os palestinianos “do interior” organizavam greves e manifestações que mostram a unidade do povo palestiniano. Os factos são claros: o editorialista do Le Figaro é levado a reconhecer que “desde há 60 anos no Médio Oriente falam os exércitos, e as palavras acabaram por perder sentido. Ataque, réplica, escalada e erupção repetem-se as mesmas palavras, deixando sempre para amanhã qualquer esperança de paz duradoura”. “A esperança de uma paz duradoura”, é sem dúvida a aspiração do povo palestiniano e de todos os povos do mundo, conscientes de que a crise que abala o sistema de exploração do homem pelo homem projecta graves ameaças sobre o futuro de toda a humanidade.

Fim aos massacres, já!

Pela sua parte, a IVª Internacional sempre tem afirmado que para evitar a espiral de uma guerra sem fim que se estenda a toda a região, e para estabelecer, finalmente, a paz baseada no respeito pelos direitos dos povos, não há outro caminho senão o de acabar com a partição da Palestina pela força imposta pela ONU e por todos os governos em 1947-1948. Não haverá paz enquanto o povo palestiniano estiver condenado ao exílio em campos disseminados por toda a região, ao encarcera-mento em prisões sem tecto (como é o caso de Gaza e da Cisjordânia), ou a ser cidadãos de segunda dentro das fronteiras do Estado de Israel.

O direito do povo palestiniano ao retorno às suas terras é um direito inalienável. Um direito que nunca poderá encontrar lugar nem realizar-se nas fronteiras de um ou dois pretensos “Estados” em Gaza ou na Cisjordânia – rodeada por um muro de oito metros de altura e de arame farpado, recheada de controlos do exército israelita e recortada, constan­temente, por novas colónias de ocupação. Um direito incompatível com a existência de um Estado teocrático baseado no terror e na preten­são de reconhecer só aos judeus o direito a viver na Palestina. Un Estado que mantém no interior das suas fronteiras um milhão e meio de habitantes como indivíduos de segunda categoria, sem direitos por serem árabes.

A posição da IVª Internacional, formulada em 1947-1948, reveste hoje uma actualidade mais can­dente que nunca: só há uma solução conforme com a democracia e com o direito de todos os povos à liberdade, à independência e à sobe­rania: a rejeição da partição e “a luta por uma Palestina unida e independente em que as populações determinem, soberanamente, o seu destino, me­diante a eleição de uma Assembleia constituinte” (La Vérité, Novembro-Dezembro de 1947).

A IVª Internacional lança um apelo a todos os trabalhadores, a todos os partidários da democracia e do direito dos povos à soberania, para que unamos forças, em todo o mundo, a fim de exigir:

O direito de todos os refugiados palestinianos ao retorno!

Assembleia Constituinte soberana!

Um só Estado, uma só Palestina

livre, laica e democrática,

que reúna, com igualdade de direitos,

as componentes árabe e judia!

Fim imediato dos massacres em Gaza!

Paragem dos bombardeamentos!

Não à intervenção terrestre!

Levantamento imediato do bloqueio!

Abaixo a ocupação militar!

in Site Oficial do POUS


quarta-feira, novembro 05, 2008

Eleições EUA 2008

Sem dúvida que estamos perante uma nova era do Imperialismo Americano. A era Bush findou, marcada pela mais ignóbil crise financeira global. Não acredito que Obama resista a tais tentáculos. Agirá em conformidade com os desígnios do imperialismo americano. Os poderes mudarão de mãos, mas continuarão a ser podres poderes de podres interesses de um sistema capitalista moribundo, nauseabundo. A fome no mundo continuará para pior. O jogo da bolsa continuará a ser jogado às cegas, com os capitais que deviam ser usados em benefício dos povos. O voto em Obama expressa o desejo de mudança do povo americano. Mulheres negros e hispânicos. Para onde se escoará tanta esperança? Para que outras guerras serão deslocalizadas as guerras? Não mais cheirará a enxofre a Hugo Chaves. Ou será que Obama para onde for arrastará atrás de si um séquito imparável cheirando a enxofre?

domingo, setembro 14, 2008

Reflexões das altas da madrugada

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Reparei agora mesmo numa coisa extraordinária: sempre que trago aqui para O Pafúncio conteúdos políticos ou apelos ou comunicados ou documentos teóricos de intervenção política, os comentários são nulos. É que nem para concordar nem para discordar, será por terem letras a mais? Mas no post sobre as caralhadas do Chávez tive uns quantos comentários engraçados, até me veio aqui visitar o tal de anónimo que gosta à brava dos americanos e os considera uns heróis a quem deviamos todos estar eternamente gratos (talvez por terem sido os primeiros a experimentar realmente a bomba atómica?!) e fazer todos os favores. Não vou comentar a ausência de comentários, cada um lá terá as suas razões. Mas não posso deixar de tirar uma conclusão imediata: o Chávez é um estratega da comunicação e exprime-se numa linguagem que todos entendem. Mandar tudo para o caralho é o que está a dar em termos comunicacionais.

sábado, setembro 13, 2008

Vaticínio ou Luta Consciente?

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Marcha en contra del racismo y la oligarquia, organizaciones sociales de El Alto se movilizan con direccion a la Embajada Americana, una columna de gente de diez km de largo. 9 junio 2008


Reparem na data deste documento que em tempos recebi por mail. Não vos parece que se está a passar agora neste momento na Bolívia o que alguns já previam e advertiam?


27/11/2007

Declaración de La Chispa (grupo simpatizante de la 4ª Internacional en Bolivia)


¡Ahora, ya!

¡Todos juntos contra la oligarquía separatista!

¡Unidad de los trabajadores, campesinos, jóvenes y sus organizaciones en defensa de la unidad de Bolivia y la agenda de Octubre!

Compañeros y compañeras:

Bolivia vive un momento crucial de su historia.

Las oligarquías, agentes del imperialismo, después de haber provocado los conflictos en Sucre manipulando el tema de la capitalía plena, ahora anuncian su decisión de desobediencia civil, de no reconocer las decisiones tomadas por la mayoría de los constituyentes (57%) en la sesión del 24 de noviembre en el liceo militar en Sucre, y acelerar la aplicación de sus autonomías; esto quiere decir, hacer explotar la unidad de Bolivia para mantener sus privilegios de socia menor del imperialismo.

El momento exige la mas amplia unidad de todos los sectores populares, sin distinción, para enfrentar a nuestro enemigo común: la derecha y detrás de ello el imperialismo, que quieren impedir que se avance en la aplicación de la agenda de octubre y acabar con el proceso revolucionario que, desde las jornadas de octubre de 2003 y mayo-junio de 2005, es impulsado por la aplastante mayoría explotada y oprimida del pueblo boliviano; ahora las oligarquías quieren llevarnos a una guerra civil para descuartizar a Bolivia!

Los trabajadores, los campesinos, los jóvenes, los pueblos originarios de todos los departamentos y regiones del país quieren una Bolivia unida y soberana!

¡Frente a la reacción separatista y pro imperialista combatamos juntos!

La Central Obrera Boliviana (COB), organización matriz de la clase obrera, tiene la responsabilidad de dirigirse a todos los que se reivindican de la agenda de octubre, dirigirse al presidente Evo Morales, al MAS, a todas las organizaciones populares, vecinales, campesinas, indígenas, proponiendo la formación de un FRENTE UNICO EN DEFENSA DE LA UNIDAD DE LA NACION Y DE LA AGENDA DE OCTUBRE.

ES URGENTE QUE SE CONVOQUE A UNA ASAMBLEA NACIONAL, con representantes de todas las organizaciones obreras y populares, con delegados electos de todos los sectores, de las minas, fábricas, en el campo, la universidad para tomar las medidas de defensa contra la ofensiva de la derecha oligárquica pro imperialista!

¡Hay que sacar las lecciones de lo que ocurre!

La misma oligarquía que, a través sus partidos (PODEMOS; UN; etc) y sus comités cívicos, ha chantajeado al gobierno electo por el pueblo boliviano, exigiendo un referéndum autonómico - que fue derrotado con la victoria del NO - luego esta misma gente obstaculiza la Asamblea Constituyente con la regla de los dos tercios, en la que el MAS aceptó todas sus exigencias; ahora, estos declaran por sus principales voceros – Tuto Quiroga, Manfred Reyes Villa, Marincovick, etc.- que Evo quiere imponer una “dictadura fascista” ¡Pactar con esta gente, como hizo el MAS, solo sirvió para fortalecer sus ambiciones separatistas, para entregar parte de nuestra Bolivia al imperialismo, y seguir así manteniendo sus privilegios!

Que la Constituyente siga reuniéndose y adoptando decisiones por mayoría simple, es la regla elemental de la democracia. Pero, para el pueblo – que hoy se moviliza contra los intentos de la derecha que quiere ahogar el proceso revolucionario en Bolivia – una Constituyente Soberana tiene que adoptar medidas concretas que correspondan a la agenda de Octubre: nacionalización del 100% de los hidrocarburos y de la minería! ¡Eliminación de los latifundios para entregar tierra a los campesinos sin tierra y a los pueblos originarios! ¡No a las autonomías, respetando la decisión mayoritaria del pueblo boliviano en el referéndum del 2 de julio de 2006! ¡La inmediata abrogación de las leyes de precarización laboral, reversión de las empresas capitalizadas!

Pero, insistimos que no hay tarea más urgente que UNIR TODAS LAS FUERZAS OBRERAS, POPULARES, SINDICATOS, VECINOS, ORGANIZACIONES JUVENILES, INDIGENAS, en una palabra, LA MAYORIA EXPLOTADA Y OPRIMIDA, para derrotar a los intentos de la derecha de dividir y destruir Bolivia.

La COB, repetimos, tiene la responsabilidad de estar a lado de nuestros hermanos campesinos y indígenas, más allá de diferencias políticas que se puedan tener con el MAS, es urgente forjar con todos los sectores populares la unidad de acción contra la derecha, manteniendo su independencia política. La manera de concretizar el Instrumento Político de los Trabajadores (tantas veces aprobado en congresos de la COB), un partido que represente a la clase obrera y sus aliados, es la movilización de los trabajadores para estructurar el más amplio FRENTE ÚNICO contra las oligarquías y el imperialismo inmediatamente.

Compañeros y compañeras:

¡Lo que se pasa en Bolivia tiene relación directa con la lucha de los pueblos del mundo, en particular en América Latina, que resisten a la política de destrucción de las naciones comandada por el imperialismo estadounidense!

Hoy, el imperialismo y sus aliados quieren aislar y derrotar los procesos revolucionarios en curso en Venezuela y Ecuador, las luchas de los trabajadores y pueblo de Perú, Brasil, México y, dentro del mismo EE UU, contra la guerra interna y externa que hace Bush contra los pueblos del mundo.

Derrotar la ofensiva de la oligarquía en Bolivia, no solo es la condición para seguir el combate por la agenda de Octubre, sino también será un impulso para la lucha de los pueblos en todo el mundo.

¡LA HORA ES AHORA!

¡TODOS JUNTOS CONTRA LA OLIGARQUIA Y EL IMPERIALISMO!

¡A LA DESOBEDIENCIA CIVIL DE LA OLIGARQUIA, LA MOVILIZACION TOTAL DEL PUEBLO BOLIVIANO!

sábado, agosto 30, 2008

Showbizz

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Ontem
(ver video) Al Gore foi feliz com a piada sobre reciclagem: disse qualquer coisa parecida com “gosto de reciclagem mas isto é ridículo”. Referia-se às propostas políticas de McCain, suja reciclagem das imundas políticas praticadas por Bush.
A primeira vez que li sobre Al Gore a minha intuição – preciosa intuição eu tenho! – indicou-me que Al Gore era mais do mesmo, ou seja ele próprio uma reciclagem do sistema capitalista. Certo que havia (e há) uma deslocação do eixo, um certa viragem, não nos fins mas nos meios com que se obtêm os fins. Se Bush alimentava o negócio do petróleo e lucrava com a guerra, Al Gore procurava lucrar com o negócio dos bio-combustíveis e das energias alternativas, apenas porque o petróleo não é o seu ramo.
Coincidente com Obama, como se pode comprovar agora, no que diz respeito a não olhar a meios para atingir os fins: na América até a política é um espectáculo, mas hoje, Al Gore e Obama eram um encontro de vedetas que gerou filas de três quilómetros de gente deseperada por os ver mudar o mundo.

Estamos perante uma luta política do poder pelo poder. e duvido muito que esses dois queiram realmente mudar as regras do jogo para jogarem limpo e não para fazerem batota com o povo americano e com o mundo em geral. É evidente que o mundo já não aguenta a ameaça das estratégias de Bush e seus perigosos conselheiros (Bush sabe lá delinear uma estratégia sozinho!). Mas esta alternativa Al Gore/Obama, embora afirme uma tendência ecológica, não me cheira nada bem, como a gasolina verde. Há ali interesses económicos que nunca mais acabam, como se estivessem prestes a reorientar os negócios chorudos, deslocando o eixo para outras negociatas que vão dar no mesmo esgotamento do planeta (basta lembrar os perigos dos bio-combustíveis). É certo que os outros, mais velhos, estão a ver o capitalismo que engendraram triunfante à beira do fim, tão predador e desesperado como eles próprios, moribundos, quase ardendo nos quintos dos infernos. Por isso criam uma máquina cada vez mais rapidamente devoradora (com as regras do capital financeiro que nada produz e tudo controla, com a guerra, o consumo, o endividamento cada vez mais generalizados) que quanto mais imponentemente arde, mais se consome e extingue (imagem soberba do meu amigo Kaos, já outras vezes aqui usada). A minha preciosa intuição diz-me que o Obama é mero fogo de vista para uma verdadeira mudança de rumo do planeta que tantos cada vez mais desejam. Ao apontarem uma alternativa estão lançando o isco que atrai multidões que apenas querem outra coisa, não importando para já que tipo de mudança se propõe, desde que vão atirando todas as culpas em Bush e convençam os mais crédulos que vão fazer diferente.
A euforia com que o mundo está a aceitar Obama mostra a vontade colectiva da mudança de políticas, mas a maior parte das pessoas que apoiam Obama nem sequer questiona que a sua campanha é apenas um showbizz enganador, bem montado e bem apoiado, que nunca irá converter a globalização em cooperação e gestão racional e consciente dos recursos mundiais. Os negócios apenas tendem a mudar de mãos, ou nem isso. E as guerras irão apenas deslocar seu alvo para outros eixos, como melhor lhes convier.
Estamos perante a eminência de uma deslocalização do poder para um poder outro, mas a minha intuição diz-me que este, com o tempo também se virá a revelar uma verdade inconveniente.

Veja também o video alternativo.

sábado, maio 31, 2008

A crise de uns é o enriquecimento rápido de outros

E de quem é a culpa?

"Quem está a inflacionar a 'bolha' no mercado de petróleo? O principal culpado é o FED [banco central americano] ao reduzir a taxa de juro dos seus títulos em 325 pontos base [= 3,25 pontos percentuais] para uma taxa real negativa de -2% após ajustamento pela taxa de inflação [dos EUA] e ao expandir a oferta monetária no país em 16,5% desde há um ano atrás, num esforço desesperado para parar o declínio do sector bancário americano, que entretanto se vai afundando [por causa da crise do mercado habitacional e na sub-prime].
Ao empurrar as taxas de juro para terreno tão nitidamente negativo, o FED encoraja a especulação nos mercados de commodities e empurra também o dólar para baixo [face ao Euro, p.ex.], o que, por sua vez, está a empurrar para cima o preço em dólares das matérias primas, tais como o petróleo bruto e o ouro."

in SirChartsAlot, 28/Maio/2008

Querem ver como os "investidores institucionais" fazem especulação com o petróleo? É assim...

O blog Econbrowser explica tudo direitinho numa entrada de 17 de maio passado. Daí respigamos apenas a primeira parte para a traduzir para português mas aconselhamos a leitura do texto completo clicando aqui.

Aí se diz o seguinte:

"Como é que a especulação pode estar a contribuir para as mais recentes alterações dos preços do petróleo.

Uma importante tendência recente na gestão dos fundos de pensões e similares é o aumento do uso de dólares para o investimento na especulação com as matérias primas [commodities]. Talvez a forma mais simples de o fazer é comprar, digamos, um contrato de "futuro" de petróleo para Julho próximo. Se comprar esse contrato na sexta-feira terá a possibilidade de o petróleo lhe ser entregue efectivamente (...) algures em Julho a 126 USD/barril. Enquanto fundo de pensões ou similar você não quer receber, de facto, esse petróleo [pois não o vai 'consumir' efectivamente] e por isso, no início de Junho, você vai procurar vender esse contrato a alguém e usar a receita para comprar um contrato de "futuros" para Agosto. Se o preço do petróleo aumentar entretanto vai poder vender o contrato [de Julho] por mais que os 126 USD/barril que pagou por ele, obtendo assim um lucro. Assim, fazendo "rolar" desta forma os contratos de "futuros" a curto-prazo o seu "investimento" obterá um rendimento que acompanhará a tendência de evolução do preço do petróleo".

Nota final: claro que com este procedimento os fundos financeiros alimentam continuamente o processo e fazem subir cada vez mais os preços pois é a única maneira de continuarem a ganhar dinheiro --- aliás, muito dinheiro.

(recebido por mail)

sexta-feira, abril 11, 2008

Algumas Questões a Propósito do Tibete

imagem daqui

China: Manifestações em Lhasa há mais de uma semana


Algumas Questões a Propósito do Tibete

(Artigo de François Forge, traduzido de Informations ouvrières – semanário editado pelo Partido dos Trabalhadores de França – nº 838, 24 de Março de 2008)

A grande imprensa internacional fixou bruscamente, nestes últimos dias, toda a sua atenção sobre as manifestações que têm abalado a capital da província autónoma chinesa do Tibete (1). Porquê? O que se passa na realidade?
As autoridades chinesas filtram as informações a seu gosto, e as proclamações de organizações de exilados tibetanos, na Índia e noutros sítios, não são verificáveis. Uma coisa é certa: a repressão fez numerosas vítimas (20 mortos segundo as autoridades chinesas, 130 segundo as organizações de exilados tibetanos). Aquilo que está igualmente estabelecido é que o sinal para as manifestações, no próprio Tibete, partiu de grupos de exilados na Índia que celebraram o 49º aniversário dos acontecimentos de 1959 – os quais conduziram, nessa época, ao exílio do Dalai Lama. As manifestações foram desencadeadas, em primeiro lugar, pelo facto dos monges budistas tibetanos terem saído dos seus mosteiros em cortejo.
A dispersão destes desfiles foi seguida de manifestações, as quais o semanário britânico The Economist – que era o único a ter um correspondente no local – sublinha que “elas foram acompanhadas de violências raciais contra os comerciantes chineses e que são acompanhadas de violências de carácter religioso contra os muçulmanos chineses”.
O jornalista britânico acrescenta que “os chineses de Lhasa estavam estupefactos e furiosos, face à reacção lenta das forças da ordem” e, a partir do momento em que estas entraram em acção, foram “os tibetanos que ficaram sujeitos ao temor de uma vaga de detenções indiscriminadas e arbitrárias”.
Depois do Kosovo…
Será por acaso que – no dia seguinte à proclamação da independência do Kosovo – toda a imprensa internacional se pôs a fazer um grande alarido em torno dos acontecimentos do Tibete? Aquilo que se passa hoje em dia nesta região chinesa autónoma e nas províncias vizinhas – onde residem minorias tibetanas importantes – não está a ser utilizado para preparar o desmantelamento da China?
Qual o papel do Dalai Lama? Em Setembro de 2007, ele recebeu a medalha de ouro do Congresso norte-americano e foi saudado, em Outubro do mesmo ano, como campeão da democracia por Angela Merkel… E, no momento em que se desenvolvem as manifestações em Lhasa, Nancy Pelosi – presidente democrata do Congresso dos EUA (que recusou votar o fim dos créditos para a guerra no Iraque) – encontrou-se com “sua santidade”, num mosteiro na Índia. Pouco antes, a Secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, também o tinha saudado.
Esta proliferação de homenagens também encontrou um reforço, quase caricatural, em certos sectores que proclamam ser “alter-mundialistas” ou “anti-capitalistas”.
É assim que Politis – jornal da Esquerda Alternativa – não hesita em dizer que o Tibete constitui a maior injustiça colonial, em conjunto com a Palestina! E que Rouge, semanário da LCR (Liga Comunista Revolucionária, de França), apela à ONU para assegurar o direito à autodeterminação dos Tibetanos (2).
Partir dos Factos

Restabeleçamos alguns factos.
Todas as nações constituíram-se englobando componentes diversas, ao longo do seu desenvolvimento. O Tibete está associado à China desde o século XIII (Ver “Referências cronológicas”), e foi apenas durante a decomposição do império chinês – e nas condições criadas pela intervenção imperialista – que o Tibete conheceu uma pretensa independência, a qual era na realidade uma dependência do imperialismo britânico. Foi assim muito naturalmente que a revolução chinesa de 1949 – destruindo o feudalismo, acabando com a dominação estrangeira e iniciando a colectivização dos meios de produção – englobou o Tibete.
A raiz dos problemas actuais não se encontra no desprezo pelas tradições religiosas locais (3), mas muito mais no facto da camada dirigente do Partido Comunista e do Estado chinês ter procurado – num acordo com o clero tibetano, depois da vitória da revolução chinesa de 1949 – preservar o sistema social fundado sobre a escravidão da grande massa dos camponeses, que assegurava a dominação do alto clero budista nessa região da China. É o desenvolvimento da revolução agrária, da colectivização das terras de toda a China que levou, por volta do final da década de 1950, à quebra deste compromisso. Foi então, com o apoio da CIA, que foi desencadeada uma insurreição, no seguimento da qual o Dalai Lama foi exilado.
Onde está o futuro?
Os problemas reais das minorias nacionais linguísticas não podem ser resolvidos positivamente sem ser através da democracia. A burocracia dirigente chinesa – que se arroga o monopólio do poder político e que, para manter os seus privilégios, recusa qualquer expressão independente à classe operária – é incapaz de o fazer. Tirar a conclusão, como o fazem alguns, que o futuro dos tibetanos está num retorno a um feudalismo teocrático e no desmantelamento da China, é considerar que não há futuro para os povos – e, nomeadamente, para o povo chinês – senão submetendo-se ao imperialismo. Para defender hoje aquilo que resta das conquistas da revolução – e, antes de tudo, a propriedade do Estado dos grandes meios de produção e a unidade do país – a classe operária chinesa, no seu conjunto tem, mais do que nunca, necessidade de democracia.
E isso vale tanto para a componente tibetana como para todas as outras.

Notas

1) No Tibete coabitam tibetanos – com a sua própria língua e cultura – e chineses, em maioria Han, que se instalaram no Tibete depois de 1950.
2) Num segundo comunicado, a LCR arrepende-se: «A reacção dos diferentes governos, à imagem do de Nicolas Sarkozy, é de uma grande timidez, limitando-se a pedir ao Governo chinês “mais moderação”.»
3) Uma nota a este respeito: O Governo chinês tem sido vezes acusado de espezinhar as tradições religiosas no Tibete; parece, no entanto, que os mosteiros foram preservados e continuam a juntar um número considerável de monges que “beneficiam da caridade pública” e, portanto, da tolerância do poder.

REFERÊNCIAS CRONOLÓGICAS

· Segundo as estatísticas oficiais chinesas, o número de tibetanos é cerca de 5,2 milhões, dos quais há 2,5 milhões que se encontram na região autónoma do Tibete (cuja capital é Lhasa), estando o resto repartido pelas províncias do Qinghai, do Gansu e do Sichuan. Os tibetanos são uma minoria nacional, com uma língua e uma cultura próprias.
· A superfície da região autónoma é de 1 221 000 km2.
· O Tibete sempre esteve sujeito a um regime teocrático, no qual a esmagadora maioria do campesinato vivia numa situação de escravidão.
· Desde o século XIII, que está associado à China.
· Em 1720, tornou-se um protectorado do império chinês, mas as suas estruturas particulares foram preservadas.
· Em 1904, as forças militares sob direcção britânica tornaram o Tibete numa dependência do imperialismo inglês.
· Em Outubro de 1950, o Tibete foi integrado (no momento da guerra da Coreia) na República Popular da China, mas o sistema feudal manteve-se até 1959.


Apelo do Comité Internacional para a Defesa da Propriedade Social na China, para a Defesa dos Trabalhadores Chineses (extractos)

Constituído em Mumbai (Índia), a 20 de Janeiro de 2008, por militantes operários da Ásia

«Perseguindo os capitalistas, os operários e os camponeses chineses realizaram a unidade da nação chinesa (…).
Esta unidade não pode ser estabelecida senão em relação com a base social na qual a classe operária foi constituída. Não existem centenas de milhões trabalhadores que beneficiam da garantia de trabalho, do direito à educação para os seus filhos e da protecção da saúde, no quadro das empresas do Estado?
Contra as multinacionais, as privatizações que ameaçam a própria existência da China como nação unida e soberana, restabelecer a propriedade colectiva dos meios de produção e assegurar o seu controlo pelos trabalhadores – não é este o conteúdo dos combates levados a cabo pela classe operária chinesa?
Por que é que seria necessário renunciar à via que abriu a acção revolucionária das massas chinesas, em 1949?
Em nome do respeito pela “mundialização” e pelo carácter “incontornável” da economia de mercado?
(…) Irmãos e irmãs chineses, nós que combatemos as privatizações nos nossos próprios países, nós estamos do vosso lado enquanto vocês defenderem a propriedade social nos principais sectores da produção industrial, defendendo os vossos empregos, exigindo a manutenção da vossa cobertura de saúde e das vossas reformas (…).
Os trabalhadores chineses têm o direito legítimo a organizarem-se para se defender. Nenhuma razão, nenhum argumento pode justificar que as empresas estatais – que pertencem ao povo chinês – sejam vendidas em saldo aos especuladores privados e estrangeiros (…).»

quarta-feira, janeiro 02, 2008

O gato comeu-lhe a língua, Mr. Bush?

"O presidente George W. Bush referiu que os EUA não torturam, mas não quis especificar os métodos usados nos interrogatórios." Ler mais


quinta-feira, setembro 13, 2007

Terá pernas para andar?

O que diriam vocês se vos fosse proposto participar num projecto de criação de uma Comissão apartidária que tivesse o objectivo de unir pessoas de todos os quadrantes políticos para formar uma força organizada que dissesse NÃO ao novo Tratado Europeu, que exigisse a revogação de todos os tratados, que exigisse a revogação do Tratado de Maastricht-Amesterdão e que se unisse na defesa e reconquista dos direitos e garantias contidos nas legislações de cada um dos países da União Europeia? Uma Comissão que se organizasse no sentido de fazer ouvir a voz daqueles que -- cada vez mais numerosos, em cada um desses países -- querem poder dizer claramente:

Basta de destruições!
Recusamos a subversão fundamental que a União Europeia decidiu operar -- submetendo-se, inteiramente, às exigências dos mercados financeiros
e às decisões da Reserva Federal dos EUA (FED)

O que diriam vocês?

sexta-feira, junho 22, 2007

Mummy on the road: One more king cake de perdigotos salazarentos

Acabei agora mesmo de ouvir a Grande Múmia de Boliqueime anunciando aos emigras dos States que "Portugal é hoje um país de oportunidades". Lá se voltou o homem a engasgar com o king cake, ele queria era dizer: Portugal é hoje um país de oportunistas. Ou então era mesmo a vender a sua banha da cobra, ao estilo do vendedor que tantas vezes vi na Feira da Ladra. Mais um que merecia ingressar nas novas oportunidades: para presidente não tem grande jeito mas para vender pentes e esticadores no Martim Moniz é um engenheiro. Por mim, se eu mandasse, punha-o a ele mais ao Narana Coissoró por esses restaurantes indianos fora: Qué frô? Qué frô?, -- e em indiano.
Mas do melhor que lhe tenho ouvido foi quando lhe pediram para dizer qualquer coisa sobre a cimeira da União Europeia: a receita indicada foi que se pusesse os intervenientes a meia ração: pouca comida, só umas sandes, nada de bebidas e muito trabalho para atingirem bem depressinha os objectivos. Mas que lindo discurso salazarento, até parecia que se estava a dirigir ao povinho de Portugal e não aos senhores comissários da UE: a tua política é o trabalhinho, porreirinho da Silva, é só porrada e mau viver. (Ó Múmia, não vês que te enganaste no discurso?) Esse era aquele que tinhas na manga, reservado para quando a Ferreira Leite for a princesa que tencionas coroar para gerir com mão de ferro (outra dama de ferro velho?) o reino das trevas que congeminas para Portugal, o tal discurso da austeridadezinha rígida para cumprir o programa de festas da bruaca que, qual mito do eterno retorno, volta sempre a assombrar o povo português nas épocas mais salazarentas.

quinta-feira, maio 31, 2007

Balanço retratado de um dia de greve geral

Sou desempregada, por isso não podia activamente participar nesta greve. Como mãe e dona de casa, também não teria quaisquer hipóteses de fazer greve e, mesmo que pudesse não o faria pois não estou descontente com as políticas que se praticam na minha casa. Só podia pôr o meu blog em greve, o que fiz, e participar activamente num movimento de solidariedade que se gerou na blogosfera de apoio a esta greve, passando a palavra. Muitos blogs marcaram a sua posição. Haverá por aí algum jornalista corajoso que dê notícia do que aconteceu? Quantos blogs pararam solidários com esta greve ainda que fosse chocha desde o início? Mesmo nunca podendo ser uma "greve geral", foi uma greve de protesto pelas políticas de destruição feitas pelo governo, cumpridas à risca a partir das directivas da UE. E por isso esta greve é mais abrangente, ela vai contra as políticas praticadas, e essas políticas são as do governo e são as da UE, são as do capitalismo global. Torna-se urgente inverter esse rumo. Não queremos essas políticas. Elas não são boas para o nosso país. Nada disto queremos . NADA.


Uma amiga ligou-me de manhã: ouviste esta – perguntou – ainda não eram 08:30h já os noticiários do rádio diziam que a adesão à greve tinha sido fraca. É o que fica gravado na impressão das pessoas quando obliquamente escutam a notícia. É como os cabeçalhos dos jornais, num relance é o que fica. (Dois principais jornais diários: num a ausência da greve; no outro a greve -- tudo passado no mesmo país: o país do deserto, da areia para os olhos dos pobres camelos abandonados à sua sorte -- e ao nosso azar de ter estes oportunistas a mandar em tudo, com maioria) -- Então e a manif? Sabes onde é a manif? Eu não sabia mas estava certa de que ia haver. Afinal enganei-me: não havia manif, nem marcha de protesto contra as políticas do governo, nem sequer um encontro de descontentes em frente ao palácio de Belém como nos tempos do Santana Lopes. NADA.

Ao longo da manhã fui ouvindo no Fórum TSF as mais inacreditavelmente tacanhas opiniões sobre a greve: que a greve era controlada pelos comunistas que ainda não se tinham apercebido que tinha caído o muro de Berlim; uma brasileira a dizer que a greve só impede a ordem e ao progresso necessários ao país e que tínhamos era que produzir ainda mais; que os grevistas eram uns malandros de uns comunistas que não deixavam o governo endireitar o país e tal. No meio desta pobreza franciscana que sobrou de um país atrasado por 48 anos de fascismo e ditadura, um país mesquinho, dissimulado e masoquista capaz de querer um governo que o desqualifica e rebaixa, eis que surge uma opinião clarividente: um socialista liga dizendo que se envergonha de ter votado neste governo, um socialista que se assume publicamente lesado por um governo que se diz socialista e que não é. Quantos destes socialistas íntegros e arrependidos teremos hoje no nosso país? Podem os cidadãos processar um governo que está levando para a frente políticas de destruição dos serviços públicos e que se reclama de um partido que se diz socialista? Podem os cidadãos condenar na justiça um governo e um partido de mentirosos? Podem ministros que fazem discursos sobre uma imaginária e delirante região apenas de camelos ser interdito de exercer o seu cargo, acusado de incapacidade? E uma ministra da educação que não defende nem o ensino, nem a escola, nem os professores, nem os conhecimentos dos alunos, pode continuar sendo ministra da educação impunemente? E um primeiro-ministro pode assumir a presidência da UE vindo de estabelecer com Putin, em tom diplomático, a violação dos direitos humanos que cada um pratica no seu canto: prisões e a pena de morte nos EUA e controle dos media na UE, disse o crápula mafioso. Sócrates comeu e calou, em nome de todos nós, tão mafioso quanto o outro.
Saí para a rua com a t-shirt “Sócrates, Não!”, com aquela imagem que figura em muitos blogs e fui fazer o meu pequeno protesto individual. Olhares descaíam nela mas ninguém disse nada. NADA

Estive com essa amiga no café e conversámos em voz alta sobre a greve, o país, a vergonha que por cá se passa. Juntas traçámos esse retrato do país dos masoquistas e das várias atitudes face à greve. Não poupámos governo nem sindicato, falámos o que quisemos pela tarde fora: ela de greve; eu desempregada. Depois fomos para uma aula de yoga e aí sim foi o movimento, o silêncio e a unidade. De política, nada. NADA

Já no final do dia fomos juntas a uma reunião em casa de amigos militantes de um pequeno partido. Nem uma nem a outra somos militantes mas, falo por mim, gosto de participar nessas reuniões revolucionárias onde tudo se pode dizer, onde se discute cada posição, onde comentamos em conjunto as últimas "notícias", as golpadas do governo, as jogadas dos partidos; onde nos apercebemos com antecipação das consequências nefastas das políticas da União Europeia, onde equacionamos os tentáculos do capitalismo global, com as suas guerras e os seus acordos tácitos; onde nitidamente constatamos que por detrás de cada "notícia"se esconde uma intencionalidade mais do que uma informação; onde paramos para ler em conjunto um texto do Lenine e, ao medir as suas palavras com a realidade do tempo actual, nos damos conta de que tão bem se traduzem à distância do século XIX os propósitos do capitalismo, o modo como os detentores dos meios de produção usurpam através da mais-valia a riqueza que os trabalhadores produzem e como a maior parte dos seus enormes lucros vivem à custa da redução dos salários e do número de trabalhadores. A velha questão da luta de classes é afinal tão actual, arrasta-se pelos tempos da moderna escravatura e não há nada que detenha essa luta. NADA.


terça-feira, maio 01, 2007

Petição a favor da retirada responsável do Iraque


Queridos amigos,

O pesadelo do Iraque piora a cada dia. Agora ou vai ou racha: quinta-feira que vem no Egito, nós podemos virar esse jogo.

A 3 de maio, pela primeira vez, representantes dos EUA e do Iraque vão se reunir com o Irão e a Síria, junto com outras lideranças internacionais. Eles podem concordar em acabar com a guerra... ou escalar o conflito sangrento.


A Avaaz está lançando esta semana uma grande campanha de anúncios e mensagens de texto dentro do Iraque para trazer as vozes iraquianas pra essa reunião. Como cidadãos do mundo, vamos unir nossas vozes às deles para acabar com essa guerra – assine a petição pedindo uma negociação e a retirada das tropas americanas:


Assine aqui a petição

Essa campanha já foi apoiada por 75.000 pessoas assim como peritos internacionais. Vamos juntar uma voz massiva e unida de iraquianos e pessoas de todo o mundo para dizer aos poderes globais tomarem a decisão certa para o Iraque:


terça-feira, março 20, 2007

segunda-feira, março 19, 2007

Mesma raça...

"As long as the book remains the privilege of a small, elite class and does not find reception by the people, one will not be able to speak of real benefits to the nation through the book." Goebbels
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