quinta-feira, janeiro 31, 2008

Domino PCs: The Real Thing: 86 PCs in a row! The Original

Choque Tecnológico! Imaginem os ministros a cair assim!

Maria Bethânia - Ultimatum

Dedicado ao Grupo Bilderberg e aos mandarins da Europa

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Se um disse mata o outro disse esfola!

Na Abertura do Ano Judicial...

Marinho Pinto
voltou a pôr o dedo na ferida.

Cavaco Silva pela primeira vez falou sem se engasgar não dos efeitos -- CORRUPÇÃO GENERALIZADA-- mas das causas -- DEMORA, FAVORECIMENTO e DESIGUALDADE na aplicação da lei. Esperemos que tudo não caia em saco roto!

PETIÇÃO em defesa do SNS

Se entenderem que vale a pena, assinem e passem a palavra...pela vossa saúde e pela nossa!

Assina a petição em www.snsparatodos.net!


Saúde: Um bem sem Preço

A petição em defesa do Serviço Nacional de Saúde e pelo fim das taxas moderadoras foi lançada publicamente e conta entre os primeiros signatários o fundador do SNS António Arnaut, os deputados Manuel Alegre e João Semedo, o recém-reeleito bastonário dos médicos Pedro Nunes e o ex-bastonário dos farmacêuticos e antigo presidente do Infarmed, José Aranda da Silva. A petição também pode ser assinada em www.snsparatodos.net .

Nos próximos meses, a campanha em defesa do Serviço Nacional de Saúde vai percorrer o país com bancas de assinaturas e sessões públicas com a presença dos primeiros subscritores. A petição, que tem como objectivo recolher 100 mil assinaturas, quer obrigar o parlamento a tomar as "decisões políticas necessárias ao reforço da responsabilidade do Estado no financiamento, na gestão e na prestação de cuidados de saúde, através do SNS geral, universal e gratuito".


OTratado é mau. Para quê dá-lo a saber ao povo?

(...)
Soares disse que o Tratado de Lisboa, assinado pelos 27 países da União Europeia durante a presidência portuguesa, «não é nada bom», justificando que é «talvez, o menos simplificado» que existe.
«Recorre a muitos tratados, é complicado, não é nada bom. No entanto, uma vez assinado, desbloqueia a construção europeia, era um desastre se fosse chumbado», argumentou.
Aos jornalistas, no final do debate, Mário Soares disse que o Tratado de Lisboa «devia ser simples e claro e não é».
«É extremamente complexo. Mas, apesar disso, sou pela ratificação no Parlamento», afirmou.
Caso contrário, disse, se se optasse por uma consulta popular, Portugal «estaria a dar um mau exemplo a outros países, a pôr uma bomba no Tratado».

in Diário Digital / Lusa
16-01-2008


In Memoriam

Os portugueses já perceberam!


«“Os Portugueses vão perceber a minha politica de saúde”»
KAOS

terça-feira, janeiro 29, 2008

Jornalismo de Pacotilha! Ou Imaginário Floribellista?


«QUANDO SER RICO É PIOR QUE POBRE»

Ferreira Fernandes (DN)

«Encontraram Heath Ledger (o actor do filme O Segredo de Brokeback Mountain) inanimado no seu apartamento, em Nova Iorque. A porteira telefonou para uma amiga dele, em Los Angeles. Distância entre Nova Iorque e Los Angeles: 4 mil kms. A actriz, por sua vez, telefonou para uns seguranças de Nova Iorque. Já vamos em 8 mil kms. Eu sei que os telefonemas atravessam quilómetros rapidamente, mas entre esses telefonemas algum tempo se perdeu: a ambulância do 911 (o correspondente americano do nosso 112) chegou depois dos seguranças. O que levou estes a terem aviso antecipado, em detrimento da saúde de um homem em agonia, encerra um drama que não é das pessoas comuns. Mas é das pessoas famosas. Elas, ao lado de badalados privilégios, têm este contra: para lutar contra a curiosidade que os cerca, esquece-se, por vezes, o essencial. Qualquer pobre diabo seria mais rapidamente socorrido que o famoso actor. Há aqui uma qualquer lição que me escapa, mas há.»


Este senhor, Ferreira Fernandes deve ser fã da Floribella, a julgar pelo título do seu edificante comentário.

E não deve viver em Portugal, senão não tirava conclusões abstrusas: “qualquer pobre diabo seria mais rapidamente socorrido que o famoso actor”. Tem-se visto a rapidez com que os “pobres diabos” do nosso país têm sido assistidos!

Além disso ele categoriza o pagode em “famosos” e “pobres diabos”, ou seja, a seu ver, quem não é famoso é um pobre diabo!

No final ainda tira esta coelhada do chapéu: Há aqui (no seu artigo) uma qualquer lição que me (lhe) escapa, mas há”. Ai há? Qual será essa lição, a da miserabilista letra da Floribella?:

Pobres dos ricos que tanto têm
Mas pra que serve tanto dinheiro?

Não tenho nada e tenho tenho tudo
Sou rico em sonhos e pobre pobre em ouro


Ou será a simplista: mais vale ser um pobre diabo morto por não ter sido socorrido a tempo, (o que seria compreensível pois não tem onde cair morto), do que um famoso rico morto por não ter sido socorrido a tempo (o que é inadmissível, então um gajo é rico e morre como os outros?)! Caramba, que génio, que capacidade de raciocínio, que escrita!!! E chama a isto o DN um artigo de "Opinião". Realmente os jornais já não podem mais baixar de nível!

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Mentiroso Compulsivo e/ou Amnésico?

«(...) Noutro âmbito, o primeiro-ministro virou as suas baterias para os ataques dos partidos de «esquerda» e as lições de política social que pretendem dar ao Governo. “Alguns estão a tentar dar lições de esquerda ao PS, mas não me recordo de um período onde um Governo tivesse deixado tantas marcas de esquerda”, afirmou José Sócrates, no encerramento de um encontro do PS/Setúbal. O PS é o partido da responsabilidade social, que quer políticas sociais sustentadas”, afirmou.» (ler aqui)

Sócrates não se recorda do período. É natural.

Nós também já vamos tendo que fazer um esforço de memória para nos lembrarmos de um governo que tenha criado medidas sociais. Mas das medidas sociais que o governo Sócrates está a tomar, dessas lembramos-nos nós bem, estamos a sofrê-las na pele.
Os de Bilderberg não podiam ter escolhido melhor peça para denegrir a esquerda. Porque se se conseguir fazer passar a ideia de que estas são as marcas da esquerda, fica aberto o caminho para a direita. O povo não as quer e, se são de esquerda, o povo não quer a esquerda.

Mentiroso compulsivo, sem dúvida. Amnésico, quando lhe convém. Este Sócrates é um caso patológico. Mas é principalmente congeminoso e perigoso: percebeu que assumir as políticas do seu governo como sendo de esquerda é a melhor forma de levar as pessoas a abominar tudo o que lhes "cheire" a esquerda. No fim da missão cumprida, pode não ser reeleito (o que aconteceria se a amnésia não fosse uma característica do povo português); ou até pode ser reeleito, se entretanto virar tudo ao contrário e a sua máquina de propaganda vier anunciar que é chegada a hora da retoma e das contrapartidas. Seja como for, certamente já terá um cargo assegurado agendado algures nos ficheiros de Bilderberg como recompensa de ter cumprido tão habilmente o programa que lhe foi destinado: dar a machadada final no imaginário socialista nascido em Abril.


Desta vez foi a cara...

Imagem daqui

Porreira, pá, a ASAE!

Vou contar uma anedota do Juca Chaves, aquela do avô mágico que tinha grande capacidade de persuasão. No dia do espectáculo, ele entrava no teatro cheio de gente aplaudindo e dizia “Chorem!” – e todo o mundo chorava; outra vez ele entrava em palco e dizia “Riam” – e toda aquela gente se largava rindo sem parar. Um dia ele entrou no palco, tropeçou no fio do microfone e disse “Merda!” – quinze dias para limpar a sala!

Por que me terei lembrado hoje desta anedota que não resisti a contá-la?

domingo, janeiro 27, 2008

Sinead O'Connor - Nothing Compares 2 U

Sinead O'Connor depois de ter recorrido a uma urgência médica em Portugal por causa de uma dor de garganta!

É problema de saúde? Resolvese!

Aí vai um...


... Já só faltam 22!

A presidente do município está acusada de 23 crimes, nomeadamente cinco de participação económica em negócio, seis de corrupção passiva para acto ilícito, quatro de abuso de poder, três de prevaricação, dois de peculato, um de peculato sob a forma continuada e dois de peculato de uso, sob a forma continuada. (Mundo PT, leia a notícia e já agora leia as outras relacionadas)


A nossa Fátima de Felgueiras, tão gira! (quem a viu e quem a vê) está cada vez mais limpinha. Já só falta prescreverem os outros 22 crimes de que é acusada! (Aquele gajo ali atrás não é o Paulo Pedroso? Se não é podia ser!). Esta bisca tem uma lata do tamanho de um autocarro. A Justiça para ela é PIM PAM PUM!!! Os milagres da Nossa Senhora ao pé dos da de Felgueiras são uma chalaça! Fugiu à justiça e voltou radiante candidata à Presidência de uma Câmara. O povo venerou-a e elegeu-a sem hesitações. A senhora presidenta lá está no poleiro, cada vez mais jovial, à espera que os crimes morraram de velhos. No final ainda é pessoa para pedir uma indemnização por lhe sujarem o nome, tal como o Paulinho Pedroso. Espantosa a Justiça portuguesa! Não há-de vir o Bastonário berrar. Não há corrupção como na Justiça! 10 anos e 6 meses...

A Morte saiu à rua num dia assim...

Aula Livre!

Simplesmente... (Renda de Bilros)

É bonito pegar num livro e ler

pegar num lápis e escrever...

é bonita a escola.


mas mais fantástico ainda

é correr portão fora

ao toque da campainha

pegar numa bola

seguir os amigos

desatar aos gritos

pelo descampado

em dia de sol crescente,

mostrar uns truques

fazer umas fintas,

dar um abraço,

ensaiar novo passe,

cheio de classe,

é assim bonito

aprender a ser!

Essa é a minha grande pena: hoje, em nome da segurança, estamos a privar os nossos filhos dessa aprendizagem tão salutar que se faz na rua. Chamaste ao teu poema "simplesmente..." e lembraste-me um tempo em que tudo parecia ser assim, simples (seria? ou era falta de informação? e nesse tempo já existiria a pedofilia, os crimes da Casa Pia, só que ninguém sabia?).

Eu talvez lhe tivesse chamado "Liberdade"... Hoje, em nome da segurança temos cameras ocultas nas escolas a controlar os alunos; vigiamos as suas conversas na internet; protegemo-los o mais possível da rua... todos os dias ouvimos notícias de raptos insolúveis. Que mundo é o nosso? Que mundo será o deles? Que confiança poderão ter em nós quando descobrirem que os próprios pais os controlam e vigiam às escondidas? BIG BROTHER IS WATCHING YOU! (BIG MOTHER! BIG FATHER!)
O poema, como sempre magnífico: simples e no entanto tão complexo! Aconselho a leitura de todos os teus poemas!

Ontem apeteceu-me transcrever aqui o teu poema e o comentário que deixei no teu blog. Entretanto começou a rubrica "O Mundo Perfeito" e fui deitar-me no sofá a ver -- aquilo dura cerca de cinco minutos, se tanto -- só que adormeci instantaneamente e já não fiz mais nada. De vez em quando é preciso parar!

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Talking Cows

Estamos a beber o leite que o diabo mugiu

Hoje estou verdadeiramente irada com as notícias acerca do aumento do leite (+ 15 cêntimos!). Esta revolta não é tanto pelo aumento (embora seja escandaloso) mas mais pelas causas. Aqui há anos, quando ainda se falava de CEE, lembro-me perfeitamente de ter achado um crime estarem a exigir que déssemos cabo da nossa produção nacional de leite (principalmente nos Açores), para cumprirmos as quotas leiteiras. Já na altura era mais que evidente que essa medida espatafúrdia e perigosa para a nossa economia, era um atentado à produção nacional e tinha o sinistro objectivo de acabar com o que é nosso para nos tornar dependentes do leite estrangeiro. Aliás, metodicamente, foi o que a CEE ou UE fez e tem feito em relação a tudo o que nos assegurava alguma independência nacional; aliás, a destruição é hoje apanágio do capitalismo global que em vez de produtivo é essencialmente destrutivo, alimentando-se das grandes transacções fantasma do capital financeiro. Agora eis os resultados: o que era tido como "excesso de produção", é agora apontado como "produção insuficiente". São pois evidentes as consequências das políticas económicas a que nos obriga a União Europeia, sempre em nome das leis da globalização. A União Europeia, que sempre tem sido apontada como única solução, revela-se a causa primeira do descalabro a que chegámos. A nossa nação, que já de si tinha parcos recursos, tem sido desde então metodicamente desmantelada nas suas forças produtivas. Tornámo-nos entretanto um dos países mais dependentes das importações e por isso somos tidos como um bom parceiro económico que destrói o que tem de produtivo para passar a ser mais um cliente dependente dos produtos dos países europeus, as mais das vezes de pior qualidade. E o que mais me custa é que sejam os nossos dirigentes a pactuar e a abrir portas a esta destruição. De Mário Soares a Sócrates, todos têm sido co-autores desta afronta à nação, bando de anti-patriótas vendidos e sem-vergonha. Vão todos mamar na burra!

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Dia Mundial da Liberdade

Liberdade - Sérgio Godinho

Viemos com o peso do passado e da semente
Esperar tantos anos torna tudo mais urgente

e a sede de uma espera só se estanca na torrente

e a sede de uma espera só se estanca na torrente

Vivemos tantos anos a falar pela calada
Só se pode querer tudo quando não se teve nada
Só quer a vida cheia quem teve a vida parada

Só quer a vida cheia quem teve a vida parada
Só há liberdade a sério quando houver
A paz, o pão

habitação

saúde, educação

Só há liberdade a sério quando houver
Liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir

quando pertencer ao povo o que o povo produzir

Cavaco Silva -- tomada de posse

Memorável!

Espantástico Cavaco!


No dia em que fez dois anos na presidência da república, Cavaco Silva em visita à cozinha conventual do Mosteiro de Arouca, onde estavam expostas doçarias e produtos tradicionais da região, disse a sua primeira graçola: «E, então, a ASAE ainda não veio cá?» - perguntou a múmia num esgar jocosinho, que só teve piada pela referência óbvia e não pela graça da sua majestade. Por todos os meios de comunicação fez-se passar a mensagem de que o presidente senhor Silva é querido de todos. Não ouvi qualquer referência a vozes discordantes nem a vaias. E no entanto elas existiram. Cavaco foi hoje vaiado e eu se lá estivesse também o teria vaiado, que é o mínimo que posso fazer. Ouvi-o hoje nos noticiários a auto-elogiar a sua clarividência visionária, qualquer coisa como: eu não vos tinha avisado que vinham aí tempos difíceis para os trabalhadores? (no discurso natalácio) Estão a ver as bolsas em queda? A crise mundial? Eu sabia que os tempos não iam ser fáceis, eu avisei-vos de que só com muito trabalhinho, porreirinho da silva, e com "as políticas correctas..." (sabemos ao que se refere: as pessoas continuarem a apertar o cinto!). Já repararam que quando as bolsas andam em alta, ninguém vem dizer que se vai distribuir o milho pelos pardais. E no entanto, nessas alturas, uns poucos enriquecem instantaneamente; mas quando as bolsas estão em queda e anda tudo ó tio, ó tio, logo aparecem estes senhores, estes vates mumificados, a dizer que todos temos que pagar a crise; o que, logo a seguir, se há-de sentir nos bolsos cada vez mais vazios da populaça (e agora cada vez mais nos da classe média, que se devia passar a chamar "classe merdia"). Senhor presidente, nós sabemos que já sabia disto tudo. Aliás tudo isto faz parte de um programa que tem o objectivo de enriquecer poucos com o dinheiro de todos nós. Por isso, para si, aqui vai o meu assobio em protesto para dois anos do mais completo cinismo e pobreza franciscana ao nível das ideias!

FIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!!!!

Ficaram admirados? Eu não!

Governo promove crianças em leasing

22 | 01 | 2008

(…) No leasing, pelo menos, há no final uma opção de «retoma», enquanto que esta lei deixa bem claro que a família de acolhimento é paga para prestar um serviço (chamam-lhe mesmo «Contrato de Prestação de Serviço»), e que no dia em que o Estado revoga o acordo, ponto final. A ilusão (se é que existe) de que com estas regras se pode ajudar uma criança a crescer e a confiar no mundo, é de fazer chorar. Será que não é mais do que uma forma demagógica do Governo «cumprir» a sua promessa de tirar 25% das 12 mil crianças institucionalizadas de lá, sem olhar a meios?
(…)

Confesso que entrei em estado de choque por alturas do artigo 14.º, em que o Estado, zeloso, frisa que o acolhimento deve ser preferencialmente exercido a título de actividade profissional exclusiva. Ou seja, a mãe de acolhimento não pode trabalhar como uma mãe «normal», porque tratar daquelas crianças não é uma missão, um prazer, mas um emprego. Ao estilo daqueles que vemos em autocolantes nas caixas Multibanco, e que dizem, «Ganhe dinheiro sem sair de casa!».

(…)

Tendo em conta que há 6 mil crianças em situação de acolhimento, e que em média permanecem seis anos na família, talvez entenda porque fiquei com os cabelos eriçados quando cheguei ao artigo 33.º, intitulado «Preparação para a saída». Esta preparação, diz a lei, deve «efectuar-se com a antecedência adequada, em regra, não inferior a um mês». Depois de ali estar toda, metade ou um terço da sua vida (divisões em base 18, idade da maioridade), considera-se perfeitamente «adequado» obrigá-la a saltar dali, no espaço de um mês, ou menos.

(…)

A loucura continua. Após termo da medida», diz a lei, a família de acolhimento poderá «continuar a relacionar-se com a criança, sempre que a equipa técnica o tiver por conveniente e a família natural a tal não se oponha!». É como se nada tivesse acontecido entre acolhedores e acolhidos, que todas as partes estavam avisadas que «aquilo» não passava de um serviço. Decididamente, a moral desta lei só pode ser uma: «Se foi apurado, é a última pessoa a quem uma criança deve ser entregue». Quanto ao decreto em si, proponho a incineração imediata. (
ler tudo)

Isabel Stilwell | editorial@destak.pt

terça-feira, janeiro 22, 2008

Animal In Man Dead Prez

O Triunfo do Porcos (Animal Farm) contado às crianças

Aqui há umas semanas atrás recebi um convite da escola dos meus filhos para se algum pai/mãe se quisesse disponibilizar para ir à escola, falar a uma turma num livro da sua juventude. Achei a iniciativa interessante e também a atitude de levar os pais à sala de aula. Não sei qual foi o nível de participação mas, pela minha parte, resolvi aceder ao convite. Logo na altura o primeiro livro que me veio à ideia foi o Animal Farm do George Orwell. E como gosto muito de me deixar guiar pelas minhas primeiras intuições, quando fui agora contactada pelo professor do meu filho, foi esse o livro que lhes levei. Claro que não é fácil traduzir este livro a crianças do 4º ano (com cerca de 9 anos), mas mesmo assim achei que o desafio podia ser frutífero (de pequenino se torce o pepino!). Deixo-vos aqui a cábula em que me baseei para a "palestra" que hoje lhes fiz. E olhem que correu bem, acho que eles compreenderam o essencial e em breve serão capazes de identificar os porcos no telejornal!

«O livro O Triunfo dos Porcos é um livro que foi escrito por George Orwell, um escritor que nasceu na Índia. Como era filho de pais ingleses falava e escrevia em inglês e por isso considera-se ser um escritor inglês. Este livro foi escrito em 1945, numa altura em que o mundo estava em guerra (II Guerra Mundial).

Na verdade este livro chama-se Animal Farm. Sabem o que quer dizer? “Farm” é quinta e “Animal” vocês sabem: "Animal Farm" foi o nome que os animais deram depois à quinta e que o autor deu ao seu livro.

Esta é a capa do livro. O que vêm na capa?

Sabem como se chama uma história onde as personagens são animais?

Este livro é uma fábula, só que esta fábula foi lida por muitos adultos, não foi escrita de propósito para as crianças, como outras que vocês já conhecem. Ainda querem que lhes fale desta história?

Aquela quinta pertencia a um homem, o Mr. Jones. E nela viviam muitos animais. Que animais vivem nas quintas? (- Galinhas, vacas, cavalos, ovelhas, porcos…)

O livro começa com o sonho de um porco já muito velho que reuniu os animais da quinta para lhes contar um sonho que teve. Mas o Major não lhes falou do sonho, ele disse aos outros animais como seria possível trabalharem para si próprios e não para um ser humano, que é o único causador de todos os males dos animais. E explicou-lhes como a quinta poderia chegar para todos viverem felizes e se alimentarem.

Porque é que acham que os homens eram os causadores de todos os males dos animais?

Ex: As galinhas? – tiravam-lhes todos os ovos

As vacas? – tiravam-lhes o leite para vendar e obrigavam-nas a produzir sempre mais

Os porcos? – vendiam-nos ou comiam-nos

O Major morreu no dia seguinte e os animais ficaram a pensar naquela possibilidade e a sentir vontade de se revoltarem contra o dono da quinta. A ideia de que se haviam de libertar dele nunca mais os abandonou, só não sabiam quando chegaria esse dia.

O Mr. Jones bebia muito álcool e não cuidava bem da quinta nem dos animais. Os animais sentiam fome e ele não os alimentava. Um dia não aguentaram mais e sem combinar nada revoltaram-se e correram com o dono da quinta e com os homens que os maltratavam, que fugiram assustados dos coices e das marradas.

Os animais tomaram conta da quinta, mudaram o nome de Manor Farm para Animal Farm e começaram todos juntos a trabalhar para cuidar da quinta e arranjar a sua própria comida. Destruíram tudo o que lhes fizesse lembrar os humanos.

Os porcos eram considerados os animais mais inteligentes e tinham entretanto criado uma nova forma de pensar a partir das palavras do Major. Aprenderam a escrever e, quando a revolta aconteceu um deles, o Snowball (Bola-de-Neve) decidiu escrever os SETE MANDAMENTOS do Animalismo.

(O que são mandamentos? Uma espécie de regras que os animais deviam tomar como um princípio para poderem continuar a viver em liberdade e serem diferentes dos humanos):

  1. Tudo o que anda com dois pés é inimigo
  2. Tudo o que anda com quatro patas ou tem asas é amigo
  3. Nenhum animal usará roupa
  4. Nenhum animal dormirá na cama
  5. Nenhum animal beberá álcool
  6. Nenhum animal matará outro animal
  7. Todos os animais são iguais

Os animais não sabiam ler bem e por isso resolveu-se simplificar estes mandamentos num único mais simples: quatro pernas bom, duas pernas mau

Os animais trabalharam muito e conseguiram que a quinta se tornasse melhor do que nos tempos do Mr Jones.

Havia outro porco, chamado Napoleão, que também era considerado inteligente mas que aos poucos começou a querer dizer aos outros animais o que deviam fazer. Este porco não tinha muito bom carácter e não gostava muito que o Snowball fosse admirado pelos outros animais.
Um dia Snowball desapareceu e nunca mais se ouviu falar dele.

Existem muitas histórias dentro desta história que eu não vos vou contar para ficarem com vontade de ler o livro, mas posso dizer-vos que Napoleão foi assumindo o comando dos animais e arranjou um exército de cães que o acompanhava para todo o lado. O leite começou a desaparecer, a casa do Mr. Jones a ser usada pelos porcos e um dia chegou-se ao ponto dos porcos passarem a andar sobre duas patas, a dormir nas camas e a beberem álcool. Não demorou muito tempo até que estivessem muito parecidos com os humanos que os animais tinham derrotado.

A pouco e pouco os sete mandamentos foram sendo modificados mas os animais não percebiam muito bem o que se estava a passar, a não ser os que se lembravam das palavras do Major. Só os que sabiam ler um pouco é que iam percebendo que os mandamentos do Animalismo estavam a ser modificados. Por exemplo:

4. Nenhum animal dormirá em cama com lençóis.

5. Nenhum animal beberá álcool em excesso.

6. Nenhum animal matará outro animal sem motivo.

E um novo mandamento surgiu: Todo animal trabalhará no mínimo 18 horas por dia, excepto os porcos (porque tinham que pensar). Entretanto os outros animais trabalhavam arduamente em troca de míseras rações.

O mandamento simplificado que resumia os outros (lembram-se qual era? – quatro pernas bom, duas pernas mau – também foi ligeiramente modificado para: Quatro pernas bom, duas pernas melhor!

Napoleão e os outros porcos tinham começado a fazer negócios com os agricultores das outras quintas e, no final do livro, humanos e porcos festejam juntos dentro da casa às escondidas dos outros a produtividade da Quinta dos Animais.

Os outros animais, ao espreitarem para dentro de casa já não conseguem distinguir os porcos dos homens.

Por fim, o último mandamento, que havia sido considerado o mais importante, tornou-se único: Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros.

(Gostaram? Porquê?)»

domingo, janeiro 20, 2008

Ponto Inicial

Posted by Picasa

Atentados iminentes d'aquem e d'além mar

Mapa de Portugal no "Financial Times" de 13 de Outubro de 2007

ilustração colocada em duas páginas inteiras do "Financial Times"...

“Ontem [sexta-feira], os serviços de informação portugueses receberam uma comunicação de serviços secretos estrangeiros, que Espanha também confirmou, de que Portugal, juntamente com Espanha, França, Reino Unido e eventualmente Alemanha estariam sob ameaça terrorista iminente ligada ao terrorismo islâmico”, afirmou à Lusa o coronel Leonel de Carvalho, do Gabinete Coordenador de Segurança.

“Estamos convencidos de que Portugal pode ter sido colocado nesse conjunto de países face à sua continuidade geográfica com Espanha e não por a ameaça ter como alvo directo Portugal”, ressalvou.

“Não aumentámos o nosso nível de segurança. Não há razão para alarme além daquele que é já habitual face à ameaça global”, considerou Leonel de Carvalho.

PÚBLICO (notícia completa)

Porreiro, pá! Se sofrermos um ataque terrorista não é porque estamos a ser os instrumentos na Europa das políticas decadentes dos EUA e da globalização (leia-se capitalismo predador global), nem é porque um dia numa vergonhosa Cimeira da Terceira fizemos o jeito de alinhar com os outros dois crápulas ao lado do demente Bush, nem porque estamos a pactuar com toda a casta de negociatas que envolvem o saque do petróleo iraquiano; nem porque estamos a ser os mordomos da festa da actual escória de dirigentes europeus, que impõem aos seus povos Tratados fajutos e falaciosos.
Não, se isso acontecer é só devido à nossa situação geográfica e ao facto de termos cá indevidamente mais camelos do que nos reinos das arábias.

Que Alá queira que os terroristas leiam o Financial Times e que não encontrem Portugal em lugar nenhum quando se forem preparar para nos atacar.
Entretanto continuamos a sofrer todos os dias atentados à nossa inteligência, com as enormidades que aparecem a dizer os nossos conterrâneos.


Estágio: terceiro dia consecutivo

Não se pode dizer que foi fácil acordar cedo no dia a seguir à Grande Farra Blogosférica. Como já tive oportunidade de dizer aí por um comentário: foi uma confraternização entre pessoas que embora não se conhecessem ainda pessoalmente, parecia que já se conheciam há muito tempo.
Basta dizer que ficou a vontade de nos voltarmos a encontrar.
Agora o pior foi a ressaca: veio pela manhã ao acordar e só deu descanso mais lá para a noite, com outro jantar entre amigos. Terceira noite de noitada. Para quem ultimamente não tem ido aos treinos, pode considerar-se um desafio, uma espécie de maratona de comes e bebes para veteranos. Até agora os sintomas são de sonolência durante o dia e no corpo uma ligeira sensação de balancé, como se ainda estivesse dentro do cacilheiro, numa viagem sempre de ida e cujo retorno só agora acontece.
Claro que a cabeça está a funcionar a 50%, o que já não é nada mau. Peço-vos um pouco de paciência que isto há-de voltar ao ritmo "normal".

sexta-feira, janeiro 18, 2008

É hoje, é hoje, é hoje!!!

Aviso: Já estou em estágio desde ontem, Dia de Amigas.
Será que vou ao tapete?

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Amigas e Sushi

Nos Açores, onde vivi dez anos ganhei o gosto pelas quintas-feiras de Amigas, dia em que o mulheril saía em grupos mascaradas, faziam jantaradas juntas e iam para as nights no meio de fofocas e gargalhadas agudas. Os dias dos Açores ficaram para trás mas as amigas vieram quase todas e por cá se manteve essa tradição, já sem mascaradas. Hoje foi quinta-feira de amigas e lá fomos nós jantar e beber uns copos. Desta vez escolhemos comida japonesa. Foi a minha iniciação ao sushi que, confesso, nunca tinha provado. Não digo que passe a constar da lista das minhas comidas favoritas mas gostei, principalmente do sushi que se come primeiro com os olhos e depois com os pauzinhos. Os sabores são fortes, capazes de despertar sensações nos paladares mais renitentes, o que não é o meu caso que aprecio o sabor simples dos alimentos. Nem é bem isso, na verdade os sabores daqueles alimentos semi-crus é que são fortes, talvez por vezes demasiado fortes para um paladar apurado como é o meu. Mas posso dizer que gostei de experimentar e não digo que não volte um dia a comer comida japonesa, lá muito de vez em quando.
Quanto às amigas é sempre bom reencontrar as que não se vêem regularmente e é sempre bom estar com as que se esteve ainda ontem. Porque as amigas são mulheres e as mulheres entendem-se bem, quando são amigas. Histórias passadas vêm sempre à baila nestas alturas e as próprias histórias deste mesmo dia serão um dia lembradas como uma história de amizades partilhadas.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

segunda-feira, janeiro 14, 2008

APELO PARA UMA DISCUSSÃO PÚBLICA ALARGADA DO MODELO DE GESTÃO DAS ESCOLAS PÚBLICAS

Está em período de debate público apenas por um mês o Regime Jurídico de Autonomia, Administração e Gestão dos Estabelecimentos Públicos da Educação Pré-Escolar e dos Ensinos Básico e Secundário.

Não apenas como profissionais da Educação, independentemente de qualquer filiação organizacional, mas também como cidadãos e encarregados de educação atentos, queremos manifestar o nosso desejo de um debate digno e alargado sobre um assunto tão importante como este que não pode ficar circunscrito a gabinetes ou a algumas reuniões longe do escrutínio público de todos os interessados.


Fazemos este apelo porque temos consciência de que estas mudanças terão repercussões profundas na qualidade do ensino ministrado nos estabelecimentos do ensino público e que nem todas essas repercussões se encontram devidamente avaliadas neste momento.

Para além disso, este projecto de alteração do regime jurídico ainda em vigor não se apresenta como resultante de uma necessidade pública, claramente sentida e demonstrada na e pela sociedade civil e comunidades educativas, de reformar o modelo em vigor. Pelo contrário, surge na sequência de uma profusão legislativa que se tem norteado por alguma incoerência entre as intenções manifestadas e as condições concretas existentes no nosso sistema educativo, o que desde logo nos suscita as maiores reservas quanto à sua validade.

Não esqueçamos que:
• No sistema educativo português os alunos têm sido alvo de reformas sobrepostas, mal preparadas e pior implementadas.
• Tais reformas sucedem-se sem serem devidamente avaliados os resultados das reformas anteriores,
• A não avaliação aprofundada de todas as medidas e do seu efeito no sistema leva a que os actores institucionais e a cidadania se interroguem sobre as razões destes sucessivos fracassos.
• Apesar de todas essas reformas, os índices de literacia (global ou funcional) continuam dos mais baixos, enquanto que as taxas de insucesso e de abandono escolar são das mais altas, não apenas em termos europeus, como até mundiais.
• Com um novo modelo de gestão, insuficientemente fundamentado e imposto em nome de uma desejável autonomia e abertura da gestão dos estabelecimentos de ensino às comunidades, corre-se o risco de um agudizar das disfunções que o sistema vem demonstrando, com consequências imprevisíveis não só em termos pedagógicos como da coerência, integridade e solidariedade do sistema público de ensino.

Perante este panorama, que aconselha a maior prudência em novas alterações na arquitectura do sistema público de ensino e perante as incoerências internas do projecto do Ministério da Educação em termos operacionais e a sua aparente inadequação quanto ao quadro legislativo em que se insere, nomeadamente quanto à Lei de Bases do Sistema Educativo, os signatários deste manifesto, reivindicam, por isso, ao Governo e ao Ministério da Educação que:
a) Exista um prazo suplementar de dois meses para discussão da proposta governativa;
b) Se promovam debates públicos em todas as escolas do país, mobilizando as comunidades educativas para a discussão das qualidades e óbices do novo modelo proposto;
c) Se faça a divulgação de todas as análises dos dados estatísticos e outros estudos de departamentos do Ministério da Educação, com especial relevo para a Inspecção Escolar relativos ao desempenho das Escolas em matéria de gestão que justificam a necessidade de mudança do modelo existente.
Apelamos ainda a que todos os intervenientes das comunidades educativas (alunos, encarregados de educação, docentes, funcionários não docentes, autarquias) se mobilizem para uma discussão alargada da Escola Pública.

Só com o activo envolvimento de todos na preparação de reformas com esta dimensão e impacto numa área crítica como a Educação é possível garantir que a mudança se transformará em algo positivo e não meramente instrumental.

Os órgãos de gestão das escolas e os Centros de Formação estarão, naturalmente, vocacionados para organizar e dinamizar este debate.
Os autores deste manifesto reiteram que não representam quaisquer organizações socio-profissionais de professores ou profissionais de educação actualmente existentes ou em processo de formação, sejam elas de natureza sindical, profissional, científico-profissional ou outra. Desejam afirmar, porém, que as organizações acima referidas são organizações da sociedade civil com legitimidade própria para se pronunciarem sobre as questões respeitantes ao sistema de ensino e à governação das escolas;

Deste modo, num contexto em que o poder político afirma a necessidade de envolver a sociedade civil na governação das escolas, a eventual limitação da intervenção no debate destas organizações e/ou movimentos independentes constituídos especificamente para este efeito, comprometerá gravemente a legitimidade dessa governação e das políticas que a determinam, gerando inevitavelmente fenómenos de inércia na sua aplicação, em grande parte resultantes da forma como a informação e o debate (não) se realizaram.

Assine aqui o Apelo

domingo, janeiro 13, 2008

Referendo à Sócrates


Politics is the art of preventing people from taking part in affairs which properly concern them.
Paul Valery

"O meu compromisso é com a Europa" (José Sócrates)

No parlamento Jerónimo de Sousa perguntou a Sócrates, a propósito da ratificação parlamentar em vez do prometido referendo, se o seu compromisso era com o povo português ou se era com os seus pares da união europeia. Em resposta Sócrates afirmou perentoriamente:

“O meu compromisso é com a Europa!”

Pela primeira vez disse a verdade: o compromisso de Sócrates é com a Europa, não é com o povo português que votou nele. Irá votar outra vez? Com a verdade me enganas, diz a voz popular. Quando já ninguém acredita nele, Sócrates vem dizer a verdade e reconsiderar.

(É que não sei se já entendemos que estes senhores não têm escrúpulos e são capazes de tudo em nome da Europa que os comanda. Somos pois lacaios da Europa, a honra de cumprir uma promessa eleitoral feita ao povo português nada vale para os senhores da Europa a quem o nosso governo precisa obedecer e honra já não lhe resta, tantas vezes tem sido perdida. Vergonha não têm: mantêm-se nos cargos por maiores que sejam as derrotas. Como vai agora Mário Lino levar para a frente este projecto que tanto desprezava e abominava?)

Sócrates veio dar a cara e tentou justificar a mudança de planos do governo em relação à ideia de construir o novo aeroporto de Lisboa em Alcochete mas já não conseguiu ser credível. Vendo bem ele mete os pés a falar, como se preparasse as melhores palavras para elaborar um discurso no qual ele próprio não acredita. Atrapalha-se, é trapalhão, tenta dissimular as trapalhadas, corrige-se mas não se emenda. Este voltar atrás vindo de quem vem cheira obviamente a tramóia. E se houvesse um plano para lançar a ideia de que o aeroporto era inevitavelmente para construir na OTA, mas já houvesse outro plano prévio de, a dada altura, localizar o aeroporto noutro sítio pré-determinado, que já ninguém pudesse contestar? Grandes negociatas: vendas de terrenos na OTA: tanto dinheiro! Compra e venda de terrenos na margem sul, tanto lucro! Quem vendeu uns? Quem comprou outros? Quantos mais negócios se vão ainda fazer à custa de um aeroporto por começar? Quem perdeu dinheiro? Quem vai ganhar com tudo isto? Seguir este rasto pode conduzir um dia à verdade.

Entretanto o melhor é apressar a coisa. Se não se despacharem com o aeroporto e não cumprirem os prazos a União Europeia já apareceu a berrar que não dá os fundos. O que quer dizer que o que é preciso é deitar mãos à obra, seja lá onde for o aeroporto, tem é que ir para a frente. Já sei qual vai ser a conversa: temos que cumprir os prazos, vai ser um destes ver se te avias.

Duas notícias bombásticas na mesma semana, assim se dividem os ânimos e as contestações para fazer passar ambas segundo a fórmula: duas graves medidas a dividir por duas polémicas mediáticas igual a uma só contestação e ficam tiradas duas hienas da cartola de uma vezada. Só que desta vez topou-se demasiado a farsola pois o truque é velho, as hienas perigosas postas à solta e os tratantes não são mágicos, são charlapalhões.

Ora o povo português faz-se de parvo mas não é parvo. Já viu que baixar o deficit só significa mais aumentos para ele pagar. E já nem se lembra de quantos ministros já ouviu decretar o fim da crise. Por isso já não acredita em nada nem em ninguém, nem na sua própria vontade de se revoltar. As medidas tomadas não são para agora, são para dar frutos no futuro, disse o ministro à malta que vive no presente.

sábado, janeiro 12, 2008

Manifesto Anti-Dantas: Almada Negreiros/Mário Viegas

Dedicado a todos os Dantas que governam a nossa sociedade!

Poemas das altas da madrugada

imagem daqui

Reticências

Arrumar a vida, pôr prateleiras na vontade e na acção.
Quero fazer isto agora, como sempre quis, com o mesmo resultado;
Mas que bom ter o propósito claro, firme só na clareza, de fazer qualquer coisa!
Vou fazer as malas para o Definitivo,
Organizar Álvaro de Campos,
E amanhã ficar na mesma coisa que antes de ontem — um antes de ontem que é sempre…
Sorrio do conhecimento antecipado da coisa-nenhuma que serei.
Sorrio ao menos; sempre é alguma coisa o sorrir…
Produtos românticos, nós todos…
E se não fôssemos produtos românticos, se calhar não seríamos nada.
Assim se faz a literatura…
Santos Deuses, assim até se faz a vida!
Os outros também são românticos,
Os outros também não realizam nada, e são ricos e pobres,
Os outros também levam a vida a olhar para as malas a arrumar,
Os outros também dormem ao lado dos papéis meio compostos,
Os outros também são eu.
Vendedeira da rua cantando o teu pregão como um hino inconsciente,
Rodinha dentada na relojoaria da economia política,
Mãe, presente ou futura, de mortos no descascar dos Impérios,
A tua voz chega-me como uma chamada a parte nenhuma, como o silêncio da vida…
Olho dos papéis que estou pensando em arrumar para a janela,
Por onde não vi a vendedeira que ouvi por ela,
E o meu sorriso, que ainda não acabara, inclui uma crítica metafísica.
Descri de todos os deuses diante de uma secretária por arrumar,
Fitei de frente todos os destinos pela distracção de ouvir apregoando,
E o meu cansaço é um barco velho que apodrece na praia deserta,
E com esta imagem de qualquer outro poeta fecho a secretária e o poema…
Como um deus, não arrumei nem uma coisa nem outra…

Álvaro de Campos

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Basta virar o bico ao prego e eis...

Felizmente não tive possibilidade de ouvir toda aquela demagogia que o Sócrates foi destilar para a Assembleia da Republica para tentar justificar o injustificável; a decisão de não referendar o Tratado de Lisboa. Os argumentos são no mínimo ridículos e mostram uma falta total de respeito por todo um povo e pela sua inteligência. Mas olhemos com um pouco mais de atenção para eles. O primeiro é que o actual tratado nada tem a ver com o defunto Tratado Constitucional pelo que está livre da sua promessa de referendo, feita durante a campanha eleitoral e na tomada de posse do governo. Para o Engenheiro basta mudar o nome a uma coisa para que essa coisa deixe de ser o que é. Giscard Destain, autor do Tratado Constitucional já disse que este novo tratado contém tudo o que de mais relevante e importante continha aquele que ele tinha redigido. Como se isto não bastasse, ao dizer que não tem compromisso com o povo português sobre este assunto, estranho que considere que possa ter então também a legitimidade. Uma segunda justificação é a de que a maioria da população aprovaria o tratado em referendo e basta ver a actual constituição da Assembleia da Republica onde 90% dos deputados votarão sim. Não sei de onde lhe veio tal certeza, mas segundo os seus próprios argumentos, quando estes deputados foram eleitos não existia este tratado pelo que ninguém os mandatou para tomarem esta decisão. A pergunta aos eleitores era a única atitude verdadeiramente democrática. A terceira e mais parva é a de que a realização de um referendo em Portugal podia comprometer a aprovação por via parlamentar num outro qualquer país. Podia-lhes dar argumentos para também quererem um referendo nos seus países. Qual é o mal? É tão grave proibir os portugueses dizer de sua justiça, como o é fazê-lo para qualquer outro país europeu. Não fazer um referendo para que um qualquer povo seja privado do seus direito a dizer não, é uma ditadura, é silenciar a voz de alguém só porque não concorda com as opiniões do poder. Nunca a frase de George Orwell, retirada do fantástico livro, “O Triunfo dos Porcos”, se adequou tão bem a um governante. “ Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que ou outros”. Hoje foi certamente o dia em que os Porcos triunfaram sobre a democracia. (KAOS)

"O meu compromisso é com a Europa" (AR, José Sócrates)

KAOS

...verdades e mentiras de um mentiroso compulsivo...

Vagueamos ao sabor da circunstância


Tratado da União Europeia


Manuel Alegre:
Sócrates queria fazer referendo
mas as “circunstâncias”
levaram-no a mudar

09.01.2008 - 15h47 Lusa, PUBLICO.PT


O deputado socialista Manuel Alegre afirmou hoje que o primeiro-ministro José Sócrates “queria mesmo fazer referendo”, mas que as “circunstâncias” levaram-no a propor a ratificação do Tratado de Lisboa por via parlamentar, opção da qual discorda.

“Os líderes europeus tiveram medo de dar a palavra ao povo. Nós não devíamos ter”, defendeu Manuel Alegre, à entrada para o debate com o primeiro-ministro na Assembleia da República.

O deputado socialista, que foi candidato nas últimas eleições presidenciais à revelia da direcção do PS (a qual apoiou Mário Soares), sublinhou que o primeiro-ministro “teve a gentileza” de lhe perguntar a opinião quanto à forma de ratificação do Tratado reformador da União Europeia.

“Eu dei-lhe a minha opinião, que era favorável ao referendo. Ele explicou-me as suas razões. Na primeira conversa que tivemos fiquei com a sensação de que ele queria mesmo fazer o referendo. Depois passaram-se circunstâncias que o fizeram adoptar esta solução”, afirmou.

Questionado pelos jornalistas sobre quais foram essas circunstâncias, Manuel Alegre recusou responder, tal como à questão sobre se esta foi mais uma promessa falhada pelo PS.

Na abertura do debate quinzenal do primeiro-ministro na Assembleia da República, José Sócrates anunciou que o Governo vai referendar o Tratado de Lisboa no Parlamento, sem recurso a referendo.


in Público.PT

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Declaração POUS sobre a "Lei dos partidos políticos"

É a democracia que está em perigo!

Retirada da lei anti-partidos!

Direito à existência de todos os partidos políticos!

O Tribunal Constitucional enviou, a 4 de Dezembro, uma carta a todos os partidos políticos para que estes façam prova da existência de 5000 aderentes, dando-lhes para isso um prazo de 90 dias.

Se não o fizerem, serão declarados sem existência legal e verão os seus bens confiscados pelo Estado.

Será um acaso esta decisão do Tribunal Constitucional ter sido tomada no momento em que acaba de ser anunciada a assinatura do novo Tratado da União Europeia? Um Tratado que constitui um atentado à soberania nacional e ao direito garantido na Constituição da República do povo se poder pronunciar sobre o seu futuro.

Vamos aceitar estes factos como situações consumadas?

Destruíram-nos a maior parte da pesca, da indústria, da agricultura e do comércio, de acordo com os interesses das grandes multinacionais. Estão a tirar-nos os serviços públicos e os direitos sociais. E, agora, querem tirar-nos também a soberania política, subordinando-nos a um Ministro dos Negócios Estrangeiros (nomeado pela União Europeia), ao mesmo tempo que querem proceder à extinção dos partidos políticos que, até ao início de Março, não apresentem a prova de que têm 5000 aderentes.

O POUS associa-se a todos quantos se batem para exigir a revogação desta Lei dos partidos e a suspensão da decisão do Tribunal Constitucional; no mesmo processo, o POUS está empenhado na batalha política para um referendo sobre o “Tratado de Lisboa”, para o voto “NÃO” e para a construção da união das nações soberanas da Europa.

Ao assumir esta batalha política em defesa de todos os partidos políticos e da soberania da nação portuguesa, o POUS limita-se a prosseguir o combate que tem sido o seu desde 1979 – ano da sua fundação – o combate para a defesa de todas as conquistas da Revolução de Abril, de que ele próprio é um produto.

O POUS dirige-se a todos os partidos políticos representados na Assembleia da República – em particular ao Partido Socialista, que tem a maioria absoluta: esta lei, de inspiração profundamente salazarista, representa uma ameaça para todos os partidos, sem excepção, para o regime dos partidos políticos, para a democracia. É o dever de todos quantos querem colocar-se no terreno da democracia pedir a revogação desta lei iníqua.

Trabalhadores, sindicalistas e jovens de todo o país: apoiem o POUS!

Para poder prosseguir esta batalha em defesa da democracia, para a revogação da Lei dos partidos, nós temos necessidade de manter a legalidade do partido, e é por isso que vos fazemos um apelo para que apoiem este combate, preenchendo a vossa ficha de inscrição no POUS.


Lisboa, 17 de Dezembro de 2007


Pel’A Comissão Nacional do POUS

Aires Rodrigues

Carmelinda Pereira


POUS – Partido Operário de Unidade Socialista

Sede: Rua de Santo António da Glória, nº 52 B, cave C, 1250 – 217 Lisboa

21 325 78 11 http://pous4.no.sapo.pt email: pous4@sapo.pt

Quem é e de onde vem o POUS


"O POUS é um partido político fundado em 1979, como resultado da luta de militantes do PS, que se opuseram à orientação do Governo da altura, orientação que implicava a subordinação às exigências do FMI, como condição para a adesão de Portugal à CEE (mais tarde designada por União Europeia).

Estes socialistas – de que se destacaram os deputados Aires Rodrigues e Carmelinda Pereira – acabaram por ser expulsos do PS e formar, com uma Organização da IVª Internacional (a Organização Socialista dos Trabalhadores), o Partido Operário de Unidade Socialista (POUS).

O POUS faz parte do Acordo Internacional dos Trabalhadores e dos Povos (AIT), organização que liga militantes e organizações de diferentes quadrantes do Movimento Operário, todas irmanadas na sua acção democrática contra a guerra e a exploração.

Ao longo da sua existência, o POUS e os seus militantes nunca abandonaram a sua orientação inicial: intervir nos locais de trabalho, nas organizações sindicais, em todos os terrenos da luta democrática, pela independência as organizações dos trabalhadores, pela frente única, como condição para defender todas as conquistas do 25 de Abril.

O POUS tem a convicção de que é necessário construir, no nosso país, um Partido Operário Independente – com as diferentes correntes da luta de quem se bate pelo socialismo – partido no qual pretende ser uma das componentes."

In CARTA DE “O militante socialista”, nº1/2008, 04/01/2008

Reflexões de quem adormeceu no sofá

Quando o Louçã apareceu a dizer que o senhor Armando Varas tinha que tomar uma posição, só me lembrei daquela velha piada "ó homem, ou dentro ou fora, isso é que não é posição para um homem!" Mas também quem nos diz a nós que lidamos com "homens"? A mim parecem-me mais hienas que comem apenas os restos do que já está putrefacto.

terça-feira, janeiro 08, 2008

segunda-feira, janeiro 07, 2008

A Arte de Escolher Intervir



“Não sei por onde vou / Não sei para onde vou / Sei que não vou por aí.”

Com o grito rasgado do poema de José Régio começo o meu manifesto convivencial ou a arte de resistir.

Chegou também a minha hora de dizer: Basta!!! E irei assim intervir civicamente na vida pública deste país.

Prometo resistir de forma pacífica, mas muito activa, a este permanente, sistemático e ardiloso ataque ao Sistema Educativo Português. Atenção que ainda estou a chamá-lo Sistema Educativo e não Sistema Produtivo que é aquilo em que o querem transformar. O triste é que o Ministério da Educação se tenha convertido num Ministério de Produção. O paradigma que preside e orienta as novas reformas educativas é sem dúvida o paradigma industrial, empresarial e produtivo. A transformação da escola numa empresa e do processo ensino e apren

dizagem num processo produtivo pressupõe a metamorfose do aluno em matéria prima e do professor num fabricante de objectos.

Pensava eu que o aluno era um ser humano único e irrepetível, um tesouro incomensurável que nunca poderia ser reduzido à dimensão de um objecto, pela sua transcendência e grandeza. Afinal estava enganado!

Pensava eu que a relação pedagógica se revestia de um carácter extraordinário, quase miraculoso. Julgava que o professor era muito mais que um mero executante ou manipulador de objectos. Concebia o professor como um ser especial com a mais digna e nobre missão: ajudar a formar pessoas. Confesso que estava errado nos meus pressupostos.

No inicio da legislatura, a Sra. Ministra utilizou um argumento absolutamente definidor da sua concepção de Educação. O investimento no ensino cresceu – dizia – nos últimos vinte anos tanto por cento (não me lembro quanto!) e o sucesso escolar não acompanhou esse crescimento; retirava daí o seguinte corolário: os professores são culpados e devemos fazer com que os professores produzam mais sucesso.

Para que os professores se tornem mais produtivos devem passar mais tempo nas escolas e em paralelo é necessário que os alunos também passem mais tempo a aprender. Este é o pensamento da regra de três simples ou da proporcionalidade directa. Mais tempo a produzir maior produção, maior espaço temporal a aprender maior volume de aprendizagens adquirido. Fabuloso!!! Uma ideia genial. Como é possível que não tenha sido pensada antes? Será talvez porque os alunos não são pregos, nem parafusos, nem salsichas... nem outro objecto qualquer e os professores não são produtores de pregos, nem parafusos... nem de outra coisa qualquer? Será talvez porque uma criança não é equiparável a nenhum objecto por mais precioso que este seja?

Esta ideia de que mais tempo nas escolas por parte dos alunos equivale a mais e melhores aprendizagens corresponderá à realidade? Bom se é assim tão simples, eu proponho que os alunos portugueses comecem a pernoitar nas escolas e passem também os fins de semana e férias nas instituições escolares. E desde já auguro que em vez de 22% na diminuição do insucesso escolar em dois anos, como aconteceu até aqui – segundo a ministra – atingiremos, estou certo disso, nos próximos dois anos um país repleto de jovens sábios!!!

A fórmula mágica que a Sra. Ministra encontrou pode ser a solução para as finanças públicas a curto prazo, mas tenho a certeza absoluta que não é o bom caminho para uma educação integral, saudável e digna. No imediato poupou milhões de euros e publicitou que tornou o ensino mais eficaz. Posso afiançar-lhe que, a longo prazo, destruiu um sistema de escola pública, que podia ter muitos defeitos mas tinha grandes potencialidades que acabou por arrasar e delapidar de forma irreversível.

Transferiu os problemas imediatos para o futuro. Os alunos actuais crescerão e irão ser adultos pouco equilibrados e pouco saudáveis mentalmente, e a Sra Ministra contribuiu em muito para que tal acontecesse.

Os milhões que poupou na educação, posso assegurar-lhe, que irão ser investidos no futuro, na construção de novos hospitais psiquiátricos e prisões, e esses recursos que poupou não chegarão.

A ministra tocou de forma muito imprudente e precipitada num mecanismo muito complexo que é a educação e formação das pessoas. Fez contas de merceeiro e simplificou de forma irresponsável aquilo que é enigmático e problemático por natureza. Foi uma opção!!! A Sra. Ministra é a prova provada de como uma única pessoa determinada mas imprudente pode fazer tanto mal a tanta gente no imediato e no futuro, pois as seqüelas destas decisões arrastar-se-ão por gerações.


António Duarte Morais

Escola Básica Integrada de Eixo

D' O Cartel (recebido por mail)


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