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sábado, janeiro 10, 2009

Fuga para a frente

Kaos

Capitalismo: fuga para a frente


Sarkozy, Merkel e Blair apresentam idéias para salvar o capitalismo

PARIS (AFP) — O presidente francês, Nicolas Sarkozy, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o ex-primeiro-ministro britânico, Tony Blair, apresentaram nesta quinta-feira em Paris propostas para salvar o capitalismo, questionado pela crise, em uma reunião convocada sob o lema "Novo mundo, novo capitalismo".

No discurso inaugural do encontro, Merkel lançou a idéia de criar um "conselho econômico mundial" do mesmo tipo do Conselho de Segurança da ONU.

"É possível que junto ao Conselho de Segurança tenhamos também um Conselho Econômico com um papel diferente do ECOSOC", o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, que coordena políticas nestas áreas entre as agências da ONU.

Merkel também propôs redigir uma Carta Mundial para uma economia sustentável a longo prazo, no modelo da Carta da ONU sobre os direitos humanos.

Além disso, destacou que, embora os países afectados pela crise, inclusive a Alemanha, estejam acumulando montanhas de dívidas com seus planos de incentivo, esta é a única possibilidade de lutar contra as consequências da tempestade nos mercados e na economia.

Sarkozy declarou que a crise do capitalismo financeiro determinou a necessidade de o Estado assumir plenamente seu papel e suas responsabilidades.

"Eis aqui o Estado encarando em plenitude seu papel e suas responsabilidades", disse Sarkozy, advertindo que não se trata de nacionalizar toda a economia mundial, nem de criar um capitalismo de Estado.

"Trata-se de equilibrar os respectivos papéis, o do Estado e o do mercado", destacou, insistindo que "no capitalismo do século XXI há um lugar para o Estado".

Criticando implicitamente a especulação, o presidente francês destacou seu ponto de vista sobre o que deve voltar a ser o capitalismo: "um capitalismo de empresários que o Estado deve animar, impulsionar".

"Mas por falta de regulamentação do sistema, ela não deve ser substituída por um excesso de regras", advertiu.

Insistindo sobre a necessidade de reformas, descartou as alternativas ao sistema capitalista e afirmou que o "anticapitalismo é um labirinto sem saída, é a negação de tudo o que permitiu criar a idéia de progresso".

"Deve-se moralizar o capitalismo e não destruí-lo. Não temos que romper com o capitalismo, precisamos voltar a fundá-lo", continuou Sarkozy.

O ex-primeiro-ministro britânico defendeu um "governo" mundial para regular o sistema financeiro diante da crise internacional, em declarações a uma rádio pouco antes do evento.

Blair criticou severamente as normas das atuais estruturas econômicas internacionais, em particular o G7, considerando-as "absurdas".

"Temos instituições internacionais de meados do século XX dirigindo um mundo do século XXI", explicou Blair, que pediu maior participação dos países emergentes, como China, Índia e Brasil, nestas instituições, além de representantes da África e do Oriente Médio.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE) Jean-Claude Trichet, o diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Pascal Lamy, o ministro indiano de Comércio Kamal Nath e o ministro italiano de Economia, Giulio Tremonti, estão também entre os participantes.

http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5gNfyFFSg70rUo1CrPPkE4oZYs_4w

terça-feira, janeiro 06, 2009

IV Internacional -Declaração "Fim Imediato ao massacre do povo palestiniano"

Imagem daqui

Fim imediato ao massacre do povo palestiniano


Declaração do Secretariado Internacional da IVª Internacional


Sessenta anos depois da partição da Palestina imposta pela ONU, com o apoio do impe­rialismo e da burocracia do Kremlin, partição que criou em 1947-1948 o Estado de Israel, hoje um milhão e meio de palestinianos encerrados em Gaza sofrem um novo e terrível massacre.

Desde há três dias, bombardeiros, helicópte­ros e míssil do exército israelita massacram sem cessar a Faixa de Gaza. Há centenas de mortos e de feridos. Nesta terça-feira, 30 de Dezembro, pela manhã, já houve 360 mortos e 1.700 feridos, estando mais de trezentos de eles em estado muito grave. Muitos são crianças, mulheres e velhos atingidos nas suas casas, alvo dos ataques aéreos.

“O bombardeamento de Gaza não é dirigido contra o Hamas, mas sim contra todos os palestinianos”, declara a jornalista israelita Amira Hass no diário Haaretz, de 29 de Dezembro.

A primeira vaga de bombardeamentos teve lugar no momento em que as crianças saíam das escolas para regressar a suas casas. Quando os aviões largaram as bombas, milhares de crianças estavam nas ruas.

Desde o início da ofensiva, o Estado de Israel proíbe o acesso aos jornalistas, e os escassos correspondentes de imprensa presentes em Gaza descrevem cenas de horror, e: “Cadáveres estendidos no solo, com os bilhetes de identidade à vista para que as famílias os possam reconhecer. Tal era o espectáculo ontem, ao meio dia, no hospital Shifa, de Gaza, mergulhado na mais extrema confusão”, informa o correspondente do diário fran­cês Journal du Dimanche, de 28 de Dezembro. “Entre corpos destroçados, feridos estendidos em suportes improvisados, parentes que foram em massa identificar um familiar falecido ou desaparecido, os médicos desenrascam-se com os meios que têm”. Meios atrozmente escassos, por causa do bloqueio imposto desde há vários meses pelo Estado hebreu. A penúria de medicamentos, de sangue, de anestesia e de meios cirúrgicos condena à morte os feridos mais graves. “Só podemos tentar salvar os que têm alguma possibilidade de viver”, declara com amargura um dos médicos do hospital Shifa.Desde o princípio da ofensiva, o exército israelita decretou “zona militar encerrada” o sector que confina com a Faixa de Gaza-Este. Todas as estradas estão encerradas à circulação, salvo autorização especial do exército, e só os habi­tantes das localidades israelitas podem aceder a elas. “É uma medida que visa preparar o desencade­amento de operações terrestres”, informa a agência France Presse. As operações terrestres causariam ainda mais mortos e mais atrocidades. Assim, desde há 60 anos –desde a partição de 1947-1948 e a expulsão brutal e sangrenta dos palestinianos das suas terras, dos seus povos, dos seus lares; desde o massacre perpetrado pelo exército jordano no Setembro Negro de 1970, até ao perpetrado pelo exército israelita em Sabra e Shatila, no Líbano, em Setembro de 1982 – de massacres em massacres, que voltam sempre a reproduzir-se, o povo palestiniano sofre as conse­quências terríveis de um consenso internacional entre todas as grandes potências imperialistas (a começar pelo imperialismo dos EUA) e a antiga burocracia estalinista do Kremlin, com o aval da ONU e a cumplicidade dos governos burgue­ses árabes; um consenso baseado na negação do direito de um povo a viver livre e soberano na sua terra.

E, de novo, os que desde há 60 anos – de acordo em ‘acordo’, de Camp David a Oslo – impuseram e materializaram esta política reaccio­nária e desastrosa para o povo palestiniano e todos os povos da região, dedicam-se a preparar a sua inelutável continuidade:

Em Washington, “o presidente G.W. Bush tinha sido informado de antemão”, informa o diário francês Le Figaro, e não fez qualquer menção “de pedir ao aliado dos EUA que inter-rompesse imediatamente os ataques”, conside­rando que “Israel tem direito a defender-se”. A população de Gaza é bombardeada por aviões F16 e com bombas dos EUA. Quanto ao presidente eleito, Barack Obama, o seu principal assessor, David Axelrod, acaba de reafirmar que “a relação particular entre os EUA e Israel continuará”, declarando que “de momento há um único presidente a fala em nome dos Estados Unidos, o presidente actual, George W. Bush”.

Na ONU, a sessão de emergência do Conselho de Segurança, que reúne todas as “grandes potências”, os EUA, a Rússia, a China, a França, a Inglaterra, a Alemanha,… e a maior parte dos restantes países da União Europeia, deu lugar a “um texto não vinculativo que cada um pode interpretar à sua maneira” (France Soir, 29 de Dezembro). No Egipto, no Líbano e na Jordânia, manifes­tações massivas gritam a cólera dos povos perante um novo massacre infligido ao povo palestiniano e contra a cumplicidade dos seus governos. Inclusive dentro das fronteiras do Estado de Israel, desafiando a proibição que representa a união nacional, um milhar de jovens israelitas manifestaram-se contra a intervenção, enquanto os palestinianos “do interior” organizavam greves e manifestações que mostram a unidade do povo palestiniano. Os factos são claros: o editorialista do Le Figaro é levado a reconhecer que “desde há 60 anos no Médio Oriente falam os exércitos, e as palavras acabaram por perder sentido. Ataque, réplica, escalada e erupção repetem-se as mesmas palavras, deixando sempre para amanhã qualquer esperança de paz duradoura”. “A esperança de uma paz duradoura”, é sem dúvida a aspiração do povo palestiniano e de todos os povos do mundo, conscientes de que a crise que abala o sistema de exploração do homem pelo homem projecta graves ameaças sobre o futuro de toda a humanidade.

Fim aos massacres, já!

Pela sua parte, a IVª Internacional sempre tem afirmado que para evitar a espiral de uma guerra sem fim que se estenda a toda a região, e para estabelecer, finalmente, a paz baseada no respeito pelos direitos dos povos, não há outro caminho senão o de acabar com a partição da Palestina pela força imposta pela ONU e por todos os governos em 1947-1948. Não haverá paz enquanto o povo palestiniano estiver condenado ao exílio em campos disseminados por toda a região, ao encarcera-mento em prisões sem tecto (como é o caso de Gaza e da Cisjordânia), ou a ser cidadãos de segunda dentro das fronteiras do Estado de Israel.

O direito do povo palestiniano ao retorno às suas terras é um direito inalienável. Um direito que nunca poderá encontrar lugar nem realizar-se nas fronteiras de um ou dois pretensos “Estados” em Gaza ou na Cisjordânia – rodeada por um muro de oito metros de altura e de arame farpado, recheada de controlos do exército israelita e recortada, constan­temente, por novas colónias de ocupação. Um direito incompatível com a existência de um Estado teocrático baseado no terror e na preten­são de reconhecer só aos judeus o direito a viver na Palestina. Un Estado que mantém no interior das suas fronteiras um milhão e meio de habitantes como indivíduos de segunda categoria, sem direitos por serem árabes.

A posição da IVª Internacional, formulada em 1947-1948, reveste hoje uma actualidade mais can­dente que nunca: só há uma solução conforme com a democracia e com o direito de todos os povos à liberdade, à independência e à sobe­rania: a rejeição da partição e “a luta por uma Palestina unida e independente em que as populações determinem, soberanamente, o seu destino, me­diante a eleição de uma Assembleia constituinte” (La Vérité, Novembro-Dezembro de 1947).

A IVª Internacional lança um apelo a todos os trabalhadores, a todos os partidários da democracia e do direito dos povos à soberania, para que unamos forças, em todo o mundo, a fim de exigir:

O direito de todos os refugiados palestinianos ao retorno!

Assembleia Constituinte soberana!

Um só Estado, uma só Palestina

livre, laica e democrática,

que reúna, com igualdade de direitos,

as componentes árabe e judia!

Fim imediato dos massacres em Gaza!

Paragem dos bombardeamentos!

Não à intervenção terrestre!

Levantamento imediato do bloqueio!

Abaixo a ocupação militar!

in Site Oficial do POUS


quarta-feira, setembro 17, 2008

Hoje, reunião da Comissão Nacional pela Ruptura com a UE


Constituição da Comissão Nacional para defender:

· Uma Política que reate com o 25 de Abril

· A União Livre das Nações Soberanas de toda a Europa

· A Ruptura com a União Europeia

Caros amigos e camaradas,

Realizou-se, no passado dia 13 de Setembro, em Lisboa, um Encontro em que participaram, entre outros, estudantes e docentes da zona de Lisboa, e operários e pequenos comerciantes da zona da Marinha Grande / Leiria.

Partilhando diferentes opiniões políticas – em resultado das suas experiências de vida e das correntes do movimento operário com que mais se identificaram ou ligaram – temos como base comum a assinatura de um Apelo para a constituição de uma “Comissão Nacional pela Ruptura com a União Europeia”, que foi subscrito por mais 70 militantes, trabalhadores e jovens.

Os militantes presentes na reunião tiveram também conhecimento da audiência concedida pelo secretário de Vladimir Spidla (Comissário europeu para o Emprego, os Assuntos Sociais e a Igualdade de Oportunidades) a uma delegação constituída por dirigentes sindicais de nove países europeus, no dia anterior, bem como da sua decisão em continuar a batalha política que os levou a ter aquela audiência, convocando nessa base um Encontro europeu.

(Os detalhes sobre os resultados desta delegação e a iniciativa do referido Encontro, serão oportunamente divulgados, logo que nos chegue mais informação.)

Após um debate fraterno e livre entre todos os presentes, foi aprovada a constituição dessa Comissão Nacional, tendo como base o texto que vos enviamos em anexo.

Aprovaram-se ainda um conjunto de iniciativas, visando desenvolver o trabalho político, que permita com que a Comissão em Defesa de uma política socialista, pela União Livre das Nações Soberanas de toda a Europa, de Ruptura com a UE, atinja os objectivos por todos pretendidos, contribuindo para abrir uma perspectiva política positiva ao conjunto dos trabalhadores portugueses.

Para planear a concretização das propostas aprovadas, terá lugar na próxima quarta-feira, dia 17 de Setembro, pelas 18 horas, no espaço que o POUS colocou à disposição destes militantes situado na:

Rua de Santo António da Glória, nº 52 B, cave C, em Lisboa

A reunião é naturalmente aberta, e, por conseguinte, serão bem-vindos todos quantos quiserem participar no desenvolvimento do trabalho, ou sugerir novas propostas que o enriqueçam.

Saudações de Abril

Lisboa, 14 de Setembro de 2008

Pel’A Comissão Nacional

Carmelinda Pereira

(recebido por mail)

domingo, setembro 14, 2008

Comissão de ruptura com a UE, pela União Livre das Nações Soberanas da Europa

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Reuniram hoje na Biblioteca-Museu República e Resistência alguns dos primeiros subscritores do apelo para a constituição de uma comissão nacional de ruptura com a União Europeia, a qual propõe em seu lugar a união livre das nações soberanas da Europa.
Assistimos à apresentação da situação mundial desencadeada pela crise do “subprime” e ao desenrolar dos números que definem a actual situação portuguesa.
Em seguida foi partilhada informação sobre os resultados da delegação que alguns representantes políticos e sindicais de 9 países europeus fizeram ontem à Comissão Europeia: não havendo uma resposta definitiva por parte do representante da Comissão Europeia, foi acordado que as organizações prosseguiriam a sua campanha pela retirada da pena imputada pelo Tribunal Europeu a sindicatos da Suécia, Filândia e Alemanha e pela retirada dessas leis dos tratados europeus. Ficou ainda assente organizar uma reunião mais alargada para discutir este assunto, projectando-se uma conferência a realizar em Fevereiro/2009).
Como acompanhar/desenvolver este processo em Portugal? As centrais sindicais têm conhecimento da conferência de Estocolmo, donde saiu esta delegação. No entanto posteriormente não transpareceu que tivesse havido qualquer tipo de divulgação.
Aires Rodrigues falou no processo de destruição dos meios de produção, dando como exemplo o caso das vidreiras da Marinha Grande que estão hoje reduzidas à expressão mais simples, havendo casos desesperados de desemprego entre os vidreiros. A mesma situação ocorre com as cerâmicas das regiões limítrofes. Todos os sectores estão feridos de morte pelas directivas das instituições europeias em cumplicidade com o imperialismo americano. Mas começa a operar-se uma reflexão, ou seja, os portugueses começam a compreender que a União Europeia não serve senão para destruir o que antes estava em actividade, desmantelando o que antes era produtivo. É pois necessário que surja uma força capaz de veicular essa percepção, o que é importante ser feito em conjunto com os sindicatos.
Foi lançada a proposta de se constituir com os presentes uma comissão nacional aberta a todas as forças políticas e sindicais e aos cidadãos em geral que possa vir a reunir informação e a fazê-la chegar ao maior número de sindicatos, organizações, associações, movimentos de estudantes, etc., de forma a que se desenvolva um movimento público nacional para exprimir e equacionar de que forma poderá ser levada a cabo a ruptura com esta UE, dado que a Europa Social é precisamente o que a UE está metodicamente a destruir, criando a nossa total dependência.
Dada a presença de alguns professores e educadores, foram feitas intervenções e reflexões exemplificativas da forma como estes processos destrutivos já minam hoje a escola pública portuguesa, contando para tal com a interpretação que o ME faz das directivas europeias para este sector, convertendo-as por sua vez atabalhoadamente em leis que se chocam com as leis nacionais ainda em vigor, e ainda refinadas pela diversidade de formas como os Conselhos Executivos aplicam em tempo recorde essa enorme quantidade de legislação, cada um à sua maneira. Os professores, artificialmente divididos enquanto classe profissional, vêm o seu trabalho com os alunos ameaçado pela enorme carga burocrática decorrente da avaliação a que outros colegas são obrigados neste processo a os sujeitar. Vêm-se constrangidos a pôr em prática nas escolas um plano que punirá as suas carreiras e que compromete o futuro dos alunos, rebaixando os níveis de exigência e preparando-os para responder às exigências de mão-de-obra barata. Segundo uma dirigente sindical presente na reunião, os professores só têm dois caminhos: ou recusar-se a cumprir arcando com as consequências; ou a responder na mesma medida com excesso de zelo aos excessos burocráticos até rebentarem com o sistema com tanta papelada.
Segundo outro professor presente na sala, se a mola estivesse a funcionar devidamente (sindicatos) então nem seria necessária esta reunião. Na verdade existem cerca de 10 organizações sindicais de professores mas os professores sentem-se abandonados à sua sorte. Há hoje uma massa de trabalhadores no ensino e nos outros sectores profissionais que, sendo subcontratados nem sequer têm ligações com os sindicatos. E os que a mantinham estão decepcionados com a forma como os sindicatos têm conduzido este processo, abafando o movimento de contestação dos professores em vez de o ligar ao movimento de massas dos outros sectores profissionais.
Um dos subscritores apelou à concentração na necessidade de eficácia da Comissão. Lembrou que a unidade surge num determinado momento pela força das circunstâncias mas que a eficácia é uma exigência.
Uma representante dos estudantes considerou prioritário que a comissão trabalhasse no sentido de ligar as leis governamentais às directivas europeias de forma a que as pessoas comecem a perceber que por detrás de cada uma delas existe uma imposição da UE. A criação da comissão deverá chegar a todos os sindicatos e deverá ser feito um comunicado para distribuir à imprensa. A comissão servirá também para divulgar iniciativas que outros grupos façam no mesmo sentido, fazendo por unir esforços conjuntos e por garantir a independência.
Face às dúvidas que levanta a ideia da ruptura com a UE, foi acordado que a sua afirmação deve ser feita pela positiva: não pretende esta comissão que Portugal volte a estar isolado no quadro dos países europeus. Foi evocado o exemplo da Irlanda que disse perentoriamente “não” ao Tratado de Lisboa e anteriormente os casos da França e da Holanda que bloquearam o projecto da Constituição Europeia. Existem hoje, um pouco por toda a Europa, resistências às políticas destrutivas da UE, devendo este movimento de ruptura efectivar-se em estreita colaboração com as organizações dos outros países, unidas no mesmo propósito e encontrando conjuntamente uma alternativa que abra a via ao socialismo.
A Comissão agora criada irá reunir-se na próxima quarta-feira (dia 17/09), pelas 18h para elaborar um conjunto de documentos e estratégias no sentido de divulgar e continuar a promover esta iniciativa.

sábado, setembro 13, 2008

Delegação sindical à Comissão Europeia

Comissão Nacional pela Ruptura com a União Europeia

13 de Setembro, às 16 horas, na Biblioteca-Museu República e Resistência,

RUA ALBERTO DE SOUSA, Nº 31, EM LISBOA

(AO CIMO DA RUA DA BENEFICÊNCIA)


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Na reunião do próximo sábado, em Lisboa – para a constituição de uma Comissão Nacional pela ruptura com a União Europeia – será também comunicado o resultado desta delegação e tomadas decisões para desenvolver em Portugal a continuidade deste processo. A diversidade dos membros que compõem esta delegação e a exigência dirigida à Comissão Europeia são demonstrativas da sua importância:


Hoje (12/09/2008) uma delegação de 18 dirigentes sindicais e militantes políticos, de 9 países, deslocou-se à Comissão Europeia, para exigir desta a anulação das sentenças do Tribunal Europeu de Justiça sobre os casos Laval, Viking e Rüffert, no seguimento do Encontro europeu de Estocolmo, realizado a 25 de Maio. (ver documento)

A delegação vai ser recebida em Bruxelas pelo secretário de Vladimir Spidla, Comissário europeu para o Emprego, os Assuntos Sociais e a Igualdade de Oportunidades.

A sua composição é a seguinte:

Irlanda – 2 membros do Sindicato da Construção Civil e 2 do Sindicato dos Electricistas

Bélgica – O presidente da FGTB Liège-Huy-Waremme e o Coordenador do Movimento de Defesa dos Trabalhadores Belgas

Suécia – O presidente do Movimento «Não à União Europeia», um membro da Direcção nacional do Sindicato dos Transportes da LO (a título pessoal) e o Secretário da região de Estocolmo do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (também membro da Direcção nacional deste sindicato)

Grã-Bretanha – Um membro do Sindicato dos Padeiros

Dinamarca – Um membro da Direcção do Sindicato da Construção Civil

França – Dois membros da Aliança Europeia dos Trabalhadores e dois membros do Partido Operário Independente

Alemanha – 3 membros da Comissão operária do Partido Social-Democrata alemão (SPD) ligados ao sector da Metalurgia, das Minas e dos Serviços Públicos

Espanha – Um membro da Federação UGT dos Serviços Públicos

Suíça – Um deputado ao Conselho Nacional da Federação Suíça, membro do PS.



domingo, junho 15, 2008

sábado, junho 14, 2008

Na Irlanda venceu o NÃO. Viva a Irlanda!

Referendo europeu: ministro da Justiça irlandês reconhece vitória do "não" (Público)

Sabes pai, os irlandeses votaram NÃO ao Tratado de Lisboa. Vê lá tu que eram o único país que ia consultar o povo através de referendo e as pessoas conscientes foram lá e disseram NÃO ao tratado dos tratantes. Tu havias de gostar de os ver a ter que admitir que foi uma grande derrota para as suas carreiras políticas. Eles talvez cheguem lá onde querem, mas vão ter que subverter as regras democráticas debaixo dos nossos olhos e nós vamos estar cá para lhes dizer que estão a pisar o risco e a não deixar... o pior é que nós aqui vamos deixando tudo, permitindo-nos perder tudo o que antes conquistaramos, somos uns otários, tanto estamos optimistas como pessimistas, conformamo-nos com os dois estados de alma. Temos demasiada alma e pouca raça. Suportamos calados sermos dirigidos por gente de má raça.
Mas hoje esta vitória do NÃO é uma vitória à dimensão europeia. Neste momento muitos irlandeses, portugueses, espanhóis, alemães, franceses, gregos, estão contentes como nós com este NÃO.
Como diabo vão eles agora inverter as regras do jogo? Que batota irão cometer? Se tu estivesses cá tu havias de saber e de dizer logo que esses filhos da puta não vão respeitar nada nem ninguém e vão dar a volta à questão. Tu não tinhas nenhuma consideração por esses indignos, pois não? Tu é que os topavas a todos.
Hoje fomos sair à noite com os miúdos. O Fernando Pessoa fazia anos (120, vê lá tu, lembro-me bem quando fez 100) e havia uns grupos de rap que iam fazer uma Hip HoPessoa, em homenagem. Estava pouca gente mas nós gritámos vivas à Irlanda aos quatro ventos. De vez em quando IRLANDA... estava uma noite de andar na rua.
Isto mostra que na Irlanda há gente consciente do perigo que corre a Democracia. Como seria por cá? Achas que o SIM ganhava e que o Sócrates progredia na carreira política? Se fosse agora não me parece!
Sabes, hoje sinto-me optimista, sei que na Irlanda há quem diga NÃO e vença.
O que diria o Fernando Pessoa disto tudo? Se fosse vivo estaria instalado no poder, seria um burocrata cumpridor que à noite soltava a fera a sós? Ou apenas um excelente poeta consciente da sua impotência de poder mudar o mundo mesmo com aquela monumental poesia. Mas terá ele realmente alguma vez desejado que o mundo fosse outro? Sem dúvida que sim.

quinta-feira, junho 12, 2008

Os portuguese não podem dizer NÃO aos tratados dos tratantes


Os irlandeses ainda estão a tempo
de se recusar a reforçar
este atropelo da Democracia!

NÓS DIZEMOS NÃO!

sábado, maio 10, 2008

Educação para a cidadania da obediência cega ou da revolta?

Um destes dias a minha filha ligou-me da escola dizendo que estava a fazer tempo para a aula de apoio do Inglês e que ia ao bar comer qualquer coisa. Os alunos saem às 13h15 e os que têm apoio ficam à espera até às 13h45 e saem às 14h30. Como a minha filha vem sempre almoçar a casa, nesse dia ela leva algum dinheiro para comer qualquer coisa nesse intervalo para se aguentar até sair da aula.

Daí a bocado volta a tocar o telemóvel. Era ela nervosíssima e principalmente irritada porque eram quase horas da aula e ela numa fila do bar a ver os professores a passarem-lhe à frente.

Naquela escola há muita subserviência e escassas regras de democracia. Como querem ensinar a cidadania se os adultos envolvidos no processo educativo, sejam eles auxiliares, professores ou mesmo pais, subvertem essas regras de convívio usufruindo da sua posição superior. Disse-me que as auxiliares do bar atendiam os professores com toda a parcimónia e a eles, alunos, os mandava esperar e estar calados na fila até os senhores professores serem todos atendidos e despachados.

Não tinha conseguido comer e tinha que ir para a aula. Queria protestar. Calmamente disse-lhe que a escola tinha livro de reclamações, se ela o queria usar. Na altura concordou. Mas depois desligou, teve que ir para a aula. Estava quase a chorar de raiva, percebia-se pela voz.

Pouco tempo depois voltou a ligar-me: estava no bar à espera de uma tosta. Tinha dito à professora. E ela tinha-a deixado sair da aula para ir ao bar comer. Ficou mais apaziguada com os professores.

Às 14h30 fui buscá-la, vinha formosa e mais segura. Pelo caminho falámos no episódio e ambas concordámos como era injusto, que cada um deve ter a sua vez e ser respeitado e que ninguém nos deve passar à frente pois perante a necessidade de comer todos somos iguais.

Pode-se abrir uma excepção e atender primeiro um professor que está com pressa porque vai entrar para uma aula. Mas não se deve fazer disso uma norma e permitir que as crianças passem um intervalo inteiro numa fila e que acabem por ir para a aula sem comer. Depois vêem-se queixar que os meninos vão para as aulas sem comer porque os pais não os obrigam a tomar o pequeno-almoço em casa nem lhes mandam um lanche para a escola.

Lá dentro da escola os alunos são tratados como os menos importantes. Já houve Invernos em que a minha filha se queixava que estava frio na sala de aula e que a professora punha o aquecedor virado para si e não para a turma. Não existe por lá nenhuma sala destinada ao convívio dos alunos e cá fora o próprio Agrupamento reconhece que nas áreas exteriores há poucos espaços abrigados. Chegam a abrigar-se da chuva debaixo de umas mesas de ping-pong que há num recreio. As empregadas gritam-lhes que não podem estar nos corredores no intervalo e empurram-nos porta fora fechando a porta à chave.

Sim, naquela escola os alunos andam ao desabrigo, embora esteja numa zona predominantemente de média-alta burguesia. Daquelas em que a maioria dos pais nem vai à escola, são as carrinhas de ATL que levam e trazem as crianças, salvo algumas excepções de avós reformados que se ocupam deles e algumas mães ou irmãos mais velhos que estão por ali por perto.

Aqui, os exemplos de cidadania que vêm em caixotes e em peças separadas da união europeia vão servir às mil maravilhas para preencher a lacuna da falta de cidadania. Vão dizer aos nossos filhos que são cidadãos europeus e, como tal devem obedecer às leis europeias sem as contestar, aliás ninguém lhes vai falar em contestações, coisas como o Maio de 68 estarão abolidos dos programas de História, se for pela vontade do senhor Sarkozy.

Na escola continuaram a estar ausentes os verdadeiros valores e os exemplos éticos da cidadania, que aliás serão ainda mais afastados com a aplicação da lei da gestão e autonomia. Na escola irá funcionar a grande pirâmide bilderberg em que entes de mente obscurecida pela sede do poder e do dinheiro, através de fios invisivéis, mas cada vez mais descarados, enviarão as leis a aplicar na escola que por sua vez serão dadas, pelos ministérios dos governos em conluio, aos directores das escolas, que as farão cumprir aos professores titulares, que exigirão que os outros professores as cumpram dentro das suas salas, vigiando o seu trabalho a pretexto do seu desempenho ser avaliado, que por sua vez as ministrarão em forma de conteúdos aos alunos, nossos filhos.

Os alunos sofrem as consequências, estão na base da pirâmide, não contam como indivíduos mas sim como cidadãos habituados a não ter direitos logo a partir da idade escolar e a calar as trapaças do bar, a suportar e a obedecer à hierarquia. Como não há-de isto gerar a revolta dos jovens?

Ler sobre a Obediência

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Euro-marionettes de Bilderberg ou a ditadura do défice

(...) Agora, falando a sério, e, embora eu não acredite minimamente em qualquer notícia que me seja passada de bandeja de abertura de telejornal, a ter-se verificado esse tal acréscimo do P.I.B., o custo moral, amoral e imoral da coisa foi de tal ordem que me não recordo de coisa parecida. Obviamente, os fins justificam os meios, como diria -- não diz, mas pensa... -- a "marionette" de Bilderberg, que, em nada, se mostra preocupada com haver generais a poderem vir afirmar, em público, coisas como estas. (...)


sexta-feira, janeiro 25, 2008

Estamos a beber o leite que o diabo mugiu

Hoje estou verdadeiramente irada com as notícias acerca do aumento do leite (+ 15 cêntimos!). Esta revolta não é tanto pelo aumento (embora seja escandaloso) mas mais pelas causas. Aqui há anos, quando ainda se falava de CEE, lembro-me perfeitamente de ter achado um crime estarem a exigir que déssemos cabo da nossa produção nacional de leite (principalmente nos Açores), para cumprirmos as quotas leiteiras. Já na altura era mais que evidente que essa medida espatafúrdia e perigosa para a nossa economia, era um atentado à produção nacional e tinha o sinistro objectivo de acabar com o que é nosso para nos tornar dependentes do leite estrangeiro. Aliás, metodicamente, foi o que a CEE ou UE fez e tem feito em relação a tudo o que nos assegurava alguma independência nacional; aliás, a destruição é hoje apanágio do capitalismo global que em vez de produtivo é essencialmente destrutivo, alimentando-se das grandes transacções fantasma do capital financeiro. Agora eis os resultados: o que era tido como "excesso de produção", é agora apontado como "produção insuficiente". São pois evidentes as consequências das políticas económicas a que nos obriga a União Europeia, sempre em nome das leis da globalização. A União Europeia, que sempre tem sido apontada como única solução, revela-se a causa primeira do descalabro a que chegámos. A nossa nação, que já de si tinha parcos recursos, tem sido desde então metodicamente desmantelada nas suas forças produtivas. Tornámo-nos entretanto um dos países mais dependentes das importações e por isso somos tidos como um bom parceiro económico que destrói o que tem de produtivo para passar a ser mais um cliente dependente dos produtos dos países europeus, as mais das vezes de pior qualidade. E o que mais me custa é que sejam os nossos dirigentes a pactuar e a abrir portas a esta destruição. De Mário Soares a Sócrates, todos têm sido co-autores desta afronta à nação, bando de anti-patriótas vendidos e sem-vergonha. Vão todos mamar na burra!

domingo, janeiro 20, 2008

Atentados iminentes d'aquem e d'além mar

Mapa de Portugal no "Financial Times" de 13 de Outubro de 2007

ilustração colocada em duas páginas inteiras do "Financial Times"...

“Ontem [sexta-feira], os serviços de informação portugueses receberam uma comunicação de serviços secretos estrangeiros, que Espanha também confirmou, de que Portugal, juntamente com Espanha, França, Reino Unido e eventualmente Alemanha estariam sob ameaça terrorista iminente ligada ao terrorismo islâmico”, afirmou à Lusa o coronel Leonel de Carvalho, do Gabinete Coordenador de Segurança.

“Estamos convencidos de que Portugal pode ter sido colocado nesse conjunto de países face à sua continuidade geográfica com Espanha e não por a ameaça ter como alvo directo Portugal”, ressalvou.

“Não aumentámos o nosso nível de segurança. Não há razão para alarme além daquele que é já habitual face à ameaça global”, considerou Leonel de Carvalho.

PÚBLICO (notícia completa)

Porreiro, pá! Se sofrermos um ataque terrorista não é porque estamos a ser os instrumentos na Europa das políticas decadentes dos EUA e da globalização (leia-se capitalismo predador global), nem é porque um dia numa vergonhosa Cimeira da Terceira fizemos o jeito de alinhar com os outros dois crápulas ao lado do demente Bush, nem porque estamos a pactuar com toda a casta de negociatas que envolvem o saque do petróleo iraquiano; nem porque estamos a ser os mordomos da festa da actual escória de dirigentes europeus, que impõem aos seus povos Tratados fajutos e falaciosos.
Não, se isso acontecer é só devido à nossa situação geográfica e ao facto de termos cá indevidamente mais camelos do que nos reinos das arábias.

Que Alá queira que os terroristas leiam o Financial Times e que não encontrem Portugal em lugar nenhum quando se forem preparar para nos atacar.
Entretanto continuamos a sofrer todos os dias atentados à nossa inteligência, com as enormidades que aparecem a dizer os nossos conterrâneos.


domingo, janeiro 13, 2008

"O meu compromisso é com a Europa" (José Sócrates)

No parlamento Jerónimo de Sousa perguntou a Sócrates, a propósito da ratificação parlamentar em vez do prometido referendo, se o seu compromisso era com o povo português ou se era com os seus pares da união europeia. Em resposta Sócrates afirmou perentoriamente:

“O meu compromisso é com a Europa!”

Pela primeira vez disse a verdade: o compromisso de Sócrates é com a Europa, não é com o povo português que votou nele. Irá votar outra vez? Com a verdade me enganas, diz a voz popular. Quando já ninguém acredita nele, Sócrates vem dizer a verdade e reconsiderar.

(É que não sei se já entendemos que estes senhores não têm escrúpulos e são capazes de tudo em nome da Europa que os comanda. Somos pois lacaios da Europa, a honra de cumprir uma promessa eleitoral feita ao povo português nada vale para os senhores da Europa a quem o nosso governo precisa obedecer e honra já não lhe resta, tantas vezes tem sido perdida. Vergonha não têm: mantêm-se nos cargos por maiores que sejam as derrotas. Como vai agora Mário Lino levar para a frente este projecto que tanto desprezava e abominava?)

Sócrates veio dar a cara e tentou justificar a mudança de planos do governo em relação à ideia de construir o novo aeroporto de Lisboa em Alcochete mas já não conseguiu ser credível. Vendo bem ele mete os pés a falar, como se preparasse as melhores palavras para elaborar um discurso no qual ele próprio não acredita. Atrapalha-se, é trapalhão, tenta dissimular as trapalhadas, corrige-se mas não se emenda. Este voltar atrás vindo de quem vem cheira obviamente a tramóia. E se houvesse um plano para lançar a ideia de que o aeroporto era inevitavelmente para construir na OTA, mas já houvesse outro plano prévio de, a dada altura, localizar o aeroporto noutro sítio pré-determinado, que já ninguém pudesse contestar? Grandes negociatas: vendas de terrenos na OTA: tanto dinheiro! Compra e venda de terrenos na margem sul, tanto lucro! Quem vendeu uns? Quem comprou outros? Quantos mais negócios se vão ainda fazer à custa de um aeroporto por começar? Quem perdeu dinheiro? Quem vai ganhar com tudo isto? Seguir este rasto pode conduzir um dia à verdade.

Entretanto o melhor é apressar a coisa. Se não se despacharem com o aeroporto e não cumprirem os prazos a União Europeia já apareceu a berrar que não dá os fundos. O que quer dizer que o que é preciso é deitar mãos à obra, seja lá onde for o aeroporto, tem é que ir para a frente. Já sei qual vai ser a conversa: temos que cumprir os prazos, vai ser um destes ver se te avias.

Duas notícias bombásticas na mesma semana, assim se dividem os ânimos e as contestações para fazer passar ambas segundo a fórmula: duas graves medidas a dividir por duas polémicas mediáticas igual a uma só contestação e ficam tiradas duas hienas da cartola de uma vezada. Só que desta vez topou-se demasiado a farsola pois o truque é velho, as hienas perigosas postas à solta e os tratantes não são mágicos, são charlapalhões.

Ora o povo português faz-se de parvo mas não é parvo. Já viu que baixar o deficit só significa mais aumentos para ele pagar. E já nem se lembra de quantos ministros já ouviu decretar o fim da crise. Por isso já não acredita em nada nem em ninguém, nem na sua própria vontade de se revoltar. As medidas tomadas não são para agora, são para dar frutos no futuro, disse o ministro à malta que vive no presente.

quinta-feira, janeiro 03, 2008

G'ANDA ASAE!

A ASAE tem sido vítima de muita mentira injusta e já apareceu a queixar-se disto mesmo (ver a “desmistificação dos mitos”, Revista Visão, nº. 773, p. 79). Afinal a Bola-de-Berlim não tem o seu destino marcado, a menos que os malandros dos calcorreadores de praias não estejam dispostos a carregar uma arca frigorífica às costas; e os brindes do bolo-rei podem continuar a existir desde que não tenham nada a ver com o bolo-rei, pode vir em peças separadas para montar, caramba! (mas onde é que ainda há bolos-rei com brinde a não ser a fava?); e quanto às cores diferentes das facas, parece que podem ser uma azul clara, outra azul-bebé, outra azul escura e mais uma azul-celeste. Todos azuis: azuis-claros para um lado, azuis-escuros para outro. Mas não ouvi dizer que era mentira que por cada fatia cortada de fiambre ou queijo, tinha que se pôr uma etiqueta com a data e a hora. E sinceramente estes argumentos meio-parvos que estou agora neste momento a ouvir de um crânio como o do Pacheco Pereira, a dizer que quer os copos lavados, já me cheiram a demasiada estupidez argumentativa. Claro que deve haver inspecções para penalizar quem não lava os copos, mas daí até se proibir a venda de queijos caseiros e enchidos nas feiras, acho que vai toda a distância entre a estupidez e o bom senso. A ASAE está a exagerar porque deliberadamente não faz distinção entre o que é nojeira e tradição: acaba com tudo o que é genuinamente nosso, dá cabo da alimentação tradicional, tanta inocuidade tira-nos até as nossas defesas naturais e nacionais; hoje correr-se o risco de comer açorda sim mas de panrico. Uma vez vi um panrico sem côdea nem miolo a secar à minha frente logo que exposto ao ar, como se fosse uma estranha substância sobrenatural metamorfoseando-se. Por cima da ASAE há toda uma estratégia europeia, global, com o plano sinistro de exterminar o nosso vinho, produzido pelos viticultores portugueses, para nos fornecerem em troca vinho holandês, com aroma a tulipa murcha, ou vinho belga com o aroma dos cadáveres de crianças vítimas de pedofilia ou vinho chinamarquês. Nisto tudo o que mais me desespera é a falta de bom-senso de tudo isto.

E logo hoje aquela notícia do senhor presidente da ASAE apanhado com a boca na botija, no casino royale. Vem a velha polémica: serão os casinos realmente meros recintos fechados ou aqui o caso muda de figura? Uns apressados levantam o véu: casino é diferente, aquilo é antro de vício instituído, ganha-se muito com o charuto, ali pode-se, com certeza, quem o irá contestar, além disso os não fumadores não frequentam os casinos, será? E as bailarinas que levem com os fumos que são pagas para isso. Do outro lado o povo, feliz e contente por poder a continuar a ir ao estádio fumar o seu cigarro proibido e chamar nomes ao árbito para desabafar dos políticos. Eis a alegria dada ao povo de mão beijada, é ar livre não tem recinto desportivo fechado, toca a fumar ali para toda a gente ver, ali naquele futebol não entram proibições de fumar, benvindos ao clube. Diz que não era um cigarro e que ali ainda não estava proibido. Fosse lá o que fosse ardia e fazia fumarada, e não há fumo sem fogo, o senhor deu nas vistas, não por ser humano e fumador, mas por ser nem mais do que o presidente da ASAE. E logo agora, G’ANDA ASAE!

Também notei que na sequência da notícia do “apanhado” se falou nos clubes de fumadores que vão proliferando aqui e ali por essa Europa dos 27, noves fora nada. Não tardará a que apareçam clubes privados de tudo e mais alguma coisa, com as suas próprias normas fora-da-lei-que-os-próprios-criaram. Uns poderão continuar a fumar nos casinos, outros continuarão a fumar nos estádios, chouriços e queijos tradicionais serão vendidos no mercado negro. Vícios privados, públicas virtudes. Portugal sanado, deslavado, plastificado e embrulhado, fumando às escondidas pelos casinos.

Vem-me sempre à ideia o triunfo dos porcos (Animal Farm, Orwell) e a forma como os porcos ocuparam a casa do poder, bêbados que nem homens e a dizerem aos outros que todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais do que os outros.


quarta-feira, dezembro 19, 2007

Cimeira do Pai Natal

(...) Cada um que se vá safando como puder, é mesmo assim, não é? Tu fazes como os outros, fazes o que tens a fazer, votas à esquerda moderada nas sindicais, votas no centro moderado nas deputais, e votas na direita moderada nas presidenciais! Que mais querem eles, que lhes ofereças a Europa no Natal?! Era o que faltava! É assim mesmo, julgam que te levam de mercedes, ora toma, para safado, safado e meio, né filho? Nem para a frente nem para trás e eles que tratem do resto, os gatunos, que são pagos para isso, né? Claro! Que se lixem as alternativas, para trabalho já me chega. Entretém-te meu anjinho, entretém-te, que eles são inteligentes, eles ajudam, eles emprestam, eles decidem por ti, decidem tudo por ti, se hás-de construir barcos para a Polónia ou cabeças de alfinete para a Suécia, se hás-de plantar tomate para o Canada ou eucaliptos para o Japão, descansa que eles tratam disso, se hás-de comer bacalhau só nos anos bissextos ou hás-de beber vinho sintético de Alguidares-de-Baixo! Descansa, não penses em mais nada, que até neste país de pelintras se acha normal haver mãos desempregadas e se acha inevitável haver terras por cultivar! (...) entretém-te filho e vai para a cama descansado que há milhares de gajos inteligentes a pensar em tudo neste mesmo instante, enquanto tu adormeces a não pensar em nada, milhares e milhares de tipos inteligentes e poderosos com computadores, redes de policia secreta, telefones, carros de assalto, exércitos inteiros, congressos universitários, eu sei lá! (...)

sábado, dezembro 15, 2007

Tratado mais triste que Maastricht

Mais tristeza é o que eu sinto ao ver o povo ser passado para trás. Assistimos impávidos mas pouco serenos a este grave atentado dos governos dos estados europeus exercendo a sua soberba sobre os povos das nações. Somos arredados das malhas que tecem em conferências e cimeiras. Apenas nos chegam imagens fabricadas para não passarem disso mesmo. Muitos preferem distrair-se com a risada fácil das situações caricatas que também se passam. O povo gosta de ver aquelas personagens odientas fazerem figuras tristes diante das câmaras por que não hão-de elas fazer-lhe a vontade e ser levemente ridículas? Saltitantes governantes cometendo gaffes e deslizes, o lado cómico que lhes dá um toque humano de pequenos heróis que se prezumem por ficar numa História que eles próprios vão forjando. Aldrabões mentirosos, perigosos, nada os detem nas determinações muito mais que maquiavélicas. Aliás, Maquiavel posto ao lado na fotografia seria dos mais inofensivos congeminantes. Governates dissimulados na pressa do desespero. O vosso modelo económico é uma farsa, está DESESPERADO, ansioso por cair nas malhas da globalização que o há-de tragar. A globalização é a aranha e a vossa Europa o macho que há-de ser devorado no final da cópula. Vocês já sabem disto e são uns crápulas: querem o poder e encher os bolsos com o nosso trabalho. Encherem as mulas com os nossos produtos tradicionais proibindo o seu consumo ao comum dos mortais. A vossa gula e a vossa falta de esperança num futuro é ameaçadora para o mundo dos nossos filhos, dos nossos netos. Contemplem o mundo devastado e esgotado que o vosso rasto vai deixar. Caminham sonâmbulos na glória de mandar, arrastando-nos na vossa aventura financeira, numa rapinácia à escala global.
Mais um tratado que nos promete a falta de autonomia nas decisões políticas, um lugar subalterno na Europa, a perda de identidade dissimulada, a impossibilidade de assumir uma posição contrária às decisões da UE, a falta de qualquer tipo de segurança no emprego, na saúde, na educação dos nossos filhos. Querem educar os nossos filhos para ser lideres ou escravos (uns poucos lideres para muitos escravos!) e nós não queremos esse sistema de ensino e de profissionalização, nem nascer e morrer à beira de auto-estradas que vão para para lugar nenhum. Não queremos a desertificação que nos propõem nem ser minados pelos vossos produtos impuros e pelas vossas leis absurdas. Convosco todos os criminosos são absolvidos ou estão nos lugares de poder. Bandidos são os que nos roubam o nosso país e falsos caridosos os que nos querem levar a acreditar que estamos todos a ganhar alguma coisa com isso.
Sinto um grande asco por esses senhores do mundo que nos governam cada vez mais de cima. Tenho-lhes horror. São os tratantes que em secretismo e socretinismo aprovam os tratados que o povo não aprova, e que vêm depois mostrar aos olhos do povo as suas cerimónias assinando tratados cuja finalidade o povo desconhece por não poder ser por ele compreendida. Imaginem se o povo pudesse compreender que determinado tratado em nada o favorece, antes pelo contrário. Ousarem chamar a um tratado desses "Tratado de Lisboa" seria já uma afronta, motivo para uma movimentação popular. Um tratado que não se pode compreender porque, se fosse realmente compreendido, o povo saía logo para as ruas a dizer que não o queria. A sua aprovação sem o referendo dos povos europeus, será o derradeiro atentado dos chefes dos estados à democracia, em nome de Lisboa.
Que tramas se podem albergar num texto de 10 kg., intragável? Terá Sócrates alguma vez lido o texto do tratado? E se ele nos disser que leu e que é bom para nós, alguém mais vai acreditar em mais essa peta?

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Cimeira UE-África: Extra Ordinária

Sócrates diz que a Cimeira UE_África foi "verdadeiramente extraordinária".

Desta vez tendemos a concordar: aquilo foi mesmo extra ordinário; e isto porque tinha gente ordinária dos dois lados (UE/África) e porque os acordos comerciais firmados também foram uma negociata verdadeiramente extra ordinária.

Que conclusões tirar?

Fica provada a teoria de que alguns negros são mais inteligentes do que alguns brancos (nós, por exemplo que aceitamos tudo que vem da UE como se fosse uma coisa boa; eles não, alguns viram logo que aqueles negócios não os iam beneficiar em nada, antes pelo contrário).

Comprova-se o facto de que corruptos tantos os há aqui na europa (e portugueses, para nossa vergonha!) como em África (bués!).

Conclui-se que enquanto nos ocupávamos a seguir atentamente os preparativos para este Carnaval (onde a queen foi o Kadhafi!), o ministro do trabalho ia lá por fora assinando uns papéis que pareciam mesmo dar o ok à Flexigurança (criticam eles estes!). Verifica-se que por mais que gritemos aos ouvidos da UE e do governo Sócrates que a Flexigurança não nos serve, mais orelhas mocas eles fazem, aprovando-a à nossa revelia. Foi para isto que a maioria dos portugueses votaram no PS? Será que para a próxima ainda vão voltar a votar? Agora imaginem em vez do Sócrates termos lá o Durão e a Ferreira Leite ou outro igual de calças... alguma coisa certamente mudaria... para pior! Venha o diabo e escolha!

Concluo que já nem a cara de preto quero pintar, quando vejo os nossos compatriotas a pagar a festa para os crápulas europeus fazerem negociatas com os crápulas africanos. 10 milhões de euros, a décima parte da ajuda que podiam realmente dar às desgraçadas populações africanas infectadas com SIDA e moribundas. Se cada um desse uma parte ainda sobrava muito dinheirinho para outras ajudas necessárias. E não posso deixar de sentir muita vergonha por assistir contemporaneamente a este filme, exibido como se fosse a glória nacional do momento. Tenho vergonha, mas não pintaria a minha cara de negro, antes insistiria em os envergonhar publicamente, se fosse os Gato Fedorento ou o Kaos. Pudesse eu mostrar-lhes um espelho assim tão real, tão evidente que o humor logo capta!

domingo, dezembro 09, 2007

Concílio de Tratantes

"Porreiro, pá!"

Projecto do chamado "Tratado de Lisboa" (para ler aqui)


sexta-feira, outubro 26, 2007

COMUNICADO AIT


Comunicado

do

Acordo Internacional dos Trabalhadores e dos Povos (AIT)

(de 22 de Outubro de 2007)

Não ao novo Tratado europeu!

Na noite de 18 para 19 de Outubro, os 27 chefes de Estado e de Governo dos países da UE adoptaram um novo tratado europeu, designado por «Tratado de Lisboa».

Dois anos e meio depois da rejeição, pelos povos francês e holandês, do projecto de Constituição europeia, os dirigentes da União Europeia acabam de adoptar um tratado que retoma o essencial do que constava desse projecto.

É uma verdadeira negação da democracia.

Tal como o projecto rejeitado de Constituição europeia, o novo Tratado de Lisboa confirma e acentua todos os artigos dos tratados anteriores (Roma, Maastricht, Amsterdam e Nice)

e, nomeadamente:

O artigo sobre o mercado interior e a livre circulação das mercadorias, das pessoas, dos serviços e dos capitais, em nome do qual são editadas todas as directivas europeias de privatização dos serviços públicos (Correios, Telecomunicações, Electricidade, Gás, Caminhos-de-ferro), transpostas em seguida para todos os países da Europa;

O artigo sobre a proibição dos subsídios do Estado, que torna ilegais todas as ajudas financeiras a serviços públicos ou empresas, impedindo desse modo qualquer (re)nacionalização;

O artigo sobre os défices públicos excessivos, em nome dos quais – em toda a Europa – os governos têm asfixiado todos os orçamentos do sector público, diminuído brutalmente as despesas de saúde e aumentado a idade de passagem à aposentação.

Tal como o projecto rejeitado de Constituição europeia, o novo Tratado de Lisboa reforça o carácter supranacional das instituições da União Europeia, nomeadamente:

- Pela instauração de um Presidente da União Europeia, cujo mandato pode durar 5 anos, em vez da actual Presidência rotativa semestral;

- Pelo reforço dos poderes do Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros:

- Pelo reforço da subordinação à NATO;

- Pelo reforço das prerrogativas do Banco Central Europeu.

Tal como o projecto rejeitado de Constituição europeia, o novo Tratado de Lisboa pretende negar qualquer soberania às nações europeias e aos seus povos, para poder ir até fim do desmantelamento de todas as conquistas sociais e democráticas existentes.

Contra esta negação da democracia, militantes de doze países da Europa lançaram um apelo para dizer:

Não ao novo Tratado europeu!

Revogação de todos os tratados!

Revogação do Tratado de Maastricht-Amesterdão,

Defesa e reconquista dos direitos e garantias

contidos nas legislações de cada um dos nossos países!

A 2 e 3 de Fevereiro de 2008, realizar-se-á uma Conferência de delegados dos signatários desta Apelo, para ajudar a «construir, à escala de cada um dos nossos países e à escala de toda a Europa, uma única frente – constituída pela unidade de todos os trabalhadores com as suas organizações – para reconquistar as prerrogativas democráticas que são a base da soberania dos povos» e para ajudar a «preservar a existência das nossas organizações sindicais».

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