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domingo, junho 15, 2008

Pessoa combatente


O Estado está acima do cidadão, mas o Homem está acima do Estado... combater sempre e em toda a parte... a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania

Fernando Pessoa

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Ficaram admirados? Eu não!

Governo promove crianças em leasing

22 | 01 | 2008

(…) No leasing, pelo menos, há no final uma opção de «retoma», enquanto que esta lei deixa bem claro que a família de acolhimento é paga para prestar um serviço (chamam-lhe mesmo «Contrato de Prestação de Serviço»), e que no dia em que o Estado revoga o acordo, ponto final. A ilusão (se é que existe) de que com estas regras se pode ajudar uma criança a crescer e a confiar no mundo, é de fazer chorar. Será que não é mais do que uma forma demagógica do Governo «cumprir» a sua promessa de tirar 25% das 12 mil crianças institucionalizadas de lá, sem olhar a meios?
(…)

Confesso que entrei em estado de choque por alturas do artigo 14.º, em que o Estado, zeloso, frisa que o acolhimento deve ser preferencialmente exercido a título de actividade profissional exclusiva. Ou seja, a mãe de acolhimento não pode trabalhar como uma mãe «normal», porque tratar daquelas crianças não é uma missão, um prazer, mas um emprego. Ao estilo daqueles que vemos em autocolantes nas caixas Multibanco, e que dizem, «Ganhe dinheiro sem sair de casa!».

(…)

Tendo em conta que há 6 mil crianças em situação de acolhimento, e que em média permanecem seis anos na família, talvez entenda porque fiquei com os cabelos eriçados quando cheguei ao artigo 33.º, intitulado «Preparação para a saída». Esta preparação, diz a lei, deve «efectuar-se com a antecedência adequada, em regra, não inferior a um mês». Depois de ali estar toda, metade ou um terço da sua vida (divisões em base 18, idade da maioridade), considera-se perfeitamente «adequado» obrigá-la a saltar dali, no espaço de um mês, ou menos.

(…)

A loucura continua. Após termo da medida», diz a lei, a família de acolhimento poderá «continuar a relacionar-se com a criança, sempre que a equipa técnica o tiver por conveniente e a família natural a tal não se oponha!». É como se nada tivesse acontecido entre acolhedores e acolhidos, que todas as partes estavam avisadas que «aquilo» não passava de um serviço. Decididamente, a moral desta lei só pode ser uma: «Se foi apurado, é a última pessoa a quem uma criança deve ser entregue». Quanto ao decreto em si, proponho a incineração imediata. (
ler tudo)

Isabel Stilwell | editorial@destak.pt

domingo, junho 17, 2007

Vivemos hoje com que democracia?


Democracia (hoje inexistente)

“democracia” (hoje existente)



O Poder


- Emana da Comunidade (do Povo da Nação)

- Subordina-se à Comunidade


- Emana de minorias instaladas e usurpadoras, internas e/ou externas

- Subordinado ao poder da Alta Finança/do grande Capital



Legalidade formal


- Império da Lei e da Justiça


- Leis que promovem e protegem o Bem Comum


- Impõe leis que promovem os interesses de minorias instaladas

- Leis contrárias ao Bem Comum

Legitimidade histórica, cultural, moral e ética


- Legítima

- Promove a Verdade, os Valores e a Saúde do Povo


- Ilegítima

- Opera com base na Força e Hipocrisia com meias verdades e discursos duplos

Objectivos




- Promove o Bem Comum



- Defende o Interesse Nacional

- Corroer e destruir o Bem Comum

- Debilitar o Estado como instrumento de governo da Nação


Subordinada

a


À Vontade do Povo


Os interesses e objectivos das minorias





Função


Permitir/promover que os melhores elementos sociais integrem o Governo que reja o Estado nos seus três níveis (Nacional, Regional, Municipal) e nos seus três âmbitos (Executivo, Legislativo e Judicial)


Garantir que, por serem facilmente controláveis, os piores elementos sociais ocupem os lugares-chave do Estado. Operar segundo um oportunismo crasso, independentemente de toda a ideologia partidária ou mesmo se se trata de civis ou militares

Assim temos políticos servis desde a esquerda “progre” até à direita “conservadora”


Instrumentos executivos


O conjunto de organizações representativas da Comunidade:

- associações profissionais, docentes e universitárias;

- Câmaras empresariais, federações e cooperativas;

- grémios, ligas de consumidores e donas de casa;

- partidos políticos, associações de bairro

- outras

Monopolização de todo o poder político formal pelos partidos políticos, normalmente controlados pelo Poder do Dinheiro.


Comunicação Social


Uso equilibrado, democrático e responsável dos meios de difusão


Monopólio informativo subordinado ao Poder da Alta Finança/do Grande Capital


Funções do Estado


Soberanas: representam e executam a Vontade Popular


Gerenciadoras: subordinadas ao Poder do grande Capital


Poderes do Estado:


- Executivo

- Legislativo

-Judicial




- Executa a favor do Interesse Nacional


- Legisla a favor do Bem Comum


- Justiça Independente



- Gerenciador de interesses sectários


- Legisla a favor do Poder do Capital


- Subordinado aos poderosos de momento


Filtros sociais


Altamente objectivos. A progressão e acesso dos cidadãos aos cargos de poder baseia-se no seu mérito, talento, empenho, ética, probidade, idoneidade para a função, antecedentes e capacidade demonstrada


Altamente arbitrários. A progressão e o acesso dos cidadãos aos cargos de poder baseia-se no amiguismo/compadrio, dinheiro, contactos, nepotismo, “esperteza” saloia, cobardia, permeabilidade à subordinação aos grupos de poder e inserção social.


Copiado e traduzido de um blog a visitar: o Bitácora Pi

quarta-feira, junho 13, 2007

Luisa sobe que sobe


O Estado é pessoa de bem

Madalena Barbosa

Público, 2007-06-09


À Luísa só lhe ocorre uma solução: ou morre trabalhando, ou suicida-se quando passar à reforma. Que o diga Luísa. Ingénua, crente na bondade das gentes, dedicou-se de alma e coração a ser uma mulher como se dizia que as mulheres devem ser. Casou, procriou. Muito nova, juntou sete lindas crianças que tratou o melhor que sabia.

E tentou saber muito - leu os livros de puericultura, os tratados dos psicólogos, os artigos das revistas.

O 25 de Abril deu-lhe uma alma nova. Num ímpeto, juntou-se às multidões que gritavam por liberdade e igualdade. Só então notou que essa igualdade era para todos, não para todos e todas. Por isso fez da sua causa a causa das mulheres. Até 1978 esperou, com pouca paciência, que as leis da família mudassem. Mas mudaram. Foi-lhe então possível libertar-se de um casamento que a impedia de trabalhar. As crianças já iam à escola. Finalmente podia fazer algo mais que trabalhar em casa, ser uma pessoa autónoma, uma cidadã participativa. E conseguia dormir algumas noites seguidas, depois dos anos das amamentações, gravidezes, viroses, pesadelos das crianças.

Então teve a sorte (?) de arranjar um emprego no Estado. Como era espertinha (diziam), fez tudo como diz a cartilha: criou as crianças sozinha e, ao mesmo tempo, trabalhou, fez uma licenciatura, um mestrado, formação contínua. Não me perguntem como, mas ainda fazia militância política e social. Milagres de quem esteve muito tempo presa. Correu, subiu, sobe Luísa, sobe a calçada.

Claro que nesse tempo tinha pelo menos uma garantia: um emprego. Um futuro: uma reforma. Protecção nas doenças, suas e das crianças: ADSE. Nem lhe passaram pela cabeça estas coisas modernas de seguros de saúde ou poupanças-reforma (quem dera que o dinheiro chegasse ao fim do mês!). Confiava no seu contrato com o Estado, pessoa de bem, que lhe garantiria o futuro.

Competente, rápida, assumiu cargos de responsabilidade, serviu o seu país. Fez-se gente, com um certo orgulho de o ter conseguido. Agora é cidadã sénior. De repente, sente-se culpada - por sua causa, e de mais uns milhares, Portugal tem "uma população envelhecida". Por isso terá de trabalhar mais e receber menos, dizem-lhe. Se viver muito tempo, vai fazer com que as reformas sejam ainda menores. Provavelmente morrerá a trabalhar. Nunca comprou uma casa, o que quer dizer que corre o risco de acabar sem abrigo. A sua reforma nunca pagará uma renda em Lisboa.

Luísa faz parte do odiado funcionalismo público. Bode expiatório, vómito onde se despeja o fel e o ódio. A minha última consulta à blogoesfera deixou-me pasmada. Sim, despeçam-nos, tirem-lhes "regalias", tirem-lhes promoções - queimem-nos? A função pública passou a ser o boneco que se queima, a bandeira que se espezinha.

Será que estamos a assistir ao "dumping social"? Fazem-se previsões a 50 anos. E Luísa olha para 50 anos atrás, e será que se podia prever o que se passa hoje? Quantas variáveis na evolução social, política, científica? Mas isto digo eu, que vejo os economistas reverem as suas previsões quase todos os meses.

À Luísa só lhe ocorre uma solução: ou morre trabalhando, ou suicida-se quando passar à reforma. Só assim poderá ser uma boa cidadã. De qualquer forma, nem com os netos poderá brincar, pois estará trabalhando. E se se reformar, ficará mais pobre, mais doente e a contribuir para as estatísticas do "envelhecimento da população". Definitivamente o suicídio. O "pessoa de bem" de certeza que agradece, pois a vida das pessoas agora são números. E quem não produz nem consome não é gente.

Como se chama à entidade que faz um contrato e não o cumpre? Especialista em questões de género.

Enviado por um amigo

domingo, fevereiro 25, 2007

The happy few social status - Clara Ferreira Alves no seu melhor!

Ignore-se o povo porque nós vivemos muito acima dele. Nós somos seres iluminados e clarividentes. As nossas preocupações são muito mais grandiosas e realistas, regem-se e orientam-se por um Deus Milhão, todo poderoso. Sou uma rapariga material que vive num mundo material. Para que quero eu saber do povo paupérrimo, essa classe tão manifestamente insignificante, se o dinheiro é tudo o que importa?

Li este fim de semana, numa daquelas cartas de leitores do Expresso, um elogio rasgadíssimo à inteligência de Clara Ferreira Alves. Acabei agora de assistir ao Eixo do Mal e lá estava ela a defender acerrimamente que a OPA da Sonae, onde está o dinheirinho, como ela disse, é muito mais importante do que o encerramento das urgências médicas pelo país fora. Referiu que manifestações de trinta e tal pessoas não eram nada, que não era ali que se resolviam os problemas do país mas sim nos centros de decisão da União Europeia. Esta grande conclusão não deixa de ser verdadeira, do ponto de vista de uma dama burguesa, uma bisca, neste caso, que nunca deve ter precisado de pôr os pés numa urgência estatal. Das tais que noutros tempos, se quisesse fazer um aborto, iria não a Badajoz, porque mesmo aí era demasiado rasca para ela, mas para Londres ou para uma dessas capitais europeias onde ela se não está, já esteve. Esta senhora, não concebe a importância que estas pequenas coisas têm para as populações, para a populaça, até lhe ficaria mal discutir isso. Para ela são tudo coisas muito comezinhas, não é a resistência do povo que lhe interessa, não é a sua revolta por perder as poucas conquistas que ainda mantinha, o direito à saúde pública, o direito à educação... Para ela nada disto é importante, o que decide os destinos do país é onde está o pilim que nos irá sustentar mais tarde a segurança social, a saúde, a educação. O nosso ganha-pão futuro está pois em lhes prestar vassalagem, em lhes conceder toda a importância e em desprezar totalmente a vontade popular. Altos voos, portanto o desta grandessíssima burguesa, para quem a Nação deixou de ser importante, que se verga assim às forças do poder do pilim. Para gente desta o país já morreu, o povo cheira mal e, de resto, tudo se centra na sua brilhante pessoa, de horizontes mais largos, tudo se considera a partir do seu umbigo, o que acha realmente importante e o que não é digno de importância . A sua visão dos problemas produz-se através de umas palas tão abertas para os lados, que a jumenta se obstina em não considerar os problemas dos que estão ali a protestar no seu país, debaixo dos seus olhos. Esses são apenas o povo a quem ela não reconhece qualquer protagonismo significativo. Esta pedaça de asna, como outros hoje em dia, entrou em velocidade de cruzeiro, está muito além destes pequenos contratempos aqui no burgo onde nos vão acabando como direito à saúde pública, com a educação, com todas as conquistas com que nos íamos ainda afirmando como nação que tinha já alcançado um certo desenvolvimento de protecção social. Ela não pode enxergar que cada vez que essas comunidades perdem alguma dessas conquistas, sentem-se naturalmente lesadas, expropriadas. Ela não pode ter esse espírito de comunidade porque ela é um ser superior a tudo isso. Ela, a sua opinião, é a bandeira do individualismo bem sucedido e bem nutrido que não se pode jamais colocar na pele de um povo a perder todos os dias os seus direitos, nem pode levar a sério a sua luta e a sua revolta. Para ela o povo é uma ficção enquanto o pilim é uma realidade. Esta casta de intelectualóides ajudam a suster a destruição das nações que os imperialismos, pela via da globalização, estão a operar. Enquanto alardoarem que os nossos problemas se resolvem é nos píncaros da UE e não na rua com os cidadãos, estão a conformar-se e a confortar-se com essa realidade, enquanto menosprezam e desconsideram o poder popular. Que democracia defende esta gente? Uma pilimcracia? Que ideia têm da nação? A que povo pertencem?

A nação já não serve para servir a comunidade. O Estado prepara-se sim para sacar a propriedade que era de todos, passando esta a ser propriedade privada de uma empresa que, mesmo estatal, não deixa de ter a sua filosofia empresarial detentora dos bens que eram da comunidade. O encerramento de urgências e escolas é uma expropriação dissimulada da propriedade colectiva, que servia a todos e que o Estado vai convertendo em propriedade de empresas. É do conhecimento geral que uma empresa tem a função última de produzir lucro. A sua finalidade não será mais servir a comunidade, mas sim produzir lucro e, se um dia essas empresas estatais não cumprirem o objectivo do lucro, quem impedirá o governo de as vender a privados? Quando isso acontecer – e os acontecimentos agora sucedem-se muito rapidamente como nas novelas – , as pessoas do estatuto sócio-económico desta comentadora de serviço, continuarão a pagar do seu bolso os seus bons médicos e as suas boas escolas. E nem sequer darão grande importância a serem um cada vez menor número de happy few no meio de tanto povo descontente. Para elas esse status é um dado adquirido, uma questão de classe. Eles são especiais, têm um olho para constatar que o poder decisivo está nos detentores do pilim e a cegueira dessa maioria, de que não fazem parte, não os afecta nem um pouco porque eles são os iluminados e não se confundem com a ralé. É desta matéria que se constrói o que alguns consideram a grande inteligência das suas opiniões. E digam lá se isto não é cada vez mais uma luta de classes?


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