
Cordão - Chico Buarque
"Todo indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e idéias por qualquer meio de expressão."
O Wehavekaosinthegarden primeiro porque considero o Kaos genial por tudo e mais alguma coisa.
O “Outminder” porque o Outsider apesar de andar ausente foi durante muito tempo um visitante assíduo do Pafúncio e uma excelente pessoa que nem mesmo na sua ausência deixou de dar o seu apoio num momento bem difícil da minha vida pessoal;
O Apanha Moscas porque o Luikki é daquelas pessoas que não papam grupos e que certamente não arredam pé quando for mesmo preciso dar a cara e ir à luta.
E cedi a esta corrente (ÚLTIMA VEZ!) porque acredito que é possível conservar um amigo no coração toda a vida mesmo sem o ver ou mesmo conhecer pessoalmente;
Porque acredito que há cumplicidades preciosas do outro lado do mundo que nunca nos chegam a olhar nos olhos, a todo este cordão da amizade dedico um poema de um amigo muito querido que nunca conheci: o Chico Buarque.
Ninguém
Ninguém vai me segurar
Ninguém há de me fechar
As portas do coração
Ninguém
Ninguém vai me sujeitar
A trancar no peito a minha paixão
Eu não
Eu não vou desesperar
Eu não vou renunciar
Fugir
Ninguém
Ninguém vai me acorrentar
Enquanto eu puder cantar
Enquanto eu puder sorrir
Ninguém
Ninguém vai me ver sofrer
Ninguém vai me surpreender
Na noite da solidão
Pois quem
Tiver nada pra perder
Vai formar comigo o imenso cordão
E então
Quero ver o vendaval
Quero ver o carnaval
Sair
Ninguém
Ninguém vai me acorrentar
Enquanto eu puder cantar
Enquanto eu puder sorrir
Enquanto eu puder cantar
Alguém vai ter que me ouvir
Enquanto eu puder cantar
Enquanto eu puder seguir
Enquanto eu puder cantar
Enquanto eu puder sorrir
Chico Buarque - Sérgio Godinho
VouAmou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado
“Gosto não é critério de vida!” – afirmou-me um dia um dos melhores professores que tive. Era, é, de facto um bom professor, um mestre capaz de formular mais perguntas do que respostas e de transmitir o conhecimento, e que conhecimento, das culturas clássicas. E tenho pena que ele tenha certa razão quando diz que não é critério de vida, mas nunca consegui concordar com ele totalmente porque a minha experiência de vida diz-me o contrário. Há vezes em que o gosto é critério e o uso e o abuso dessa minha intuição não me tem deixado mal, antes pelo contrário. Bom seria que pudéssemos exercer mais vezes e sobre mais coisas esse qualitativo critério de vida mas, pelo menos exerçamo-lo nas artes que aí ninguém no-lo pode tolher.
Nunca fui daquelas pessoas que apuram o seu gosto num sentido, o tipo de amantes da arte muito selectivos e compartimentados. Pessoas que dizem só gostar de X ou de Y, deste ou daquele género musical. Costumam dizer que tudo o mais não presta, obstinando-se em conhecer tudo e saber tudo sobre determinado artista. Fecham-se ao conhecimento de outros artistas, só têm ouvidos para o que já conhecem e decretaram ser o melhor.
Normalmente tenho os ouvidos e o coração bem abertos a tudo o que aparece. Ou gosto logo, muitas vezes sem fazer a mínima ideia de quem é o artista, ou não gosto nada e está o caso arrumado, neste caso dificilmente venho a gostar. Mas há coisas que são imediatas e às vezes basta uma voz, uma forma de cantar, para me encantar. Foi o caso de JP Simões: ouvir, ver e gostar. E, quanto mais vejo e oiço, mais gosto. Por isso ontem vi repetidamente as poucas músicas que gravou e soube-me sempre a pouco porque conheço bem todo o disco e queria ter ouvido todas as músicas. E, pela sua presença, cada vez sinto mais vontade de o poder ver ao vivo, o que ainda só aconteceu uma vez, no CCB, integrando o projecto Wordsong/Al Berto.
Uma utopia é uma possibilidade que pode efectivar-se no momento em que forem removidas as circunstâncias provisórias que obstam à sua realização. (Robert Musil)
Não ao novo Tratado europeu!
Revogação de todos os tratados!
Revogação do Tratado de Maastricht-Amesterdão,
Defesa e reconquista dos direitos e garantias
contidos nas legislações de cada um dos nossos países!