quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Coaching the train

Hoje conheci uma profissão que até agora me era totalmente desconhecida. Chama-se coaching e curiosamente parece que está outra vez na moda, até mesmo cá em Portugal. O nome deve ter-se mantido por cá em inglês pela polissemia que o vocábulo transporta consigo (coach é simultaneamente “carruagem” – de um comboio – e “treinador”). Estes significados ligados a uma profissão podem soar bem estranhos, mas, obviamente existe uma explicação. O profissional de “coaching” entrevistado explicou que as suas funções são basicamente ouvir e fazer perguntas, nunca falar e muito menos dar respostas, isso já faz parte de outros pelouros. É uma espécie de psicólogo com conhecimentos de economia e de investimento. Como uma carruagem que apenas faz parte de um todo, ele ocupa um lugar intermédio entre quem tem dinheiro e não sabe exactamente o que lhe fazer, mas quer saber, e quem tem dinheiro mas está disposto a fazer ainda muito mais dinheiro. Pelo que entendi, o coaching não lhe diz claramente como investir o seu dinheiro da melhor maneira. Ele apenas se limita a estudar muito bem a sua psicologia e a perceber que tipo de pessoa realmente é e qual a sua atitude em relação a todo esse dinheiro que subitamente tem nas mãos. Depois, ao que parece faz-lhe um acompanhamento cerrado passando à fase das perguntas tipo: deseja investir o seu dinheiro na bolsa ou na banca? Donde se conclui que passa a ser um dado adquirido que você quer realmente investir o seu dinheiro. A pessoa que está na posse desse enorme capital disponível, sente ter o magnífico poder da escolha. Sente que a sua vontade impera. Ele é o dono do dinheiro, ele escolhe onde o investir. O coaching não lhe faz sombra, você continua convencido que é você quem manda no seu dinheiro. O coaching é uma espécie de treinador pessoal que, ao lhe fazer perguntas de escolha provavelmente pouco múltipla, o obriga a pensar, treinando assim a sua mente investidora que, com todo esse dinheiro, só pensa em formas depravadas de com esse dinheiro gerar mais dinheiro. Experiente, conhecedor dos mercados mas fingindo-se pouco agressivo, o coatching funciona como um orientador desinteressado, ou melhor, que o procura convencer que ele só está interessado e empenhado no sucesso do investidor e nada mais. O bom coaching é aquele que fica feliz com os seus sucessos, ou seja, o dinheiro de uns é a felicidade de outros que vivem como moscardos à volta dos que têm tanto dinheiro que não sabem o que lhe fazer. Pelo que eu entendi, ou me foi dado entender pela versão da entrevista com este coaching, ele não diz ao investidor exactamente o que ele há-de fazer com o dinheiro, ele faz, como o Sócrates filósofo, apenas perguntas que, suponho que da mesma forma socrática, levam o investidor a julgar que é ele quem chega às conclusões, o que requer um grande treino e muita lábia inquisitiva. Suponho também eu que, além de trabalharem para o investidor nessa espécie de aconselhamento psicológico de pendor economicista, muito provavelmente trabalham para várias instituições bancárias, companhias de seguro, empresas à cata de investidores, etc, que depois do investimento feito o devem compensar pelos bons serviços prestados, talvez receba a sua maquia no negócio. A mim parece-me que estamos em presença de mais uma nova casta de mamões de várias tetas, uma profissão que nasceu nos EUA (de que outra puta podia ter nascido?) e que agora volta a estar em grande revlevo aqui em Portugal, país falido mas florescente em novos-riquismos, concentrações de capitais e lavagens de dinheiro. Temos operariado!

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Matéria Poética I: Cancioneiro Joco-Marcelino de Natália Correia II

Batma(n)rcelíada

Sempre sôfrego do último modelo,
Pela batmania agora cego,
Deixa de ser taxista e eis que Marcelo,
Troca o volante por asas de morcego.
--------------------------------------------------
Batmaníaco bate Marcelo a asa
E, voando para o trono de Lisboa,
já em gula monárquica se abrasa
e ao PPM vai pedir a coroa.
--------------------------------------------------
Mas, ó vampírico afã de comer tudo!
Ao envergar de Batman o fato
Grossa partida prega-lhe esse entrudo
E mais parece Marcelo o Nosferatu.

domingo, fevereiro 25, 2007

The happy few social status - Clara Ferreira Alves no seu melhor!

Ignore-se o povo porque nós vivemos muito acima dele. Nós somos seres iluminados e clarividentes. As nossas preocupações são muito mais grandiosas e realistas, regem-se e orientam-se por um Deus Milhão, todo poderoso. Sou uma rapariga material que vive num mundo material. Para que quero eu saber do povo paupérrimo, essa classe tão manifestamente insignificante, se o dinheiro é tudo o que importa?

Li este fim de semana, numa daquelas cartas de leitores do Expresso, um elogio rasgadíssimo à inteligência de Clara Ferreira Alves. Acabei agora de assistir ao Eixo do Mal e lá estava ela a defender acerrimamente que a OPA da Sonae, onde está o dinheirinho, como ela disse, é muito mais importante do que o encerramento das urgências médicas pelo país fora. Referiu que manifestações de trinta e tal pessoas não eram nada, que não era ali que se resolviam os problemas do país mas sim nos centros de decisão da União Europeia. Esta grande conclusão não deixa de ser verdadeira, do ponto de vista de uma dama burguesa, uma bisca, neste caso, que nunca deve ter precisado de pôr os pés numa urgência estatal. Das tais que noutros tempos, se quisesse fazer um aborto, iria não a Badajoz, porque mesmo aí era demasiado rasca para ela, mas para Londres ou para uma dessas capitais europeias onde ela se não está, já esteve. Esta senhora, não concebe a importância que estas pequenas coisas têm para as populações, para a populaça, até lhe ficaria mal discutir isso. Para ela são tudo coisas muito comezinhas, não é a resistência do povo que lhe interessa, não é a sua revolta por perder as poucas conquistas que ainda mantinha, o direito à saúde pública, o direito à educação... Para ela nada disto é importante, o que decide os destinos do país é onde está o pilim que nos irá sustentar mais tarde a segurança social, a saúde, a educação. O nosso ganha-pão futuro está pois em lhes prestar vassalagem, em lhes conceder toda a importância e em desprezar totalmente a vontade popular. Altos voos, portanto o desta grandessíssima burguesa, para quem a Nação deixou de ser importante, que se verga assim às forças do poder do pilim. Para gente desta o país já morreu, o povo cheira mal e, de resto, tudo se centra na sua brilhante pessoa, de horizontes mais largos, tudo se considera a partir do seu umbigo, o que acha realmente importante e o que não é digno de importância . A sua visão dos problemas produz-se através de umas palas tão abertas para os lados, que a jumenta se obstina em não considerar os problemas dos que estão ali a protestar no seu país, debaixo dos seus olhos. Esses são apenas o povo a quem ela não reconhece qualquer protagonismo significativo. Esta pedaça de asna, como outros hoje em dia, entrou em velocidade de cruzeiro, está muito além destes pequenos contratempos aqui no burgo onde nos vão acabando como direito à saúde pública, com a educação, com todas as conquistas com que nos íamos ainda afirmando como nação que tinha já alcançado um certo desenvolvimento de protecção social. Ela não pode enxergar que cada vez que essas comunidades perdem alguma dessas conquistas, sentem-se naturalmente lesadas, expropriadas. Ela não pode ter esse espírito de comunidade porque ela é um ser superior a tudo isso. Ela, a sua opinião, é a bandeira do individualismo bem sucedido e bem nutrido que não se pode jamais colocar na pele de um povo a perder todos os dias os seus direitos, nem pode levar a sério a sua luta e a sua revolta. Para ela o povo é uma ficção enquanto o pilim é uma realidade. Esta casta de intelectualóides ajudam a suster a destruição das nações que os imperialismos, pela via da globalização, estão a operar. Enquanto alardoarem que os nossos problemas se resolvem é nos píncaros da UE e não na rua com os cidadãos, estão a conformar-se e a confortar-se com essa realidade, enquanto menosprezam e desconsideram o poder popular. Que democracia defende esta gente? Uma pilimcracia? Que ideia têm da nação? A que povo pertencem?

A nação já não serve para servir a comunidade. O Estado prepara-se sim para sacar a propriedade que era de todos, passando esta a ser propriedade privada de uma empresa que, mesmo estatal, não deixa de ter a sua filosofia empresarial detentora dos bens que eram da comunidade. O encerramento de urgências e escolas é uma expropriação dissimulada da propriedade colectiva, que servia a todos e que o Estado vai convertendo em propriedade de empresas. É do conhecimento geral que uma empresa tem a função última de produzir lucro. A sua finalidade não será mais servir a comunidade, mas sim produzir lucro e, se um dia essas empresas estatais não cumprirem o objectivo do lucro, quem impedirá o governo de as vender a privados? Quando isso acontecer – e os acontecimentos agora sucedem-se muito rapidamente como nas novelas – , as pessoas do estatuto sócio-económico desta comentadora de serviço, continuarão a pagar do seu bolso os seus bons médicos e as suas boas escolas. E nem sequer darão grande importância a serem um cada vez menor número de happy few no meio de tanto povo descontente. Para elas esse status é um dado adquirido, uma questão de classe. Eles são especiais, têm um olho para constatar que o poder decisivo está nos detentores do pilim e a cegueira dessa maioria, de que não fazem parte, não os afecta nem um pouco porque eles são os iluminados e não se confundem com a ralé. É desta matéria que se constrói o que alguns consideram a grande inteligência das suas opiniões. E digam lá se isto não é cada vez mais uma luta de classes?


sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Homenagem a José Afonso (1929-1987...)


Zeca Afonso : Utopia

Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
Gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo, mas irmão
Capital da alegria

Braço que dormes
nos braços do rio
Toma o fruto da terra
É teu a ti o deves
lança o teu desafio

Homem que olhas nos olhos
que não negas
o sorriso, a palavra forte e justa
Homem para quem
o nada disto custa
Será que existe
lá para os lados do oriente
Este rio, este rumo, esta gaivota
Que outro fumo deverei seguir
na minha rota?

UE e Iniciativa no Sector da Saúde - Participa no Debate!


A situação na Europa e iniciativa europeia no sector da saúde

(Sede do POUS, domingo, 25 de Fevereiro, às 16 h)


Vai ser efectuado um debate a partir dos relatórios feitos por delegados ao 6º Congresso mundial da IVª Internacional, vindos dos países da UE, da ex-URSS (Rússia e Ucrânia) e da Europa do Leste, que permite responder às questões:

- O que é a União Europeia (UE), e onde é que ela assenta?

- Está a UE na sua maior crise de sempre, como afirmam muitos analistas políticos? E porquê?

- O que se passa nos países da ex-URSS?

- Que análise, que reflexão, fazem os trabalhadores e militantes destes países?

- Será possível unificar a resistência dos trabalhadores e dos povos de todos os países da Europa, para preservar as conquistas sociais e democráticas conseguidas com a vaga revolucionária surgida a seguir à 2ª Guerra mundial – no quadro da maioria dos países da Europa ocidental – e também na Península Ibérica, após a Revolução do 25 de Abril de 1974?

- Será possível perspectivar uma união livre dos povos europeus soberanos, assente na cooperação e não na competitividade?

- Que intervenção têm nos países europeus os militantes organizados na IVª Internacional?


Neste debate iremos centrar a nossa discussão sobre o que se está a passar na União Europeia. Num segundo debate aprofundaremos o que se passa na ex-URSS e países da Europa do Leste.


Participa e traz outra(o) amiga(o) também.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

JP Simões - Vi e gostei!

Ontem acordei ao som de JP Simões. Era uma gravação ao vivo, para a Sic Notícias apresentar, como apresentou, ao longo desse dia. Vi de manhã, vi à noite e voltei a acordar de um leve sono, para o ouvir pela madrugada. E sim, eu sou de paixões assim arrebatadas pelos músicos que realmente me caem no gosto. Tenho paixão por Chico Buarque e, não posso deixar de ver com bom grado alguém do meu país a seguir-lhe as passadas. Nem é bem isso, porque não me parece que a personalidade se fique pela cópia, é mais uma influência forte confessada, uma muito boa influência, a meu ver. Não é a única. JP revela-se um excelente intérprete de José Mário Branco, outra das minhas velhas paixões, que mais do que nunca não pode ser esquecida. E tem outra coisa: JP não se coíbe de colher uma influência declarada da música brasileira, que eu tanto gosto, que tão bem lhe assenta. Quanto ao seu percurso, tenho gostado de tudo onde tem tocado: Pop Dell Arte, Belle Chaise, Quinteto Tati, Wordsong, e agora a solo.

“Gosto não é critério de vida!” – afirmou-me um dia um dos melhores professores que tive. Era, é, de facto um bom professor, um mestre capaz de formular mais perguntas do que respostas e de transmitir o conhecimento, e que conhecimento, das culturas clássicas. E tenho pena que ele tenha certa razão quando diz que não é critério de vida, mas nunca consegui concordar com ele totalmente porque a minha experiência de vida diz-me o contrário. Há vezes em que o gosto é critério e o uso e o abuso dessa minha intuição não me tem deixado mal, antes pelo contrário. Bom seria que pudéssemos exercer mais vezes e sobre mais coisas esse qualitativo critério de vida mas, pelo menos exerçamo-lo nas artes que aí ninguém no-lo pode tolher.

Nunca fui daquelas pessoas que apuram o seu gosto num sentido, o tipo de amantes da arte muito selectivos e compartimentados. Pessoas que dizem só gostar de X ou de Y, deste ou daquele género musical. Costumam dizer que tudo o mais não presta, obstinando-se em conhecer tudo e saber tudo sobre determinado artista. Fecham-se ao conhecimento de outros artistas, só têm ouvidos para o que já conhecem e decretaram ser o melhor.

Normalmente tenho os ouvidos e o coração bem abertos a tudo o que aparece. Ou gosto logo, muitas vezes sem fazer a mínima ideia de quem é o artista, ou não gosto nada e está o caso arrumado, neste caso dificilmente venho a gostar. Mas há coisas que são imediatas e às vezes basta uma voz, uma forma de cantar, para me encantar. Foi o caso de JP Simões: ouvir, ver e gostar. E, quanto mais vejo e oiço, mais gosto. Por isso ontem vi repetidamente as poucas músicas que gravou e soube-me sempre a pouco porque conheço bem todo o disco e queria ter ouvido todas as músicas. E, pela sua presença, cada vez sinto mais vontade de o poder ver ao vivo, o que ainda só aconteceu uma vez, no CCB, integrando o projecto Wordsong/Al Berto.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Dez coisas a fazer para ajudar a combater o aquecimento global

"Dez coisas a fazer" foi o alerta lançado pelo Oceanário para ajudar a combater o aquecimento global:


01 - Mudar uma lâmpada - substituir uma lâmpada normal por uma lâmpada fluorescente poupa 68 kg de carbono por ano;

02 - Conduzir menos - caminhar, andar de bicicleta, partilhar o carro ou usar os transportes públicos com mais frequência. Poupará 0,5 kg de dióxido de carbono por cada 1,5 km que não conduzir!

03 - Reciclar mais - pode poupar 1000 kg de dióxido de carbono por ano reciclando apenas metade do seu desperdício caseiro;

04 - Verificar os pneus - manter os pneus do carro devidamente calibrados pode melhorar o consumo de combustível em mais de 3 %. Cada 4 litros de combustível poupado retira 9 kg de dióxido de carbono da atmosfera!

05 - Usar menos água quente - aquecer a água consome imensa energia. Usar menos água quente instalando um chuveiro de baixa pressão poupará 160 kg de CO2 por ano e lavar a roupa em água fria ou morna poupa 230 kg por ano;

06 - Evitar produtos com muita embalagem - pode poupar 545 kg de dióxido de carbono se reduzir o lixo em 10 %;

07 - Ajustar o termostato - acertar o termostato apenas dois graus para baixo no Inverno e dois graus para cima no Verão pode poupar cerca de 900 Kg de dióxido de carbono por ano;

08 - Plantar uma árvore - uma única árvore absorve uma tonelada de dióxido de carbono durante a sua vida;

09 - Seja parte da solução - aprenda mais e torne-se activo em www.climatecrisis.net

10 - Espalhe a mensagem! - incentive os amigos a ver " Uma Verdade inconveniente"

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Matéria Poética I: Cancioneiro Joco- Marcelino (1) de Natália Correia

Gentileza wehavekaosinthegarden

Marcelo e as Tágides
-------------------------------------------------

Marcelo, em cupidez municipal

de coroar-se com louros alfacinhas,

atira-se valoroso - ó bacanal!
-
ao leito húmido das Tágides daninhas. -------------------------------------------------
Para conquistar as Musas de Camões
lança a este, Marcelo, um desafio:

jogou-se ao verso o épico? Ilusões!...
Bate-o o Marcelo que se joga ao rio.

----------------------------------------------
E em eleitorais estrofes destemidas,

do autárquico sonho, o nadador

diz que curara as ninfas poluídas

com o milagre do seu corpo em flor.

-----------------------------------------------

Outros prodígios - dizem - congemina:

ir aos bairros da lata e ali, sem medo,
dormir para os limpar da vil vérmina

e triunfal ficar cheio de pulguedo.
-----------------------------------------------
Por fim, rumo ao céu, novo Gusmão

de asa delta a fazer de passarola

sobrevoa Lisboa o passarão

e perde a pena que é da galinhola.

------------------------------------------------

(1) In O Corvo, jornal de campanha eleitoral autárquica da Coligação por Lisboa. Nov/Dez de 1989.
Postado n' O Pafúncio em Março de 2006

Convite para a 4ª Sessão Participativa da Revisão de Oeiras XXI

Exmos. Senhores

QUERCUS - Assoc. Nacional de Conservação da Natureza

A Câmara Municipal de Oeiras, através do Gabinete de Desenvolvimento Municipal e com o apoio de uma equipa externa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, está a proceder à revisão da Agenda 21 Local de Oeiras ("Oeiras XXI"), para avaliar e redefinir os objectivos estratégicos e o programa de acção, no sentido de conduzir Oeiras na via do desenvolvimento sustentável, em todas as suas vertentes: ambiental, económica, social, territorial e de governância.

Este processo de revisão é suportado por um conjunto de Sessões Participativas, nas quais o envolvimento directo das entidades que actuam na área temática abordada, para além da própria divulgação que poderão fazer junto dos seus parceiros locais, são de todo o interesse. As primeiras Sessões tiveram lugar nos dias 23 de Novembro de 2006, 14 de Dezembro de 2006 e 25 de Janeiro de 2007, com uma elevada participação e com um conjunto de resultados muito interessantes, que são divulgados através da página Internet da CMO.

Vimos, assim, deixar um convite directo à participação na 4ª Sessão, que terá lugar no dia 23 de Fevereiro de 2006, das 14:00h às 17:30h, no Pequeno Auditório da Estação Agronómica Nacional (Quinta do Marquês - Oeiras), dedicada à temática "Governação e Participação", onde a vossa experiência, conhecimentos e perspectivas seriam da maior relevância.

Aproveitamos para solicitar que esta iniciativa seja divulgada a todos os V. colaboradores, podendo, para mais informação sobre o enquadramento e resultados até à data do Processo de Revisão de Oeiras XXI, ser igualmente consultada a página Internet da CMO.

Ficamos ao dispor para qualquer informação ou esclarecimentos adicionais, agradecendo que nos façam chegar as inscrições para participação na Sessão através dos seguintes contactos: telefone 214408585, e-mail revisao.oeirasxxi@cm-oeiras.pt.

Com os melhores cumprimentos,

Maria de Lourdes Poeira

Directora do GDM

domingo, fevereiro 18, 2007

E não é que chegou mesmo o Ano do Porco?

Dedico este post a Mr. Bush
e a todos os porcos
cujo destino não escolheu dia nem hora,
apenas se tornaram

Porque me hei-de preocupar com o Ano do Porco que hoje começa lá para as bandas da China? Dizem eles que melhor que o Porco só mesmo o Dragão. E continuam ao fim destes milénios todos tão supersticiosos que querem por força povoar a China de Porcos, à falta de Dragões. Para eles ter um filho nascido no Ano do Porco é um bom augúrio, sinal de prosperidade para a família. Para nós nascerem assim de repente ainda mais chineses para acrescentar aos milhentos que já existem, é um azar, sinal de que a população mundial continua a aumentar a um ritmo que ninguém controla e cada vez mais parece não haver recursos para todos. Mais localmente falando, por aqui estamos pouco satisfeitos com a última década de porcaria que transformou o nosso país na pocilga que hoje é e continuamos a não querer viver na Porcalhota.
Na verdade não consigo achar grande piada ao Ano do Porco. Para mim porco só como manjar. Talvez por cá estejamos já um pouco fartos de tanto porco que temos. Ou talvez eu continue um pouco traumatizada pelo triunfo dos porcos e tenha receio que apareça sempre mais um. E aparece. Mas acho deveras incrível aquela sabedoria chinesa tão materialista que diz Ching Toing vamos fazer o nosso filho agora para que ele nasça no Ano do Porco e possa vir a ser um homem de sucesso. E ching toing, lá vão eles fazer o tal filho com os requintes de malvadez dos fundos de certas chávenas chinesas. Já repararam que os chineses são muito metidos consigo mesmos, muito clã, muito não plecebo patavina do que dizes mas digo que sim a tudo com a cabeça pode ser que comples mais coisas, com as devidas excepções. A mim faz-me uma certa confusão todo aquele bric-à-brac. Imaginem os chineses a abrir lojas e mais lojas por todo o mundo só para se verem livres de toda aquela tralha que produziram a mais… e de repente descobrem o negócio da china, a venda global e maciça de quinquilharia que a nós nos parece tão barata, tão barata… e no entanto, para todos aqueles que trabalharam muito mais do que deviam, em condições inumanas, sem direitos nem dignidade, a sua produção saiu-lhes bem cara, tendo mesmo por vezes custado anos de infância, ou mesmo uma infância perdida.
Mas nós geralmente não pensamos nisso quando procuramos nessas lojas o objecto para usar e deitar fora que queremos adquirir exactamente para esse fim, usar e deitar fora, mas pagando pouco. E até achamos divertido entretermo-nos assim a badalar o signo em chinês. Eu sou Serpente. E tu o que és? Explicamos condescendentes aos que não sabem o seu signo chinês. Com um ar muito sabedoresclarecemos que é o ano do nascimento que conta. Mas por cá, se alguém diz ser Porco não conseguimos disfarçar um certo olhar trocista, às vezes até não evitamos a gargalhada. Talvez os porcos por cá não sejam tão considerados… mas a verdade é que chegam a autarcas, a ministros e até a presidentes. Sorte deles ou azar o nosso?

Mapas de guerra

sábado, fevereiro 17, 2007

AMI - Campanha

AMI
promove recolha de Tinteiros, Toners e Telemóveis
nas Estações de Correios e nas Juntas de Freguesia

Tendo o Homem como centro de todas as suas preocupações, a AMI não pode ficar indiferente aos problemas ambientais que ocorrem no nosso planeta.


É nossa intenção ter um papel participativo na tentativa de minorar os efeitos nefastos deste flagelo mundial. Assim, a AMI tem vindo a apostar em projectos ambientais desde 1996, primeiro com a Campanha de Reciclagem de Radiografias, que revelou ser um sucesso e, mais recentemente, com o Projecto de Reciclagem de Tinteiros, Toners e Telemóveis.


Cabe principalmente à sociedade civil o papel de dar viabilidade a estes projectos ambientais e humanitários.


É por esta razão que nos dirigimos a si, apelando à sua participação. Para participar:

  • Entregue os seus tinteiros, toners e telemóveis nas Estações de Correios e nas Juntas de Freguesia aderentes.
  • Receba contentores de recolha na sua empresa, serviço, escola ou estabelecimento comercial. Basta que preencha o formulário anexo.
  • Ajude-nos a divulgar esta iniciativa, encaminhando este e-mail para os seus contactos.

Na expectativa da sua participação neste projecto, gostaríamos de lembrar que é graças a acções como esta, que a AMI tem conseguido ao longo dos últimos 22 anos desenvolver o seu trabalho humanitário, médico e social, tanto a nível nacional como internacional.

Em nome de todos aqueles que irão beneficiar com os resultados deste projecto, muito obrigado.

A Fundação AMI

Dê. Vai ver que não dói nada.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Amazónia para sempre

Assine aqui o Manifesto
Divulgue no seu blog

CARTA ABERTA DE ARTISTAS BRASILEIROS
SOBRE A DEVASTAÇÃO DA AMAZÔNIA

Acabamos de comemorar o menor desmatamento da Floresta Amazônica dos últimos três anos: 17 mil quilômetros quadrados. É quase a metade da Holanda. Da área total já desmatamos 16%, o equivalente a duas vezes a Alemanha e três Estados de São Paulo. Não há motivo para comemorações. A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas presta serviços ambientais importantíssimos ao Brasil e ao Planeta. Essa vastidão verde que se estende por mais de cinco milhões de quilômetros quadrados é um lençol térmico engendrado pela natureza para que os raios solares não atinjam o solo, propiciando a vida da mais exuberante floresta da terra e auxiliando na regulação da temperatura do Planeta.

Depois de tombada na sua pujança, estuprada por madeireiros sem escrúpulos, ateiam fogo às suas vestes de esmeralda abrindo passagem aos forasteiros que a humilham ao semear capim e soja nas cinzas de castanheiras centenárias. Apesar do extraordinário esforço de implantarmos unidades de conservação como alternativas de desenvolvimento sustentável, a devastação continua. Mesmo depois do sangue de Chico Mendes ter selado o pacto de harmonia homem/natureza, entre seringueiros e indígenas, mesmo depois da aliança dos povos da floresta “pelo direito de manter nossas florestas em pé, porque delas dependemos para viver”, mesmo depois de inúmeras sagas cheias de heroísmo, morte e paixão pela Amazônia, a devastação continua.

Como no passado, enxergamos a Floresta como um obstáculo ao progresso, como área a ser vencida e conquistada. Um imenso estoque de terras a se tornarem pastos pouco produtivos, campos de soja e espécies vegetais para combustíveis alternativos ou então uma fonte inesgotável de madeira, peixe, ouro, minerais e energia elétrica. Continuamos um povo irresponsável. O desmatamento e o incêndio são o símbolo da nossa incapacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema amazônico e como tratá-lo.

Um país que tem 165.000 km2 de área desflorestada, abandonada ou semi-abandonada, pode dobrar a sua produção de grãos sem a necessidade de derrubar uma única árvore. É urgente que nos tornemos responsáveis pelo gerenciamento do que resta dos nossos valiosos recursos naturais.

Portanto, a nosso ver, como único procedimento cabível para desacelerar os efeitos quase irreversíveis da devastação, segundo o que determina o § 4º, do Artigo 225 da Constituição Federal, onde se lê:

"A Floresta Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais"

Assim, deve-se implementar em níveis Federal, Estadual e Municipal


A INTERRUPÇÃO IMEDIATA DO

DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA.

JÁ!


É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura e história.


SOMOS UM POVO DA FLORESTA!

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Até os bichinhos gostam...

O Amor da Gente é como um Grão!

Drão

Caetano Veloso

Composição: Gilberto Gil

Drão, o amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar n'algum lugar
Ressucitar no chão nossa semeadura
Quem poderá fazer, aquele amor morrer
Nossa caminha dura
Dura caminhada, pela estrada escura

Drão não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Entende-se infinito, imenso monolito
Nossa arquitetura
Quem poderá fazer, aquele amor morrer
Nossa caminha dura, cama de tatame
Pela vida afora

Drão os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há
De haver mais compaixão
Quem poderá fazer, aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre nasce trigo
Vive morre pão
Drão, Drão

domingo, fevereiro 11, 2007

Mascarados

Mascarados

Saiu o Semeador a semear
Semeou o dia todo
e a noite o apanhou ainda
com as mãos cheias de sementes.
Ele semeava tranqüilo
sem pensar na colheita
porque muito tinha colhido
do que outros semearam.
Jovem, seja você esse semeador
Semeia com otimismo
Semeia com idealismo
as sementes vivas
da Paz e da Justiça.

Cora Coralina

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Último momento de reflexão pós-campanha e pré-referendo

No Domingo, dia 11, vou votar SIM no referendo porque:

- O aborto clandestino é real, existe e as condições em que é praticado actualmente não são nem justas nem iguais para todas as mulheres. Funciona como um negócio escuro, livre de impostos, num sistema que se organiza e exerce em corporativismo com alguns profissionais da saúde que utilizam à margem os hospitais públicos como apoio à prática, em troca de luvas.

- Desconfio sempre da certeza dos números do aborto clandestino; dizer-se que vai aumentar com a despenalização é um argumento falacioso. Ninguém pode saber ao certo quantos abortos se praticam clandestinamente.

- Já o número de mulheres que entra nos hospitais devido a complicações de saúde devido ao aborto clandestino, são bem reais. Só não se sabe ao certo que sequelas ficam no corpo das mulheres que não chegam a ir ao hospital.

- Uma mulher normal não pratica o aborto senão em último recurso. Existem numerosas causas que podem levar uma mulher a praticar o aborto, do desemprego à falta de instinto maternal. Uma mulher pode não poder ter esse filho ou não querer ter esse filho. No primeiro caso a mulher pode não estar em condições materiais para ter a criança; no segundo caso ela pode não ter condições psicológicas para ter um filho; em ambos os casos a mulher deve poder decidir de forma responsável dar ou não seguimento à gravidez.

- Uma criança indesejada não pode ter um futuro feliz; a maternidade é um passo sério na vida de uma mulher. Esta só deve levar a gravidez para diante se estiver consciente de que deseja essa criança. Essa criança só será amada se for desejada.

- As mulheres carenciadas sabem que não podem contar como certo com o apoio das instituições para criar os seus filhos. Já existem demasiados casos de crianças entregues a instituições que não são dignas de confiança para educar e integrar essas crianças, as quais vivem sujeitas a todas as humilhações.

- As mulheres não carenciadas não são afectadas pelo aborto clandestino; elas podem recorrer a clínicas da especialidade mantendo o anonimato e praticando a IVG com o mínimo de riscos. Muitas delas estão hoje do lado do não por questões absolutamente religiosas e sociais em defesa de uma falsa moral.

- A campanha do NÃO tem desde o início usado os piores argumentos, alguns deles chocantes; os meios que tem usado para atingir o seu fim, têm sido completamente desprovidos de bom senso, fazendo uso de todo o tipo de suportes (DVD,s, cartas em nome do feto morto pela mãe, etc.) e distribuindo-os a crianças menores sem qualquer legitimidade; as igrejas têm ido contra a lei, fazendo ilegalmente uma campanha declarada e explícita ao NÃO nas cerimónias religiosas; a tentativa desesperada de certas personalidades políticas virem à última da hora apelar à modificação da lei, caso vença o NÃO, é o exemplo do modo como a Lei é encarada: uma lei pode a seu ver existir mas não ser aplicada. A lei existe com o fim de assustar e, se a lei for violada pela mulher que ousar praticar o aborto, então ela será culpada, arguida mas desculpabilizada, perdoando-se-lhe a prisão em troco de serviço cívico ou do dinheiro da caução. Absolvida pelos detentores da moral, ela poderá ir em paz, com o perdão concedido.

- O referendo não devia existir, mas o governo entendeu que, se tinha sido uma promessa eleitoral ao povo, tinha que o realizar. Quantas outras promessas ficaram por cumprir entretanto? Quem as discutiu tanto quanto discutiu agora se há vida ou consciência num embrião? O referendo é uma faca de dois gumes: toma em consideração a vontade popular, mas provoca ainda mais divisões nas pessoas que deviam estar unidas na defesa dos direitos que estamos a perder todos os dias, como por exemplo em relação à escola e à saúde públicas, para falar apenas em dois dos mais importantes alicerces da nação que estão actualmente a ser postos em causa pelas imposições das políticas da União Europeia.

- Já que o referendo se vai realizar, então é chegado o momento de mudar essa lei caduca e imoral que apenas deseja criminalizar as mulheres, uma lei que, em se mantendo, deixaria tudo exactamente no mesmo obscurantismo e ilegalidade.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Abaixo o Marismo Soarismo!


Eu oiço cada uma...

Então não é que acabei de ouvir o Mário Soares, sem vergonha nenhuma na cara, apesar da idade, a dizer que o referendo do aborto será o que o povo quiser e que será feita a sua vontade porque num regime democrático "o povo é quem mais ordena"! Será que ele julga que nos esquecemos que estamos hoje a sofrer na pele as directrizes da União Europeia, atolados até ao pescoço por vontade dele? O que pensava Mário Soares do povo quando o lançou nas malhas da União Europeia sem sequer o consultar? O Mário Soares perguntou a algum povo em referendo se queríamos ou não entrar para a União Europeia? Nessa altura em que dirigiu o país para este beco sem saída, será que ele achava o povo português demasiado estúpido para participar num referendo? Ou será que nessa altura o seu sentido de "democracia" não hesitou em excluir o povo quando se tratou de tomar a mais importante das decisões?
Quem poderá esquecer que foi este senhor, que se diz socialista, o primeiro a lançar o nosso país aos chacais e a guardar o verdadeiro socialismo na gaveta?

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Condecoremo-los nós também...


Valha-me Deus, Jesus Cristo
Deixa o céu, traz a escada
Anda c’abaixo ver isto
Que te piras lá p’ra cima

Então a múmia Cavaco
A danada de um cabrão
Não condecorou Souto Moura
Com a Cruz da Tua Ordem?!

T’a renego Santanaz
Que para defenderes a vida
Te manténs ainda vivo
Já depois de abortado

Ai Jesus, Nossa Senhora
Dos Duches ao pedestal
Da China ao ministério
A lei é um despautério

O povo vai a referendo
Dizendo que sim ou não
À vida que ele não entende
Com’ se tornou num Bagão

Valha-me Deus, Jesus Cristo
Deixa a Terra, deita a escada
Anda cá acima ver isto
Que te piras para sempre

Pérolas a porcos...




Laço da Banda da Grã-Cruz .

Placa de Comendador .

e
Insígnia de Cavaleiro.



Restabelecida em 1918, a CONDECORAÇÃO da ORDEM de CRISTO - é concedida com o objectivo de premiar serviços prestados ao País no exercício das funções dos cargos que exprimam a actividade dos órgãos de Soberania ou na Administração Pública, em geral, e na Magistratura e Diplomacia, em particular, que mereçam ser especialmente distinguidas.
ler mais AQUI

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

SUBORNO VERGONHOSO!

ALERTA
Petrolíferas Norte-americanas subornam estudos científicos

sobre alterações climáticas

DIVULGUEM NOS VOSSOS BLOGUES!!!

Vejam aqui o filme!

Notícia do diário britânico "The Guardian"
ExxonMobil financia críticas ao relatório do IPCC sobre o clima
02.02.2007 - 12h46 Lusa
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1284403

Um centro de estudos conservador norte-americano financiado por uma das maiores companhias petrolíferas oferece dinheiro a cientistas que denunciem falhas no relatório sobre alterações climáticas apresentado hoje em Paris.

Segundo o diário britânico "The Guardian", o American Enterprise Institute (AEI), financiado pela ExxonMobil e com estreitas ligações à administração do Presidente George W. Bush, escreveu cartas a cientistas britânicos, norte-americanos e de outros países a oferecet prémios de dez mil dólares por artigos que questionem o relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC).

Este relatório prevê um aumento da temperatura global entre 1,8 e 4 graus Celsius até 2100, causado "muito provavelmente" pela actividade humana.

O American Enterprise Institute recebeu mais de 1,6 milhões de dólares da ExxonMobil e mais de duas dezenas dos seus membros trabalham como assessores da Casa Branca. O ex-presidente da ExxonMobil Lee Raymond é actualmente presidente da direcção daquele grupo de estudos.

As cartas acusam o IPCC de "não atender a críticas razoáveis" e de "chegar a conclusões sumárias e insuficientemente apoiadas em trabalho analítico".

Para David Viner, da Unidade de Investigações Climáticas da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, a iniciativa do AEI é "uma tentativa desesperada de uma organização que quer distorcer para fins políticos as esmagadoras provas científicas do aquecimento global".

As cartas foram enviadas por Kenneth Green, docente convidado da AEI, que confirmou que a organização abordou cientistas, economistas e analistas políticos no sentido de escreverem artigos independentes que realçassem os pontos fortes e fracos do relatório.

Para Ben Stewart, da Greenpeace, "o AEI é mais do que um grupo de estudos, já que funciona como a 'cosa nostra' intelectual da Administração Bush".

"São delegados da Casa Branca nos últimos estertores da sua campanha de negação das alterações climáticas", acrescentou. "Perderam na ciência, perderam moralmente e só lhes resta uma pasta cheia de dinheiro".

Na próxima segunda-feira, outra organização financiada pelo ExxonMobil com sede no Canadá divulgará em Londres um estudo que lança dúvidas sobre o relatório do IPCC. Entre os seus autores está Tad Murthy, um antigo cientista que nega a influência humana nas alterações climáticas.

Blog Widget by LinkWithin