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segunda-feira, outubro 20, 2008

In Memoriam

Expresso, Acordo Plataforma/ME
(carregar sobre a imagem para ler)

A luta dos professores, a força que demonstraram na Marcha da Indignação em que desfilaram 100 000, era afinal o "restolho já seco" de que Carvalho da Silva falava quando o gritava nas manifestações da CGTP. Então por que seguraram este governo? Por que deitaram um balde de água fria sobre o movimento dos professores com a solução pífia da assinatura do Memorando do Entendimento? Por que não o ligaram aos outros sectores de trabalhadores em luta? Não é uma força cada vez maior que se pede às centrais sindicais para promover e apoiar os trabalhadores organizando a sua luta? Aqui o caso era bem sério e, como tal, tudo foi resolvido nas mais altas esferas. O próprio Carvalho da Silva foi chamado a interceder no sentido de apaziguar a revolta dos professores. E intercedeu. Lá deve ter dado um puxão de orelhas ao seu discípulo Mário Nogueira a conselho do senhor primeiro-ministro, em reunião promovida pelo ministro do trabalho, Vieira da Silva (será por serem todos "da Silva"?) e todo este cozinhado abençoado pelo presidente da república. Cada vez mais à distância, dá que pensar...

quinta-feira, outubro 25, 2007

Não ao Tratado Europeu

ENCONTRO PARA A UNIDADE PARA UMA POLÍTICA SOCIALISTA

PELA DEFESA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA!

NÃO AO TRATADO EUROPEU!


Cara(o) camarada,

Fomos 200 mil a apoiar a CGTP quando disse, pela voz de Carvalho da Silva: “Não aceitamos a revisão do Código do Trabalho. Não aceitamos a desregulamentação do horário de trabalho. Este conceito de flexigurança, que nada tem a ver com a nossa realidade, tem que ser rechaçado. Não aceitamos que haja já outros a preparar-se para saltar para o poleiro, para exigirem dos trabalhadores ainda mais e mais, e a dizerem que iriam continuar mais 15 a 20 anos assim, a explorarem sem limites e a viverem à custa da especulação financeira.

Não podemos continuar assim, pois isto só gera mais desemprego, mais precariedade, mais desigualdade, mais 100 mil trabalhadores a partirem, em cada ano, para a imigração.

É tempo de:

- Aumentar os salários e melhorar as condições de vida das famílias;

- Travar o desemprego e as privatizações;

- Travar a ofensiva contra as carreiras dos funcionários públicos;

- Investir na Educação, em vez da política contra os seus profissionais (professores);

- Fazer uma política de Saúde ao serviço das populações e não do capital;

- Promover a justiça social.

(…) Estamos juntos na luta com os outros trabalhadores da Europa, com a greve dos trabalhadores franceses, para os quais mandamos uma fraterna mensagem de solidariedade.

Apostamos no combate para a unidade.”

Carvalho da Silva afirma que aposta na realização da unidade.

Nós partilharemos de todo o combate para a unidade que for na via de pôr em prática uma política para responder às exigências da maioria do povo, expressas na manifestação dos 200 mil de 18 de Outubro.

Para nós, a satisfação dessas exigências e o caminho da unidade só podem assentar na defesa e retoma de todas as conquistas do 25 de Abril – incompatíveis com as directivas e os tratados da União Europeia.

Na Assembleia da República existe uma larga maioria de deputados pertencentes a forças políticas que se reclamam do 25 de Abril. Entre eles, está a maioria absoluta do PS.

Onde está escrito que esta maioria tem que apoiar um Governo que é unha com carne com Durão Barroso – cuja política o povo rejeitou nas eleições de Fevereiro de 2005?

Não está escrito em lado nenhum!

Foi esta constatação que levou militantes de diferentes tendências, reunidos com o POUS, a enviarem uma mensagem aos manifestantes de 18 de Outubro, onde é dito:

«Estamos convencidos de que são essenciais todos os passos que forem dados no sentido da batalha democrática pela unidade de todos os sindicatos e forças de Abril, em direcção ao Grupo parlamentar do PS – para que rompa com as ordens da Comissão Europeia e do BCE, com os seus Tratados (em particular o de Maastricht, que impõe a ditadura do “défice zero”), para que se recuse a caucionar o novo “Tratado reformador da UE”, que retirará todo o poder à Assembleia da República.

É esta convicção que nos leva a propor a realização de um Encontro para a unidade, para combater pela constituição de um Governo que aplique um programa de medidas socialistas, um programa para retomar todas as conquistas do 25 de Abril, para a construção de um país de liberdade, de paz, de desenvolvimento e da realização em todas as suas dimensões, da económica à cultural.»

Foi neste sentido que, também nessa mensagem, anunciámos a realização de uma reunião com o objectivo de começar a organizar este

ENCONTRO PARA A UNIDADE PARA UMA POLÍTICA SOCIALISTA

Reunião de preparação, 6ª feira, 26 de Outubro de 2007, 18 h 30 M

Rua Santo António da Glória, nº 52 B – cave C, Lisboa

(Local cedido pelo POUS)

Cara(o) camarada,

Participa nesta reunião, aberta a todos os que reconhecem a necessidade de avançar nesta via.

Lisboa, 23 de Outubro de 2007

Pela Comissão de Iniciativa

Jorge Torres (CT da UNOR)

Carmelinda Pereira (POUS)

Assina o Apelo europeu pelo “Não ao Tratado reformador da UE”

quarta-feira, abril 04, 2007

Retrato do país das meias tintas

Costumo dizer que se ainda alguma das chamadas "conquistas de Abril" nos resta como tábua de salvação, ela é sem dúvida a da liberdade de expressão. Pelo menos por enquanto ainda se pode falar e, nem sequer se paga imposto. Claro que as pessoas, principalmente depois que Portugal entrou para a CEE (actualmente degenerada em União Europeia), de repente descobriram que tinham poder de compra, nem que fosse à custa do endividamento, e que pagar lhes dava um certo poder. Por isso passámos a preferir pagar para falarmos uns com os outros, optando por usar os telemóveis e os SMS's e por nos comunicarmos pela Internet, serviços que nos permitem "falar" até não poder mais e cuja publicidade enganadora nos cria a sensação de que temos toda a liberdade do mundo de passarmos horas e horas a comunicarmos por um preço irrisório. Banimos das nossas vidas o prazer de nos encontrarmos com os amigos nas mesas de café para, olhos nos olhos, concordarmos como este país está uma choldra. Cada vez esses momentos são mais raros e chega até a haver casos em que, quando as pessoas se encontram corpo a corpo, ficam assim meio à toa sem saberem o que dizerem umas às outras. Como se lhes faltasse o suporte, como se o telemóvel funcionasse como uma espécie de cigarro desbloqueador de inibições. Ao telemóvel, pelo computador, blá blá blá, palavra puxa palavra, conversas ininterruptas; cara a cara, então tudo bem? Tudo bem. E está tudo dito, adeus que se faz tarde, logo ligo-te. Xau. Foi o que ganhámos com este estado de choque tecnológico.
Voltando à questão inicial da nossa liberdade de expressão: será que ela existe realmente ou tornou-se deveras virtual? Pois ao que parece mesmo as palavras mais fortes tendem a modificar-se. Ouviram hoje aquela do Carvalho da Silva a apelar à "greve generalizada"? Mas afinal o que é isso de "greve generalizada"? Será uma greve de generais? Ou uma espécie de senha para se referir ao que em tempos se exprimia claramente por "Greve Geral" e que passa agora a assumir esta forma velada? Será realmente liberdade de expressão não chamarmos os bois pelos nomes? Somos assim tão púdicos e preconceituosos em nomear formas de luta meritoriamente conquistadas e tememos reivindicar publicamente o nosso direito ao trabalho, à saúde, à educação digna e de qualidade? E tão debochados que acham por bem nos oferecerem declaradamente a possibilidade de excluir da factura as nossas pequenas perversões voyeristas, acenando-nos com uma publicidade pulha e cúmplice, mais pornográfica que toda a pornografia alguma vez vista às escondidas.
Somos um povo mentiroso e cobarde por natureza. Capazes de enganarmo-nos até a nós próprios e nem isso admitimos. Temos medo de assumirmos seja o que for, muito menos qualquer tipo de compromisso, de tomar uma posição clara, de lutarmos pelos nossos direitos. Preferimos perdê-los calados e carpirmos depois, quando já for tarde demais. Gostamos mais de viver atolados na mentira do que admitir que nos enganámos. Daí esta maioria parlamentar. Daí este governo. Daí este primeiro-ministro com as suas crescentes sondagens. Daí um fraco em Belém. Daí este país burlesco e grotesco que mete dó.
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