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terça-feira, maio 06, 2008

Na escola, atrás das grades

Imagem daqui

Fui à escola pagar as refeições do mês. A minha filha ligou-me. Tinham ido ver um teatro e não tinha mais aulas. Que sorte e eu ali dentro para a levar comigo. Dirigi-me ao portão e vários jovens fizeram o mesmo. Outros vinham para trás dizendo que o porteiro os mandara de volta para as aulas, mas a professora disse que não tinham aulas! O homem ficou logo meio perdido ao ver aqueles alunos todos juntos irem na sua direcção. Começou a barafustar e foi à pressa fechar os portões. Como não reparei que tinha aferrolhado tudo deitei a mão à maçaneta na tentativa de sair. Um jovem atrás de mim precipitou-se, julgo que na intenção de ajudar a abrir. Salta-nos então o homem vindo desencabrestado lá de trás e ruge possesso como eu nunca o tinha visto nem imaginado, com uma violência brutal na voz. Confesso que me assustei, fiquei estarrecida, nem sequer me deu para rir, como é costume. O homem parecia um carcereiro, um carroceiro, um arruaceiro. Os alunos recuaram e afastaram-se começando a dirigir disparates ao homem. “Cão”, disse um e pôs-se de quatro no chão – aquilo era surrealista mas naquele momento foi a coisa que fez mais sentido, o que foi estranho para mim. Cá fora vários pais estupefactos assistiam à cena sem nada dizer. Finalmente deve ter raciocinado qualquer coisa e decidiu-se a abrir-me o portão para eu sair. Começava eu já a sentir-me enjaulada, impotente e sem saber que atitude tomar, tão surpreendida tinha ficado com a tempestade repentina e o tom despropositado daquela cena triste.
A paranóia nas escolas parece estar se generalizando. Até os contínuos, seguranças ou lá o que é o homem se passam dos carretos sem mais nem menos. Aqueles gritos que deu aos miúdos pareciam jorros de palavras ríspidas a esbofetearem incontrolavelmente os alunos. Aquilo não foi um caso pontual, aquilo não aconteceu por acaso. Já não é a primeira vez que me acontece estar ali de passagem e acontecerem coisas deste tipo. Aliás é raro o dia em que entro na escola que não acontece qualquer coisa absurda e chocante. Que ambiente terrível para as crianças crescerem! Alguns em casa têm “famílias destruturadas” e além disso ainda têm a escola destruturada, as relações humanas destruturadas, um futuro destruturado à sua frente.
Durante todo o dia pensei na violência. De como a violência gera violência e da excessiva e desmedida falta de bom senso que reina nas escolas. O homem ao que parece é segurança e não tem um pingo de boa vontade a lidar com os miúdos. Não os respeita minimamente, não sabe conversar com eles, trata-os ao repelão. Apenas cumpre ordens rígidas de um Conselho Executivo cumpridor e desorienta-se sempre que se depara com uma nova situação. Ninguém o tinha avisado que àquela hora iam chegar grupos de alunos ao portão querendo sair. A falta de comunicação sempre foi apanágio desta escola e faz-se notar nas piores alturas. Sempre que é precisa a comunicação falha e de um lado da escola uns dão umas ordens e outros só têm instruções para cumprir o seu inverso. Naquele caso os miúdos não fizeram nada que justificasse uma reacção daquelas. Não tinham mais aulas, queriam sair. Se alguns não podem, outros há que têm autorização para ir almoçar a casa. Mas o homem não teve nada disso em consideração, actuou como um polícia burro incapaz de pensar pela sua própria cabeça, que se obstina a cumprir ordens por mais absurdas que elas sejam. Será hoje este um mal geral dentro das escolas?

domingo, janeiro 20, 2008

Atentados iminentes d'aquem e d'além mar

Mapa de Portugal no "Financial Times" de 13 de Outubro de 2007

ilustração colocada em duas páginas inteiras do "Financial Times"...

“Ontem [sexta-feira], os serviços de informação portugueses receberam uma comunicação de serviços secretos estrangeiros, que Espanha também confirmou, de que Portugal, juntamente com Espanha, França, Reino Unido e eventualmente Alemanha estariam sob ameaça terrorista iminente ligada ao terrorismo islâmico”, afirmou à Lusa o coronel Leonel de Carvalho, do Gabinete Coordenador de Segurança.

“Estamos convencidos de que Portugal pode ter sido colocado nesse conjunto de países face à sua continuidade geográfica com Espanha e não por a ameaça ter como alvo directo Portugal”, ressalvou.

“Não aumentámos o nosso nível de segurança. Não há razão para alarme além daquele que é já habitual face à ameaça global”, considerou Leonel de Carvalho.

PÚBLICO (notícia completa)

Porreiro, pá! Se sofrermos um ataque terrorista não é porque estamos a ser os instrumentos na Europa das políticas decadentes dos EUA e da globalização (leia-se capitalismo predador global), nem é porque um dia numa vergonhosa Cimeira da Terceira fizemos o jeito de alinhar com os outros dois crápulas ao lado do demente Bush, nem porque estamos a pactuar com toda a casta de negociatas que envolvem o saque do petróleo iraquiano; nem porque estamos a ser os mordomos da festa da actual escória de dirigentes europeus, que impõem aos seus povos Tratados fajutos e falaciosos.
Não, se isso acontecer é só devido à nossa situação geográfica e ao facto de termos cá indevidamente mais camelos do que nos reinos das arábias.

Que Alá queira que os terroristas leiam o Financial Times e que não encontrem Portugal em lugar nenhum quando se forem preparar para nos atacar.
Entretanto continuamos a sofrer todos os dias atentados à nossa inteligência, com as enormidades que aparecem a dizer os nossos conterrâneos.


quinta-feira, junho 07, 2007

T-Shirt contribuinte - Já deu?


Qual é a tua, ó meu?
nesse peditório o pessoal já deu!

Na escola dos meus filhos há crianças que são deixadas pelos pais à porta da escola. Os pais têm cada vez mais apertados horários de trabalho. Há pais que têm que estar às 8 da manhã nos seus empregos e a escola só abre às 8:00h. Quer chova, faça sol ou vento, as crianças ali ficam sem ter onde se abrigar. A escola não pode abrir mais cedo porque o horário dos funcionários é entrarem às 8 da manhã. Estes funcionários provavelmente fizeram o mesmo com os seus filhos.

Na escola dos meus filhos há um conselho executivo que não quer pedir à câmara municipal de Oeiras que construa um abrigo para as crianças, dentro do recinto escolar, nem quer pagar ao funcionário da entrada da escola para estar mais cedo e abrir o portão às crianças para se abrigarem.

Na escola dos meus filhos há uma associação de pais que teve uma ideia: que bonito seria serem os pais a pagar o telheiro, construir-se o telheiro fora da escola e as crianças vestirem as lindas t-shirts da escola no dia da maravilhosa festa de fim de ano.

Sim, tudo seria muito bonito se as várias entidades dialogassem e cumprissem as suas obrigações de resolver os problemas das infraestruturas da escola, usando-as em benefício dos seus alunos. Se a associação de pais não estivesse desde sempre ao dispor do conselho executivo para lhe fazer todos os jeitos; se conselho executivo e associação não estivessem tão de acordo em que os pais é que devem pagar; se conselho executivo e associação não achassem que o lugar das crianças é do lado de fora do portão, à espera da abertura da escola com ou sem abrigo, cumpridoras.

Hoje, no portão da escola, anunciava-se a t-shirt contribuinte para usar no dia da festa. Eis a t-shirt tornada popular – o sonho de toda a criança, para vestir no dia da festa do final do ano.


Um dia ainda esta t-shirt lhes vai sair bem cara se nada fizermos!




sexta-feira, março 09, 2007

Bush - o desejado

La Nación (in Portugal Digital)

A perspectiva da chegada de Bush transformou São Paulo “em um cenário digno de Hollywood” na quarta-feira, segundo reportagem do diário argentino La Nación.

“Tropas do Exército nas ruas, uma frota de helicópteros de guarda, esquadrões de choque e de patrulhagem e franco-atiradores armados com fuzis preparados para acertar uma pessoa a um quilômetro de distância foram parte da nova ‘decoração’ da cidade”, relata o jornal.

A reportagem observa que o esquema de segurança mobiliza 4 mil homens das forças norte-americana e brasileira e que teve até mesmo um sentido ‘estético’, com a derrubada de um barraco que abrigava três famílias a poucos metros do hotel Hilton na zona sul de São Paulo, onde se hospedará Bush.

O jornal diz que a operação de segurança converteria muitas cidades menores em “verdadeiras cidades sitiadas” e que “plantará o caos” em São Paulo, apesar de “se diluir entre os seus 18 milhões de habitantes”.

“Durante mais de 20 horas, os motoristas terão que encontrar vias alternativas para seus trajetos diante do bloqueio de ruas que, para preservar os planos de segurança, não serão divulgados”, observa a reportagem, afirmando que o segredo sobre o itinerário e os horários da visita de Bush visa evitar a possibilidade de um ataque contra ele.

Agora pergunto eu: como é que um dirigente mundial de um país tão bem intencionado em fazer chegar a todo o mundo a Democracia precisa assim de toda esta segurança? Como pode um ser tão religioso, tão cristão, tão guiado por Deus como ele ter assim tanto medo de morrer, de ir pelos ares, alcançando assim mais merecidamente o reino dos céus? Por que precisa de se proteger tanto uma criatura assim tão desejada pelo mundo fora?
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