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segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Pela Defesa do Ensino Artístico em Portugal

O Ministério da Educação ultima uma Portaria (prevê-se que para 11 de Fevereiro) que retira às escolas de ensino artístico especializado, vulgo Conservatórios, públicos e privados, a continuidade de prestar os seus serviços no 1º ciclo (vulgo ensino primário), bem como anula o regime de "supletivo" no ensino básico, limitando-o ao regime integrado. Estas medidas afectarão directamente cerca de 100 escolas frequentadas por cerca de 30.000 alunos, das quais apenas 6 são públicas e, indirectamente, toda e educação artística nas escolas de ensino regular onde as artes foram relegadas para programas apelidados de enriquecimento curricular facultativos. Pela gravidade da decisão, em si, e pela dimensão de tão errada decisão, tentei um texto para petição que conseguisse agregar todos os interessados, uma vez que já há petições a dizer que o que está em causa é o Conservatório Nacional ou a Educação Artística pública. Há 6 Conservatórios públicos e mais de 80 privados e cooperativas que por este país afora, prestam o mesmo serviço e são reconhecidas pelo Ministério da Educação. (recebido por mail)



terça-feira, outubro 02, 2007

Ao desabrigo

Hoje houve a primeira reunião da Associação de Pais, a última desta direcção. Terminou o seu mandato com um saldo positivo. Fez “a obra”. A obra foi um telheiro que resultou da boa vontade dos pais que compraram t-shirts e com o moscovita contributo de mecenas que lá estavam hoje representados, para sabermos que existem. Um dia em que esteja pouco vento e alguma chuva havemos de agradecer a parte que nos coube da obra que sobrou para o exterior. Todos os dias há pais que deixam os seus filhos à porta da escola ainda fechada. Têm horários. Todos os dias são muitos os pais que esperam pelos seus filhos desabrigados. São tantos que duvido que vão caber debaixo daquele telheiro. Também esse telheiro não foi feito a pensar neles … Mas já as crianças para quem ele foi feito, essas continuarão do lado de fora da escola, empurrando-se debaixo do telheiro ou continuando a abrigar-se nos prédios. Andarão à chuva e ao vento, como sempre andaram, porque a escola está fechada. Os pais destes meninos cada vez têm horários de trabalho mais flexíveis e ainda nem está aplicada a flexigurança. Será que a flexigurança vai trazer um melhor abrigo para os nossos filhos? E o abrigo? Como deixá-los à porta da escola arcando com toda a responsabilidade pelo que lhes acontecer naquele entretanto. Eis que o portão abre e eles entram para a escola. Continuarão sem abrigo até às salas de aula onde chegarão ensopados mas estarão mais fortes no Inverno. Aí ficam mais horas do que lhes convém porque todos os pais têm horários flexíveis. Muitos pais pensam: como tudo seria mais fácil se ficassem na escola até à hora deles sairem do trabalho… e nem se lembram quando eram crianças e queriam brincar, correr, pular, sonhar. Os pais já perderam os sonhos, só têm realidade e pouco tempo. De vez em quando um lembra-se de que uma criança é uma criança, não pode ter só regras senão perde a noção da liberdade. Mas eles próprios já não sabem o que isso é. Têm que cumprir as regras do seu trabalho, senão há sempre quem lhes cobice os empregos e esteja pronto a vender a sua força de trabalho mais barata. Dizem que as Actividades de Enriquecimento Curricular este ano estão a funcionar melhor. Mas eu fui ao caderno de Inglês do meu filhos e li apenas “Sumário: Regras.” O meu filho já teve o seu horário lectivo, já cumpriu as regras do refeitório, e aquilo a que menos aspira depois disso é cumprir mais regras. A professora do ano passado era tão boa professora. Porque trocaram de empresa? Por ser mais barato? As crianças precisam de actividade física e artística, precisam de extravasar de tantas regras. Como podem crianças numa idade tão física ficar todo o dia encerradas numa sala de aula e ainda mais com regras? Para que se preparam estas crianças? Todos ficamos felizes com a formação profissional, mas perguntamos: têm empregos para dar a essas crianças depois? Ou formarão apenas uma massa amorfa de gente inculta a quem não dão préstimo? Crianças destas serão os pais dessas outras crianças que continuarão à chuva debaixo do telheiro à espera que a escola abra.Terão empregos precários e inflexibilidade de horários. Qual será então "a obra"? Quantos deles virão ainda à reunião?

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