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sábado, julho 14, 2007

Não era esta a retirada que exigiamos


Lisboa, AR, Manifestação de 12 de Julho

Má sinalização. O semáforo enganador provocou 4 polícias a acorrer à manobra. Inversão de marcha e lá vai ela à procura de lugar. Dos dois lados da rua, bandeiras vermelhas pelos lixos. Gente ainda de bandeira na mão a descer, outras às costas. Consegui estacionar. Dirigia-me em direcção contrária à maioria. Eu ia para a manif; eles vinham da manif. É tão bom não foi? Uma rapidinha. Dirigi-me a uma mulher com chapéu da FENPRF. A manifestação? Acabou agora mesmo. Era o fim, 4:00h e pouco e a manif estava feita. Já nem os cabeçudos lá estavam. Toca a arrumar e tudo a apanhar as camionetas de regresso ao país real e a fazer-se ao caminho que a manif já era. Desta vez a pressão foi tirada à panela toda de uma vez. Espero ver o dia em que salte a tampa à panela. Quem lá estará para avisar? Encontrei um papel que balia qualquer coisa parecida com "Quatro pernas bom, duas pernas mau". Mas só vi um panfleto que explicava.
Frente à Assembleia estavam só estes estudantes da fotografia. Tinham estado a pintar o cartaz até às 6:00 h da matina. Valeu a pena? Se valeu: reparem que só eles lá estavam a pedir a retirada, a defender o Ensino Superior Público alertando para essas leis que por aí vêm, o RJIES. Outros pedem a morte lenta do adiamento. Adiar a discussão de uma lei que não serve às nossas universidades é consenti-la. Exigir menos que a retirada não é nada. Porque será que só estes o dizem claramente?
Esta chusma de manifs vem apenas dar razão aos que nos querem fazer acreditar que as manifs são tantas que já se tornaram corriqueiras. Manifs que fazem as pessoas faltarem ao trabalho e amedrontarem-se com a avaliação que lhes vão fazer um dia dessas faltas. Em breve todos serão facilmente catalogáveis e será fácil pô-los a todos entre a espada e a parede, na lista negra. Instruções: limpar a função pública dos últimos resistentes. Limpá-la! Isto são instruções que podem vir mais de cima, sempre de mais alto, muito para lá da Democracia.
Quantos ainda virão à próxima manif convocada? Para a semana há mais, duas, parece. Cada vez menos: as férias, os medos, os cansaços. Mas virão ainda assim muitos. Há sempre resistentes. Apesar das férias, apesar dos medos ou dos cansaços.
Na próxima vez que uma manif seja uma espécie de falso alarme, não deixem de ir ainda assim até lá. Em breve dissipar-se-á, não se assustem que é mesmo assim. Desobedeçam, não vão para casa. Metam-se em todos os cafés, tascas e pastelarias, bebam um copo e falem muito. Falem de todas as coisas de que vos fazem falar. Digam uns aos outros tudo o que foram levados a pensar. Riam-se das imagens, riam-se do ridículo, riam-se de todos os que vos fazem rir. Falem muito de coisas sérias, porque coisas muito sérias estão neste momento a acontecer nas nossas costas, nas altas esferas dos senhores do mundo. Troquem ideias, falem de tudo, tudo o que vos fizer falar. Mas não vão logo para casa. Resistam e ousem exigir a retirada de tudo o que não sirva à nação, porque um dos objectivos desta trama é destruí-la.

domingo, julho 01, 2007

RJIES: menos do que a retirada não é nada!

Há coisas que me fazem espécie. Na sexta-feira passada, dia 28 era o dia em que era discutido e aprovado na Assembleia da República o Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES), um perigoso conjunto de medidas que visa alterar as regras da autonomia das universidades públicas (ver texto do RJIES)
É certo que não cheguei lá à hora a que estava marcada a Manifestação contra o RJIES, mas assim que pude corri para lá julgando ir encontrar ainda muita gente por lá. Para meu espanto encontrei alguns alunos em protesto, um modesto acampamento de faixas e cartazes, com meia dúzia de estudantes. Incrédula fui contornando o edifício e, encontrei um pequena multidão na porta lateral de acesso às galerias. Depreendi que devia ser gente que já não teve lugar lá dentro. Sei que as galerias estiveram cheias. Mas cá fora não havia mais nada do que isto.


Para mim é incompreensível que um conjunto de leis com comprovado teor anti-constitucional seja aprovada assim, apesar de toda a contestação (ver aqui toda a discussão )

Onde estão as estruturas organizativas das pessoas, onde está a capacidade de mobilização de certos aparelhos partidários, onde estão as pessoas? Os alunos do ensino superior encontram-se em pleno período de exames finais e não podem organizar senão pequenas acções de protesto; as pessoas que se deslocaram à sessão da Assembleia num gesto cívico de protesto, não tiveram qualquer expressão nos meios de comunicação. Não vi uma só imagem das galerias da Assembleia; não sei se chegaram a haver protestos declarados e pessoas a ter que abandonar a sala, não sei se ninguém lá dentro se manifestou e se a sessão decorreu normalmente sem incidentes. Não sabemos absolutamente nada de o que lá se passou, só que o documento foi aprovado no Parlamento e que os estudantes vão continuar a protestar
.
Por causa de todo esse branqueamento que as televisões fazem das notícias que não lhes agradam passar, seria muito importante que as pessoas se mobilizassem de forma a ser impossível ocultar a notícia. Se uma grande manifestação de gente tem estado frente à assembleia durante todo o tempo da sessão, até os senhores deputados terem que abandonar o edifício, se as pessoas ficassem lá de negro, a empunhar um cartaz ou um cravo, se tivessem aproveitado estarem ali reunidas para falar neste e noutros assuntos que as apoquentam, não teria sido possível aprovar este grave documento sem alarde.
Mas talvez haja algo a bloquear o sistema; talvez nos tenhamos já contentado em pedir pouco, em aceitar demais. O que eu sei é que poucos pediam a retirada da lei, e que a esmagadora maioria já só se contentava em pedir o seu adiamento. E o que eu acho, é que me parece mal que todos os que estão contra esta lei do ensino superior não tenham ido naquele dia para a frente da Assembleia, dar suporte aos que lá estavam dentro e a todos os que se têm mobilizado num esforço para deter este regime jurídico que vem afrontar o Ensino Superior Público, desmantelando-o numa estratégia de privatização de um dos pilares da nação: as universidades.
Quando digo todos refiro-me mesmo a todos os cidadãos, principalmente aos que em breve confiarão os seus educandos a uma universidade regida pelos princípios (ou falta deles) que uma gestão comprometida com os interesses económicos lhe quiser impor. Sei que existem várias petições contra o RJIES, sei que muitos se têm mobilizado para formar uma barreira à sua aplicação nas nossas universidades, mas nada de o que tem sido feito me parece bastante, por isso é tão importante continuar a assinar esta petição, onde desde sempre se pediu claramente aos deputados do PS a retirada e a reformulação desta proposta.

segunda-feira, junho 04, 2007

Situação caótica

«Estes serviços paralelos, Institutos, Autoridades, Comissões, Fundações, Inspecções, Centros, Agências, Conselhos, etc, e nas Câmaras as Empresas Municipais, não estão sujeitos à apertada legislação jurídica de aquisição de bens e serviços ou empreitadas da Administração Pública, o que abriu caminho a uma total falta de transparência e à corrupção na sua gestão. A incompetência destes gestores avulso, destes comissários políticos, associada à sua única preocupação de acumular riqueza pessoal, resultou na mais profunda degradação da nossa Administração. Temos hoje uma Administração mais irracional, mais ineficaz e mais cara. E de acordo com as medidas já implementadas ou em vias de implementação, por este governo, como o PRACE, porque possuídas da mesma lógica, iremos assistir, não à inversão mas ao aprofundamento desta caótica situação na Administração Pública.» Leia mais no blog classe politica

A propósito, se ainda não subscreveu a Carta à bancada parlamentar do PS, para que detenha as intenções do governo de converter as instituições públicas do ensino superior em fundações (RJIES), pode fazê-lo agora ON LINE aqui.











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