segunda-feira, março 30, 2009

domingo, março 29, 2009

O Pafúncio vai de férias

Até breve!

Parece que...

Sócrates vai agir judicialmente contra…Sócrates???

O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou esta sexta-feira que vai agir judicialmente por “difamação” contra quem envolveu o seu nome a propósito do “caso Freeport”.

Como não me parece que o tenham obrigado a envolver-se nesta escandaleira vergonhosa, na qual se envolveu para encher os bolsos, devia agir judicialmente contra ele próprio, por ser um primeiro-ministro digno de qualquer ditadurazeca de pais subdesenvolvido de África ou América-Latina…

sábado, março 28, 2009

Utopia: Wikipédia versus Robert Musil

Utopia tem como significado mais comum a idéia de civilização ideal, imaginária, fantástica. Pode referir-se a uma cidade ou a um mundo, sendo possível tanto no futuro, quanto no presente, porém em um paralelo. A palavra foi cunhada a partir dos radicais gregos ο, "não" e τόπος, "lugar", portanto, o "não-lugar" ou "lugar que não existe".

Utopia é um termo inventado por Thomas More que serviu de título a uma de suas obras escritas em latim por volta de 1516. Segundo a versão de vários historiadores, More se fascinou pelas narrações extraordinárias de Américo Vespucio sobre a recém avistada ilha de Fernando de Noronha, em 1503. More decidiu então escrever sobre um lugar novo e puro onde existiria uma sociedade perfeita.

O "utopismo" consiste na idéia de idealizar não apenas um lugar, mas uma vida, um futuro, ou qualquer outro tipo de coisa, numa visão fantasiosa e normalmente contrária ao mundo real. O utopismo é um modo não só absurdamente otimista, mas também irreal de ver as coisas do jeito que gostaríamos que elas fossem.

Utopia - conceito filosófico

http://pt.wikipedia.org/wiki/Utopia

O problema desta gente é que, não colhendo a lição de Thomas More, não conseguem imaginar um local novo e puro onde existiria uma sociedade perfeita. Afogados no lodo do neoliberalismo, eufemismo para o regime capitalista e pseudo-democrático em que hoje vivemos, procuram enredar-nos na sua teia de grosseira impossibilidade. O mundo real é efectivamente aquele que apregoam, mas eles estão cegos, não querem ver para além desse mundo, não desejam conceber outra organização, desenrascam-se no meio pútrido concorrendo entre si. Usam todos os meios ao seu alcance. Como o mundo que defendem está viciado, corrompido e infeliz, seria digno de mentes sãs que pudessem querer ver o erro e acabar com ele, inverter o processo de destruição e começar a cooperar e trabalhar em conjunto para alcançar o bem comum.

Isto chegou a um ponto que já não está para graças, quanto mais para desgraças. Resta-nos unir vontades de um mundo melhor que este. Ver para além deste que não queremos, agir no sentido de abrir saídas, procurar corrigir o erro, mas nunca persistindo nele, a pretexto que é a podre realidade que temos. Eis um falso argumento usado contra a utopia.

A utopia não está condenada a ser uma impossibilidade. A não ser porque ao se concretizar, ela se cumpre, deixando de ser uma utopia e passando a ser uma realidade. Querem nitidamente fazer-nos crer que as utopias são impossibilidades, impingem-nos absurdos como “o utopismo é um modo não só absurdamente optimista, mas também irreal de ver as coisas do jeito que gostaríamos que fossem.” (tenha dó, meu irmão, aprenda a pensar bem e não se atreva a me dizer o que eu devo pensar!) – eis a norma da Wikipédia, ferramenta largamente consultada pela camada jovem, jornalistas e não só. O choque tecnológico global que despeja a informação que quer onde quer que esteja. Quantos conceitos errados e subjectivos de influenciadores oficiais.

Como não questionar essa rejeição de ver as coisas do jeito que gostaríamos que elas fossem? Por que não hão-de ser as coisas como queremos que sejam, se o mundo se puder tornar num lugar mais justo e equitativo? Lá porque eu idealizo um mundo em que ninguém passasse fome e em que houvesse repartição dos recursos, e esse mundo não existe na realidade porque os senhores do mundo preferem investir em armamento, devo abandonar essa esperança dando-a como um utopismo (o que se entende por um “utopismo… fantasioso”?) Ou antes persistir na direcção real da utopia exigindo cada vez mais atingir a sua possibilidade de concretização?

Utopia - conceito filosófico

http://pt.wikipedia.org/wiki/Utopia

Prefiro voltar a Musil, que tem uma das frases que conservo e repito através do tempo:

Uma utopia é uma possibilidade que pode efectivar-se no momento em que forem removidas as circunstâncias provisórias que obstam à sua realização.

(Robert Musil, in introdução à obra Utopia de Thomas More)

Robert de Musil
Austria
[1880-1942]
Escritor

Utopia


Uma utopia é mais ou menos o equivalente de uma possibilidade; o facto de uma possibilidade não ser uma realidade significa apenas que as circunstâncias com as quais a primeira está articulada num determinado momento a impedem de ser a segunda, porque de outra forma ela mais não seria do que uma impossibilidade. Se essa possibilidade for liberta das suas dependências e puder desenvolver-se, nasce a utopia. É um processo semelhante àquele que se verifica quando um investigador observa a transformação de um elemento num composto para daí tirar as suas conclusões. A utopia é a experiência na qual se observam a possibilidade de transformação de um elemento e os efeitos que ela provocaria naquele fenómeno composto a que chamamos vida.


Robert Musil, in 'O Homem sem Qualidades'

http://www.citador.pt/pensar.php?op=10&refid=200901311200

Comentário:

Utopia: expressão de um desejo de uma outra sociedade
Há utopias autoritárias: exemplo clássico é o próprio livro de Thomas More.
O marxismo é uma utopia, na medida em que esse desejo de comunismo (que não é utopia em si mesmo, visto ter existido no passado remoto e existir em pequena escala em certas comunidades humanas contemporâneas) é inviablizado - na prática- pelo caminho que preconizam os marxistas (tomada do aparelho de estado e colocação do mesmo, como se fosse instrumento passivo, supostamente, ao serviço da «classe trabalhadora» com vista à própria destruíção dessa construção chamada «Estado»).
Sou portanto favorável a uma visão ética do socialismo (o socialismo do século XXI ou será libertário ou não terá existência...).
Preconizo, não a propaganda de uma utopia, como construção social imaginária, saída da mente de um ou vários indivíduos, mas a construção de um caminho para uma outra sociedade autogerida pelas pessoas concretas, desde a base, desde os locais de resolução dos seus verdadeiros problemas (ou seja: o socialismo real, não os «capitalismos de estado» que nos quiseram vender como socialismo!).
Para construir esse socialismo é indispensável uma postura de democracia directa, de debate fraterno, de compreensão profunda do que é o princípio da «acção directa» (também difamada como ideia pelo facto de ser associada, quase sempre, a actos «violentos»)

Solidariedade,
Manuel Baptista


Frases exemplares

Life is what happens while you're busy making other plans.

John Lenon



sexta-feira, março 27, 2009

Plano de Urgência para salvar Portugal

rue

Imagem e conteúdos daqui


Defesa da classe trabalhadora: Proibição dos despedimentos!


É do trabalho intelectual e manual – assegurado pela classe operária e restantes sectores do povo trabalhador – que sai toda a riqueza produzida em cada país, e não dos especuladores.

É a classe operária e restantes sectores da população trabalhadora – organizados e estruturados, com as suas organizações sindicais – que garantem o progresso e um futuro de paz para toda a Humanidade.

A maior parte do que resta dos bastiões da classe operária portuguesa está a ser brutalmente atacada, com despedimentos em massa, anunciados diariamente.

Destruir a classe operária e restantes sectores dos trabalhadores, quer do público quer do privado, é desmantelar as bases de toda a sociedade, da democracia e da civilização.

É preciso dizer basta!

O Governo assiste a esta situação catastrófica, explicando que está “a fazer tudo o que pode” para segurar os postos de trabalho e ajudar as famílias.

“Fazer o que pode”… sem proibir os despedimentos?

“Fazer o que pode”… sem pegar nos 25 mil milhões de euros que deu de aval aos banqueiros e especuladores e canalizá-los para o sector produtivo?

“Fazer o que pode”… sem garantir todos os postos de trabalho e estabelecer um plano de investimento que seja a base da salvação de Portugal como uma nação livre e independente?

Esta é a exigência que os trabalhadores portugueses têm o direito de fazer ao governo de Sócrates!

Esta é a exigência que as organizações sindicais e as Centrais sindicais – a CGTP e a UGT – têm o dever de assumir, mobilizando em unidade todos os sectores da população trabalhadora para a conseguir.

A Comissão Nacional pela Ruptura com a União Europeia (RUE), apoia incondicionalmente esta exigência.

É por isso que a RUE se dirige a todos os trabalhadores, a todos os militantes para que – em conjunto – exijamos dos dirigentes das nossas organizações sindicais que assumam as responsabilidades decorrentes do lugar que ocupam, como responsáveis da única arma que os trabalhadores possuem – a sua organização de classe – apelando à mobilização unida, para impor a proibição dos despedimentos.

É neste sentido que a RUE propõe aos trabalhadores e aos militantes que subscrevam um apelo às Centrais sindicais para a mobilização conjunta que imponha ao Governo a proibição dos despedimentos


É urgente a formação de um Governo responsável perante o povo português, um Governo para aplicar um programa de medidas socialistas

Se existe, na Assembleia da República, uma maioria absoluta de deputados do PS, ladeada por um significativo número de deputados de outras organizações que se reclamam da defesa dos trabalhadores e das conquistas de Abril, por que há-de ter que continuar a impor-se a política do governo de Sócrates / União Europeia, contra a vontade da esmagadora maioria da população trabalhadora?

Se os docentes do Ensino Básico e Secundário se têm mobilizado, apoiando-se nas suas organizações sindicais – com duas manifestações a mais de 100 mil e duas greves gerais a mais de 90% – para defender o direito a ser professor e a Escola Pública, por que não há-de ser possível esta mobilização em conjunto com todos os outros sectores do trabalho, os seus sindicatos e as Centrais sindicais?

Quem poderá negar que, em democracia, é sempre possível criar as condições para que se forme um Governo capaz de responder às necessidades do nosso país?

Quem poderá negar que é possível alterar o funcionamento do Grupo Parlamentar do PS, quando já alguns deputados mudaram o sentido do seu voto perante a mobilização dos professores?

Então, organizemo-nos – com os meios democráticos que estiverem ao nosso alcance – para ajudar a criar as condições da mobilização necessária, cuja responsabilidade cabe por inteiro aos dirigentes das organizações sindicais.

Que programa de medidas socialistas? Que alianças?

A vida e a experiência dos trabalhadores e dos militantes, de diferentes quadrantes político-partidários, mostrarão na prática que políticas é necessário concretizar para salvar a nação portuguesa do processo de destruição a que o capitalismo putrefacto a condena.

Pela nossa parte – militantes ligados à RUE – consideramos que, para além da proibição dos despedimentos, é necessário avançar, com carácter de urgência, com um Plano de medidas socialistas que, para ser levado à prática, põe na ordem do dia a ruptura com a União Europeia e a procura da cooperação e de alianças solidárias com todos os povos que são confrontados com as mesmas políticas catastróficas.


“É necessária a ruptura com esta política, é necessário um outro modelo de sociedade” – afirma a CGTP


A 19 de Janeiro de 2009, a CGTP aprovou, em plenário nacional, uma Resolução onde afirma que a recessão mundial encontrou o nosso país mergulhado na maior crise económica, traduzida na ruína de muitos milhares de pequenas, médias (PMEs) e micro-empresas, e que durante vários anos foram dadas todas as facilidades ao capital financeiro e aos especuladores, enquanto as empresas e as famílias eram estranguladas com taxas de juro altíssimas.

Este documento da CGTP denuncia que o Estado foi alvo de um verdadeiro saque, por parte de grandes capitalistas que se apropriaram de milhões e milhões, sem qualquer controlo, sob a forma de “subsídios de investimento”. Denuncia, ainda, a política de baixos salários, a precariedade, as medidas contra a Função Pública e os serviços públicos, bem como o novo Código laboral – destruidor da contratação colectiva e dos horários de trabalho.

A Resolução da CGTP conclui afirmando que é preciso romper com esta política, que “é necessário um outro modelo de sociedade”.

Romper com esta política é organizar a mobilização para exigir ao Governo a proibição dos despedimentos e a restituição aos cofres do Estado de todo o dinheiro dado aos banqueiros e especuladores, para o investir na garantia dos postos de trabalho, quer do sector público, quer do sector privado.

Garantir que este dinheiro é, de facto, utilizado na esfera da produção e do desenvolvimento do país, coloca na ordem do dia o controlo da sua aplicação por comissões de trabalhadores democraticamente eleitas, tal como ficou consignado em 1976 na Constituição da República.

A CGTP denuncia que os donos de centenas de empresas estão a aproveitar-se da crise para provocar falências, despedimentos e reduções de salário, a fim de reforçarem as condições de exploração.

Romper com esta política é exigir que esses capitalistas mostrem a contabilidade das suas empresas, mostrem onde estão as fortunas que fizeram à custa da exploração dos trabalhadores que, agora, lançam no desemprego (de que é exemplo paradigmático o caso de uma empresa de Américo Amorim – considerado o homem mais rico de Portugal).

Romper com esta política é exigir a revogação das leis contra os trabalhadores da Função Pública e do novo Código do Trabalho, é parar de hipotecar as jovens gerações, é retomar o controlo dos sectores estratégicos da economia nacional.


Parar com o empobrecimento do país!

Parar com as privatizações!

Renacionalizar os sectores-chave da economia!


A cada momento, os cidadãos portugueses são esmagados com o peso da Dívida Pública, que não pára de aumentar. Só este facto devia ser suficiente para pôr em causa a matriz económica imposta a Portugal pela União Europeia.

Eugénio Rosa, economista da CGTP, mostra que, só entre 2002 e 2006, os lucros obtidos pelas dez maiores empresas – já parcial ou totalmente privatizadas – totalizaram um valor de 14884 milhões de euros, integralmente canalizados para o sector privado. Se essas empresas continuassem públicas, esse lucro poderia ter sido integrado nos Orçamentos do Estado, permitindo financiar os serviços públicos, que têm estado a ser desmantelados, em nome da redução do défice – preconizado pela UE e provocado exactamente pela falta destas receitas.

Assim, é um imperativo nacional renacionalizar estes sectores e parar com a privatização dos aeroportos, da TAP e dos outros transportes, bem como dos correios!


Como romper com a política de destruição do país, sem exigir ao Governo que rompa com a União Europeia?


É inquestionável que a situação a que chegou Portugal é o resultado da aplicação, pelos sucessivos governos, das directivas impostas pelas instituições da UE, apesar da enorme resistência dos trabalhadores e das populações a essa política.

Foram estas políticas que impuseram sucessivas revisões da Constituição Portuguesa, sem as quais não poderiam ter sido feitas as privatizações. Foram elas que impuseram a destruição da Agricultura e das Pescas.

É a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) que acaba de declarar que, “durante toda a governação de Sócrates, não foi investido um cêntimo em medidas de apoio aos pequenos agricultores, deixando a Agricultura portuguesa mergulhada na maior crise desde há 30 anos”. Por isso, a CNA exige medidas verdadeiras de apoio à Agricultura, a começar por crédito bonificado, não aceitando mais o argumento de que não há dinheiro para a produção de bens alimentares em Portugal, quando para os banqueiros aparecem automaticamente milhões atrás de milhões. Foi também Manuel Soares, presidente da Associação Portuguesa de Horticultores, que declarou, a 10 de Novembro de 2008: “Até há poucos anos, tínhamos uma auto-suficiência alimentar de 70%. Actualmente, dependemos em 70% do exterior. Se nos cortarem as importações não temos que comer”.

Foi também esta política que impôs a ruína do Comércio nacional, ruína que ainda não é suficiente para a Comissão Europeia.

É por isso que a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) acaba de exigir a suspensão do novo Decreto-Lei de liberalização total das “grandes superfícies”, imposta pela Comissão Europeia, sob a ameaça de pôr o Estado português no Tribunal Europeu de Justiça, caso a sua Directiva da liberalização total do comércio não seja cumprida.

Se são claras as consequências da aplicação das Directivas da União Europeia no tecido económico e no processo de desertificação do nosso país, no campo social e laboral a sua gravidade não é menor. Veja-se as medidas de desmantelamento dos serviços públicos, de destruição de dezenas de milhar de postos de trabalho na Função Pública, do novo Código do Trabalho (versão agravada do Código de Durão Barroso – Bagão Félix, que já continha a transposição de 17 Directivas da União Europeia!).

Então, como não concluir que as instituições da União Europeia e os seus tratados estão apenas voltados para defender os interesses das grandes multinacionais e do capital financeiro, arrasando a economia e os direitos das populações?

É com base nesta reflexão que, ao mesmo tempo que nos empenhamos, incondicionalmente, nas iniciativas que ajudem as condições de mobilização, com as Centrais sindicais, para garantir a defesa da classe operária e de todos os trabalhadores – o que implica a proibição de todos os despedimentos –, colocamos à consideração de todos os militantes e trabalhadores um conjunto de propostas a integrar num Programa de medidas socialistas, para inverter o rumo dos acontecimentos em Portugal.

1- Renacionalização dos bancos e restante sector financeiro, sem indemnização.

2- Renacionalização de outros sectores estratégicos para a economia nacional, como a energia e as telecomunicações.

3- A canalização de todo o dinheiro para investimentos produtivos, públicos ou privados, para os serviços públicos, nomeadamente o Serviço Nacional de Saúde, sobre o controlo de comissões de trabalhadores democraticamente eleitas.

4- Proibição dos despedimentos. Se as empresas declaram que estão falidas, que mostrem a sua contabilidade, e que o Governo as nacionalize e reestruture, sob o controlo das organizações dos trabalhadores.

5- Revogação das leis anti-laborais, quer do sector público quer do privado, e reposição de todos os direitos dos trabalhadores e das populações, consignados na Constituição da República portuguesa.

6- Retirada das leis contra a Escola Pública e contra a liberdade de ensinar e aprender, imprescindível à construção de respostas educativas para promoção do sucesso escolar e educativo de todas as crianças e jovens.

7- Desenvolvimento de políticas de cooperação entre os povos, traduzidas na partilha dos respectivos recursos materiais e humanos, e da troca das mercadorias de cada nação, no respeito pela sua soberania e identidade.

8- Ruptura com a União Europeia, lançamento das bases de uma União Livre de Nações Soberanas.

Trata-se de elementos para um Programa – a completar e desenvolver, de forma concreta e democrática, por todos quantos estamos comprometidos com a criação de um Portugal livre, democrático, solidário e cooperante.


Juntemo-nos.

A mudança para um novo modelo de sociedade está à frente de todos nós.

quinta-feira, março 26, 2009

Conferência Operária de Paris - conclusões

http://rueportugal.wordpress.com/



Conclusões da Conferência Operária europeia de Fevereiro de 2009



150 delegados de 22 países da Europa reuniram-se em Paris, numa Conferência que tinha como finalidade lutar contra as sentenças do Tribunal de Justiça da União Europeia, como por exemplo as relativas aos casos das empresas Viking, Laval e Rüffert, bem como do Estado do Luxemburgo. Todas estas sentenças – contra os trabalhadores, o direito à contratação colectiva e os sindicatos – tornam claro o verdadeiro conteúdo da União Europeia: um instrumento das multinacionais, uma arma de destruição massiva dos empregos e dos direitos.

O debate central da Conferência acabou por ser sobre a posição que deve ser assumida pelo movimento operário e as suas organizações perante os planos de salvação do capital financeiro, preconizados pela União Europeia e postos em prática por todos os governos ao seu serviço.

Esta Conferência tomou as seguintes decisões:

· Adoptou um Apelo contra os Tratados da União Europeia, à luz dos quais as multinacionais têm feito os maiores atropelos aos direitos dos trabalhadores, contidos nos seus contratos colectivos e nas respectivas legislações nacionais.

· Constituiu uma Comissão de Coordenação e Correspondência, a fim de pôr em prática as propostas contidas nesse Apelo.

· Deu o seu apoio à campanha dos sindicalistas da Irlanda, pela não ratificação do Tratado de Lisboa, no novo referendo a que a União Europeia vai sujeitar o povo irlandês. Neste sentido, os sindicalistas presentes nesta Conferência participarão num grande Comício internacional – a realizar em Dublin (capital da Irlanda) – em apoio ao Apelo lançado pelo Sindicato dos Electricistas (TEEU) para votar “Não” no novo referendo sobre o Tratado de Lisboa.

· Decidiu organizar uma delegação ao Tribunal de Justiça Europeu, a fim de exigir a anulação das sentenças relativas aos casos das empresas Viking, Laval e Rüffert, bem como do Estado do Luxemburgo.

· Adoptou uma Moção exigindo o levantamento das sanções aos sindicalistas do Aeroporto de Barcelona.

· Subscreveu o Apelo a uma Conferência Mundial Aberta (CMA), em defesa da independência do movimento sindical, a realizar no ano 2010, em local e data ainda a fixar. Esta CMA partiu da iniciativa de sindicalistas da China – quer de dirigentes pertencentes ao Movimento pela constituição de sindicatos independentes, quer de membros dos sindicatos oficiais – e, ainda, de responsáveis sindicais dos Estados Unidos da América.

quarta-feira, março 25, 2009

V Assembleia MayDay Lisboa 2009: 25/Março, 21h, Lisboa (SPGL)



O MayDay Lisboa 2009 já anda por aí!

* Depois do equilíbrio das vidas
precárias <http://www.youtube.com/watch?v=AruEuaXklRM>, da ocupação do
Centro de Emprego <http://www.youtube.com/watch?v=LFmFiFzhtL8> e do xadrez
da vida <http://www.youtube.com/watch?v=huntPOXQLpo&feature=related>

*estivemos
por toda a cidade a protestar com stencil contra a precariedade! (Vê AQUI o
vídeo)<http://maydaylisboa2009.blogspot.com/2009/03/o-mayday-lisboa-2009-ja-...>

*
Sabemos que somos cada vez mais: desempregados/as, trabalhadores/as a
recibos verdes, contratados/as a prazo, estudantes, estagiários/as,
pensionistas... "SOMOS MUITOS MAIS!"
Por isso, se "ÉS PRECÁRIO/A? FAZ-TE OUVIR!" e junta-te a nós na

*Próxima Assembleia MayDay!! Lisboa
*
***
4ª feira, dia 25 de Março, 21:00

na sede do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL)

Rua Fialho de Almeida, 3


(Bairro Azul :: metro São Sebastião :: mapa
aqui<http://maps.google.pt/maps?f=q&source=s_q&hl=pt-PT&geocode=&q=R.+Fial...> )

*
*Toda a gente está convocada!! :: MayDay!! MayDay!!*

*www.maydaylisboa2009.blogspot.com

:: maydaylis...@gmail.com*

*O MayDay é uma parada de precários e precárias, que nos últimos anos vem
marcando o 1º de Maio, em várias cidades da Europa e do mundo. É um ponto de
encontro, uma afirmação da recusa da precariedade como fatalidade para as
nossas vidas.** O MayDay Lisboa começou em 2007 e, em 2008, na segunda
edição, juntou já cerca de mil pessoas, numa parada imaginativa e num
percurso de visibilidade e luta.*

ENERGIE: o Magalhães da energia solar!

ENERGIA... quem vai votar nestes embusteiros?

«Para assinalar a segunda fase de expansão da fábrica

Especialistas de energia denunciam "embuste" na visita de Sócrates e Pinho à Energie
24.03.2009 - 08h53
Por Lurdes Ferreira com Ângelo Teixeira Marques
Nelson Garrido
Sócrates esteve na Póvoa
A visita de José Sócrates e de Manuel Pinho às instalações da Energie para assinalar a segunda fase de expansão da fábrica que produz o que designa por "painéis solares termodinâmicos" está a desencadear uma série de protestos por parte dos principais responsáveis pela investigação e indústria solar no país.

"É uma empresa que assenta a sua propaganda num embuste", denuncia Eduardo Oliveira Fernandes, ex-secretário de Estado da Energia e académico que desenhou a política energética do actual Governo, no que é acompanhado por Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa Portugal e presidente da Sociedade Portuguesa de Energia Solar (SPES), e por Manuel Collares Pereira, considerado um dos principais especialistas em energia solar no país, ex-investigador do INETI e responsável pela empresa fabricante de painéis solares térmicos Ao Sol. Os três especialistas clamam que o produto da Energie, fabricado na Póvoa de Varzim, é "publicidade enganosa" - mostram tratar-se de uma bomba de calor accionada a electricidade com apoio secundário em energia solar e não de um painel solar térmico - e atribuem o incentivo político do primeiro-ministro e do ministro da Economia, com a visita efectuada, a uma possível ausência de apoio técnico adequado pelos respectivos gabinetes.

Também a associação ambientalista Geota se associa às críticas. "A pretexto de vender energia solar, [a Energie] vende mais electricidade", diz Manuel Ferreira dos Santos, um dos responsáveis da organização, que equipara o funcionamento do sistema da Energie a um "frigorífico ao contrário" que continua a ser alimentado por energia eléctrica, não solar, restando o que diz ser uma "acção de marketing bem conseguida".

Os especialistas referidos sublinham que a tecnologia da Energie "não está em causa" enquanto bomba de calor. "Sendo eficiente" e uma tecnologia conhecida há mais de duas décadas, frisam que esta "não é energia solar".

Ontem, na visita dos dois governantes à fábrica, o presidente da Energie, Luís Rocha, que se tem batido pelo reconhecimento do seu produto como tecnologia solar, era um homem satisfeito, ao revelar que a empresa foi considerada parceira do Governo no programa de apoio à instalação dos painéis solares térmicos. Esta inclusão permite à Energie aproveitar a onda de incentivo ao sector solar térmico em termos de mercado e aceder a apoios majorados. Um reconhecimento formal como tecnologia solar terá, no entanto, de passar por outras instâncias, nomeadamente a Comissão Europeia, com os especialistas a admitirem que Bruxelas chumbará a ideia.

Os chamados painéis solares termodinâmicos na origem da discórdia usam o mesmo princípio dos frigoríficos, mas ao contrário. Ou seja, enquanto um frigorífico usa o condensador (grelha nas traseiras) e o evaporador (chapa no interior) para arrefecer o ar interior do aparelho aquecendo o de fora (a grelha preta traseira está normalmente a uma temperatura superior à temperatura ambiente), a tecnologia da Energie usa o mesmo condensador e evaporador, com recurso a electricidade, para aquecer a água (podia ser ar). O painel colocado no telhado funciona como evaporador: recebe a temperatura do ar ambiente exterior, que se junta à energia produzida pelo equipamento, contribuindo para aumentar a sua eficiência.

Em relação a equipamentos congéneres de aquecimento térmico a electricidade, estas bombas de calor de água são consideradas mais eficientes. Do ponto de vista técnico, o sistema da Energie é classificado fora da energia solar, dado consumir 10 vezes mais energia eléctrica do que um colector solar térmico.» (do Público)

Nada para dizer

terça-feira, março 24, 2009

Vem noite antiquíssima e idêntica

Reading Poetry

Álvaro de Campos

Excerto de uma Ode

Vem, Noite antiquíssima e idêntica,

Noite Rainha nascida destronada,
Noite igual por dentro ao silêncio, Noite
Com as estrelas lantejoulas rápidas
No teu vestido franjado de Infinito. Vem, vagamente,
Vem, levemente,
Vem sozinha, solene, com as mãos caídas
Ao teu lado, vem
E traz os montes longínquos para o pé das árvores próximas,
Funde num campo teu todos os campos que vejo,
Faze da montanha um bloco só do teu corpo,
Apaga-lhe todas as diferenças que de longe vejo,
Todas as estradas que a sobem,
Todas as várias árvores que a fazem verde-escuro ao longe.
Todas as casas brancas e com fumo entre as árvores,
E deixa só uma luz e outra luz e mais outra,
Na distância imprecisa e vagamente perturbadora,
Na distância subitamente impossível de percorrer. Nossa Senhora
Das coisas impossíveis que procuramos em vão,
Dos sonhos que vêm ter convosco ao crepúsculo, à janela,
Dos propósitos que nos acariciam
Nos grandes terraços dos hotéis cosmopolitas
Ao som europeu das músicas e das vozes longe e perto,
E que doem por sabermos que nunca os realizaremos...
Vem, e embala-nos,
Vem e afaga-nos.
Beija-nos silenciosamente na fronte,
Tão levemente na fronte que não saibamos que nos beijam
Senão por uma diferença na alma.
E um vago soluço partindo melodiosamente
Do antiquíssimo de nós
Onde têm raiz todas essas árvores de maravilha
Cujos frutos são os sonhos que afagamos e amamos
Porque os sabemos fora de relação com o que há na vida. Vem soleníssima,
Soleníssima e cheia
De uma oculta vontade de soluçar,
Talvez porque a alma é grande e a vida pequena,
E todos os gestos não saem do nosso corpo
E só alcançamos onde o nosso braço chega,
E só vemos até onde chega o nosso olhar. Vem, dolorosa,
Mater-Dolorosa das Angústias dos Tímidos,
Turris-Eburnea das Tristezas dos Desprezados,
Mão fresca sobre a testa em febre dos humildes,
Sabor de água sobre os lábios secos dos Cansados.
Vem, lá do fundo
Do horizonte lívido,
Vem e arranca-me
Do solo de angústia e de inutilidade
Onde vicejo.
Apanha-me do meu solo, malmequer esquecido,
Folha a folha lê em mim não sei que sina
E desfolha-me para teu agrado,
Para teu agrado silencioso e fresco.
Uma folha de mim lança para o Norte,
Onde estão as cidades de Hoje que eu tanto amei;
Outra folha de mim lança para o Sul,
Onde estão os mares que os Navegadores abriram;
Outra folha minha atira ao Ocidente,
Onde arde ao rubro tudo o que talvez seja o Futuro,
Que eu sem conhecer adoro;
E a outra, as outras, o resto de mim
Atira ao Oriente,
Ao Oriente donde vem tudo, o dia e a fé,
Ao Oriente pomposo e fanático e quente,
Ao Oriente excessivo que eu nunca verei,
Ao Oriente budista, bramânico, sintoísta,
Ao Oriente que tudo o que nós não temos,
Que tudo o que nós não somos,
Ao Oriente onde — quem sabe? — Cristo talvez ainda hoje viva,
Onde Deus talvez exista realmente e mandando tudo... Vem sobre os mares,
Sobre os mares maiores,
Sobre os mares sem horizontes precisos,
Vem e passa a mão pelo dorso da fera,
E acalma-o misteriosamente,
ó domadora hipnótica das coisas que se agitam muito! Vem, cuidadosa,
Vem, maternal,
Pé ante pé enfermeira antiquíssima, que te sentaste · À cabeceira dos deuses das fés já perdidas,
E que viste nascer Jeová e Júpiter,
E sorriste porque tudo te é falso é inútil. Vem, Noite silenciosa e extática,
Vem envolver na noite manto branco
O meu coração...
Serenamente como uma brisa na tarde leve,
Tranquilamente com um gesto materno afagando.
Com as estrelas luzindo nas tuas mãos
E a lua máscara misteriosa sobre a tua face.
Todos os sons soam de outra maneira
Quando tu vens.
Quando tu entras baixam todas as vozes,
Ninguém te vê entrar.
Ninguém sabe quando entraste,
Senão de repente, vendo que tudo se recolhe,
Que tudo perde as arestas e as cores,
E que no alto céu ainda claramente azul
Já crescente nítido, ou círculo branco, ou mera luz nova que vem.
A lua começa a ser real.

. Fernando Pessoa (1888-1935)
. Poeta português

Quem? O José Manuel?

Sobre Durão Barroso Daniel Cohn-Bendit diz:

"É um camaleão, é um tipo influenciável que tem estado sempre ao serviço dos grandes"

As frases foram retiradas da revista CM

segunda-feira, março 23, 2009

Dia Mundial da Poesia

Antes da Aurora

E os cavalos desmoronaram o horizonte,
ecos a escorrer úmidos por pedras basilares,
e silvaram, a cortar a madrugada,
agrestes palavras, e bárbaras,
a antecipar-lhe as vozes sibilantes.

A rainha, calva, movia em dificuldades
a língua tensa, entre seixos de ouro
que na boca lhe rolavam,
e todos em seu redor se comprimiam,
madrugada vermelha e escura,
silenciosa a rumor de pedras lançadas.

E, entre o relinchar feroz dos corcéis
e a amarela dança premonitória
e os sacerdotes violentos de presságios,
a rainha, eleita e devorada,
a futura mãe carnívora,
tranças louras d'uma história sincopada,
ensaiava recuperar a voz do Sol,
pedras de ouro p'la boca,
frémito cru, e temeroso,
de que tal demência a arder do astro
se volvesse eterna, enfim, e fatal.

E agitava-se emudecida,
transportada em revoada,
corcéis inquietos e trepidantes,
povo de antes da aurora
a galopar por anteontem de Tróia,
a espezinhar ervas em Atenas, amanhã,
e a galgar, por entre gritos,
o Mar aberto de referências,
a singrar no que Tartessos será
e Roma se chamará, futura,
ávidos de manhãs serenas, em aflições já hoje pressentidas,
línguas rudes a ter de articular
em auroras inquietas, e loucas, e imprevisíveis,
as antenascidas antiguidades.

Luis

HEART OF WAX

GNR - Videomaria (Official Videoclip) 1996

Pafuncices kaóticas


Todos os dias o Pafúncio é a página em branco que ouso preencher. Janela para outras janelas, porta para outras portas, vaga para outras vagas, outras ondas. Por vezes perco-me completamente, volto atrás ou deixo-me fluir. Descobertas e tormentas, cais vários onde ancoro e me deixo ficar a fruir. Ilhas, pequenas maravilhas que me vêm visitar e que revisito. Um turbilhão de mar e um vazio por vezes de não saber como dizer tudo o que é preciso dizer. Crises de tempestade. Encalhe. Naufrágio. Sobrevivo à custa de persistência de ir dizendo qualquer coisa que importe a alguém. E que essa coisa dita possa desencadear uma coisa feita.

domingo, março 22, 2009

Outras primaveras

Posted by Picasa

BEJART SACRE DU PRINTEMPS

Reflexões sobre o sindicalismo no Portugal de hoje

Não considero o sindicalismo como principal terreno de luta, mas considero que qualquer processo de transformação social radical passa por re-ganhar os sindicatos para uma luta consequente.

Por Francisco d’Oliveira Raposo


Para ler mais AQUI no Passa Palavra

(ler também os comentários ao artigo)

sábado, março 21, 2009

Alguém aí ainda se lembra dos direitos humanos?


DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

Versão popular de Frei Betto


Todos nascemos livres e somos iguais em dignidade e direitos.

Todos temos direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal e social.

Todos temos direito de resguardar a casa, a família e a honra.

Todos temos direito ao trabalho digno e bem remunerado.

Todos temos direito ao descanso, ao lazer e às férias.

Todos temos direito à saúde e à assistência médica e hospitalar.

Todos temos direito à instrução, à escola, à arte e a cultura.

Todos temos direito ao amparo social na infância e na velhice.

Todos temos direito à organização popular, sindical e política.

Todos temos direito de eleger e ser eleitos às funções de governo.

Todos temos direito a informação verdadeira e correta.

Todos temos direito de ir e vir, mudar de cidade, de Estado ou país.

Todos temos direito de não sofrer nenhum tipo de discriminação.

Ninguém pode ser torturado ou linchado. Todos somos iguais perante a lei.

Ninguém pode ser arbitrariamente preso ou privado do direito de defesa.

Toda pessoa é inocente até que a justiça, baseada na lei, prove o contrário.

Todos temos liberdade de pensar, de nos manifestar, de nos reunir e de crer.

Todos temos direito ao amor e aos frutos do amor.

Todos temos o dever de respeitar e proteger os direitos da comunidade.

Todos temos o dever de lutar pela conquista e ampliação desses direitos.

Blog Widget by LinkWithin