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domingo, fevereiro 15, 2009

AMNISTIA aponta o dedo

Greve de Fome continua em Guantánamo

Por Robert Mackey

Binyam Mohamed
Binyam Mohamed em Londres no ano 2000.

Uma advogada militar dos Estados Unidos que representa um dos 242 detidos em Guantánamo disse a um jornal inglês que, incluindo o seu cliente, “pelo menos 50 pessoas estão em greve de fome, e 20 das quais estão já em perigo” no centro de detenções da Baía de Guantánamo.
A advogada, a Tenente-Coronel da Força Aérea Yvonne Bradley, disse ao The Observer, o jornal de Domingo do The Guardian, que o seu cliente, um Etíope nascido no Reino Unido e chamado Binyam Mohamed, está em perigo de vida. O “The Observer” acrescenta que, de acordo com testemunhas, os detidos em greve de fome “são atados a cadeiras e forçados a comer, e agredidos caso se neguem a fazê-lo ou resistam.”
Mohamed está em greve de fome para protestar contra o facto de ainda estar preso em Guantánamo, quatro meses depois de as acusações contra ele terem sido abandonadas.
Como afirma John Schwartz na sua reportagem de hoje no New York Times, os advogados de Mohamed estão chocados com o facto da administração de Obama ter procurado bloquear na Segunda-Feira uma acção nos tribunais em favor de Mohamed:

No caso, Binyam Mohamed, natural da Etiópia, e outros quatro detidos intentaram uma acção contra o auxílio que a empresa Boeing prestou ao organizar e planear voos para o programa da administração Bush “extraordinary rendition”, no qual suspeitos de terrorismo foram secretamente levados para outros países, onde afirmam terem sido torturados. [...]
Os documentos do tribunal descrevem tratamentos horrorosos nas prisões secretas. Mohamed afirmou que, durante a sua detenção em Marrocos, “foi agredido repetidas vezes, tendo partido vários ossos, e ocasionalmente, perdendo a consciência. As suas roupas foram cortadas com um bisturi que também serviu para lhe fazerem incisões no corpo, incluindo no pénis. Depois, deitavam-lhe um líquido quente por cima das feridas que tinham sido cortadas no seu pénis. Mohamed era frequentemente ameaçado com violações, electrocução e morte.”

Os advogados da American Civil Liberties Union, que subscreveram a acção, continuam a apelar aos juízes federais para que permitam “às vítimas de tortura ir a tribunal.” Mas a advogada militar de Mohamed, a Tenente-Coronel Bradley, mostra mais preocupação com o estado físico e psicológico do seu cliente. Na Segunda-Feira, a advogada disse a Richard Norton-Taylor do The Guardian que, “Se isto se continuar a arrastar, Mohamed sairá de Guantánamo louco ou num caixão.”
Desde que Mohamed se tornou num assunto Britânico, quando foi detido no Paquistão e o governo do Reino Unido acordou repatria-lo depois dos crimes de guerra contra ele apontados terem sido retirados em Guatánamo em Outubro do ano passado, a Tenente-Coronel Bradley viajou até ao Reino Unido esta semana para se encontrar com representantes do governo britânico alertando-os e pedindo-lhes que acelerem a pressão no sentido da libertação de Mohamed.
Na noite de Segunda-Feira, a Tenente-Coronel Bradley foi entrevistado por Jon Snow no Channel 4 News em Londres, depois da reportagem sobre o caso de Mohamed ter sido divulgada (foi para o ar antes da audiência da acção proposta em San Francisco):



Na sua reportagem com Snow (abaixo citada), a Tenente-Coronel Bradley acentuou que “o problema é que, Mohamed, para além da questão política, para além da retórica e da negociação, ainda se encontra em Gitmo, na Baía de Guantánamo, hoje, onde não existem acusações, perdendo tempo.”



A página de tópicos do Times sobre Mohamed explica que não existem acusações pendentes contra ele em Guantánamo:

Depois da captura de Mohamed, o Procurador então em funções, General John Ashcroft disse que ele tinha sido cúmplice de José Padilla na detonação de uma “bomba suja” nos Estados Unidos. No ano passado, o Departamento de Justiça afirmou que as acusações contra Mohamed sobre a detonação da bomba suja tinham sido abandonadas, e que em Outubro último, todas as acusações foram retiradas.

De acordo com o The Observer, quando a Tenente-Coronel Bradley se encontrar, esta semana, com representantes do departamento de negócios estrangeiros do governo Britânico, “irá pedir a divulgação de 42 documentos secretos que alegadamente descrevem não só como Binyam Mohamed foi torturado, mas que também podem corroborar acusações em como o governo Britânico foi cúmplice neste tratamento.”
A objecção apresentada pelo governo Americano contra a acção intentada por Mohamed e outros detidos no tribunal federal é que, trazendo a público estes dados secretos isso poderá comprometer as relações dos serviços de inteligência com outros países.
No Domingo, o The Guardian publicou excertos do diário que Mohamed manteve durante a sua detenção em Marrocos e no Afeganistão, antes de ser transferido para Guantánamo. Nesta entrada, de 2002, Mohamed escreveu que disse aos seus interrogadores o que ele pensava que eles quereriam ouvir:

Eles fizeram-me uma pergunta. Eu respondi uma coisa. Eles disseram que era mentira. Eu respondi outra coisa. Eles disseram que era mentira. Não conseguia perceber o que é que eles queriam ouvir.
Disseram que alguém lhes tinha contado que eu era o homem grande da Al Qaeda. Eu respondi que era mentira. Torturaram-me. Por fim disse que era verdade. Naquela noite, as mesmas pessoas voltaram. O mesmo homem bateu-me até eu não me aguentar de pé.


FONTE: The New York Times, 10 FEV 2009 (http://thelede.blogs.nytimes.com/2009/02/10/hunger-strikes-continue-at-guantanamo/)

TRADUÇÃO DE: Sara Cruz

domingo, janeiro 11, 2009

Obama quebra o silêncio


Cartoon Informations Ouvrières, 28, pag. 2

EUA: Obama cria equipa para abordagem do conflito israelo-palestiniano a partir do dia 20

Washington, 11 Jan (Lusa) - Barack Obama anunciou hoje que vai criar uma equipa para intervir no processo de paz do Médio Oriente "imediatamente" após a sua investidura no próximo dia 20 como novo presidente dos Estados Unidos da América. (ler mais)

in Expresso

quarta-feira, novembro 19, 2008

quarta-feira, novembro 05, 2008

Eleições EUA 2008

Sem dúvida que estamos perante uma nova era do Imperialismo Americano. A era Bush findou, marcada pela mais ignóbil crise financeira global. Não acredito que Obama resista a tais tentáculos. Agirá em conformidade com os desígnios do imperialismo americano. Os poderes mudarão de mãos, mas continuarão a ser podres poderes de podres interesses de um sistema capitalista moribundo, nauseabundo. A fome no mundo continuará para pior. O jogo da bolsa continuará a ser jogado às cegas, com os capitais que deviam ser usados em benefício dos povos. O voto em Obama expressa o desejo de mudança do povo americano. Mulheres negros e hispânicos. Para onde se escoará tanta esperança? Para que outras guerras serão deslocalizadas as guerras? Não mais cheirará a enxofre a Hugo Chaves. Ou será que Obama para onde for arrastará atrás de si um séquito imparável cheirando a enxofre?

sábado, agosto 30, 2008

Showbizz

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Imagem daqui

Ontem
(ver video) Al Gore foi feliz com a piada sobre reciclagem: disse qualquer coisa parecida com “gosto de reciclagem mas isto é ridículo”. Referia-se às propostas políticas de McCain, suja reciclagem das imundas políticas praticadas por Bush.
A primeira vez que li sobre Al Gore a minha intuição – preciosa intuição eu tenho! – indicou-me que Al Gore era mais do mesmo, ou seja ele próprio uma reciclagem do sistema capitalista. Certo que havia (e há) uma deslocação do eixo, um certa viragem, não nos fins mas nos meios com que se obtêm os fins. Se Bush alimentava o negócio do petróleo e lucrava com a guerra, Al Gore procurava lucrar com o negócio dos bio-combustíveis e das energias alternativas, apenas porque o petróleo não é o seu ramo.
Coincidente com Obama, como se pode comprovar agora, no que diz respeito a não olhar a meios para atingir os fins: na América até a política é um espectáculo, mas hoje, Al Gore e Obama eram um encontro de vedetas que gerou filas de três quilómetros de gente deseperada por os ver mudar o mundo.

Estamos perante uma luta política do poder pelo poder. e duvido muito que esses dois queiram realmente mudar as regras do jogo para jogarem limpo e não para fazerem batota com o povo americano e com o mundo em geral. É evidente que o mundo já não aguenta a ameaça das estratégias de Bush e seus perigosos conselheiros (Bush sabe lá delinear uma estratégia sozinho!). Mas esta alternativa Al Gore/Obama, embora afirme uma tendência ecológica, não me cheira nada bem, como a gasolina verde. Há ali interesses económicos que nunca mais acabam, como se estivessem prestes a reorientar os negócios chorudos, deslocando o eixo para outras negociatas que vão dar no mesmo esgotamento do planeta (basta lembrar os perigos dos bio-combustíveis). É certo que os outros, mais velhos, estão a ver o capitalismo que engendraram triunfante à beira do fim, tão predador e desesperado como eles próprios, moribundos, quase ardendo nos quintos dos infernos. Por isso criam uma máquina cada vez mais rapidamente devoradora (com as regras do capital financeiro que nada produz e tudo controla, com a guerra, o consumo, o endividamento cada vez mais generalizados) que quanto mais imponentemente arde, mais se consome e extingue (imagem soberba do meu amigo Kaos, já outras vezes aqui usada). A minha preciosa intuição diz-me que o Obama é mero fogo de vista para uma verdadeira mudança de rumo do planeta que tantos cada vez mais desejam. Ao apontarem uma alternativa estão lançando o isco que atrai multidões que apenas querem outra coisa, não importando para já que tipo de mudança se propõe, desde que vão atirando todas as culpas em Bush e convençam os mais crédulos que vão fazer diferente.
A euforia com que o mundo está a aceitar Obama mostra a vontade colectiva da mudança de políticas, mas a maior parte das pessoas que apoiam Obama nem sequer questiona que a sua campanha é apenas um showbizz enganador, bem montado e bem apoiado, que nunca irá converter a globalização em cooperação e gestão racional e consciente dos recursos mundiais. Os negócios apenas tendem a mudar de mãos, ou nem isso. E as guerras irão apenas deslocar seu alvo para outros eixos, como melhor lhes convier.
Estamos perante a eminência de uma deslocalização do poder para um poder outro, mas a minha intuição diz-me que este, com o tempo também se virá a revelar uma verdade inconveniente.

Veja também o video alternativo.

sexta-feira, agosto 22, 2008

Alzheimer ou capitalismo desenfreado?

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retirado da Net


John McCain, afirmou hoje que não sabe quantas residências possui

Às vezes acontece-me não saber às quantas ando. Principalmente de férias, é comum não saber que dia é ou que horas são. Por exemplo, aqui são sempre mais duas horas do que são na realidade. Isso é normal acontecer aqui. Pequeno-almoço à hora do almoço, almoço à hora do lanche, praia à hora que os outros saem da praia, jantar à hora de deitar e deitar à hora que seria normal acordar numa quinta quando se trabalhavam as terras das quintas. Mas férias são isso mesmo, sair fora do sistema e fazer o que apetece, quando apetece. Quanto mais existem regras e horários, mais se quer usar as férias para sair fora deles.

Agora, não saber quantas casas se tem… Isso é Alzheimer instalado ou capitalismo desenfreado? Seja como for, este McCain é ainda mais perigoso do que o Bush, porque ele deve ser mais inteligente do que o Bush, visto que mais burro do que aquilo não pode haver, o que já faz toda a diferença para o mundo ainda correr um maior risco se o homem ganhar.

Mas esta notícia não revela apenas o carácter de McCain, também foi edificante saber que a oportunista campanha de Barack Obama, a pretexto do deslize, logo comprou governadores e locutores para usar este despiste a seu favor:

Além disso, a campanha democrata colocou no ar um comercial de TV mostrando as sete casas de McCain, ressaltando o valor total das mansões: US$ 13 milhões. No fim, diante de uma foto da Casa Branca, um locutor diz: "Esta é a única casa para a qual os americanos não podem deixar McCain se mudar."

Esta última frase mostra bem como para os americanos não é o excesso, nem o abuso, nem a usurpação, nem a propriedade privada que permite tais aberrações que deve ser posta em causa. Para o comum dos americanos, esta frase mostra como no fundo não é significativo que o McCain não se lembre ao certo de quantas casas tem, apenas importa aos que apoiam Obama que não seja o McCain em vez dele a instalar-se na Casa Branca. Eis porque não se pode confiar em Obama para que a mentalidade americana mude: para ele não é jamais a imoralidade de ter sete casas -- quando tantos americanos ficaram sem nenhuma na tragédia de New Orleans -- que é perniciosa e que está em causa; o que pode chatear Obama é que não seja ele mesmo a ocupar a Casa Branca. Será Obama assim tão diferente dos seus opositores? Ou apenas está à espera da oportunidade para se tornar igual aos que já estavam antes instalados?

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