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quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Mário Soares: "Precisamos de um capitalismo ético"[!]

Imagem daqui

Já era sabido que o Mário Soares foi um traidor que não hesitou em pôr o Socialismo na gaveta. Durante a sua actividade de homem do Estado foi reconhecidamente um dos mais carismáticos políticos, no mau sentido, daqueles que diz que sim para um lado, diz que sim para o outro e no final faz o que lhe dá na real gana, sem se importar absolutamente nada em consultar o povo. Um verdadeiro "diplomata", como muitos lhe chamaram (em minha casa sempre lhe ouvi chamar coisas bem diferentes!). Ora o homem, aproveitando a senilidade vem agora dizer, sem vergonha nenhuma, que "precisamos de um capitalismo ético". E isto depois de proteger ainda que veladamente o delfim do PS, aproveitando para ir dando uma no cravo, outra na ferradura - sempre foi o seu forte - tratando o escândalo Freeport como um mero pretexto para se espalhar a "confusão". Claro que o Marocas não seria ele quem iria deitar "uma acha sequer para essa fogueira, que se iniciou não se sabe como nem de onde partiu"; aliás para ele, que vem neste caso fazer o papel de mata borrão, as notícias são "contraditórias" e corre-se o grande perigo de se poder "pensar que a democracia também está em crise"...
Já não é de hoje, é já do tempo em que um pseudo-socialista enganava todo um povo acenando-lhe com bandeiras vermelhas de punhos fechados enquanto comprometia à socapa todo o futuro deste país levando-o a passos largos direito ao abismo da improdutividade que na altura se ocultava sob a capa da "Europa social" que depressa havia de descambar na UE neoliberal a desmandos dos EUA (aliás já na altura este senhor andava às ordens do CIA Carlucci!). Vem ele agora anunciar que a Democracia não está em crise e reafirmar que as instituições (leia-se da Justiça!) funcionam. A era dos políticos mentirosos começou à muito com este senhor. O Sócrates é apenas o refinamento da arte de ludibriar o povo, um discípulo brilhante na arte da mentira, cujo mestre de outros tempos se reveste de um certo ar intelectual ao sabor dos valores da sua época, enquanto este agora lhe basta albardar-se de Armani's e fazer-se passar por modernaço inovador que insiste à custa de tudo e de todos em puxar a carroça à velocidade de TGV's.
Seria pois fantástico, sintoma dos nossos conturbados tempos, ver um verdadeiro socialista a desejar um capitalismo ético, mas nós já sabemos muito bem e há muito tempo com quem estamos metidos e como tal em nada nos admiramos, apenas na cada vez maior falta de vergonha na cara (verdade seja dita, nunca teve muita!). Dizem que uma das coisas boas da idade é que ganhamos calo, perdemos a vergonha, no sentido de que nos tornamos mais ousados, já não temendo os juízos que os outros fazem de nós. Mas neste caso é mesmo deboche e sem vergonhice de quem há muito largou a pele da ideologia socialista e se enfiou numa outra pele, que muito bem lhe assenta, de burguês instalado e rendido aos encantos do capitalismo... ético? Onde já se viu um capitalismo ser ético? Seria o mesmo que um porco ser limpo. Será esta a nova ideologia dos que antes se diziam "socialistas" ou apenas sintoma da mais canalha senilidade?

terça-feira, setembro 09, 2008

Reflexões na ressaca da Festa do Avante

Posted by Picasa
Festa do Avante 2008


Diz uma amiga de longa data que quem já por lá andou acaba por lá voltar. Eu tendo a concordar com ela porque faço parte dos que sempre voltam à Festa do Avante. Em absoluto não temo conotações políticas. Sou de esquerda, desde que ganhei consciência sempre fui e isso basta-me. Tal como alguns têm a sua própria concepção de divino eu tenho a minha própria concepção da esquerda e essa já se tornou num princípio, já ninguém ma tira. Estou do lado do que me parece justo e verdadeiro. Com muito cuidado para não me deixar levar pelas aparências. E isto porque a esquerda não é linear. Não há só uma esquerda, há muitas tendências de esquerda que enveredaram por formar partidos políticos diversos. Ora o triunfo da esquerda sobre o sistema capitalista depende da unidade de todas as vozes contra esse poderoso inimigo do bem estar dos povos. Quanto mais a esquerda se dividir, mais o capitalismo se fortalece. Já houve um tempo em que o capitalismo era próspero, na medida em que investia e produzia, gerava emprego e não desemprego, apesar de sempre ter sido explorador da força de trabalho, desvalorizando-o face aos meios de produção e graças à invenção do seu direito à propriedade privada. Mas hoje o capitalismo produz em excesso e consome em excesso, apropriando-se e destruindo indiscriminada e irracionalmente todos os recursos. O capital financeiro que nada produz senão lucros e prejuízos; a ambição desenfreada do lucro rápido e desmedido obtido através da desvalorização do trabalho e do despedimento em massa, são hoje estratégias desesperadas que minam as sociedades. Guerras, fomes, catástrofes ambientais são hoje consequências do desregramento e do egoísmo de muitos séculos de sistema feudal e gestão irracional. A "globalização" veio instituir o capitalismo como o modelo vencedor mas a realidade mundial desmente a sua eficácia em gerir racionalmente o planeta.
Quanto ao socialismo ainda está por cumprir mas a falência da actual ordem mundial exige a mudança de rumo. Ou queremos continuar a esgotar o planeta e oferecer de mão beijada os recursos que permitem a sobrevivência da Humanidade ou nos unimos e lutamos por uma nova ordem mundial capaz de os repartir com mais justiça e equidade.




segunda-feira, janeiro 28, 2008

Mentiroso Compulsivo e/ou Amnésico?

«(...) Noutro âmbito, o primeiro-ministro virou as suas baterias para os ataques dos partidos de «esquerda» e as lições de política social que pretendem dar ao Governo. “Alguns estão a tentar dar lições de esquerda ao PS, mas não me recordo de um período onde um Governo tivesse deixado tantas marcas de esquerda”, afirmou José Sócrates, no encerramento de um encontro do PS/Setúbal. O PS é o partido da responsabilidade social, que quer políticas sociais sustentadas”, afirmou.» (ler aqui)

Sócrates não se recorda do período. É natural.

Nós também já vamos tendo que fazer um esforço de memória para nos lembrarmos de um governo que tenha criado medidas sociais. Mas das medidas sociais que o governo Sócrates está a tomar, dessas lembramos-nos nós bem, estamos a sofrê-las na pele.
Os de Bilderberg não podiam ter escolhido melhor peça para denegrir a esquerda. Porque se se conseguir fazer passar a ideia de que estas são as marcas da esquerda, fica aberto o caminho para a direita. O povo não as quer e, se são de esquerda, o povo não quer a esquerda.

Mentiroso compulsivo, sem dúvida. Amnésico, quando lhe convém. Este Sócrates é um caso patológico. Mas é principalmente congeminoso e perigoso: percebeu que assumir as políticas do seu governo como sendo de esquerda é a melhor forma de levar as pessoas a abominar tudo o que lhes "cheire" a esquerda. No fim da missão cumprida, pode não ser reeleito (o que aconteceria se a amnésia não fosse uma característica do povo português); ou até pode ser reeleito, se entretanto virar tudo ao contrário e a sua máquina de propaganda vier anunciar que é chegada a hora da retoma e das contrapartidas. Seja como for, certamente já terá um cargo assegurado agendado algures nos ficheiros de Bilderberg como recompensa de ter cumprido tão habilmente o programa que lhe foi destinado: dar a machadada final no imaginário socialista nascido em Abril.


quinta-feira, outubro 25, 2007

Não ao Tratado Europeu

ENCONTRO PARA A UNIDADE PARA UMA POLÍTICA SOCIALISTA

PELA DEFESA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA!

NÃO AO TRATADO EUROPEU!


Cara(o) camarada,

Fomos 200 mil a apoiar a CGTP quando disse, pela voz de Carvalho da Silva: “Não aceitamos a revisão do Código do Trabalho. Não aceitamos a desregulamentação do horário de trabalho. Este conceito de flexigurança, que nada tem a ver com a nossa realidade, tem que ser rechaçado. Não aceitamos que haja já outros a preparar-se para saltar para o poleiro, para exigirem dos trabalhadores ainda mais e mais, e a dizerem que iriam continuar mais 15 a 20 anos assim, a explorarem sem limites e a viverem à custa da especulação financeira.

Não podemos continuar assim, pois isto só gera mais desemprego, mais precariedade, mais desigualdade, mais 100 mil trabalhadores a partirem, em cada ano, para a imigração.

É tempo de:

- Aumentar os salários e melhorar as condições de vida das famílias;

- Travar o desemprego e as privatizações;

- Travar a ofensiva contra as carreiras dos funcionários públicos;

- Investir na Educação, em vez da política contra os seus profissionais (professores);

- Fazer uma política de Saúde ao serviço das populações e não do capital;

- Promover a justiça social.

(…) Estamos juntos na luta com os outros trabalhadores da Europa, com a greve dos trabalhadores franceses, para os quais mandamos uma fraterna mensagem de solidariedade.

Apostamos no combate para a unidade.”

Carvalho da Silva afirma que aposta na realização da unidade.

Nós partilharemos de todo o combate para a unidade que for na via de pôr em prática uma política para responder às exigências da maioria do povo, expressas na manifestação dos 200 mil de 18 de Outubro.

Para nós, a satisfação dessas exigências e o caminho da unidade só podem assentar na defesa e retoma de todas as conquistas do 25 de Abril – incompatíveis com as directivas e os tratados da União Europeia.

Na Assembleia da República existe uma larga maioria de deputados pertencentes a forças políticas que se reclamam do 25 de Abril. Entre eles, está a maioria absoluta do PS.

Onde está escrito que esta maioria tem que apoiar um Governo que é unha com carne com Durão Barroso – cuja política o povo rejeitou nas eleições de Fevereiro de 2005?

Não está escrito em lado nenhum!

Foi esta constatação que levou militantes de diferentes tendências, reunidos com o POUS, a enviarem uma mensagem aos manifestantes de 18 de Outubro, onde é dito:

«Estamos convencidos de que são essenciais todos os passos que forem dados no sentido da batalha democrática pela unidade de todos os sindicatos e forças de Abril, em direcção ao Grupo parlamentar do PS – para que rompa com as ordens da Comissão Europeia e do BCE, com os seus Tratados (em particular o de Maastricht, que impõe a ditadura do “défice zero”), para que se recuse a caucionar o novo “Tratado reformador da UE”, que retirará todo o poder à Assembleia da República.

É esta convicção que nos leva a propor a realização de um Encontro para a unidade, para combater pela constituição de um Governo que aplique um programa de medidas socialistas, um programa para retomar todas as conquistas do 25 de Abril, para a construção de um país de liberdade, de paz, de desenvolvimento e da realização em todas as suas dimensões, da económica à cultural.»

Foi neste sentido que, também nessa mensagem, anunciámos a realização de uma reunião com o objectivo de começar a organizar este

ENCONTRO PARA A UNIDADE PARA UMA POLÍTICA SOCIALISTA

Reunião de preparação, 6ª feira, 26 de Outubro de 2007, 18 h 30 M

Rua Santo António da Glória, nº 52 B – cave C, Lisboa

(Local cedido pelo POUS)

Cara(o) camarada,

Participa nesta reunião, aberta a todos os que reconhecem a necessidade de avançar nesta via.

Lisboa, 23 de Outubro de 2007

Pela Comissão de Iniciativa

Jorge Torres (CT da UNOR)

Carmelinda Pereira (POUS)

Assina o Apelo europeu pelo “Não ao Tratado reformador da UE”

quinta-feira, outubro 11, 2007

Pôr a Boca no Trombone

ENFIM, SÓ!

Público, 27.05.2007
António Barreto
Retrato da Semana

A saída de António Costa para a Câmara de Lisboa pode ser interpretada de muitas maneiras. Mas, se as intenções podem ser interessantes, os resultados é que contam. Entre estes, está o facto de o candidato à autarquia se ter afastado do governo e do partido, o que deixa Sócrates praticamente sozinho à frente de um e de outro. Único senhor a bordo tem um mestre e uma inspiração. Com Guterres, o primeiro-ministro aprendeu a ambição pessoal, mas, contra ele, percebeu que a indecisão pode ser fatal. A ponto de, com zelo, se exceder: prefere decidir mal, mas rapidamente, do que adiar para estudar. Em Cavaco, colheu o desdém pelo seu partido. Com os dois e com a sua própria intuição autoritária, compreendeu que se pode governar sem políticos.

Onde estão os políticos socialistas? Aqueles que conhecemos, cujas ideias pesaram alguma coisa e que são responsáveis pelo seu passado? Uns saneados, outros afastados. Uns reformaram-se da política, outros foram encostados. Uns foram promovidos ao céu, outros mudaram de profissão. Uns foram viajar, outros ganhar dinheiro. Uns desapareceram sem deixar vestígios, outros estão empregados nas empresas que dependem do Governo. Manuel Alegre resiste, mas já não conta. Medeiros Ferreira ensina e escreve. Jaime Gama preside sem poderes. João Cravinho emigrou. Jorge Coelho está a milhas de distância e vai dizendo, sem convicção, que o socialismo ainda existe. António Vitorino, eterno desejado, exerce a sua profissão. Almeida Santos justifica tudo. Freitas do Amaral reformou-se. Alberto Martins apagou-se. Mário Soares ocupa-se da globalização. Carlos César limitou-se definitivamente aos Açores. João Soares espera. Helena Roseta foi à sua vida independente. Os grandes autarcas do partido estão reduzidos à insignificância. O Grupo Parlamentar parece um jardim-escola sedado. Os sindicalistas quase não existem. O actual pensamento dos socialistas resume-se a uma lengalenga pragmática, justificativa e repetitiva sobre a inevitabilidade do governo e da luta contra o défice. O ideário contemporâneo dos socialistas portugueses é mais silencioso do que a meditação budista. Ainda por cima, Sócrates percebeu depressa que nunca o sentimento público esteve, como hoje, tão adverso e tão farto da política e dos políticos. Sem hesitar, apanhou a onda.

Desengane-se quem pensa que as gafes dos ministros incomodam Sócrates. Não mais do que picadas de mosquito. As gafes entretêm a opinião, mobilizam a imprensa, distraem a oposição e ocupam o Parlamento. Mas nada de essencial está em causa. Os disparates de Manuel Pinho fazem rir toda a gente. As tontarias e a prestidigitação estatística de Mário Lino são pura diversão. E não se pense que a irrelevância da maior parte dos ministros, que nada têm a dizer para além dos seus assuntos técnicos, perturba o primeiro-ministro. É assim que ele os quer, como se fossem directores-gerais. Só o problema da Universidade Independente e dos seus diplomas o incomodou realmente. Mas tratava-se, politicamente, de questão menor. Percebeu que as suas fragilidades podiam ser expostas e que nem tudo estava sob controlo. Mas nada de semelhante se repetirá.

O estilo de Sócrates consolida-se. Autoritário. Crispado. Despótico. Irritado. Enervado. Detesta ser contrariado. Não admite perguntas que não estavam previstas. Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber. Deseja ter tudo quanto vive sob controlo. Tem os seus sermões preparados todos os dias. Só ele faz política, ajudado por uma máquina poderosa de recolha de informações, de manipulação da imprensa, de propaganda e de encenação. O verdadeiro Sócrates está presente nos novos bilhetes de identidade, nas tentativas de Augusto Santos Silva de tutelar a imprensa livre, na teimosia descabelada de Mário Lino, na concentração das polícias sob seu mando e no processo que o Ministério da Educação abriu contra um funcionário que se exprimiu em privado. O estilo de Sócrates está vivo, por inteiro, no ambiente que se vive, feito já de medo e apreensão. A austeridade administrativa e orçamental ameaça a tranquilidade de cidadãos que sentem que a sua liberdade de expressão pode ser onerosa. A imprensa sabe o que tem de pagar para aceder à informação. As empresas conhecem as iras do Governo e fazem as contas ao que têm de fazer para ter acesso aos fundos e às autorizações.

Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente competentes e sem oposição à altura, Sócrates trata de si. Rodeado de adjuntos dispostos a tudo e com a benevolência de alguns interesses económicos, Sócrates governa. Com uma maioria dócil, uma oposição desorientada e um rol de secretários de Estado zelosos, ocupa eficientemente, como nunca nas últimas décadas, a Administração Pública e os cargos dirigentes do Estado. Nomeia e saneia a bel-prazer. Há quem diga que o vamos ter durante mais uns anos. É possível. Mas não é boa notícia. É sinal da impotência da oposição. De incompetência da sociedade. De fraqueza das organizações. E da falta de carinho dos portugueses pela liberdade.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Abaixo o Marismo Soarismo!


Eu oiço cada uma...

Então não é que acabei de ouvir o Mário Soares, sem vergonha nenhuma na cara, apesar da idade, a dizer que o referendo do aborto será o que o povo quiser e que será feita a sua vontade porque num regime democrático "o povo é quem mais ordena"! Será que ele julga que nos esquecemos que estamos hoje a sofrer na pele as directrizes da União Europeia, atolados até ao pescoço por vontade dele? O que pensava Mário Soares do povo quando o lançou nas malhas da União Europeia sem sequer o consultar? O Mário Soares perguntou a algum povo em referendo se queríamos ou não entrar para a União Europeia? Nessa altura em que dirigiu o país para este beco sem saída, será que ele achava o povo português demasiado estúpido para participar num referendo? Ou será que nessa altura o seu sentido de "democracia" não hesitou em excluir o povo quando se tratou de tomar a mais importante das decisões?
Quem poderá esquecer que foi este senhor, que se diz socialista, o primeiro a lançar o nosso país aos chacais e a guardar o verdadeiro socialismo na gaveta?

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