sexta-feira, junho 29, 2007

Quem tem medo do lobo mau?

Já imaginaram os vossos blogues de repente perderem a identidade, vocês a fixarem os olhos no écran à procura do nome do vosso blogue e encontrarem no seu lugar uma imagem ali aparecida?

Depois, claro habituam-se, conformam-se com o sucedido, pois se já sucedeu… em breve poderão vir a experimentar uma espécie de amnésia, perguntarão: como é mesmo que se chamava o meu blogue?

Estava a dramatizar a situação, afinal, vê-se muito bem lá por baixo o nome “O Pafúncio”, quem quiser saber pode decifrar. E a imagem que lá apareceu até dá um certo ar modernaço, de assunto do dia.

Não, ainda não é um vírus. Sou eu a testar as possibilidades do meu blogue. Hoje ficou assim, e assim vai permanecer até O Pafúncio deixar de se sentir sufocado pelo momento político que Portugal está a passar.

quinta-feira, junho 28, 2007

Tudo Bons Rapazes!

Goodbye, Blair, nunca te esqueceremos

O Bagão é um vampiro!

Não posso permitir que o Pafúncio se deixe embevecer por todos esses prémios que tem ganho ultimamente. Atordoado, parece nem reparar que coisas graves se estão a passar à sua volta e ele a sonhar com Tomates, Grelos e Maravilhas da Blogosfera. Desce à terra, Pafúncio e vem dar-te conta do que se passa à tua volta. Ouviste hoje o Bagão Félix vindo das trevas dos quintos dos infernos que o pariu. Vê lá se ele não apareceu logo, assim que lhe cheirou à retirada dos direitos dos trabalhadores. Espécie de vampiro que avidamente fareja a força de trabalho, a mão de obra barata e precária. E quer mais. A sua obsessão é alterar a Constituição, para poder ir ainda mais longe. Pulverizar a classe trabalhadora, retirar-lhe todos os direitos conquistados, não lhe dar qualquer tipo de segurança, torná-la completamente dependente, levando-a a aceitar qualquer emprego, ameaçando-a com o desemprego, eis a sua versão do Código de Trabalho do Século XXI.

Tu andas distraído, ó Pafúncio, os nossos filhos serão uns biscateiros que, dizem-nos de antemão, terão que se agarrar a vários empregos ao longo da vida para sobreviver e para não cair no desemprego; e cada vez terão mais insegurança e incertitude. Não terão um trabalho digno , com direitos, e, nessa altura já os seus pais terão passado a uma reforma reduzida, com tendência a se reduzir ainda mais. O sistema que professam esperará que sejam esses jovens precários que pulam de emprego para emprego a apoiar os pais na doença e na velhice ou logo se vê o que acontece na altura a uns e a outros? Que populações de famélicos terão entretanto produzido? Quantos mais milionários? Quantos mais desempregados e precários? Que multidão aguentará que cumpram os objectivos à sua custa?

Estes, como o Bagão, esperam agora para ver até onde os deste governo conseguem avançar e aproveitam a ocasião para adiantar a ideia de que, sem a alteração da Constituição da República, o Livro Branco das Relações Laborais não passa de uma brincadeira de crianças. Para Bagão Félix a Constituição é um entrave ao seu desejo sanguinário de ir ainda mais longe, o mais longe possível na exploração da força de trabalho do século XXI, como se se pudesse ir ainda muito mais longe!

Não aprecio este tipo de rato que rói os nossos pés, as nossas estruturas, as suas fundações. E o país está minado deles, a destruir as estruturas da nação. Em pouco tempo não haverá Estado para se responsabilizar seja pelo que for. Cada um, mal ou bem terá que se virar, não haverá qualquer sistema a protegê-lo e pagará tudo do seu bolso. Muita gente enriquecerá com essa privatização. Privatizar o que era propriedade ou direito de todos os cidadãos é uma usurpação em larga escala. Todos os que nos apontam o caminho da nossa destruição são ladrões e malfeitores, gente sem escrúpulos nem valores, cheios de veneno e ambição saem das trevas para nos sugar, são os novos vampiros, senhores à força, mandadores sem lei, enchem as tulhas, bebem vinho novo, dançam à roda no pinhal do rei. Fascista do Bagão!

O Pafúncio é um fenómeno do Entroncamento!


"O Prémio "Blogue com grelos" premeia mulheres que, na sua escrita, para além de mostrarem uma preocupação pelo mundo à sua volta, ainda conseguem dar um pouco de si, dos seus sentires e com isso tornar mais leve a vida dos outros. Mulheres, mães, profissionais que espalham a palavra de uma forma emotiva e cativante. Que nos falam da guerra mas também do amor. A escrita no feminino, em toda a net lusófona tem que ser distinguida."

O Pafúncio foi contemplado com mais um prémio. Agradeço a distinção à Renda de Bilros que foi a pessoa maravilhosa que atribuiu mais este prémio ao Pafúncio. Este blogue torna-se agora numa espécie de blogue hermafrodita: com grelos e dois belos pares de tomates, ele quase se converte assim num blogue do Entrocamento.

Para não ser desmancha prazeres, mas também e principalmente porque me lembrei imediatamente de alguém de um blogue que bem o merece, atribuo este prémio à MORIAE e ao blogue A SINISTRA MINISTRA

Deixo aqui expresso o meu apelo a que este prémio possa igualmente ser atribuído também a blogues de homens pois muitos deles revelam uma sensibilidade muito próxima à sensatez das mulheres. E afinal, que homem da blogosfera não gostaria também de ser contemplado com um Grelo. Podíamos depois dizer: "o meu grelo vai para... "


quarta-feira, junho 27, 2007

Voltar o feitiço contra o feiticeiro

Se forem processados pelos detentores do poder, os cidadãos não devem amochar, sendo a partir daí, legítima a resposta no mesmo foro, responsabilizando o cumprimento da constitucional independência dos tribunais. Os cidadãos não têm de comer um processo e calar a sua voz, com a resignação dos súbditos perante o todo-poderoso, sem denunciar o abuso sofrido e pedir a sua reparação. De outro modo, deixamos resvalar a liberdade para a beira da cova.

Publicado por António Balbino Caldeira em 6/25/2007

António Balbino Caldeira do blogue Do Portugal Profundo
volta o feitiço contra o feiticeiro:

para ler aqui

Não deixe de consultar o

blogue do advogado José Maria Martins,

sobre este e outros assuntos.






Cimeira de Bruxelas: 05:30h

Alteração das Regras


clique para aumentar

segunda-feira, junho 25, 2007

"7 Maravilhas da Blogosfera"

O Blog "O Sentido das Coisas" teve a boa ideia de criar uma votação na blogosfera para nomear as "7 Maravilhas da Blogosfera". Quem quiser participar pode lá ir ver o regulamento. Ninguém precisa ser nomeado para poder escolher também sete maravilhosos blogs que conheça.

O Blog “Pérolas Intemporais” teve a gentileza de nomear “O Pafúncio”, integrando-o nesta iniciativa, o que muito agradeço. Tive pena de não poder nomear alguns blogs dos mais maravilhosos. Ficam no coração e continuo a torcer por eles.

Por favor tão cedo não me metam em mais destas. Ultimamente têm-me chegado umas quantas, acho que já tenho a minha parte. Agora vou procurar uma receita para dar seguimento a uma dessas correntes. Estas coisas são giras mas tomam muito tempo. Desviam a atenção de coisas importantes que se estão a passar e temos que estar atentos a todos os sinais. Mas foi bom valorizar o que mostra ter valor.

Cabe-me agora nomear sete blogs maravilhosos.

Ei-los, não deixem de os visitar ou mesmo conhecer:

A Voz da Abita

Abafos & Desabafos

Apanha-moscas

Filhos da Outra

Marginal Zambi

Melodrama em Ponto Pequeno

O Cartel






Vamos tomar cuidado com promessas assinadas em papel molhado


censorship

Vamos lá reflectir se queremos ou não este tratado que vai agora começar a ser escrito. Sabem alguma coisa sobre o seu conteúdo? Nada. Tudo leva a crer que é top secret, que só aqueles senhores da Cimeira de Bruxelas que estiveram lá a bichanar uns com os outros, a negociar e a fazer acordos é que sabem o que para lá deve ser escrito.

Faz-se um congressozito qualquer do PP ou do PS ou do PSD e a gente tem que levar com ele a todas as horas nas televisões e em todos os órgãos de informação: e ouve pedaço do que disse este e mais um bocado do que outro disse.

Faz-se uma cimeira a nível europeu, para decidir dos destinos da união europeia, reunem-se as figuras, uma fortaleza de segurança, e nada de cameras a filmar a negociata. Onde está a reportagem da Cimeira? A gente sabe lá o que é que eles estiveram a combinar uns com os outros! O que nos chega é que será o nosso país a ocupar-se da escritura do importante tratado e a continuar as negociações entre os países. Um encontro com esta importância devia ser filmado e as negociações deviam ocorrer debaixo dos olhos dos povos europeus, pelo menos no que respeita aos momentos mais decisivos da cimeira. Ficaríamos a perceber o que está em jogo, o que cada nação europeia procura salvaguardar, de que forma os poderes se vão distribuir, quem está de acordo em cumprir o quê, quais os direitos que cada país conseguiu assegurar, o que cada um irá perder, o que irá ganhar com o acordo. Mas nada chega até nós. Só um primeiro ministro que vem de lá a dizer que Portugal tem agora uma missão muito importante a cumprir, que nos devíamos orgulhar de sermos nós os escrivãos do reino da Europa, que nada se poderá dizer agora sobre o tratado porque o tratado ainda não está escrito e que só depois do tratado estar pronto é que se deve conhecer o seu conteúdo. Então mas eles, que lá estiveram, não sabem o que é suposto constar do tratado? Onde está o nosso direito à informação atempada e objectiva para podermos já começar a pensar sobre o assunto. Então só eles que o vão escrever é que têm direito a conhecer as matérias que discutiram, como e de que forma se resolveram, o que ficou realmente acordado? O povo é como o corno, o último a saber? E eles ainda vão todos pensar se somos ou não dignos de ser consultados. O presidente aparece a dizer o mesmo: só depois do texto escrito é que se verá se há necessidade de referendo. E o primeiro dá um passo à frente para dizer que vai cumprir a sua promessa eleitoral de referendar a coisa mas dá dois atrás logo a seguir, dizendo que ainda é cedo para saber se vale a pena fazer ou não referendo porque primeiro é preciso conhecer o texto do tratado.

Senhor engenheiro primeiro ministro, então ainda não sabe se conseguirá dar a volta ao texto para o dar ao povo em forma de pílulas ou de supositório de toma única? Não me diga que ainda não sabe o que o texto terá inevitavelmente que conter. Não me diga que ainda não pensou em nenhum eufemismo para atenuar uma perda nítida de poderes por parte das nações soberanas. Vamos ter que esperar, não é? É melhor a informação chegar-nos por meio de pílulas, embora em si já tenha sido introduzido todo o supositório, não é? Está bem, nós esperamos, mas não se admire se formos fazendo perguntas porque nós aqui nos blogues gostamos de ler a literatura do remédio antes de o tomar e não gostamos nada que nos enfiem um saco na cabeça enquanto vocês decidem sozinhos os destinos do nosso país.

Arte e Manhas

sexta-feira, junho 22, 2007

Mummy on the road: One more king cake de perdigotos salazarentos

Acabei agora mesmo de ouvir a Grande Múmia de Boliqueime anunciando aos emigras dos States que "Portugal é hoje um país de oportunidades". Lá se voltou o homem a engasgar com o king cake, ele queria era dizer: Portugal é hoje um país de oportunistas. Ou então era mesmo a vender a sua banha da cobra, ao estilo do vendedor que tantas vezes vi na Feira da Ladra. Mais um que merecia ingressar nas novas oportunidades: para presidente não tem grande jeito mas para vender pentes e esticadores no Martim Moniz é um engenheiro. Por mim, se eu mandasse, punha-o a ele mais ao Narana Coissoró por esses restaurantes indianos fora: Qué frô? Qué frô?, -- e em indiano.
Mas do melhor que lhe tenho ouvido foi quando lhe pediram para dizer qualquer coisa sobre a cimeira da União Europeia: a receita indicada foi que se pusesse os intervenientes a meia ração: pouca comida, só umas sandes, nada de bebidas e muito trabalho para atingirem bem depressinha os objectivos. Mas que lindo discurso salazarento, até parecia que se estava a dirigir ao povinho de Portugal e não aos senhores comissários da UE: a tua política é o trabalhinho, porreirinho da Silva, é só porrada e mau viver. (Ó Múmia, não vês que te enganaste no discurso?) Esse era aquele que tinhas na manga, reservado para quando a Ferreira Leite for a princesa que tencionas coroar para gerir com mão de ferro (outra dama de ferro velho?) o reino das trevas que congeminas para Portugal, o tal discurso da austeridadezinha rígida para cumprir o programa de festas da bruaca que, qual mito do eterno retorno, volta sempre a assombrar o povo português nas épocas mais salazarentas.

Que força é essa?


Li este texto do Paulo Pedroso nos Braganzzzzza Mothers e deixo aqui para memória futura o comentário que lhe fiz:

Li o texto com toda a atenção e compreendo o teu sentido de democracia. Mas, bem vistas as coisas há um ponto frágil no teu discurso: não me pareceste muito incomodado com o facto de Sampaio ter corrido com o Santana Lopes. Afinal, para além dos fiascos diários e dos depoimentos alucinantes que nos faziam rir até às lágrimas, não havia motivos dos graves, daqueles que tu referes que constituem motivo para um PR dissolver a assembleia. Ora o actual governo, desde certos ministros ao próprio nº. 1 tem cometido fiascos tão risíveis como os de Santana, só as moscas mudaram, e o humor refinou-se, já não é tão apimbalhado. A grande diferença que poderás argumentar é que o Santana não foi eleito, mas o PSD tinha sido e, felizmente, também dançou. Ora eu, apesar de concordar que é um desastre para o país cada vez que está governativamente instável, sou das que acham que o problema actualmente não são só os fiascos, que os há, mas principalmente as políticas de destruição da nação que estão a ser levadas a um ponto que nem os Durões ousaram. E essas políticas são mentirosas, não são socialistas, são da mais extrema direita, são as políticas do capital global. Estas sim, são realmente destrutivas e perigosas para o país (vender as estradas? vender a saúde? vender as universidades? a educação? vender o país por lotes?) que ausência de governo poderá ser mais perigosa? Estão a roubar o que era de todos e a depositá-lo nas contas bancárias de alguns. A este governo importa-lhe ser cumpridor, mostrar-se solícito para com as directivas da união europeia, passar obstinadamente por cima de cada contestação, branquear a contestação e querer agora banir também a opinião. Que ditadura poderá ser mais eficaz que esta democracia com que nos iludimos? A nossa democracia é só votar? que democracia é esta que prejudica o povo? Sócrates voltaria à carga? E será que ganhava as eleições? ou sofria uma merecida derrota humilhante? E depois quem é que ia para lá os PSD's? Esse é que é efectivamente o nosso medo, o medo de um povo que pensa que escolhe e é sucessivamente enganado, pelos sucessivos governos de alterne. O mal maior não são uns ou os outros; o pior são as políticas economicistas que eles todos perfilham. Isto está tão mau que um dia destes o Cavaco ainda forma um grupelho de iluminados, tipo ferreiras leites e outras enormidades, um governo de salvação nacional, dizendo que isso de democracia não está a dar senão confusão. Estas alimárias são ainda mais perigosas e maléficas, frias e calculistas (o Sócrates provavelmente será um par, pois tem o perfil e a perfídia certos e cinicamente pode dar-se bem com qualquer múmia desde que seja para estar no poder). Esta junta em assumindo o poder faria a vida verdadeiramente negra ao povo em particular, e à democracia em geral, pois nem os reconheceria. Que fazer então?: não ficar calados, denunciar a uns e aos outros cada passo em falso e, acima deles, dizer não às políticas que a UE nos está a mandar. Elas não se coadunam com a realidade portuguesa. Cada uma que cá chega torna-se num mal maior. O mais importante é dizer não a essa políticas, essa é que é a verdadeira guerra, o resto são pequenas batalhas campais num país demasiado pequeno onde todos os escândalos se ficam a saber e ganham grande dimensão, apesar de já haverem notícias a desaparecer.Já se vendem bocados de Portugal destinados a construção social em leilões em Espanha! Todos os dias se ouve pelo menos uma destas enormidades. Graves leis estão a ser aprovadas em conselho de ministros com a certeza de um posterior consentimento da maioria parlamentar. As pessoas votaram conscientes disto que viria a acontecer-lhes? Ou votaram enganadas? Houve ou não houve mentiras? Há ou não há manobras nas trevas? As pessoas agora é que não podem permanecer caladas, pois o momento é grave. Não consegui manter o luto por mais de umas horas porque é preciso continuar sempre a exercer a liberdade de expressão: sempre e cada vez mais e em todo o lado: nos blogs, na rua, em casa, no supermercado, na repartição, no tribunal, na puta que os pariu a todos, que a gente também precisa de desabafar porque somos portugueses e um filho da puta, embora não seja filho de uma puta é sempre visto muito pior do que outro que realmente o seja. As expressões de calão têm um significado que não é para tomar à letra; cada uma das partes não existe significativamente e nem em conjunto, só sob a forma de expressão idiomática, uma força de expressão. Espero que nunca seja um palavrão catártico destes a instituir motivo de perda da liberdade de expressão, até parecia mal; agora uma falta de ética, uma mentira comprovada, más políticas para o povo que elegeu um partido socialista a julgar que o ia defender, um logro ou o facto de em democracia se perseguir quem emite opiniões, isso já são motivos mais do que suficientes. Podemos nós, em democracia, ficar calados perante tudo isto com receio de que venha a ser pior?

6/22/2007 2:09 AM

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quinta-feira, junho 21, 2007

Jacinto Leite Capelo Rego? -- ainda falam dos nick names!

Decobrimentos: notícias, opiniões e comentários


Se eu disser coisas como: Já não é a primeira vez que meio rato de computador em decomposição é encontrado de cachecol numa prateleira de um tribunal na Boa-Hora dos arrabaldes da Europa, poder-se-á dizer que é apenas exercício de estilo, pura e dura literatura, mera falsidade apesar de certa verosimilhança com a realidade.

Agora se eu disser: Que nojo de país este, no far-west da Europa, onde nas prateleiras de um tribunal, ao lado de um computador, se descobre um rato em avançado estado de decomposição, e já não é a primeira vez! Trata-se de um registo distorcido mas verídico, colado à realidade dos factos; trata-se de uma opinião, e não da notícia propriamente dita:

Sic Online:

Ratos no Tribunal da Boa Hora

Um roedor morto foi encontrado junto ao computador de uma juíza

Ratos e pulgas ameaçam o bom funcionamento da quarta vara do Tribunal da Boa Hora, em Lisboa. Os juízes já pediram por duas vezes a intervenção da Direcção-Geral de Saúde e da Inspecção-Geral do Trabalho.

Isto sim é uma notícia.

Ora nós aqui nos blogs não fazemos notícias, filtramos as notícias que nos chegam do país e do mundo. Interpretamo-las, formando sobre elas a nossa opinião. Também podem ser inspiradoras para quem se ocupa da literatura; a realidade pode ser muito inspiradora da ficção.

Mas o mais normal aqui nos blogues são mesmo as opiniões e estas são tão subjectivas que cada um tem a sua. São formas de observar a realidade, os efeitos que os acontecimentos produzem nas nossas opiniões. Ás vezes a notícia é tão forte que se impõe e então quase nem é preciso acrescentar mais nada. É nosso apanágio aqui nos blogues divulgar a notícia e levá-la a ser comentada nos comentários dos comentadores. Um comentário é outra forma de difundir opiniões e o espaço dos comentários um lugar de diálogo entre opiniões diversas.

Muitos de nós poderão apenas concluir da leitura da notícia que o país está cheio de ratos em decomposição, pois se até nos tribunais…

Outros poderão achar que a culpa foi da mulher da limpeza que não limpou o rato para baixo do tapete, como era sua obrigação.

Ou então os amigos dos animais poderão dizer que o rato morreu porque sofria maus tratos naquele tribunal.

Outros poderão perguntar quantos processos importantes roeu esse rato antes de morrer?

E assim sucessivamente virão outros que procurarão responder a esta pergunta.

As nossas opiniões são pertinentes e inofensivas, a realidade é que é por demais ofensiva, ela desafia a nossa inteligência porque aqui na blogosfera nenhum rato nos roeu o cérebro, o único rato que temos por aqui é o do computador e não está em decomposição, como os outros de carne e osso!

quarta-feira, junho 20, 2007

Nojo

Chienlit Parade, Maio 68

O nojo pela porcaria pode ser tão grande que impede que nos purifiquemos -- que nos «justifiquemos»

(Nietzsche, Para Além do Bem e do Mal, Máxima 118)

terça-feira, junho 19, 2007


The End of the Internet

Congratulations! This is the last page.

Thank you for visiting the End of the Internet. There are no more links.

You must now turn off your computer and go do something productive.

Go read a book, for pete's sake.

IS THIS THE END, MY ONLY FRIEND?

THE END - The Doors

This is the end
Beautiful friend
This is the end
My only friend, the end

Of our elaborate plans, the end
Of everything that stands, the end
No safety or surprise, the end

Ill never look into your eyes...again

Can you picture what will be
So limitless and free
Desperately in need...of some...strangers hand
In a...desperate land

Lost in a roman...wilderness of pain

And all the children are insane
All the children are insane
Waiting for the summer rain, yeah

Theres danger on the edge of town
Ride the kings highway, baby

Weird scenes inside the gold mine
Ride the highway west, baby

Ride the snake, ride the snake
To the lake, the ancient lake, baby
The snake is long, seven miles
Ride the snake...hes old, and his skin is cold


The west is the best
The west is the best
Get here, and well do the rest

The blue bus is callin us
The blue bus is callin us
Driver, where you taken us

The killer awoke before dawn, he put his boots on
He took a face from the ancient gallery
And he walked on down the hall
He went into the room where his sister lived, and...then he
Paid a visit to his brother, and then he
He walked on down the hall, and
And he came to a door...and he looked inside

Father, yes son, I want to kill you
Mother...i want to...fuck you

Cmon baby, take a chance with us
Cmon baby, take a chance with us
Cmon baby, take a chance with us
And meet me at the back of the blue bus

Doin a blue rock
On a blue bus
Doin a blue rock

Cmon, yeah

Kill, kill, kill, kill, kill, kill

This is the end
Beautiful friend
This is the end
My only friend, the end

It hurts to set you free

But youll never follow me
The end of laughter and soft lies
The end of nights we tried to die

This is the end

Dedico este post ao blog Do Portugal Profundo por causa disto

e ao Arrebenta do Braganzzzzza Mothers por causa disto

O luto aqui é feminino assim como a palavra solidariedade!




segunda-feira, junho 18, 2007

A nossa querida rádio chamou-lhe hoje "uma França às direitas"!

Ainda um dia destes ouvi o Primeiro falar em "reformas estruturais" ou seria "estruturantes"?


Evolução da Língua Portuguesa

Que bem dilatada que está a nossa capacidade de resignação

Evolução da Língua Portuguesa

Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar
"afro-americanos" aos pretos, com vista a acabar com as raças por via
gramatical - isto tem sido um fartote pegado!

As criadas dos anos 70 passaram a "empregadas" e preparam-se

agora para receber menção de "auxiliares de apoio doméstico" .

De igual modo, extinguiram-se nas escolas os "contínuos ";
passaram todos a "auxiliares da acção educativa".


Os vendedores de medicamentos, inchados de prosápia,
tratam-se de "delegados de informação médica". E pelo mesmo processo
transmudaram-se OS caixeiros-viajantes em "técnicos de vendas
".

o aborto eufemizou-se em
"interrupção voluntária da gravidez";

Os gangues étnicos são "grupos de jovens"; os operários fizeram-se

de repente "colaboradores"; e as fábricas, essas, vistas de dentro são

"unidades produtivas" e vistas da estranja são "centros de decisão nacionais".

O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o
passo à "iliteracia" galopante.

Desapareceram outrossim dos comboios as classes 1.ª e 2.ª ,

para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por

imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços

distintos nas classes "Conforto" e "Turística".

A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe
solteira...» ; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a
letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» - eis o novo
verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.

Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes

crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um

"comportamento disfuncional hiperactivo". Do mesmo modo, e para felicidade
dos "encarregados de educação" , os brilhantes programas escolares extinguiram
os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, "crianças de
desenvolvimento instável"
.

Ainda há cegos, infelizmente, como nota na sua crónica o
Eurico. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante,
quem não vê é considerado "invisual". (O termo é gramaticalmente
impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o
"politicamente correcto" marimba-se para as regras gramaticais...)

Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da
praça desbocam-se em "implementações", "posturas pró-activas",
"políticas fracturantes" e outros barbarismos da linguagem.

E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a
«correcção política» e o novo-riquismo linguístico.

Já agora, as p.... passaram a ser "senhoras de alterne".

ESTAMOS LIXADOS COM ESTE "NOVO PORTUGUÊS", não admira que o pessoal

tenha cada vez mais esgotamentos e stress, já não se diz o que se pensa,

tem de se pensar o que se diz de forma "POLíTICAMENTE CORRECTO"

Recebido por mail


Sócrates e o governo são bons no uso desta lusitana novilíngua!

domingo, junho 17, 2007

Resposta ao "Desafio sobre ... leituras"

Aceitei este desafio porque veio da Renda, mas avisei-a logo num comentário que eu hoje em dia pouco leio livros, muito menos inteiros; às vezes no Verão lá consigo ler alguma coisa até ao fim. Mas já dou por mim a ler pedaços de livros e admito com naturalidade estar a entrar naquela fase da vida em que se põem em fila de espera vários livros para ler; Das coisas que eu mais guardo saudade é de quando eu não precisava de cuidar de ninguém senão de mim própria e que seguia por esse metro, esses eléctricos fora a devorar livros, ou em que andava por aí de Fernando Pessoa debaixo do braço pelos bancos de miradouros e jardins. Agora é mais a música que traz até mim as palavras certas, de uma forma mais imediata e permitindo-me uma certa mobilidade. No entanto tenho a casa repleta de livros, uns que li, outros que ainda não, outros que provavelmente já nem lerei e mesmo agora todos os dias os quero sentir por perto.

Este era um assunto que atormentava o meu pai para o final da sua vida. Dizia: eu já não tenho tempo de vida para ler nada disto; notava-se que sentia pena de não ler até os já lidos e relidos. Mas ele antes de estar doente era um leitor excepcional, daqueles que numa noite devoram um livro, conseguindo abstrair-se de todo o caos em volta. Quanto a mim, nem por isso. Levo muito tempo a ler, presto muita atenção à escrita e não consigo dispor da continuidade e da atenção necessárias para seguir um livro até ao fim. Desisto muitas vezes de continuar a ler um livro começado. Os da minha geração são dos primeiros que já se queixam de terem demasiadas solicitações para que consigam reservar algum tempo do dia à leitura; ou que têm demasiadas inquietações para se concentrar no enredo de um romance, enquanto o país real está no maior descalabro.

Conheço um amigo que vive só, que não tem nada em casa, só livros. Nem a maldita televisão, nem uma aparelhagem, nada (eu não era capaz de viver sem música), só livros. Quando soube senti uma certa atracção pela ideia mas eu não vivo só, a televisão está quase sempre ligada e há um rádio ou leitor de CD em cada quarto, até mesmo na casa de banho, local por muitos eleito para a leitura mas que para mim nem por isso.

Aqui fica pois a resposta ao desafio, sem cronologia nem nenhum critério literário, apenas assim de repente o que me veio à ideia:

- A Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón (um livro bom que ando a ler há que tempos)

- O Triunfo dos Porcos (Animal Farm) do George Orwell (ainda e sempre adaptável à realidade, li-o há pouco tempo aos meus filhos, que também não gostaram dos porcos)

- Alexandra Alpha, do José Cardoso Pires (do qual guardo boas memórias)

- Guardador de Rebanhos, de Alberto Caeiro/Fernando Pessoa (porque é tão simples e tão complicado que nos ensina que um poema é um poema entre muitas outras coisas)

- Ilíada, de Homero (porque é um monumento que não está nem um pouco em ruínas onde se apreende sempre mais qualquer coisa)

E estas são as minhas “vítimas” para escolherem os seus livros de eleição:

Linhas de Pensamento

Rei dos Leittões

Espreitador

Classe Política

Vivemos hoje com que democracia?


Democracia (hoje inexistente)

“democracia” (hoje existente)



O Poder


- Emana da Comunidade (do Povo da Nação)

- Subordina-se à Comunidade


- Emana de minorias instaladas e usurpadoras, internas e/ou externas

- Subordinado ao poder da Alta Finança/do grande Capital



Legalidade formal


- Império da Lei e da Justiça


- Leis que promovem e protegem o Bem Comum


- Impõe leis que promovem os interesses de minorias instaladas

- Leis contrárias ao Bem Comum

Legitimidade histórica, cultural, moral e ética


- Legítima

- Promove a Verdade, os Valores e a Saúde do Povo


- Ilegítima

- Opera com base na Força e Hipocrisia com meias verdades e discursos duplos

Objectivos




- Promove o Bem Comum



- Defende o Interesse Nacional

- Corroer e destruir o Bem Comum

- Debilitar o Estado como instrumento de governo da Nação


Subordinada

a


À Vontade do Povo


Os interesses e objectivos das minorias





Função


Permitir/promover que os melhores elementos sociais integrem o Governo que reja o Estado nos seus três níveis (Nacional, Regional, Municipal) e nos seus três âmbitos (Executivo, Legislativo e Judicial)


Garantir que, por serem facilmente controláveis, os piores elementos sociais ocupem os lugares-chave do Estado. Operar segundo um oportunismo crasso, independentemente de toda a ideologia partidária ou mesmo se se trata de civis ou militares

Assim temos políticos servis desde a esquerda “progre” até à direita “conservadora”


Instrumentos executivos


O conjunto de organizações representativas da Comunidade:

- associações profissionais, docentes e universitárias;

- Câmaras empresariais, federações e cooperativas;

- grémios, ligas de consumidores e donas de casa;

- partidos políticos, associações de bairro

- outras

Monopolização de todo o poder político formal pelos partidos políticos, normalmente controlados pelo Poder do Dinheiro.


Comunicação Social


Uso equilibrado, democrático e responsável dos meios de difusão


Monopólio informativo subordinado ao Poder da Alta Finança/do Grande Capital


Funções do Estado


Soberanas: representam e executam a Vontade Popular


Gerenciadoras: subordinadas ao Poder do grande Capital


Poderes do Estado:


- Executivo

- Legislativo

-Judicial




- Executa a favor do Interesse Nacional


- Legisla a favor do Bem Comum


- Justiça Independente



- Gerenciador de interesses sectários


- Legisla a favor do Poder do Capital


- Subordinado aos poderosos de momento


Filtros sociais


Altamente objectivos. A progressão e acesso dos cidadãos aos cargos de poder baseia-se no seu mérito, talento, empenho, ética, probidade, idoneidade para a função, antecedentes e capacidade demonstrada


Altamente arbitrários. A progressão e o acesso dos cidadãos aos cargos de poder baseia-se no amiguismo/compadrio, dinheiro, contactos, nepotismo, “esperteza” saloia, cobardia, permeabilidade à subordinação aos grupos de poder e inserção social.


Copiado e traduzido de um blog a visitar: o Bitácora Pi

sábado, junho 16, 2007

Frases Nobel que podiam ser minhas



"E, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos."

José Saramago
Cadernos de Lanzarote - Diário III, págs. 147/8 (texto daqui)

O Juiz Dura Lex Sed Lex - Da Natureza das Coisas


Já que trouxe para aqui este assunto, quero dar-lhe continuidade:

“É da natureza das coisas que a simples existência de uma manifestação de militares põe em causa a disciplina castrense”, lê-se ainda no texto, que considera igualmente que os militares desrespeitaram o disposto no Regulamento de Disciplina Militar (RDM) por não cumprirem uma ordem das “autoridades policiais e da administração pública”.

“Bastaria a sua participação fardada numa manifestação para o seu comportamento integrar a previsão legal”, de desrespeito da lei, considera a sentença.

O juiz justificou a recusa da providência cautelar com o risco da “perda da disciplina militar”, se se esgotarem “todos os meios contenciosos de impugnação” antes de “a questão ser decidida” pelos tribunais.

“A pena nunca poderia ser cumprida porque haveria sempre a hipótese de a impugnar invocando uma qualquer nulidade”, argumentou, considerando que essa seria “uma solução inaceitável”.

“Se a aplicação da pena disciplinar tiver de esperar pela decisão de uma acção que ainda não foi interposta, é a disciplina que fica posta em causa”, defende ainda o juiz.

Ler mais aqui e aqui.


Conforme eu já tinha dito, estes militares, por serem militares -- o mesmo aconteceu há pouco com as duras penas aplicadas ao sargento Luís Gomes (ver números da petição online
aqui)-- mas dizia eu, estes militares cumprem penas, os seus actos são punidos por Lei para que sirvam de exemplo. Os militares, a polícia e outras forças de autoridade, devem, segundo a lei castreense, acatar as leis, e calar o seu protesto contra a perda de direitos profissionais, o seu castigo serve de exemplo ao resto do povo; mas estes têm dirigentes sindicais que dão a cara por eles e se revoltam publicamente; outros camaradas mobilizam-se para os defender. O juiz recusou a providência cautelar em nome da disciplina e constitui Lei a sua interpretação de o que é uma "manifestação" e de o que é um "passeio de descontentamento". A partir de agora, quem organize uma passeata com os amigos está a fazer uma manifestação. Manifestações e passeatas, tudo no mesmo saco porque o senhor juiz assim o diz. E militares não estão autorizados a participar em manifestações, logo as passeatas são proibidas. Os militares são assalariados, e como tal têm que poder lutar pelos seus direitos; mais que não seja, devem ter o direito à livre circulação pela cidade e a exercer a sua liberdade de expressão. Afinal os militares vivem ou não numa democracia? Não foi a democracia o rumo que o 25 de Abril tomou? Que democracia é esta que usa a lei para punir os que pacificamente protestam enquanto deixa à solta os pedófilos, os corruptos e os bandidos? Que democracia é esta em que quanto mais bandido mais poder se alcança? Em que os militares, alguns que até participaram na revolução, não se podem unir, nem passear o seu descontentamento -- e nós, podemos?
É sabido que a democracia feneceu no próprio dia em que foi conquistada por causa dessa mesma diciplina militar. Porque não desobedeceu Salgueiro Maia quando viu que o poder era entregue a Spínola? Em vez de a deixar nas mãos do povo, foi ali mesmo entregue a um outro ditador, ao nosso coroné marcelento e colonislista, o cabecilha da maioria silenciosa (não vos dá arrepios, todo esse clima fascizante?). Em 1975 já andava tudo a segurar a revolução com unhas e dentes e os rastejantes a minar, a minar, a estender os tentáculos, para agora tomarem tudo. No jogo sujo da democracia, vejam quantas regras do jogo foram entretanto alteradas, observem hoje a que batotas estamos todos sujeitos por lei neste país de marinheiros detidos, neste país de pedófilos à solta. Como podemos não manifestar o nosso descontentamento?

sexta-feira, junho 15, 2007

Os T.P.C.'s do senhor Engenheiro


São Bento

Sócrates acelera reformas a pensar na presidência da UE

2007-06-14 16:01:51 in Jornal Digital

Lisboa - O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou hoje a aprovação de um pacote de diplomas que considerou «estruturantes», com o objectivo de acelarar o ritmo das reformas do Governo antes de Portugal assumir a presidência da União Europeia.


José Sócrates afirmou hoje, em reunião que teve lugar na sua residência oficial que «Tratam-se de diplomas essenciais e que o Governo pretende que sejam aprovados até ao final da presente sessão legislativa na Assembleia da República (até Junho), antes de Portugal assumir a presidência da União Europeia».

Os decretos e propostas de lei agora aprovados incidem sobre o sistema de carreiras e vínculos da administração pública, o Ensino Superior Público e Privado, o sistema de gestão rodoviário e o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) entre 2007 e 2013. (Leia mais aqui)

Na conferência de imprensa dada em São Bento, o primeiro-ministro teve a acompanha-lo os ministros de Estado e das Finanças (Teixeira dos Santos), da Presidência (Pedro Silva Pereira), da Ciência e Ensino Superior (Mariano Gago) e do Ambiente e Ordenamento do Território (Nunes Correia).

Sócrates esclareceu que «A aprovação do conjunto de diplomas vai garantir que as reformas podem ser feitas antes de se iniciar a presidência portuguesa da União Europeia. Para tal, contamos que este conjunto de diplomas sejam aprovados na Assembleia da República ainda na presente sessão legislativa»

(c) PNN Portuguese News Network

Proponho umas passeatas às sessões da Assembleia da República onde estas coisas, estas aberrações, estes atentados às pessoas e à nação, se preparam para ser aprovadas. Se há alturas em que é preciso demonstrar o nosso descontentamento, esta é uma delas. Sócrates acelera a aprovação de medidas gravíssimas para o ensino superior e para os funcionários públicos que têm servido de bode expiatório (em breve se seguirão os atentados aos trabalhadores dos privados, com a flexigurança); e de outras medidas graves que põem em causa a rede rodoviária nacional, pondo as estradas do país a saque. Isto é um roubo da propriedade pública. Uma estrada que deixa de ser de todos e passa a pertencer a alguns que enriquecem com a exploração de o que era nosso. Voltamos aos tempos feudais em que a estrada pertence ao senhor e este recebe o tributo de quem queira passar por ela. E que dizer da legalização do saque da propriedade que permite ao Estado passar por cima de qualquer impedimento legal, e entregar o que quiser para as mãos dos privados, de uma forma fácil e rápida: quanto mais dinheiro o negócio envolver, mais rápida e facilitada será essa passagem.

Em breve Sócrates se passeará falando das grades questões mundiais, querendo fazer-nos acreditar que Portugal é uma ponte de entendimento com os países lusófonos, enquanto os barões da União, já há muito espezinharam essa ponte e esperam apenas de nós que lhes devolvamos com juros o que lhes devemos. E que continuemos a desmantelar o que de nosso ainda havia. O capital financeiro encarreguar-se-á de se apossar do resto.

Sócrates quer agradar, chegar à presidência da UE mostrando serviço feito. Apressa-se a fazer grandes pacotes de reformas agrupando os mais delicados assuntos em "reformas estruturantes". E segue mais um pacote para aprovação rápida na Assembleia.

quinta-feira, junho 14, 2007

As punições do nosso descontentamento


20:57 / 14 de Junho 07 TSF Online:

DEFESA
Mais um sargento detido por participar em protesto

Um sargento da Marinha começou, esta quinta-feira, a cumprir uma pena de cinco dias por ter participado num protesto, em Novembro de 2006. No entanto, a Associação Nacional de Sargentos interpôs uma providência cautelar pela sua libertação.

António Lima Coelho, presidente da ANS, disse à Agência Lusa que o sargento António Dias, membro da direcção da associação, começou hoje a cumprir a punição e está detido na Base Naval do Alfeite, em Almada. Esta manhã, a ANS accionou os serviços jurídicos para interpor uma providência cautelar no Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada, com vista à libertação do militar, e Lima Coelho espera que produza efeitos «ainda hoje» ou «no máximo» sexta-feira de manhã. O sargento António Dias é o 12º militar a ser punido pelas chefias militares por participar no «passeio do descontentamento», realizado a 23 de Novembro de 2006, em Lisboa, contra os cortes na defesa e no sistema de saúde, considerado ilegal pelo Governo. Lima Coelho explicou à Lusa que o sargento Dias foi punido «por ter assistido, num local privado, a esplanada do Café Martinho da Arcada, à conferência de imprensa que se seguiu ao passeio». Ainda segundo o dirigente associativo, António Dias aparece numa «reportagem fotográfica» alegadamente fornecida pelo Ministério da Defesa Nacional às chefias militares e que já foi objecto de uma queixa no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP).

Mais uma notícia que vem confirmar que a liberdade está em risco com este governo. Os militares não se podem manifestar mas até há pouco podiam sair à rua, podiam sentar-se numa esplanada e andar pelas ruas sem o temor de serem fotografados, podiam expressar a sua opinião sem temerem a prisão. Foi pela defesa dos seus direitos de classe profissional, e para garantirem a todo o povo português -- eles também são o povo português -- o fim da ditadura e a reposição da liberdade, que fizeram o 25 de Abril. Agora voltam a cair em situações de clandestinidade, e os que ousam ainda assim encontrar estratégias para protestar pacificamente pela manutenção seus direitos que estão a perder - que todos estamos a perder - são punidos, presos para servirem de exemplo. Porque eles são militares têm que dar o exemplo da obediência civil e por isso, têm que ser penalizados, presos como exemplo, castigados como meros tropas em tempos de recruta. Felizmente existe entre os militares o espírito de camaradagem. A solidariedade de que nem todos somos capazes, por isso dizemos apenas que são militares: militar e militante têm uma mesma raiz. Outros militares se mobilizam prontamente para o tirar dali, e formam um muro, uma muralha de aço que a lei terá que destruir. Chegaram ao ponto de recolher e utilizar como prova imagens, fotografias de uma pessoa que está sentada numa esplanada, ouvindo a conferência de imprensa dos seus camaradas.
Toda a relevância que o Estado dá a este caso, levando os seus intervenientes às últimas consequências de uma prisão militar, mostra como o poder teme esta força, este espírito de união que tanto nos tem faltado.
Proponho que se organizem mais passeios do descontentamento. O que faria o poder se todos os descontentes começassem a organizar entre si passeios do descontentamento. Quem poderá impedir que nos passeemos por aí demonstrando o nosso descontentamento?

Sermão aos peixinhos da Net


Envie a SUA OBRA DE INTERVENÇÃO para AQUI


GAP, FALHA, INTERVALO; AUSÊNCIA.

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Voltámos.
Reticentes, renitentes e um pouco incontinentes.
Assim é.

Nos dias que correm no solarengo bocado fatiado e esventrado de país a que chamamos Portugal,

Assim é;
Voltámos.

O universo humano vai tão mal que nem dá para dizer o quão mal vai.

Ele é Iraque, ele é a puta desta crise, etc.
Por isso retomamos a tónica da esperança.
O que somos, como somos, ao que vimos.
Este vai ser portanto um texto religioso.
Um sermão.
E porque não?

Sermão de São Camarada Patrão aos peixinhos da Internet

Irmãos e irmãs
O que somos?
Ao que vimos?
O que nos trucida a alma e tolda a visão?
Em que é que passamos os nossos verões e invernos?
Em eterna labuta pela vida, mas sem saber o que valemos em nossa existência e para a dos outros.

Tu, que cobras 55 cêntimos por um café
Arrepende-te, irmão
Baixa o preço da divina bica
Pois tudo é Deus
Desde o grão da café à mais distante supernova

Tu, que usuras no imposto do tabaco
Arrepende-te irmão
Pois dos cigarros mais aspirados
Também saem ideias santas
De como destruir cancros e outras coisas nojentas

Tu, que cobras vinte euros por um cd
E persegues na internet quem tem IP
Arrepende-te irmão
A música é a sinfonia da vida
E o download (i)legal a fraternal maresia
Que a todos veleja, certa
Em direcção ao teu artístico concerto, um dia

Tu que aumentas a gasolina
E com isso o preço do suco das tetas da vaca
E das mais reles vinhas
Para não falar no pão
Na manteiga, na carne e na fruta
Arrepende-te, irmão
Vai enganar a cabra vazia
Que te deu à luz com valentia
Por não valeres um caralho
Com essa especulação sombria
Arrepende-te, irmão

Idem, para os irmãos das telecomunicações
E das TVs por cabo, filhos da puta, cabrões
Que cobram o couro e o cabelo
Por conteúdos de rabo
Sem não antes, com zelo
Deixarem crescer o apego
Dos telespectadores, seus escravos

E ainda para os gajos da luz
Com seus cérebros cheios de pús
Por ainda não terem percebido
Que quanto mais chulam o zé povinho
Mais acabam com o azevinho
Com que ornamentam
A coroa de espinhos
Que lá dos seus lugares de bandidos
Aplicam aos milhões de pobres de cristo
Com que calculam a margenzinha de lucro
E outros parâmetros fodidos

Tu, que prometes reformas
E dizes que este país assomas
Com a tua brisa celestial
À laia de herói nacional
Brincando aos políticos com tusa
Mas sendo tão impotente como a própria alma lusa
Arrepende-te irmão
Pára de enganar os profetas
E todos os outros ascetas
Pára de atirar esperança
No peso inerte na balança
E fala com os bancos, seguradoras e outras pestes
Ensina-lhes a refrear os apetites
E que há um Portugal melhor
Para quem queira ser mesmo livre
Úni-vos face à crise das crises

E caguemos no Presidente
Porque é dos que não empurra, nem faz frente
Simplesmente não está
Previsível espécie
De político, acéfalo, ausente

A parábola

No outro dia saiu um CD
Para miúdos, parecia, bem se vê
Com perguntas e respostas sobre o 25 de Abril
Vinha com um jornal qualquer
Seis euros e dez
Disse-me o homem da papelaria
Todo contente

Mas o que é esta merda?
É isto é que é ser português?
A porra do CD devia ser de borla
Ensinar devia ser o ariete do presente
Ensinar cidadania e história
História recente
Ensinar gente a ser gente
E não encher o bandulho
Usando memórias, cravos e outras vãs glórias

E vós, artistas da merda
Pintores, cantores e poetas
Flácidos actores de telenovelas
Intelectuais e pensadores da treta
Comentadores menstruais e analistas com cheta
Arrependei-vos
Pelo vosso silêncio de oiro
Como espiga podre de um tesoiro
Feito de curvas de barrigas
Por dietas milionárias despidas
Tudo é aparência, tudo é ilusão
Sem um mínimo de apego à vida
Sem um mínimo de revolução
Sem uma única ideia sentida
Fagulhita de criatividade
União, opinião reinvindicativa
Para que serve a arte então?
Deve ser para bater uma punheta
Sem utilizar a mão
Arrependei-vos, irmãos

E para finalizar,
uma palavrinha lá para a domus…

Tu, que pões os cornos mentalmente
A quem tens lá em casa, certamente
Com flirts e convites ausentes
Ao colega de trabalho, à colega ali à frente
Arrepende-te irmão, irmã
Ou despachas quem dizes que amas
Ou amas a quem cobres na cama
E fazes filhos imparável
Com quem não depois não estás
Deixa-te de patifarias inocentes
De quem ia comer um pastelinho de nata
E acaba a digerir a feijoada

Arrepende-te irmão, irmã.

Amén!

Poesia de intervenção.

Isto é poesia de intervenção
Pois é, pois é.
É poesia de intervenção.
Pois é, pois é.

É poesia de intervenção.

Eh, Camarada Patrão!


Aqui, antes não estava nada.
E, agora,
Continua a não estar.

in http://camaradapatrao.blogspot.com/2006/05/o-sermo-de-so-camarada-patro-aos.html



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