quinta-feira, novembro 29, 2007

Amanhã vamos estar no Rossio a distribuir esta tarjeta


COMISSÃO DE DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA

http://escolapublica2.blogspot.com escolapublicablog@gmail.com

Exigimos respeito:

pela profissão docente

pelos encarregados de educação e pelos alunos

Revogação do ECD

Retirada do novo Estatuto do Aluno

A política do Ministério da Educação vai contra a Lei de Bases do Sistema Educativo – que legalidade?

O povo votou maioritariamente no Partido Socialista. Esperava estas políticas de destruição dos serviços públicos (Escolas e SAP’s) e esta abertura de todas as portas aos privados?

O governo Sócrates pratica uma política de direita em nome do Pacto de Estabilidade aplicando as directivas europeias indiscriminadamente contra o nível de vida dos portugueses e contra a Nação. Tudo está já decidido às mais altas esferas da globalização. O povo de cada nação é o que menos ordena.

O chamado Tratado de Lisboa põe em causa a nossa soberania e as leis nacionais. O povo quer saber que futuro lhe reserva a aprovação desse tratado. Fazem-nos acreditar que não podemos compreender o conteúdo do tratado por isso eles não o podem referendar. Não podem ou não lhes convém? Como pode servir o povo um tratado que não pode ser explicado ao povo?

Cada vez perdemos mais direitos no trabalho e somos usados como cobaias: somos os desdobráveis e os descartáveis deste sistema económico que não faz senão procurar desenfreadamente novas formas de obter lucros maiores.

O que é hoje ser um cidadão apostado em defender a democracia? Vamos olhar para o lado e fingir que o nosso poder de compra não se desvaloriza todos os dias? Vamos ignorar a nova classe de pobres e de precários? Que futuro desemprego reservam aos nossos filhos?

Cada um deve assumir as suas responsabilidades. A Comissão de Defesa da Escola Pública assume as suas, apoiando a greve de 30 de Novembro em defesa dos serviços públicos e dos seus trabalhadores!

10 coisas sobre mim -- Desafio

10 COISAS SOBRE MIM

Este desafio consiste em listar 10 factos não anteriormente mencionados neste blog.

1- Hoje logo de manhã vi a Manuela Ferreira Leite. Felizmente para ela eu ia a pé e ela é que ia de carro senão…

2- Tinha jurado a mim mesma não participar mais nestas correntes

3- Gosto de participar nas discussões políticas e nos debates do POUS, embora não pertença ao partido

4- Como durmo muito pouco sempre que posso ponho o despertador e durmo durante uma hora, porque senão já me tinha passado para o outro lado

5- Odeio ir ao cabeleireiro. Quando já não consigo ver nada mando uma tesourada na franja só para me aguentar mais uns meses sem lá ir

6- Este ano lectivo sou Presidente da Direcção de uma Associação de Pais

7- Tenho vitíligo mas agora já não lhe ligo nenhuma

8- Adorava poder comprar marijuana na farmácia

9 – O meu sonho era ter um café-convívio com boa música, livros à disposição e Internet, onde as pessoas pudessem conversar umas com as outras de olhos nos olhos

10- Tenho uma paixão eterna pelo Chico Buarque (ah, isto já tinha dito, não tinha?)

Foi a marota da Laurentina que me fez esta graça, como poderia recusar?

Seguem-se as vítimas desta brincadeira:


Que Conversa (Renda de Bilros)

Recalcitrante (Meg)

WeHaveKaosInTheGarden(Kaos)

A Sinistra Ministra Moriae)

Rei dos Leittões (João Rato)

sábado, novembro 24, 2007

Em Defesa da Escola Pública: 24/Nov/2007

Convívio/debate

Organizado pela Comissão de Defesa da Escola Pública (CDEP)

dia 24 de Novembro

entre as 15h e as 18h 30m

Sala da Universidade Senior, no Palácio Ribamar

(por baixo da Biblioteca Municipal de Algés)

Para reflectir sobre um conjunto de questões, nomeadamente:

1) Como se concretiza actualmente uma acção consequente em defesa da Escola Pública e dos seus trabalhadores?

2) Que balanço da intervenção política e cívica da CDEP?

3) Que acções deve a CDEP desenvolver para tornar as pessoas mais conscientes e mais interventivas, em simultâneo com a defesa dos direitos dos alunos, dos pais e dos trabalhadores do Ensino?

Para ter acesso aos documentos que esta Comissão tem produzido, consulte o blogue da CDEP em http://escolapublica2.blogspot.com

Como elementos de reflexão, propomos a leitura da Acta da reunião da CDEP, realizada em 24 de Outubro, bem como o boletim que foi editado também em Outubro.

Trata-se de uma reunião aberta a todos quantos pretendem defender a Escola Pública.

Participe

Não feche os olhos ao que se passa à sua volta!

quarta-feira, novembro 21, 2007

Inefável é o que não pode ser dito

Relativity (Escher/Lego)

"Os Paraísos Artificiais"

Na minha terra, não há terra, há ruas;
mesmo as colinas são de prédios altos
com renda muito mais alta.

Na minha terra, não há árvores nem flores.
As flores, tão escassas, dos jardins mudam ao mês,
e a Câmara tem máquinas especialíssimas para desenraizar as árvores.

O cântico das aves — não há cânticos,
mas só canários de 3º andar e papagaios de 5º.
E a música do vento é frio nos pardieiros.

Na minha terra, porém, não há pardieiros,
que são todos na Pérsia ou na China,
ou em países inefáveis.

A minha terra não é inefável.
A vida na minha terra é que é inefável.
Inefável é o que não pode ser dito.

Jorge de Sena

segunda-feira, novembro 19, 2007

Esteja às 8h 45m, do dia 20 de Novembro, próxima terça-feira, junto à entrada principal do Centro Cultural de Belém

Nos dias 19 e 20 de Novembro

vai decorrer a Conferência de encerramento do

Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos.

Para as pessoas portuguesas com deficiência, o lema da Conferência - Celebração de um ano produtivo e emocionante - soa a ironia... Vão estar presentes 600 convidados, entre portugueses e estrangeiros de 30 países, que nada sabem sobre a situação dos deficientes em Portugal. Vamos informá-los! Vamos explicar-lhes porque é que 2007 foi um ano negro - e 2008 se adivinha ainda pior - para a esmagadora maioria de entre nós, e pedir-lhes que subscrevam um abaixo-assinado que vai estar disponível na net em inglês e francês.

Participe na acção de informação aos delegados à Conferência!

Esteja às 8h 45m do dia 20 de Novembro, próxima terça-feira, junto à entrada principal do Centro Cultural de Belém. Sabemos que é muito cedo, mas é a única hipótese de entregar informação aos participantes na Conferência. A informação estará disponível em 3 línguas.

Juntos temos muita força, isolados somos invisíveis!

NÃO DEIXE DE ASSINAR ESTA PETIÇÃO!

sexta-feira, novembro 16, 2007

Referendo pelo "Não" ao Novo Tratado Europeu: Não estamos sós!

Danemark : Le Mouvement populaire contre l’Union européenne appelle à exiger la tenue d’un référendum sur le nouveau traité européen pour voter non !


Paris, 2 et 3 février 2008 :

Conférence ouvrière européenne

“Non au nouveau traité européen”

- La proposition de tenir en février prochain une conférence ou­vrière européenne a été lancée fin septembre par les initiateurs de l’appel « Non au nouveau traité européen ».


- Il s’agit de réunir, sur la base d’une enquête menée dans tous les pays sur les conséquences de la politique de l’Union europé­enne, des militants ouvriers de toutes tendances qui combattent dans leur pays contre la tentative d’imposer aux peuples un « nouveau » traité européen reprenant et aggravant le projet de « Constitution » européenne rejeté il y a deux ans par les travailleurs et les peuples.


- Cet appel a d’ores et déjà été signé par 252 militants ouvriers de 16 pays : Allemagne, Belgique, Danemark, Espagne, France, Grande-Bretagne, Hongrie, Italie, Moldavie, Portugal, République tchè­que, Roumanie, Serbie, Suède, Suisse et Turquie.


- La conférence ouvrière européenne se tiendra à Paris les 2 et 3 février 2008.


- Un bulletin est publié chaque mois sous la forme d’un numéro spécial d’Informations internationales (bulletin de l’Entente internationale des travailleurs et des peuples). Le premier numéro est déjà paru.


On peut se le procurer en s’abonnant à Informations internationales, Entente internationale des travailleurs et des peuples, 87, rue du Faubourg-Saint-Denis, 75010 Paris, ou en écrivant à : entente-europeenne-des-travailleurs@orange.fr


Informação retirada de:

INFORMATIONS INTERNATIONALES, 13 novembre 2007, N° 261

(Dossier d’informations hebdomadaire édité par
l’Entente internationale des travailleurs et des peuples)

quarta-feira, novembro 14, 2007

Poema pouco original do medo - Alexandre O'Neill


Imagem daqui

O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis
Vai ter olhos onde ninguém o veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no teto
no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos


O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos
ótimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projetos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com a certeza a deles


Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados


Ah o medo vai ter tudo
tudo
(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)


O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos

in Alexandre O'Neill,

Abandono Vigiado, 1960

retirado daqui

terça-feira, novembro 13, 2007

Mosca ou Aranha?


Enfim, a Web é uma rede mas também uma teia. Nessa teia a que voluntariamente aderirmos seremos a aranha se tivermos estratégia. Seremos a mosca se nos mantivermos pensando com a cabeça dos outros.
(Mia Couto in
Pensatempos)

segunda-feira, novembro 12, 2007

Poemas de Amor Cativantes III

E POR VEZES

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes

num segundo se evolam tantos anos

David Mourão Ferreira

domingo, novembro 11, 2007

Omar Kahyyan -- Em louvor do Vinho

Imagem daqui

Como não sou cristã, embora siga o calendário cristão, o São Martinho para mim é mais uma festa pagã de celebração do vinho.

Lembro-me de ouvir o meu avô recitar alguns versos de cor do Omar Kahyyan, exaltando os poemas que ele admirava à distância do tempo, porque este era um poeta cuja sabedoria ele considerava excepcional. Procurei esses versos que ele dizia mas, nesta tradução, estão muito diferentes da sua versão (ele tinha um livro, Os Rubayat, sua pequena bíblia, que hoje conservo). Recordo este, tal como o ouvi muitas vezes dizer em tom grandioso de recitação:

Vinho, vinho em catadupas
vinho em taças sempre cheias
que ele me suba à cabeça
e me circule nas veias

E por isso, de entre os meus conhecimentos, não há nenhum para mim que melhor tenha expressado esta homenagem do que o poe
ta persa Omar Kayanm nos seus Rubayat (ler aqui uma tradução em português):

37
Quando me falam das delícias que na outra vida
os eleitos irão gozar, respondo:
Confio no vinho, não em promessas;
o som dos tambores só é belo ao longe.


38
Bebe vinho, ele te devolverá a mocidade,
a divina estação das rosas, da vida eterna,
dos amigos sinceros. Bebe, e desfruta
o instante fugidio que é a tua vida.


39
Bebe o teu vinho. Vais dormir muito tempo
debaixo da terra, sem amigos, sem mulheres.
Confio-te um grande segredo:
As tulipas murchas não reflorescem mais.


Nascido Ghiyath al-Din Abul Fatah Umar Ibn Ibrahim al-Khayyam, em 1044, em Nishapur, uma cidade persa, Omar Kahyan foi também um famoso matemático, astrônomo, filósofo e poeta. Passou a maior parte de sua vida nos centros intelectuais persas, como Samarcanda e Bucara, e gozou da simpatia dos sultões seljúcidas que governavam a região.

As contribuições científicas mais conhecidas de Kayan foram na álgebra e na astronomia. Sua classificação das equações algébricas foi fundamental para o progresso da álgebra como uma ciência, da mesma forma que sua obra sobre a teoria das linhas paralelas foi importante para a geometria. Na astronomia, o maior legado de Kayan é um calendário solar fantasticamente preciso, que ele desenvolveu quando o sultão seljúcida Malik Shah Jalal al-Din, solicitou um novo programa para a coleta de impostos. O calendário de Kayan era muito mais preciso do que o calendário gregoriano, usado atualmente na maior parte do mundo: o dele apresenta um erro de um dia em 3770 anos, enquanto que o gregoriano tem um erro de um dia em 3330 anos. Kayan mediu a extensão de um ano em 365,24219858156 dias. Embora o calendário tenha sido abolido depois da morte de Malik Shah, em 1092, no entanto, ele ainda é utilizado em algumas partes do Irã e do Afeganistão.

Omar Kayan também foi poeta, e é assim que ele é melhor conhecido no ocidente, em detrimento de sua obra científica. Sua fama como poeta existe desde 1839, com a tradução para o inglês de seu livro Rubayat. Tornou-se um clássico da literatura mundial e é responsável pela influência que teve no conceito europeu sobre a poesia e literatura persas. Tendo em vista que em sua época ele foi mais conhecido por sua obra científica, duvidava-se que Kayan fosse realmente o autor de Rubayat. Mas, uma análise criteriosa efetuada por muitos estudiosos comprovou que ele é mesmo o autor da obra.


quinta-feira, novembro 08, 2007

O desdesafio da Renda de Bilros

Hoje apetecem-me desdesafios! Felizmente a Renda de Bilros tinha um que excedeu todas as expectativas. Peguei no livro que estou a ler que estava mesmo aqui ao lado do computador, nem tive que me levantar (aplicação prática da Lei do Menor Esforço); aqui vai a 5ª. frase completa (parágrafo?) da página 161 do livro do Gabriel García Márquez, A Aventura de Miguel Littín, Clandestino no Chile:

«Alguns posavam diante da máquina fotográfica, outros começavam a pôr a palma da mão em frente da objectiva, uma menina deu um passo de baile tão profissional que lhe pedi que o repetisse para tirar a fotografia com um fundo mais adequado; depois, várias crianças se sentaram ao meu lado e disseram-me:
-- Tire uma fotografia com o futuro do país

Este é o livro que o meu pai estava a ler e que não chegou a acabar. Hoje passei pela sua marca e avancei mais umas páginas para a frente. Embrenho-me no livro progredindo pelos pequenos degraus dos curtos capítulos sentindo-me clandestina no meu país. Encontro uma realidade bem diferente daquela com que num dia de Abril sonhámos. E estranho não o ter aqui para lhe contar a parte que não leu.

Quanto a ti, Renda, dedico-te este livro; e aos professores lanço-lhes o desafio lançado pela criança: Tirem uma fotografia com o futuro do país! E por favor ofereçam às nossas crianças, aos vossos alunos, uma imagem tirada com a nítida consciência de que é a partir do presente que se constrói o futuro. Eu não gostaria que a fotografia ficasse tão negra que todo o cinzentismo parecesse uma linda cor. Não podemos deixar obscurecer mais a flor de esperança que Abril pintou.

quarta-feira, novembro 07, 2007

Mister Valter


Mister Valter
Vídeo enviado por mistervalter
SIC!

segunda-feira, novembro 05, 2007

Que coisa vão privatizar depois?


“Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar. É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário. E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence.”

(Bertold Brecht)

domingo, novembro 04, 2007

Porquê debater a Revolução de Outubro hoje?

Partido Operário

de Unidade Socialista

Secção portuguesa da IVª Internacional

Reunião-debate: Revolução de Outubro de 1917

Reunião-debate, 4 de Novembro, 15h 30m, sede do POUS

Em que é que a situação de 2007 põe na ordem do dia o conteúdo social de uma revolução proletária que mergulha as suas raízes na revolução de Outubro de 1917?

Passaram 90 anos. As condições históricas, políticas, económicas e sociais estão largamente modificadas. Todavia, a IVª Internacional, ao comemorar este aniversário, não o faz como sendo o assinalar de uma data histórica, ou como uma discussão ideológica.

Os seus militantes procuram fazer desta discussão um ponto de apoio para a procura das estratégias de acção no presente e na preparação do futuro.

Será descabido?

No passado dia 18 de Outubro, mais de 200 mil trabalhadores e estudantes manifestaram, ao apelo da CGTP, para afirmarem a exigência de uma vida digna, contendo nela todas as reivindicações: trabalho com direitos, aumento dos salários e reformas, serviços de saúde públicos, reabertura dos que fecharam, o mesmo para as escolas, retirada dos ataques às carreiras profissionais dos professores e de todos os funcionários públicos, fim das privatizações, que Carvalho da Silva – Secretário-geral da CGTP – interpretava como a expressão da alma de milhões que não puderam estar presentes, muitos por medo de perder o emprego. Ao mesmo tempo, Sócrates e os restantes chefes de Estado e/ou de governo da UE, procuravam firmar um novo Tratado, síntese de todos os anteriores, para poder reforçar o dispositivo que lhes permita, em cada país, continuar na aplicação ainda mais refinada de tudo quanto os 200 mil estavam a rejeitar.

O seu dispositivo vai ao ponto de pretenderem remeter os sindicatos à condição de parceiros nos mecanismos para permitir baixar cada vez mais o custo da força de trabalho, ao mesmo tempo que “fazem um ataque violentíssimo à contratação colectiva em toda a Europa”, no dizer de Carvalho da Silva.

Como sair daqui?

Tal como consta de uma Resolução aprovada no 6º congresso da IVª Internacional, realizado em Novembro de 2006, no quadro da análise da situação mundial: “A escaldante actualidade da revolução proletária é o único meio de impedir a Humanidade de mergulhar no abismo”.

Nesta situação, os militantes do POUS propõem-se abrir a discussão sobre a actualidade da Revolução russa.

Será um primeiro debate que poderá apenas permitir o afloramento de uma discussão urgente a desenvolver entre todos quantos estão preocupados com o presente e com o futuro, e empenhados em encontrar pontos de acordo para a acção.

Alguns tópicos para discussão:

1) Em que contexto histórico teve lugar a Revolução russa de Outubro de 1917?

2) Que relação existe entre a situação mundial actual e a dessa época?

3) Com que objectivo comemora e defende o POUS a Revolução de Outubro?

4) Como utilizar, de facto, os seus ensinamentos como um ponto de apoio para o combate de classe dos nossos dias e do futuro?

Reunião-debate, 4 de Novembro, 15h 30m, sede do POUS

Sede: Rua de Santo António da Glória, nº 52 B, cave C, 1250 – 217 Lisboa

6 21 325 78 11 http://pous4.no.sapo.pt email: pous4@sapo.pt

sexta-feira, novembro 02, 2007

As pupilas da Lurdinhas


Os pupilosda Lurdinhas

Novo estatuto do aluno ou os cenários strombólicos do Ensino?


É um volte-face inesperado. O Governo decidiu voltar atrás num dos pontos mais polémicos do novo estatuto do aluno do ensino básico e secundário. Os socialistas apresentaram ontem uma nova proposta de alteração ao artigo 22 que estabelecia a realização de uma «prova de recuperação» para os alunos que excedessem o limite de faltas.

A novidade surge em relação aos alunos que não obtenham aprovação na referida prova. Nesse caso, e segundo a proposta do PS, o conselho pedagógico de cada escola tem autonomia para ponderar a natureza das faltas e decidir o que fazer.

Há vários cenários possíveis. O aluno pode simplesmente chumbar ou ser excluído da disciplina em causa, ou a escola pode ainda optar pela realização de uma nova prova ou de um plano de trabalhos acrescido.

O PS apresentou estas alterações à proposta inicial, ontem, na comissão parlamentar de educação. Os partidos da oposição não esconderam a surpresa.

O PSD pediu o adiamento da votação que deverá acontecer na próxima terça-feira. O novo estatuto do aluno deverá chegar à votação na generalidade no início do próximo mês.

TV

http://www.tvi.iol.pt/informacao/noticia.php?id=873929

......................................

Para Paulo Portas, a ministra teve um comportamento «irresponsável» e foi «desautorizada» pelos deputados da maioria socialista. «Não se pode tratar da mesma forma um aluno que falta porque vai ao funeral de um familiar e um aluno que falta para ficar no café a fumar um cigarro», acrescentou hoje Portas, em conferência de imprensa. Portugal Diário

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Ficámos a saber que a maioria parlamentar do Ps na Assembleia existe e ainda mexe. Não podem impedir mas podem fazer alterações, o que já é qualquer coisa. Só não percebemos porque não exercem mais vezes este seu direito de fazer alterações, pois esta não é a primeira vez que é preciso fazer alterações às barbaridades que pretendem decretar. Mas será suficiente fazer alterações?

Sobre a lei e como vai ficar, o que há a dizer? Que é mais uma lei dúbia que deixa lacunas que permitem que não haja igualdade de oportunidades? Mas eu julgo ter ouvido que estamos precisamente no Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades! É com leis destas que Portugal se torna mais Europeu?

Não me esqueço daquelas palavras crápulas: "hoje em dia em Portugal todos os alunos têm explicador!" (Valter de Lemos -- até o nome é bezuntoso, valha-me Deus, como diz uma amiga). O estatuto já era dúbio e agora os critérios continuam dúbios, ainda que menos dúbios, mas ainda assim dúbios. Um pé em ramo verde e logo aparece todo um séquito a apoiar a Rainha de Copas e a dizer que estava tudo previsto, niguém foi desautorizado, muito menos Ela. A sinistra tem aparecido sempre nos telejornais a defender-se como pode, com aquela voz melosa. Estará a adivinhar que aquela lei mesmo assim filtrada e tudo ainda há-de favorecer "muito boa gente". Já estou a ver naquelas longas reuniões de conselho pedagógico a combinar-se que filho de algo vai passar e que filho de zé ninguém vai ficar retido. Igualdade de oportunidades? Só se for no mundo cor de rosa do Valter: todos a ter explicações, indiscriminadamente.

Vocês vão ver se eu não tenho razão. A próxima classe de pessoas a serem espremidas vão ser os pais. Se os filhos estiveram mesmo doentes e não passarem no exame é porque vocês não lhes facultaram explicações como fizeram os pais todos . Não tem dinheiro para isso? Que vá à banca, peça um empréstimo. Já houve um tempo em que se atiraram os pais contra os professores. Os próximos a sair na rifa são os pais, responsabilizados por tudo o que vai mal no ensino. Acusados de depositar os seus filhos na escola; em vez de, como antes, confiarem os filhos à Escola. Os pais vão ser indiscriminadamente acusados de não cuidarem da educação dos filhos, de não terem tempo para eles. E o pior é que muitas das vezes é isso mesmo que acontece, mas não necessariamente por mera incúria. Seria uma altura boa de os pais se voltarem contra a exploração dos seus horários de trabalho, de exigirem mais tempo para seguirem com atenção o processo educativo dos filhos, tomando uma posição de força e invertendo o curso da flexigurança.

As escola estão a transformar-se em gigantescas prisões de crianças, onde Strombolli, um perverso e strombólico director de teatro de fantoches, travestido em ministra, as vai transformando em burros, enquanto a um certo boneco de pau lhe cresce o nariz e um rabo de burro por dizer mentiras e se ter baldado às aulas da Independente.

Os pais seriam neste quadro uma espécie de parelhas de ratos e raposas que entregam os seus filhos nas mãos do dono do teatro por uma tuta e meia de salário. Ao velho Gepetto já não restará senão um papel secundário, será uma espécie de mito, personagem inverosímil de uma história infantil muito velha, com barbas.

E ainda faltava vir o Paulo Portas, como se fosse um desajustado Grilo Falante. Observe-se os exempla da argumentação: não é o mesmo chumbar por faltas para ir a funerais de familiares como chumbar por ir fumar para o café. Um exemplo espatafúrdio e exagerado, mesmo strombólico, como as suas propostas. Demitir a ministra por isto depois de não a terem demitido por tantas outras coisas... Uma oposição destas descredibiliza a necessidade efectiva de exigir a mudança das políticas.

Até o Cavaco já apareceu a chegar os pais à frente, com aquelas falinhas mansas a dizer que têm que participar mais. A que tipo de participação se referia? Esta gente não é de fiar, basta encomendar uma sondagem ao Roberto Carneiro e lá aparecem os pais a dizer que o ensino privatizado é que era bom. Os pais têm é que estar mais atentos e, enquanto professores e pais acossados não se unirem, os objectivos da ofensiva à escola pública herdada de Abril vão continuar sendo metodicamente levados a cabo, com o governo apontando culpas ora a uns ora a outros, colocando interminavelmente uns contra os outros. Entretanto o que mais lhe importará são os números, com que acenará ao povo e aos seus parceiros europeus. Números que cada vez mais apontam para que tudo está melhorando no Ensino em Portugal.



quinta-feira, novembro 01, 2007

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