Adaptado da obra "Resting" de Salliann Putman por Kaos
(posted in http://braganza-mothers.blogspot.com/)
Chegada de uma breve incursão a terras algarvias, ao ler as páginas dos “meus” blogues, fico a saber o que uma tal de Clara Ferreira Alves, que escreve umas crónicas nos stablished media, pensa sobre os blogues em geral, e os blogueres em particular.
O que ela pensa, ou o que ela quer levar a pensar?
Eis uma das “nossas” intelectualóides de serviço a cumprir o seu papel dissimulado de reduzir a importância evidente que os blogues têm na livre circulação de opiniões no momento presente. Não tanto uma importância em termos da função de forjar uma opinião pública, como esses fazem, (como se a opinião das pessoas fosse a que muitos desses intelectualóides vêm expressar para as televisões!), mas mais em termos de dar livre expressão a todos quantos hoje em dia escolhem os blogues para se comunicar.
A Clarinha está nitidamente a cantar do poleiro o seu canto de cisne comunicacional. Para ela o bloguer é um colunista ambicioso, ou desempregado, ou um mero espírito ocioso e rancoroso. Quer-se esquecer de que os blogueres podem ser tudo isso mas são muito mais do que isso.
Dei por mim a pensar: “colunista ambicioso” deve ser onde ela enquadra a besta quadrada do Pacheco Pereira, ou o seu rival Pulido Valente, e outros intelectualóides da nossa praça, da espécie da Clarinha, mas mais ambiciosos ainda, pois querem abarcar este mundo – o da Clara – e o outro, o do universo dos blogues. Assim, podem marcar mais pontos a seu favor – ou contra - ficando a Clarinha confinada aos papéis. São uma ameaça para ela.
Os desempregados, esses existem, de facto, são cada vez mais e cada vez mais qualificados e, como não trabalham, mais tempo ainda têm para escrever nos blogues, o que se torna uma maçada para a dita cuja pois corre o risco de aparecerem muitas outras opiniões melhores e mais lidas do que as dela. Pior, essas pessoas podem trocar impressões umas com as outras, num tempo record, sobre as bacoradas que intelectualóides como ela dizem sobre as coisas.
Dei por mim a pensar: “colunista ambicioso” deve ser onde ela enquadra a besta quadrada do Pacheco Pereira, ou o seu rival Pulido Valente, e outros intelectualóides da nossa praça, da espécie da Clarinha, mas mais ambiciosos ainda, pois querem abarcar este mundo – o da Clara – e o outro, o do universo dos blogues. Assim, podem marcar mais pontos a seu favor – ou contra - ficando a Clarinha confinada aos papéis. São uma ameaça para ela.
Os desempregados, esses existem, de facto, são cada vez mais e cada vez mais qualificados e, como não trabalham, mais tempo ainda têm para escrever nos blogues, o que se torna uma maçada para a dita cuja pois corre o risco de aparecerem muitas outras opiniões melhores e mais lidas do que as dela. Pior, essas pessoas podem trocar impressões umas com as outras, num tempo record, sobre as bacoradas que intelectualóides como ela dizem sobre as coisas.
Por este andar, será chegado o dia em que nem mesmo a Clarinha estará livre da situação de desemprego. O melhor será mesmo ela começar a usar as economias para fazer uns investimentozinhos na saudosa Angola. Ouviram hoje as enormidades mercantilistas sobre a corrida ao investimento em Angola que a Clara Ferreira Alves defendeu no Eixo do Mal? Com aquela lucidez fria dos intelectualóides do nosso tempo que consideram normal e necessário que hoje em dia seja tudo uma questão de saque global de que nos devemos orgulhar de fazer parte?
Ora, portanto, e em conclusão, para a Clara Ferreira Alves os desempregados não fazem parte. Quer-se convencer que escrever nos blogues é uma mera ociosidade. Pensar a realidade e ter alguma coisa a dizer sobre ela é, segundo ela, puro ócio, como se o ócio fosse uma palavra negativa.
Na verdade, sempre me fez uma certa confusão o ócio ser considerado um defeito. Prezo muito a palavra logo a partir do seu carácter de radical a partir de onde se formaram outras palavras menos ociosas. A palavra “negócio” provem precisamente de nec+ocium, sendo nec- a partícula que exprime negação. O negócio é pois a negação do ócio. O ócio já existia antes de existir o negócio, quando o mundo era para ser um paraíso. Em termos das opiniões veiculadas nos blogues, este ócio avesso ao negócio revela-se pois primordial, essencial. Consiste numa disponibilidade e numa predisposição para a expressão livre de um pensamento por sua vez liberto do peso e da sujeição do “negócio” que permite livre-expressar o que nos apetecer, sem que as nossas opiniões sejam negociáveis ou se sujeitem a defender as posições tomadas por aqueles que, por serem os detentores desse negócio comunicacional, que são hoje em dia os media que conferem a intelectualóides como a Clarinha protagonismo mediático. Por mim enquadro-me perfeitamente neste epíteto dos blogueres ociosos. E também me posso integrar nos outros...
Quanto aos rancorosos, abençoado rancor se se manifesta nos impulsos criativos que hoje em dia se encontram em muitos blogues. Certo é que certas realidades são susceptível de causar e merecer o nosso repúdio. Esse repúdio pode manifesta-se de infinitas formas nos blogues, desde o humor das imagens, à rápida captação do ridículo, à piada política imediata e certeira, ao comentário sério e preocupado com os atentados à Humanidade praticados a partir do presente, como ao mero vá para a puta que a pariu.
Ora, portanto, e em conclusão, para a Clara Ferreira Alves os desempregados não fazem parte. Quer-se convencer que escrever nos blogues é uma mera ociosidade. Pensar a realidade e ter alguma coisa a dizer sobre ela é, segundo ela, puro ócio, como se o ócio fosse uma palavra negativa.
Na verdade, sempre me fez uma certa confusão o ócio ser considerado um defeito. Prezo muito a palavra logo a partir do seu carácter de radical a partir de onde se formaram outras palavras menos ociosas. A palavra “negócio” provem precisamente de nec+ocium, sendo nec- a partícula que exprime negação. O negócio é pois a negação do ócio. O ócio já existia antes de existir o negócio, quando o mundo era para ser um paraíso. Em termos das opiniões veiculadas nos blogues, este ócio avesso ao negócio revela-se pois primordial, essencial. Consiste numa disponibilidade e numa predisposição para a expressão livre de um pensamento por sua vez liberto do peso e da sujeição do “negócio” que permite livre-expressar o que nos apetecer, sem que as nossas opiniões sejam negociáveis ou se sujeitem a defender as posições tomadas por aqueles que, por serem os detentores desse negócio comunicacional, que são hoje em dia os media que conferem a intelectualóides como a Clarinha protagonismo mediático. Por mim enquadro-me perfeitamente neste epíteto dos blogueres ociosos. E também me posso integrar nos outros...
Quanto aos rancorosos, abençoado rancor se se manifesta nos impulsos criativos que hoje em dia se encontram em muitos blogues. Certo é que certas realidades são susceptível de causar e merecer o nosso repúdio. Esse repúdio pode manifesta-se de infinitas formas nos blogues, desde o humor das imagens, à rápida captação do ridículo, à piada política imediata e certeira, ao comentário sério e preocupado com os atentados à Humanidade praticados a partir do presente, como ao mero vá para a puta que a pariu.
As palavras existem para ser usadas e ninguém tem o seu exclusivo.
Uma diversidade de formas e de pontos de vista em confronto ou sintonia, debatem-se nos bogues. Os blogues albergam esse rumor de descontentamento, de muitos não alinhados com os poderes estabelecidos, cujas opiniões discordantes, se pretendem ver conotadas com o mero “rancor”, como as manifestações de protesto em França podem ser veiculadas pelos media como tratando-se de mera violência.
Com maior ou menor ambição, bem empregadas ou desempregadas, mais viradas para o ócio ou para o negócio, com ou sem rancor, as vozes que circulam, se cruzam e se chocam nos blogues são muito mais do que isso porque se tratam de muitas vozes expressando-se livremente a favor ou contra todos os poderes. Vozes que as opiniões da Clarinha, deliberadamente arredada dos meadros dos blogues, não podem deter nem calar, optando esta pela estratégia de as menosprezar, traçando o perfil negativo dos blogueres, catalogando-os e procurando meter cada gato no seu saco.
Só que os gatos escapam-se-lhe, têm garras - que no tempo do Fialho eram Farpas e agora são bits - e podem virar-se contra ela esgatafunhando-a - ou simplesmente ignorar as suas opiniões e seguir em frente ainda com mais ganas.
Com maior ou menor ambição, bem empregadas ou desempregadas, mais viradas para o ócio ou para o negócio, com ou sem rancor, as vozes que circulam, se cruzam e se chocam nos blogues são muito mais do que isso porque se tratam de muitas vozes expressando-se livremente a favor ou contra todos os poderes. Vozes que as opiniões da Clarinha, deliberadamente arredada dos meadros dos blogues, não podem deter nem calar, optando esta pela estratégia de as menosprezar, traçando o perfil negativo dos blogueres, catalogando-os e procurando meter cada gato no seu saco.
Só que os gatos escapam-se-lhe, têm garras - que no tempo do Fialho eram Farpas e agora são bits - e podem virar-se contra ela esgatafunhando-a - ou simplesmente ignorar as suas opiniões e seguir em frente ainda com mais ganas.
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