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Marcelo até de Almeida
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Da cartola ofícios piedosos
tira Marcelo que em humilde mística,
do papagaio os bicos dolorosos
para carregar o lixo, mortifica.
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Vencendo o asco que ao menino bem
da vil lixeira o tremedal provoca,
vomita, mas a estrela de Belém
para à Câmara o guiar Marcelo invoca.
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Chorando pérolas amargas no chiqueiro
num andar aos papéis que não tem fim,
a Santo António da Lisboa milagreiro
Marcelo oferece o derreado rim.
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E em pungente epopeia camarária
do martírio fazendo nova Eneida,
proclama em santidade proletária:
não me chamem Marcelo, eu sou Almeida.
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