quinta-feira, abril 27, 2006

Matéria Poética I: Cancioneiro Joco-Marcelino de Natália Correia VIII


Requiem por Marcelo
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O ingrato que em mim tinha cantora,
Torna-se chatamente, sorumbático:
De truão despe o fato e entra agora
Na enfadonha pele do catedrático.
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Mudos que são os guizos de Marcelo,
Já nenhum som queo chispe inspire, escuto:
Sepultada a pilhéria no capelo,
Meu jocoso cantar visto de luto.
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Ó ingratidão que já não me entretém,
Do riso astro cadente, ó meu enfado!
Adeus Marcelo, aqui deixo um requiem
Pelo bufónico artista reformado.

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