A burboleta da Sara
Esta é a burboleta da Sara. Um dia ela voou para o écran do computador da mãe e lá ficou durante dias a fio. A mãe, apesar de ter gostado muito dela, claro, deu logo pelo erro. Diz que se escreve borboleta, com o e não com u, como eu escrevi. Já estou habituada. Mas mesmo assim fiquei contente porque cada vez que se abria o computador da mãe ela lá estava com as suas asas abertas a mostrar os seus grandes corações vermelhos. Mas a minha burboleta nem sempre foi assim. Ela era antes uma simpática lagartinha verde como mostra o seu corpo. Nessa altura ainda ela não tinha ganho as asas para voar. Arrastava-se pelas folhinhas devagar e confundia a sua cor com algumas delas. Um dia a lagartinha desapareceu para dentro de um casulo e lá ficou o tempo que foi preciso se transformar nesta linda burboleta que agora é. Um dia fiquei a saber que a esta transformação se chama “metamorfose”. E como gostei da palavra nunca a escrevi mal. Só tenho muita pena das meninas como eu não poderem também passar por essa tal de metamorfose. Como eu gostaria de poder ter umas lindas asas como ela e voar por cima das flores. A natureza faz tudo muito bem feito porque se antes ela era verdinha para se confundir com as folhas, agora ela é toda colorida para se esconder entre as flores e os caçadores de borboletas – vou passar a escrever a palavra sem erros para a mãe ficar contente comigo –, para os caçadores de borboletas não a poderem apanhar tão facilmente. Se eu pudesse ter umas asas assim maravilhosas eu saía por aí a borboletar por todo o lado e nunca mais ninguém me apanhava. Ó Sara vem comer – e eu a esvoaçar para longe, nem precisava de fingir que não ouvia porque parece que as borboletas não têm orelhas. A minha vida de borboleta seria só voar, voar, voar por cima de todas as coisas belas e nem sequer teria que fazer os trabalhos de casa.
3 comentários:
Todos nós gostava-mos, por vezes de ser a burboleta da tua menina, já somos é muito crescidos para o demonstrar.
Pois ela também terá que crescer, mas ninguém imagina como ela gosta de ser criança! Às vezes os pais têm esse papel ingrato de os chamar à realidade, mesmo sabendo o quanto a realidade pode se uma coisa terrível!
A Sara tem uma grande colecção. É a minha artista preferida.
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