Deixai-o ir em paz! - Assim falou a pia bancada parlamentar do PS. E assim se esfumam altos representantes da nossa bela Justiça. Culpados são os jornalistas de divulgar a existência de pistas. O Envelope nº. 9 é uma das nossas coisas em forma de assim. Senão vejamos, a ver se faz algum sentido para alguém: os jornalistas não têm nada que divulgar as pistas que lhes vêm parar às mãos; há coisas que têm que ser mantidas no segredo dos deuses: então por que há-de o senhor presidente da república vir assim a saber pelos jornais que lhe andaram a escutar a mulher a encomendar pizzas? Existem coisas pelas quais ninguém pode responder. Quem pôs o telefone do Sampaio sob escuta? Quem se iria lembrar de escutar o Sampaio? Ou a Maria José? No nosso país eis o tipo de coisas que se havia de gostar de saber: ah, então a Maria José dá pizza a jantar ao presidente, ãh! Ah, g'anda m'lher!...
Entretanto o Envelope nº. 9 vale o que vale, ou seja, é o que menos importa. É como se tivesse ardido, como se esfumasse no ar, como vai agora acontecer ao procurador, o qual, na hora da sua morte será apenas recordado em prantos pela senhora a quem ele nomeou à última da hora, antes de expirar o prazo. Então o homem vai para casa e antes, à pressa ainda se permite nomear uma fulana para um cargo desocupado há 15 anos? Mas até onde vai a vileza deste senhor procurador a quem devemos deixar ir na paz dos anjos? Deixá-lo ir em paz... Jesuitas!
Estamos todos felizes porque há-de vir outro, já está na calha. Ninguém sabe exactamente quem é, nem importa que se saiba muito bem, mas todos sentem que pior não há-de ser. Continuamos optimistas ou simplesmente desleixados, relaxados?
Pior que isto é que no fim somos todos parvos, porque nos tomam descaradamente por parvos e porque ninguém se insurge a desmenti-los.
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