Tanto desemprego e não acham um professor de Música? – pensou Dona Dondoca
Quanto às questões de segurança, a sua falta deve-se, segundo escreveu a doutora de lá, a “falta de recursos humanos (…) cuja colocação é da responsabilidade do Ministério da Educação”.
Mas como pode uma escola dita tão segura, onde nem os pais podem entrar - não vão a ser pais-bomba - por questões de segurança, e agora vem alegar que não há segurança!, admirou-se Dona Dondoca.
Mais emprego desperdiçado, disse de si para si. A ver se não me esqueço de escrever para lá a avisar que precisam contratar mais funcionários para estas coisas não acontecerem.
Dona Dondoca abriu o segundo mail. Vinha em nome de um doutor mas afinal era assinado pela mesma doutora.
Bem, doutores não faltam por lá, pensou ela, é o que dá: muitos doutores e pouca gente a trabalhar!, concluiu.
Este outro mail anunciava que “o Ministério da Educação se encontra a efectuar alguns cortes na colocação de auxiliares (…) o que deixa as escolas em sérias dificuldades para assegurar uma adequada vigilância dos intervalos antes, entre e depois das actividades de enriquecimento curricular”.
Terá sido esta a razão pela qual retiraram o intervalo às crianças? Mas o ano passado funcionava, ou pelo a escola nunca se queixou disso. Dona Dondoca não pôde deixar de sorrir lembrando-se daquela mãe que ligou para a escola e perguntou à presidente do conselho directivo onde tinham ido roubar os 15 minutos que faltavam. Pois se antes saiam às 17:15h, já contra todos os depachos do ministério, que legislavam que as aulas teriam que terminar às 17:30h, e a escola fixara a fasquia para as 17:15h, como é que agora só duram até às 17:00h.
Até com o tempo fazem malabarismos!, foi o desabafo de Dondoca, "Tão pequeninos e já lhes começam a roubar nos tempos livres!", voltou ela à carga.
A câmara explica esta atitude da Escola com as mesmas questões de segurança e de falta de vigilância e remetem a indagação para junto do Agrupamento de Escolas, “a entidade mais bem colocada para a informar”. Mas como é que todo um agrupamento se reduz assim a “entidade”? “Entidade não vem de “ente”, que é um ser? Já alguém viu por aí um agrupamento a prestar esclarecimentos a alguém? E “agrupamento”, não vem de “grupo”? Tudo leva a crer que sim, que é um “grande grupo”, pensou ela na gíria local dos seus saudosos 15 anos, quando nada destas coisas a apoquentavam. Agora era ela a mãe…
Dona Dondoca anotou: contactar escola logo que passar o feriado, mas por mail, com anexos e tudo, que eu sou Dondoca mas adoro as novas tecnologias quando funcionam bem.
Afincou-se a escrever um derradeiro mail para a DREL, Direcção Regional de Educação de Lisboa, para quem tem a felicidade de nunca ter ouvido falar nela. Voltou a contar toda a história, agora com um outro espírito de síntese, já mais desenferrujada para se explicar. Agora a questão era se esses “malabarismos com o tempo” eram afinal legais, se estavam de acordo com o tal do despacho 12591/06 (II série) de 16 de Junho de 2006 e, caso não estejam, quem poderá ser o responsável pelo seu não cumprimento.
Será que depois do feriado ela vai encontrar mais respostas urgentes na sua caixa de entrada?
E o que estará ela a pensar em relação ao seu filho ter voltado a vaguear livre pela escola, mais uma vez sem professor de música.
Irá ela recordar através de um longo fash back os seus tempos de estudante em que bom mesmo era não haver uma aula para ficar despreocupadamente na brincadeira?
E porque terá havido notícia da presidente do conselho executivo andar pelas salas a gritar meio treslocada enquanto entrega papelinhos pouco educados, incitando (e insultando) todos os pais que não pagaram o refeitório de Outubro?
Saiba o que a indispõe nos próximos episódio
A Volta do Correio Electrónico de Dona Dondoca
1 comentário:
Querida Dondoca...
parece que agora a manifestaçao está a tomar vulto...boa!!!!
A título de sugestão: porque vc não marca com o responsável da DREL uma audencia com urgencia? Ia ser fixe...espero ansiosa pelo desenrrolar destas acções!!!
jinhos
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