sábado, novembro 11, 2006

Congresso do PS: O princípio da Indignidade

O Congresso do PS começou da forma mais indigna que se poderia imaginar. Com a entrada da José Sócrates na arena ao som do Coro da Pramavera do Zeca Afonso. Na minha improvável mediuntidade senti nitidamente que o Zeca se revoltou lá donde está: «Filho da Política», chamou ele lá bem do alto da sua eterna dignidade. Isto tudo enquanto eu cá na terra me revoltava também: Políticos filhos duma grande puta! O Zeca deve estar se rebelando contra tudo isto e eles a usar a sua voz num coio destes com a maior cara de pau!

Estes nossos políticos que não têm nenhuma vergonha na cara, afrontam assim as forças da eternidade mas há um dia em que se lixam! Olha lá o Isaltino que num destes dias de temporal voltou a prometer numa assembleia municipal que ia construir o centro médico de Algés e, foi ele a acabar de o dizer, e o deus do trovão a atirar com um raio que, infelizmente, falhou mas que passou perto.

Mas então não se vê logo que esta música do Zeca vai mesmo ao encontro do figurão? Posta assim como som de fundo na entrada do cretino em cena tudo faz sentido e soa claro como na música Cuidado com as Imitações do Sérgio Godinho: "de cada vez que sorria à plateia/lá se lhe viam os dentes de vampiro".

Aqui neste congresso o rei vai nitidamente nu, mas ele não esconde as vergonhas porque desconhece o que seja a vergonha. E vai a ministra da educação e mostra as suas, e vai o das Finanças e mostra as suas, e vai o da Economia e mostra as suas e no Congresso do PS não há um só menino inteligente que desmascare aquela fantochada toda.

Para isso só podemos contar com as palavras do Zeca. Nem com o raio do Zeus. Só com as palavras certeiras do Zeca, mas essas são aquelas que mesmo descontextualizadas, como é o caso, ainda assim fazem todo o sentido. São elas afinal que lançam uma luz dura sobre a triste realidade que é ver toda uma manada de supostos "socialistas" agregados e congregados insistindo ainda hoje em suportar uma mesma mentira que apenas se personifica em mais e mais arrogância.

A quem julgará José Sócrates enganar na sua impostura de fachada subitamente de esquerda, portando-se como uma senhora na mesa (do congresso) e uma puta na cama (do governo) de pernas sempre abertas para as directivas europeias, sendo ainda mais papista que o papa na prontidão com que as aplica? Vá-se esconder! Não há cu que aguente!

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