Como paredes através das quais
o mundo vemos pelo ser dos outros
quem vamos conhecendo nos rodeia
multiplicando as faces da gaiola
de que se tece em volta a nossa vida.
No espaço dentro (mas que não depende
do número de faces ou distância entre
elas)
nós somos quem somos: só distintos
de cada um dos outros, para quem
apenas somos a face em muitas,
pelo que em nós se torna, além do espaço,
uma visão de espelhos transparentes.
Mas o que nos distingue não existe
10 comentários:
Isto dá-nos que pensar, acerca da nossa condição e acerca da nossa ralação com as outras pessoas e com o mundo. Penso que as pessoas que conheço e gosto, são mais que meras faces da gaiola, pois interagem comigo, partilham o espaço da minha gaiola, influenciam-me e são influenciadas por mim. Também gosto de pensar que posso vir a influenciar as faces que não conheço. Enfim, já estou a dar um nó na cabeça. Belo post que nos trazes, pois faz-nos reflectir.
Beijos.
Teremos de ser assim tão solitários? Se calhar, lá no fundo vivemos encerrados em nós e é nas faces dessa gaiola que reencontramos os outos. Haverá uma porta?
bjs
Jorge de Sena?...
E eu que tinha preparado um Quid sobre Jorge de Sena...
Vai ficando atenta!... Lá pelo Quids S6 ou S7...
Há-de surgir! É que se trata de um dos meus poetas favoritos (e não sendo a poesia um dos meus géneros de eleição, isso significa muito).
No fundo, precisamos sempre de outrém! Por muito distintos que sejamos há sempr ealguém que nos complementa, a deixamos entrar na nossa gaiola.
Rui: Nos Quids 6 ou 7 vou sempre respondendo Jorge de Cena, um devo acertar ;)
No fundo, precisamos sempre de outrém! Por muito distintos que sejamos há sempr ealguém que nos complementa, a deixamos entrar na nossa gaiola.
Rui: Nos Quids 6 ou 7 vou sempre respondendo Jorge de Cena, um devo acertar ;)
No fundo, precisamos sempre de outrém! Por muito distintos que sejamos há sempr ealguém que nos complementa, a deixamos entrar na nossa gaiola.
Rui: Nos Quids 6 ou 7 vou sempre respondendo Jorge de Cena, um devo acertar ;)
Outsider
Foi meu objectivo pôr as pessoas a pensar neste poema, no que ele diz a cada um de nós. Tu cumpriste muito bem a tua parte e gostei do modo como te revoltaste não aceitando em reduzir os que gostas a faces da gaiola, o que só as pessoas capazes de amizade fazem.
Também o coloquei aqui no blog porque o poema me lembrou os blogs como várias faces de uma gaiola em que às vezes (muitas) nos envolvemos (ontem por exemplo!) Mas gosto muito da última parte: somos quem somos; outros vêm-nos apenas como mais uma face entre muitas; distintos porém quando além do espaço (cyber?) nos tornamos "uma visão de espelhos transparentes", conhecendo-nos e passando a ter uma espécie de linguagem comum. Não é isto que se passa um pouco na blogosfera, em relação aos que passam e aos que ficam? Estou a deitar fumo...
Kaos
Pois, Kaos, por isso deixei uma porta aberta na gaiola. Parece-me que ter essa possibilidade é sempre o melhor que há. Já o Camões definia o amor como um estar preso por vontade... felizmente há mentes que nenhuma prisão pode prender porque se evadem na mesma, não há nada a fazer. E ainda bem! Nunca gostei de gaiolas (a não ser da Gaiola Aberta ;-))
Rui Martins
Quids de Literatura? Fixe! (Se calhar vou passar uma vergonha, com a minha fraca memória para coisas eruditas!)
O Jorge de Sena é um poeta difícil, não é qq um que o pode compreender, pelo menos em certos poemas. O Fernando Pessoa é bem mais fácil de compreender!
Dae-su oh
Obrigada amigo Dae por contribuires para o aumento dos comentários do Pafuncio, que é um bocado pobrezinho nisso (neste momento já melhorou, são poucos mas bons!)
Claro que precisamos sempre de alguém e isso é geralmente a coisa melhor que há. Excepção feita ao patrão, ao chefe e ao BES.
Abraço!
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