domingo, fevereiro 18, 2007

E não é que chegou mesmo o Ano do Porco?

Dedico este post a Mr. Bush
e a todos os porcos
cujo destino não escolheu dia nem hora,
apenas se tornaram

Porque me hei-de preocupar com o Ano do Porco que hoje começa lá para as bandas da China? Dizem eles que melhor que o Porco só mesmo o Dragão. E continuam ao fim destes milénios todos tão supersticiosos que querem por força povoar a China de Porcos, à falta de Dragões. Para eles ter um filho nascido no Ano do Porco é um bom augúrio, sinal de prosperidade para a família. Para nós nascerem assim de repente ainda mais chineses para acrescentar aos milhentos que já existem, é um azar, sinal de que a população mundial continua a aumentar a um ritmo que ninguém controla e cada vez mais parece não haver recursos para todos. Mais localmente falando, por aqui estamos pouco satisfeitos com a última década de porcaria que transformou o nosso país na pocilga que hoje é e continuamos a não querer viver na Porcalhota.
Na verdade não consigo achar grande piada ao Ano do Porco. Para mim porco só como manjar. Talvez por cá estejamos já um pouco fartos de tanto porco que temos. Ou talvez eu continue um pouco traumatizada pelo triunfo dos porcos e tenha receio que apareça sempre mais um. E aparece. Mas acho deveras incrível aquela sabedoria chinesa tão materialista que diz Ching Toing vamos fazer o nosso filho agora para que ele nasça no Ano do Porco e possa vir a ser um homem de sucesso. E ching toing, lá vão eles fazer o tal filho com os requintes de malvadez dos fundos de certas chávenas chinesas. Já repararam que os chineses são muito metidos consigo mesmos, muito clã, muito não plecebo patavina do que dizes mas digo que sim a tudo com a cabeça pode ser que comples mais coisas, com as devidas excepções. A mim faz-me uma certa confusão todo aquele bric-à-brac. Imaginem os chineses a abrir lojas e mais lojas por todo o mundo só para se verem livres de toda aquela tralha que produziram a mais… e de repente descobrem o negócio da china, a venda global e maciça de quinquilharia que a nós nos parece tão barata, tão barata… e no entanto, para todos aqueles que trabalharam muito mais do que deviam, em condições inumanas, sem direitos nem dignidade, a sua produção saiu-lhes bem cara, tendo mesmo por vezes custado anos de infância, ou mesmo uma infância perdida.
Mas nós geralmente não pensamos nisso quando procuramos nessas lojas o objecto para usar e deitar fora que queremos adquirir exactamente para esse fim, usar e deitar fora, mas pagando pouco. E até achamos divertido entretermo-nos assim a badalar o signo em chinês. Eu sou Serpente. E tu o que és? Explicamos condescendentes aos que não sabem o seu signo chinês. Com um ar muito sabedoresclarecemos que é o ano do nascimento que conta. Mas por cá, se alguém diz ser Porco não conseguimos disfarçar um certo olhar trocista, às vezes até não evitamos a gargalhada. Talvez os porcos por cá não sejam tão considerados… mas a verdade é que chegam a autarcas, a ministros e até a presidentes. Sorte deles ou azar o nosso?

2 comentários:

Jorge P. Guedes disse...

Eheheheh!...

Bem humurado e truculento para os nossos "porcos", coitados dos bichos que não têm culpa...

A sabedoria chinesa é muito sabedora, mas é lá para eles...que p'ra mim, até sou águia nascida em ano de dragão! e esta?

Um abraço e um bom leitão assadinho em brasa de lenha.
À maneira!

Kaotica disse...

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Dragão é bão!
Obrigada pela visita.
E que tal um conto de Carnaval para animar o CONTO LIVRE?
Desejo-te um Carnaval a valer!
Abraço

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