A primeira impressão que se tem perante uma obra de arte é determinante para a formação do espírito. A partir dela tudo vem por acréscimo e tudo procura educar essa primeira sensação impressa. Educar, docilizar, “tornar mais doce”, conduzir, ou seja arranjar uma ou mais motivações para explicar o que se julga ter entendido. Resta a espiritualidade dessa impressão gravada no momento. Impressões são ferramentas do espírito quando tomadas
Contemplar é olhar com mais atenção, também serve para contar histórias. Uma espécie de domesticar daquela primeira impressão, um domar da fera do imediato, rumo à construção da história?
Eis o poder do objecto artístico – atrair o olhar e pela sensação causar a impressão que fica tatuada num lugar imediato e impreciso que, a partir daí, urge procurar – descrever essa sensação por muitas palavras. Experimentada a sensação, restam as palavras e o acto paciente de contemplar.
Como descrever a sensação? Como a contemplar?
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