segunda-feira, junho 11, 2007

Anti-globalização

Hamburgo, manifestação antiglobalização de 28 de Maio de 2007

Cada vez há mais as manifestações contra a actual forma como o mundo está organizado. Cada vez essas manifestações são mais reprimidas, afastadas dos alvos que visam atingir, minoradas pelos meios de difusão de notícias.
Uma manifestação de protesto contra a globalização, uma série de manifestações a cada passo do G8, um protesto, uma greve, uma opinião diferente, tudo pouco relevante para quem cabe a tarefa de informar, de dar conta das várias partes implicadas. Por que são os países mais ricos a decidir questões que deviam ser defendidas pela ONU?
As notícias sobre esse tipo de reacção contra o sistema vigente, passam despercebidas no meio de outras mais mediatizadas ou nem sequer passam. Não fossem os blogs e notícias dessas morreriam à nascença. Esta é uma função que me parece ser importante que os blogs assumam a seu cargo: não deixar branquear a notícia, não deixar que ela caia no esquecimento. Sei que há notícias que nem se chegam a saber. Outras que fazem uma breve passagem e depois desaparecem mesmo da Net. Certas notícias deviam ser guardadas, constituir arquivo vivo, continuarem a servir de advertência, serem medidas com as consequências que desencadeiam. Quase todos os dias recebo e subscrevo petições já subscritas por milhares de cidadãos de todo o mundo que dão o seu nome por uma acção, pela defesa de uma causa. Mas não há notícias que dêem conta desse descontentamento.
Os descontentes sentem-se isolados, têm receio de expressar a sua opinião; julgo até que há gente que acerta uma opinião pouco firme para exibir em sociedade e que conserva para si a sua opinião mais radical. Hoje em dia muitas pessoas vivem formatadas para se conformar ao estado das coisas. Quer isto dizer que vivem conformadas com a pior das realidades, assumem a forma em que se encontra o mundo ou o seu país como uma contingência, uma tautologia conformada: a realidade é a realidade é a realidade é a realidade e não saem disto. É preciso dizer às pessoas que elas não estão sós, que o seu desespero não é autista, é bem real, e que existe um sentimento generalizado de que o mundo não está a ir no bom caminho.
Descontentes de todos os países, uni-vos numa só voz para dizer "não" à globalização enquanto esta for sinónimo de um desenfreado capitalismo internacional predador e causador de toda a destruição.



6 comentários:

Blueminerva disse...

A força do povo atingirá os limites da insatisfação e provocarão cada vez mais movimentações pelo mundo, até que terminem as políticas de protecção ao capitalismo selvagem. É preciso acreditar que vale a pena lutar por um mundo melhor e mais digno!
Cumptos

Anónimo disse...

a globalização terá o seu ponto de saturação. o problema é se não será demasiado tarde...

Pata Negra disse...

G8, países com poder de veto na ONU, deputados escolhidos e eleitos ao acaso, partidos do regime acautelando as regras a seu favor, enfim a democracia!
E como os incompetentes do poder não se demitem, demitem-se as pessoas! As pessoas olham os poderosos, as vítimas e os descontentes...e vão dormir porque no outro dia têm que levantar cedo!
E então os poderosos continuam a comer, as vítimas continuam com fome e os descontentes continuam a lutar!
Não sei sinceramente aonde isto vai parar! Vou parar... o comentário só!

Kaotica disse...

blueminerva

Cada vez mais movimentação, quer dizer que o processo revolucionário já se pôs em movimento. Ainda bem.
Abraço

Kaotica disse...

rui
também receio mas não é por haver essa possibilidade que devemos ficar de braços inevitavelmente cruzados, não achas?

Kaotica disse...

joão rato

Isto não vai parar para já. o homo sapiens continua a sua luta de classes porque é um facto que -- uns têm, outros não. Só que os que têm muito poder ou dinheiro, ou talvez sejam a mesma coisa, esquecem-se que são muitos mais os outros, que, não tendo tanto poder, unidos, têm uma maior força. Todos continuam a temer ver o povo unido nas ruas (talvez por isso nem houvesse manifestação no dia da greve geral)

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