Lisboa, AR, Manifestação de 12 de Julho
Má sinalização. O semáforo enganador provocou 4 polícias a acorrer à manobra. Inversão de marcha e lá vai ela à procura de lugar. Dos dois lados da rua, bandeiras vermelhas pelos lixos. Gente ainda de bandeira na mão a descer, outras às costas. Consegui estacionar. Dirigia-me em direcção contrária à maioria. Eu ia para a manif; eles vinham da manif. É tão bom não foi? Uma rapidinha. Dirigi-me a uma mulher com chapéu da FENPRF. A manifestação? Acabou agora mesmo. Era o fim, 4:00h e pouco e a manif estava feita. Já nem os cabeçudos lá estavam. Toca a arrumar e tudo a apanhar as camionetas de regresso ao país real e a fazer-se ao caminho que a manif já era. Desta vez a pressão foi tirada à panela toda de uma vez. Espero ver o dia em que salte a tampa à panela. Quem lá estará para avisar? Encontrei um papel que balia qualquer coisa parecida com "Quatro pernas bom, duas pernas mau". Mas só vi um panfleto que explicava.
Frente à Assembleia estavam só estes estudantes da fotografia. Tinham estado a pintar o cartaz até às 6:00 h da matina. Valeu a pena? Se valeu: reparem que só eles lá estavam a pedir a retirada, a defender o Ensino Superior Público alertando para essas leis que por aí vêm, o RJIES. Outros pedem a morte lenta do adiamento. Adiar a discussão de uma lei que não serve às nossas universidades é consenti-la. Exigir menos que a retirada não é nada. Porque será que só estes o dizem claramente?
Esta chusma de manifs vem apenas dar razão aos que nos querem fazer acreditar que as manifs são tantas que já se tornaram corriqueiras. Manifs que fazem as pessoas faltarem ao trabalho e amedrontarem-se com a avaliação que lhes vão fazer um dia dessas faltas. Em breve todos serão facilmente catalogáveis e será fácil pô-los a todos entre a espada e a parede, na lista negra. Instruções: limpar a função pública dos últimos resistentes. Limpá-la! Isto são instruções que podem vir mais de cima, sempre de mais alto, muito para lá da Democracia.
Quantos ainda virão à próxima manif convocada? Para a semana há mais, duas, parece. Cada vez menos: as férias, os medos, os cansaços. Mas virão ainda assim muitos. Há sempre resistentes. Apesar das férias, apesar dos medos ou dos cansaços.
Na próxima vez que uma manif seja uma espécie de falso alarme, não deixem de ir ainda assim até lá. Em breve dissipar-se-á, não se assustem que é mesmo assim. Desobedeçam, não vão para casa. Metam-se em todos os cafés, tascas e pastelarias, bebam um copo e falem muito. Falem de todas as coisas de que vos fazem falar. Digam uns aos outros tudo o que foram levados a pensar. Riam-se das imagens, riam-se do ridículo, riam-se de todos os que vos fazem rir. Falem muito de coisas sérias, porque coisas muito sérias estão neste momento a acontecer nas nossas costas, nas altas esferas dos senhores do mundo. Troquem ideias, falem de tudo, tudo o que vos fizer falar. Mas não vão logo para casa. Resistam e ousem exigir a retirada de tudo o que não sirva à nação, porque um dos objectivos desta trama é destruí-la.
Frente à Assembleia estavam só estes estudantes da fotografia. Tinham estado a pintar o cartaz até às 6:00 h da matina. Valeu a pena? Se valeu: reparem que só eles lá estavam a pedir a retirada, a defender o Ensino Superior Público alertando para essas leis que por aí vêm, o RJIES. Outros pedem a morte lenta do adiamento. Adiar a discussão de uma lei que não serve às nossas universidades é consenti-la. Exigir menos que a retirada não é nada. Porque será que só estes o dizem claramente?
Esta chusma de manifs vem apenas dar razão aos que nos querem fazer acreditar que as manifs são tantas que já se tornaram corriqueiras. Manifs que fazem as pessoas faltarem ao trabalho e amedrontarem-se com a avaliação que lhes vão fazer um dia dessas faltas. Em breve todos serão facilmente catalogáveis e será fácil pô-los a todos entre a espada e a parede, na lista negra. Instruções: limpar a função pública dos últimos resistentes. Limpá-la! Isto são instruções que podem vir mais de cima, sempre de mais alto, muito para lá da Democracia.
Quantos ainda virão à próxima manif convocada? Para a semana há mais, duas, parece. Cada vez menos: as férias, os medos, os cansaços. Mas virão ainda assim muitos. Há sempre resistentes. Apesar das férias, apesar dos medos ou dos cansaços.
Na próxima vez que uma manif seja uma espécie de falso alarme, não deixem de ir ainda assim até lá. Em breve dissipar-se-á, não se assustem que é mesmo assim. Desobedeçam, não vão para casa. Metam-se em todos os cafés, tascas e pastelarias, bebam um copo e falem muito. Falem de todas as coisas de que vos fazem falar. Digam uns aos outros tudo o que foram levados a pensar. Riam-se das imagens, riam-se do ridículo, riam-se de todos os que vos fazem rir. Falem muito de coisas sérias, porque coisas muito sérias estão neste momento a acontecer nas nossas costas, nas altas esferas dos senhores do mundo. Troquem ideias, falem de tudo, tudo o que vos fizer falar. Mas não vão logo para casa. Resistam e ousem exigir a retirada de tudo o que não sirva à nação, porque um dos objectivos desta trama é destruí-la.
8 comentários:
Fico sempre impressionada com os teus textos ... e identifico-me em absoluto ...
Para quando a consciência e passagem a um modo mais realista de acção?
É triste ... Mas, ainda bem que há pessoas como tu.
"Esta chusma de manifs vem apenas dar razão aos que nos querem fazer acreditar que as manifs são tantas que já se tornaram corriqueiras. "
pois nesse mesmo dia... por falar verdade... por dizer e apontar feridas, neste sistema perverso e doente, ganhei medalha de persona non grata lá no estaminé. Gostei do texto Kaótica... Vale sempre a pena tentar... vale sempre a pena falar... ando a aprender a falar no momento oportuno...
no entanto, continuo a acahra que muitodo que se passa tem como causa a falta de orientação e de formação de muito colega que apenas olha o seu umbigo... e isso entristece-me ...
Anda tudo já com ar de férias... vamos todos acordar lá para meados de Setembro... tardíssimo!
Bom sábado.
Cris, não que seja consolo para quem quer que seja mas ... se ganhaste agora, evitaste alguns meses de mal-estar ou coisa do género ... De qualquer modo, pelo que conheço de ti, fizeste bem em dizer o que pensavas...
moriae
Consciência e organização são dois pilares fortes para a união.
Bjos
cris
Grata pela visita. Um dia será possível separar o trigo do joio: os bufos e os da lista negra (personnas non gratas). Eu te saúdo por teres dito o que te ia na consciência. Vais ver que aos poucos as pessoas à tua volta, ao ouvirem-te dizer a verdade, vão também elas ganhando consciência. Leva que tempos!
Abraços
renda
Os que acordarem, que muitos hão-de voltar na mesma aturdidos. A silly season dura tão pouco...
Beijo
cris e moriae
Devemos sempre insistir em dizer o que pensamos. Esse o nosso teste à Democracia. Quando não pudermos é porque a Democracia já era!
Abraços
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