Imagem retirada daqui
Ontem fui ao teatro ouvir poemas com cheiro de maresia.
Hoje fiquei em casa e vi O Carteiro de Pablo Neruda outra vez.
Por isso este poema aqui hoje para vocês:
Pablo Neruda |
Inicial
O dia não é hora por hora.
É dor por dor,
o tempo não se dobra,
não se gasta,
mar, diz o mar,
sem trégua,
terra, diz a terra,
o homem espera.
E só
seu sino
está ali entre os outros
guardando em seu vazio
um silêncio implacável
que se repartirá
quando levante sua língua de metal
onda após onda.
De tantas coisas que tive,
andando de joelhos pelo mundo,
aqui, despido,
não tenho mais que o duro meio-dia
do mar, e um sino.
Eles me dão sua voz para sofrer
e sua advertência para deter-me.
Isto acontece para todo o mundo,
continua o espaço.
E vive o mar.
Existem os sinos.
3 comentários:
E fizeste tu muito bem...
Beijos.
Mais uma vez também o vi e adorei.
Já vi aquele filme ...nem tem conta !!
Muito bom
Beijão grande
Pablo Neruda...
belos os tempos em que líamos, sentíamos e trocávamos opiniões acerca dos seus livros... daquilo com que fiquei e vou ficando, passarei sempre alguma coisa que Neruda passou para as minha mãos...
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