E alegre se fez triste
Aquela clara madrugada que
viu lágrimas correrem no teu rosto
e alegre se fez triste como se
chovesse de repente em pleno Agosto.
Ela só viu meus dedos nos teus dedos
meu nome no teu nome. E demorados
viu nossos olhos juntos nos segredos
que em silêncio dissemos separados.
A clara madrugada em que parti.
Só ela viu teu rosto olhando a estrada
por onde um automóvel se afastava.
E viu que a pátria estava toda em ti.
E ouviu dizer-me adeus: essa palavra
que fez triste a clara madrugada.
Manuel Alegre, Trinta Anos de Poesia
segunda-feira, outubro 08, 2007
Poemas de Amor Cativantes II
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3 comentários:
Ainda há lugar no PS para quem canta assim?
Um abraço em verso
Eu se fosse o Manuel Alegre só escrevia poemas. E tenho a impressão que basicamente é isso que ele faz. Deixa que o castigo dele é estar rodeado de "yes, minister"'s. "Estamos aqui para apoiar o governo!" -- disse um dia um -- e nenhuma evidência o faz mudar essa postura, não vá perder o assento.
Ora o Manuel Alegre é um homem bem assentado, embora às vezes se sinta incómodo e mexa o rabo na cadeira.
Gostei do desenho, só a cor faz quase tudo, não é? eheh
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