sábado, abril 26, 2008

Um texto imperdível para a juventude compreender como chegámos onde chegámos


Uma porra pá, um autentico desastre o 25 de Abril, esta confusão pá, a malta estava sossegadinha, a bica a 15 tostões, a gasosa a sete e coroa... Tá bem, essa merda da pide pá, Tarrafais e o carágo, mas no fim de contas quem é que não colaborava, ah? Quantos bufos é que não havia nesta merda deste país, ah? Quem é que não se calava, quem é que arriscava coiro e cabelo, assim mesmo, o que se chama arriscar, ah? Meia dúzia de líricos, pá, meia dúzia de líricos que acabavam todos a fugir para o estrangeiro, pá, isto é tudo a mesma carneirada! Oh sr. guarda venha cá, á, venha ver o que isto é, é, o barulho que vai aqui, i, o neto a bater na avó, ó, deu-lhe um pontapé no cu, né filho? Tu vais conversando, conversando, que ao menos agora pode-se falar, ou já não se pode? Ou já começaste a fazer a tua revisãozinha constitucional tamanho familiar, ah? Estás desiludido com as promessas de Abril, né? As conquistas de Abril! Eram só paleio a partir do momento que tas começaram a tirar e tu ficaste quietinho, né filho? E tu fizeste como o avestruz, enfiaste a cabeça na areia, não é nada comigo, não é nada comigo, né? E os da frente que se lixem... E é por isso que a tua solução é não ver, é não ouvir, é não querer ver, é não querer entender nada, precisas de paz de consciência, não andas aqui a brincar, né filho? Precisas de ter razão, precisas de atirar as culpas para cima de alguém e atiras as culpas para os da frente, para os do 25 de Abril, para os do 28 de Setembro, para os do 11 de Março, para os do 25 de Novembro, para os do... que dia é hoje, ah?

Excerto do FMI, de José Mário Branco

3 comentários:

Arrebenta disse...

Quero que o Pafúncio se vá lixar!
Cadê a Kaotika no Braganza Mothers!!!!!!!!!!!!!!!!!
(BUAHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!)

Kaotica disse...

Ai sim? Hás-de ter muitas amigas com esse feitio!
Ontem bem me apetecia... mas o convite só chegou agora!
Presente!

Pata Negra disse...

Andamos, andamos, andamos às voltas, lutamos, pensamos, falamos e, de repente, vem-nos sempre ao caso, o FMI!
Um abraço de quem uma vez por ano vai à foz do rio de S.Pedro Muel. É um sítio bonito! Quem me quiser encontrar, eu estou lá, com um chapéu de sol, umas toalhas, uma bola e a família!

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