Greve=paralização
As greves servem para incomodar. Só quando os trabalhadores param é que nos lembramos que, nesse caso, tudo passa a fazer falta: os combustíveis, o pescado, o leitinho derramado do menino. Tudo paralisa no sentido do progresso mas ao mesmo tempo provoca uma bola de neve desencadeando-se em consequências como um polvo, devolvendo todas as ligações no sentido da inércia e também por sua vez destruindo pelo caminho bens essenciais à sobrevivência.
Sobreviver na selva da escassez
Como sobreviver na selva que se gera então? Quem tiver algum dinheiro no momento em que se dá a crise, ainda se vai safando, mas até quando é relativo pois pode até mesmo haver dinheiro que nada tem para comprar. Até quando a greve persistir. Todos anseiam vencer a negociação. Como resolver um impasse destes? Os governos não estão autorizados a ceder às pressões dos trabalhadores, têm que resolvê-las a favor das exigências da União Europeia e da globalização, seja a bem seja a mal. Todos queremos que isto se resolva a bem. Mas a bem de quem? De nós, do nosso povo? Das pessoas do mundo? Então como lidar com a situação, se vemos lucros e misérias súbitas? Se tanto temos tudo para consumir, como ficamos sem nada para comer se o sistema parar. Em que incerteza vivemos? Seguindo atentamente um telejornal, ainda que dissimuladas, podemos ver as causas de todos os nossos males desfilando aos nossos olhos. Sabemos quem eles são e ao que vêm. Querem extrair o lucro rápido à custa do assalariado, que trabalhe cada vez mais horas e que ganhe cada vez menos em proporção – já vimos esse filme: são fascistas oportunistas usurpadores, sempre existiram. Eles sabiam a crise que estavam a gerar as suas ambições de enriquecer. E sabiam do preço da destruição que provocavam a seu favor. Seguirão sempre para a frente destruindo tudo se lho permitirmos mais.
1 comentário:
Olá amiga
Boa análise.
Em relação a esta paralização continuo a me perguntar como seria se fossem os trabalhadores em vez dos patrões. De certeza não teríamos piquetes em tudo o que era entrada e saída de auto-estradas, fábricas, rotundas e quejandas, as forças de “segurança” tratavam-lhes da “saúde”. Se atropelassem mortalmente (como aconteceu) um patrão em vez de um “tipo” qualquer o que aconteceria?
Minha amiga, o patronato não fez “isto” para o bem dos seus assalariados, estes continuam a trabalhar à “peça” como quem diz ao “frete”. É a “classe” profissional mais sacrificada em Portugal (sei do que falo), calçam as botas à segunda-feira, só as descalçam ao sábado e quando é.
É a escravidão total, o que fazem os sindicatos? NADA, ZERO, NÉPIA.
Quanto a mim esta paralização só serviu, para o Sócrates e seus capangas verem, que afinal, este país não é um mar de rosas.
BJS
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