sábado, agosto 30, 2008

Showbizz

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Imagem daqui

Ontem
(ver video) Al Gore foi feliz com a piada sobre reciclagem: disse qualquer coisa parecida com “gosto de reciclagem mas isto é ridículo”. Referia-se às propostas políticas de McCain, suja reciclagem das imundas políticas praticadas por Bush.
A primeira vez que li sobre Al Gore a minha intuição – preciosa intuição eu tenho! – indicou-me que Al Gore era mais do mesmo, ou seja ele próprio uma reciclagem do sistema capitalista. Certo que havia (e há) uma deslocação do eixo, um certa viragem, não nos fins mas nos meios com que se obtêm os fins. Se Bush alimentava o negócio do petróleo e lucrava com a guerra, Al Gore procurava lucrar com o negócio dos bio-combustíveis e das energias alternativas, apenas porque o petróleo não é o seu ramo.
Coincidente com Obama, como se pode comprovar agora, no que diz respeito a não olhar a meios para atingir os fins: na América até a política é um espectáculo, mas hoje, Al Gore e Obama eram um encontro de vedetas que gerou filas de três quilómetros de gente deseperada por os ver mudar o mundo.

Estamos perante uma luta política do poder pelo poder. e duvido muito que esses dois queiram realmente mudar as regras do jogo para jogarem limpo e não para fazerem batota com o povo americano e com o mundo em geral. É evidente que o mundo já não aguenta a ameaça das estratégias de Bush e seus perigosos conselheiros (Bush sabe lá delinear uma estratégia sozinho!). Mas esta alternativa Al Gore/Obama, embora afirme uma tendência ecológica, não me cheira nada bem, como a gasolina verde. Há ali interesses económicos que nunca mais acabam, como se estivessem prestes a reorientar os negócios chorudos, deslocando o eixo para outras negociatas que vão dar no mesmo esgotamento do planeta (basta lembrar os perigos dos bio-combustíveis). É certo que os outros, mais velhos, estão a ver o capitalismo que engendraram triunfante à beira do fim, tão predador e desesperado como eles próprios, moribundos, quase ardendo nos quintos dos infernos. Por isso criam uma máquina cada vez mais rapidamente devoradora (com as regras do capital financeiro que nada produz e tudo controla, com a guerra, o consumo, o endividamento cada vez mais generalizados) que quanto mais imponentemente arde, mais se consome e extingue (imagem soberba do meu amigo Kaos, já outras vezes aqui usada). A minha preciosa intuição diz-me que o Obama é mero fogo de vista para uma verdadeira mudança de rumo do planeta que tantos cada vez mais desejam. Ao apontarem uma alternativa estão lançando o isco que atrai multidões que apenas querem outra coisa, não importando para já que tipo de mudança se propõe, desde que vão atirando todas as culpas em Bush e convençam os mais crédulos que vão fazer diferente.
A euforia com que o mundo está a aceitar Obama mostra a vontade colectiva da mudança de políticas, mas a maior parte das pessoas que apoiam Obama nem sequer questiona que a sua campanha é apenas um showbizz enganador, bem montado e bem apoiado, que nunca irá converter a globalização em cooperação e gestão racional e consciente dos recursos mundiais. Os negócios apenas tendem a mudar de mãos, ou nem isso. E as guerras irão apenas deslocar seu alvo para outros eixos, como melhor lhes convier.
Estamos perante a eminência de uma deslocalização do poder para um poder outro, mas a minha intuição diz-me que este, com o tempo também se virá a revelar uma verdade inconveniente.

Veja também o video alternativo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Quem estiver à espera de mudanças, engane-se. Já há muito que o digo, mudam as moscas (vamos ver se mudam) mas a porcaria ficará a mesma. É como cá, PS vs PSD são moscas diferentes, mas a merda é a mesma.

BJS

Kaotica disse...

Ao menos que fosse só por cá, mas a merda está mesmo espalhada por todo o lado, são os senhores do capitalismo global!
É isso mesmo, boa imagem, mudam as moscas (negócios) mas a merda de sociedade continua a mesma!

Há que varrê-los a todos, limpar o mundo de malfeitores!

Abraço

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