terça-feira, outubro 14, 2008

Vamos para a frente com a organização popular!


(de um professor que tenho a sorte de conhecer)

Estou bastante céptico sobre a (verdadeira) vontade de lutar das pessoas, neste país. Tenho-me batido ao longo dos anos pela defesa da escola pública, por uma intervenção sindical eficaz e por um funcionamento democrático e cooperativo no meu local de trabalho. Estou cansado, vai-me faltando a paciência para aturar as poses; desconsolado com as pessoas que afirmam - pelos cantos das salas de professores ou pela blogo- esfera - uma falsa dissidência, para logo obedecer à voz do dono, em reuniões de departamento, etc. Essas pessoas «acham bem» que nós lutemos, mas não irão jamais «queimar-se» junto dos «chefes». É triste mas receio bem que na tal manif de 15 de Nov. irei encontrar várias pessoas oportunistas, que eu conheço bem como «colegas» de trabalho, no quotidiano. Essas pessoas recusam o óbvio. Para se lutar temos de nos organizar: temos de constituir comissões de base. Temos de agrupar as pessoas dentro de cada escola, temos de debater conjuntamente o que será mais apropriado fazer-se, temos de encontrar uma forma de auto-organização que nos defenda, em face da casta todo-poderosa dos «avaliadores». Estou decepcionado com as pessoas; dizem que sim, mas não fazem nada, não se dispõem realmente a lutar. Ir a uma manif, a 15 de Nov. sim, porque não, mais uma passeata, gasta-se um pouco de sola dos sapatos, mas é um bom exercício, a marcha; podemos encontrar algumas pessoas que estimamos; podemos gritar umas palavras de ordem, com piada, nem sempre as que as organizações promotoras previram, etc... Mas, «para mostrar ao poder» isso é que não, não precisamos de mostrar ao poder coisa nenhuma. Então «mostrar» ... a quem? Aos bonzos sindicais, mostrar-lhes que sabemos perfeitamente organizar uma manif, sem precisar deles para nada? Mostrar aos 'cobardolas' que somos 'corajosos'??? Mas, para quê?

Será necessário firmar o nosso espírito em duas ou três coisas:

A- Sem organização e luta no local de trabalho, nada feito.

B- Cada comissão local deverá encontrar as formas apropriadas de resistência

C- Temos de nos coordenar com os pais, que nos ajudem a encontrar soluções verdadeiras

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