Blair regressa como favorito para ser o presidente da UE
- PATRÍCIA VIEGAS , DN, 13/01/2009
Líder. UE mais inclinada para uma personalidade forte na presidência fixa
Tratado de Lisboa tem agora o apoio da maioria dos irlandeses
O ex-primeiro-ministro britânico e actual enviado do Quarteto para o Médio Oriente, Tony Blair, parece estar a reemergir nos bastidores europeus como favorito para ocupar o novo cargo de presidente da UE, noticiou ontem o Financial Times.
A discussão sobre este assunto, congelada desde que os irlandeses rejeitaram o Tratado de Lisboa, em Junho, volta agora com a perspectiva de aprovação do documento na Irlanda, numa segunda consulta popular que deve realizar-se entre os meses de Setembro e Dezembro. E com a consciência que o clube europeu ganhou da necessidade de ter na sua liderança uma personalidade forte.
A última sondagem divulgada pelo Sunday Independent revelou que, actualmente, 55% dos irlandeses apoiam o Tratado de Lisboa - que cria a figura de um presidente permanente para a UE. Este número significa um aumento de 16% nos eleitores favoráveis ao texto, depois das garantias obtidas por Dublin. A crise financeira, diz o EUObserver, está também provavelmente na origem desta mudança de opinião.
A impressionante prestação do líder francês, Nicolas Sarkozy, como presidente em exercício da UE, entre Julho e Dezembro de 2008, associada a crises como a do sistema financeiro e a do gás natural, fez alguns responsáveis pensarem melhor. "Sarkozy congregou as pessoas. Ele fez muitos de nós pensar. Quando as coisas se tornam duras, é preciso ter alguém forte a ocupar este cargo", declarou um diplomata europeu, citado pelo Financial Times.
O debate está então a redefinir-se. Antes alguns Estados-membros olhavam para o primeiro-ministro do Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, com o possível presidente da UE. Mas agora até as reservas que existiam em relação a Blair, no passado, parecem estar a esbater-se. O ex-primeiro-ministro britânico era criticado pela sua excessiva associação ao Presidente George W. Bush e por vir de um país, o Reino Unido, que está fora das principais políticas da UE: a moeda única e o espaço Schengen são os exemplos mais apontados.
Mas Blair na presidência da UE faria, porém, parte de uma dança de cadeiras institucional mais vasta: Durão Barroso manter-se-ia como presidente da Comissão Europeia. O holandês Jaap de Hoop Scheffer seria o rosto da Política Externa, o dinamarquês Anders Fogh Rasmussen o secretário-geral da NATO e a presidência do Parlamento Europeu seria partilhada entre o alemão Martin Schulz e o polaco Jerzy Buzek. Os franceses Dominique Strauss-Kahn e Jean-Claude Trichet manter-se-iam, respectivamente, na chefia do FMI e do Banco Central Europeu.
2 comentários:
"A última sondagem divulgada pelo Sunday Independent revelou que, actualmente, 55% dos irlandeses apoiam o Tratado de Lisboa"
É novidade para mim. Agora só falta o novo referendo na Irlanda antes que alguém mude de ideias. É a democracia no seu esplendor.
mescalero
É para que se saiba com que tipo de gente estamos metidos - isto para quem ainda tenha alguma ilusão na UE!
É uma sondagem, vale o que vale, mas não me agrada nada! Calculo a propaganda que deve ter sido feita na Irlanda desde o NÃO até agora!
Abraço
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