segunda-feira, abril 13, 2009

Na Tailândia não estão nada satisfeitos com o primeiro-ministro, mas ele insiste em mandar

Manifestantes apedrejam a viatura do ministro do Interior tailandês STR, EPA

Banguecoque - Milhares de manifestantes desafiaram hoje (domingo) o estado de emergência decretado em Banguecoque, onde militares armados patrulhavam as ruas depois de manifestações contra o governo durante as quais tiros foram disparados e o primeiro-ministro foi perseguido por opositores.


Em Banguecoque, os manifestantes ergueram barricadas com autocarros e tomaram pelo menos um tanque do Exército, segundo a polícia.


Segundo a polícia, pelo menos 15.000 pessoas permaneciam na noite deste domingo diante da sede do governo, onde estão acampadas desde o dia 26 de Março, desafiando a proibição decretada pelas autoridades de manter reuniões com mais de cinco pessoas.


"Não ligo para o estado de emergência. É apenas papel sujo de tinta", esbravejou Nattawut Saikuar, um dos líderes dos
manifestantes.

para ler mais AQUI

Este tipo de violência dos Estados contra a resistência dos povos vai dar que falar. Suponho que esta revolta não é organizada, é uma revolta kaótica que tem apenas como horizonte tirar de lá o primeiro-ministro, correr com essa gente. Desconheço a história da Tailândia, mas as razões dos populares contra os governos é sempre a mesmo: é porque estão a destruir coisas construídas, estão a despojar os trabalhadores do bem público e já nem se limitam a reduzir o poder de compra, despedem trabalhadores em massa dizendo que é da crise. Ouvi que a Tailândia foi muito prejudicada com a crise: o turismo ressentiu-se e o povo estava sem outros recursos para sobreviver.

Receio que esta revolta não seja organizada e apenas vá dar pretextos para os Estados reagirem com violência. Não no sentido de já haver vários partidos organizados, com planos traçados para agarrar o sistema nas suas mãos, mas no sentido de serem as pessoas, os trabalhadores a quererem se organizar, unindo-se numa mesma luta, para a tomar a seu cargo.

No entanto continuo a achar que isto está a atingir umas proporções por todo o lado que ainda não ouvi comentar. Perante a revolta, por aqui, está tudo calado, a ver o que é que vai dar do outro lado do mundo. Abrir pressupostos de violência é arrasar com a democracia ao mais alto nível. Afinal quando os povos não reconhecem legitimidade às leis dos Estados - quem sabe absurdas e prejudiciais - as suas razões deviam ser ouvidas pelos governantes, pelo menos pelos que foram eleitos e estão nos cargos no cumprimento de um mandato.

Ou já não há mandatos? Ou são todos "mandados" como dizem os jornalistas nos telejornais. Mandados de quem, ao serviço de que poderes e interesses? Isso é o que importa saber.



5 comentários:

Ferroadas disse...

Para os políticos de "cá" ou seja os do chamado ocidente a "coisa" ainda vem longe, mas pelo andar da carruagem não vai demorar muito e temos "coisa" idêntica intra-muros, depois cara amiga, é que vamos ver onde estão os revolucionários.

BJS

Kaotica disse...

Ferroadas

Tens razão mas algo me diz que ainda nos vamos encontrar do mesmo lado da barricada.

Contra a tirania!

mescalero disse...

Caro ferroadas,

Nessa altura hão-de aparecer muitos revolucionários de circunstância que usarão o crédito conquistado pelas suas gloriosas acções revolucionárias para, à primeira oportunidade, restabelecer a ordem e substituir os actuais mandantes no poleiro. É a história bem conhecida. Acho que mesmo nessa altura vai ser difícil distinguir o gato da lebre.

cumps

Ferroadas disse...

Kaótica

Podes crer amiga.

Mescalero

Claro que poderá acontecer o que mencionas, mas caro amigo, desta vez estamos atentos. Vai ser difícil? Vai sim senhor. Vão aparecer os teóricos revolucionários ? Vão sim senhor. Vão aparecer oportunistas mais ou menos de esquerda? Também. Mas a verdade é como o azeite, vem sempre à superfície. E, estou em crer, que desta vez o Povo não se deixará enganar por pseudo-vendedores de ilusões ultrapassadas.

Abraço

Kaotica disse...

Mescalero

Isso pode ser tudo uma grande verdade mas não pode nem nos deve tolher, não achas?
Qual é a solução? Meter o pescoço na areia e dizer "Não é nada comigo, não é nada comigo"?
Ou apenas nos limitarmos a monologar com uns poucos iluminados aqui na net?
Temos que correr esse risco e estar atentos como diz o Ferroadas!

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