quinta-feira, julho 23, 2009

E ainda nem começaram as obras...

A situação é caótica, como não podia aliás deixar de ser. OBRAS! Primeiro era para começar pela cozinha e sala. Toca a começar a levar as tralhas para os quartos. Depois de repente já não podia ser assim: aquela que nos pareceu ser a pessoa certa para arcar tal empreitada só podia pegar na obra em princípios de Setembro. Para não se perder mais tempo era melhor começar já pelos quartos, obra mais fácil. Lá tivemos que começar a levar tudo para a cozinha e para a sala, que estamos entretanto a habitar. Para a semana há que começar. Vejo os caixotes a empilharem-se à minha volta. Uma amiga diz-me ao telefone que um dia destes ainda tem que me resgatar da minha própria casa. Ela conhece-me e já percebeu que muitas das coisas não irão fora. Todos por aqui temos um certo apego às coisas com que nos fomos rodeando em várias fases da vida. Impossível livrarmo-nos dos livros, dos recortes de jornal, de alguns brinquedos dos filhos, até mesmo de roupas. Outras coisas são colocadas no jardim para alguém as vir buscar. Há que tratar de todos esses pormenores: quem chamar para vir buscar; quem contratar para ajudar a carregar móveis e colchões? Coisas que saem para ser concertadas. Outras que aparecem de todos os lados parecendo estar a nascer dos cantos. Sinceramente, tanta tralha! Mas são as nossas coisas, aquilo que conservámos e continuamos a querer manter. Aliás há coisas velhas que voltam a ser novas. A descoberta dos livros que ainda não li e o desafio de saber agora que já não será possível ler a todos (mas todos se guardam!). O candeeiro comprado com uma intenção que nunca se chegou a cumprir, guardado para colocar depois das obras. A casa já teve inúmeros projectos: antes de eu aparecer; antes de um filho, de dois, com mais quarto, menos quarto. Uma casa que acumula outras casas. Uma casa que é preciso desfazer e refazer nos próximos tempos. Vestígios da casa da minha madrinha, onde vivi anos, vestígios da casa do pai dele, despojos que vieram cá parar quando partiram. A casa dos Açores, que viajou para cá num contentor (a carga pronta e metida nos contentores, adeus ó meus amores que me vou para o outro mundo!). Os brinquedos de quando eram pequenos, esses todos para dar. Cds para encaixotar, cds para encaixotar, livros, livros, livros… tantas coisas, tantas coisas e o meu Verão?

3 comentários:

rendadebilros disse...

Nem me digas... que eu só vou mandar pintar a casa e isto é só um apartamento e eu já estou a ficar atrofiada... que os dias de obras passem rápido... não aproveitaste e foste para férias?
beijos.

Kaotica disse...

renda

Pois por aqui vai meter até paredes abaixo: um verdadeiro caos!!! Mas não te preocupes, também não falta muito para zarpar daqui para fora: primeiro de férias para o Alentejo e depois iremos viver para a água furtada, o que será o mesmo que meter o Rossio na Rua da Betesga!

Um abraço e boas pinturas!!!

Eva disse...

Pelos teus lados lutas com obras. Pelo meu luto com as mudanças com tudo o que lhe está inerente e sem ajudas.
Isto é horrível. Já me torço das costas. Que ideia a minha de alugar um 2º andar sem elevador!

Já estou como tu: o meu verão?

beijo

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