«Nos aniversários dão-se parabéns e prendas. O sujeito fez anos. Anos à frente de um governo que se tem encarniçado a destruir a Escola Pública.
Talvez preferisse um fatito Hugo Boss, mas dou-lhe tão só uma caixinha de recordações, embrulhada em papel negro de desdita.
Recordo-lhe que em 4 anos de actividade produziu diplomas que envergonham aquisições mínimas do nosso sistema de ensino. O estatuto da carreira docente, a avaliação do desempenho dos professores, a gestão das escolas e o estatuto do aluno são apenas as pérolas. Mas a lista alonga.
Recordo-lhe que a coberto de uma rede propagandística que tornaria Goeebels num aprendiz, cortou, vergou, denegriu e fechou como um obcecado pelo extermínio.
Recordo-lhe que desertificou meticulosamente o interior.
Recordo-lhe que congelou salários, burocratizou até ao insuportável e escravizou com trabalho inútil.
Recordo-lhe que manipulou estatísticas, mentiu e abandalhou o ensino, na ânsia de diminuir o insucesso a qualquer preço.
Recordo-lhe que chamou profissional a uma espécie de ensino cuja missão era reter na escola, de qualquer jeito, os jovens que a abandonavam precocemente.
Recordo-lhe que abandonou centenas de alunos com necessidades educativas especiais.
Recordo-lhe que contratou crianças para promover produtos inúteis e aliciou pais com a mistificação da escola a tempo inteiro.
Recordo-lhe que foi desumano com professores nas vascas da morte e usou e deitou fora milhares doutros, doentes, depois de garantir que não o faria.
Recordo-lhe que, com o concurso de titulares, promoveu a maior iniquidade de que guardo memória.
Recordo-lhe que enganou miseravelmente os jovens candidatos a professores e humilhou as instituições de ensino superior com a prova de acesso à profissão.
Recordo-lhe que desrespeitou leis fundamentais do país e, com grande despudor político, passou sem mossa por sucessivas condenações em tribunais.
Recordo-lhe que desrespeitou continuadamente a negociação sindical e fez da imposição norma.
Recordo-lhe que reduziu a metade os gastos com a Educação e aumentou para o dobro a distância que nos separava da Europa.
Recordo-lhe que perseguiu, chamou a polícia e incitou e premiou a bufaria.
Recordo-lhe que os professores portugueses não o vão esquecer.
OS PROFESSORES PORTUGUESES
NÃO PODEM ESQUECER.»
Santana Castilho
2 comentários:
Tudo isto é verdade. Mas votar PSD também não é solução porque as políticas e as estratégias são as mesmas. Manuela Ferreira Leite pretende privatizar e depois então logo se resolvem as questões acessórias. Como diz o povo: entre um e outro venha o diabo e escolha. São os professores que têm que dizer a uns e a outros que escola pública aconselham, como profissionais da educação que são, e que políticas educativas são melhores para os alunos, devendo estas contribuir para lhe assegurar um futuro digno e perspectiva histórica, científica e cultural. Não para os formatar para carne para canhão do sistema, apontando-lhes como futuro a precariedade, para favorecer os exploradores do trabalho, a quem tudo é permitido, seja num governo Sócrates, seja num governo Ferreira Leite. Como se fossem a única alternativa de poder para um país dito «ingovernável».
Temo que mais 4 anos destas políticas destruirão por completo a escola pública: 2013 tem metas traçadas que quer uns quer outros cumprirão à risca, por obediência às directivas da União Europeia.
Temo que os professores, zangados com o PS mas sem ousar exigir aos dirigentes que façam políticas socialistas, muitos hão-de votar PSD. O PSD foi quem colocou estas medidas em execução, por via de Roberto Carneiro, homem de novas oportunidades. Voltarão à carga, para "endireitar a educação". Lembro-me bem dos métodos da Dra. Ferreira Leite para "endireitar" o déficit e não gostaria de voltar a esses tempos obscuros, onde todos dizem falar a verdade mas o descalabro é o mesmo. Não quero continuar a viver num país de alterne. As pessoas podem mudar estes governantes de pornochachada. Basta não votar neles.
Como vamos fazer para ter alguma eficácia?
Mostra-me as "pedras", porque eu estou perdida, mais uma vez, acho que estamos condenados ao "alterne".
Como as alternativas podem ser eficazes?
Ando meio "abrolha" porque tenho tido muito para resolver, também ando aos caixotes entre asmas e outros.
Aceito uma boa sujestão.
"Para a frente é que é o caminho"!
Abraço
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