domingo, setembro 13, 2009

«Campanha Eleitoral, no tempo do triste remendo em que Portugal se tornou»


Comentário ao texto imperdível do Arrebenta:


Não sei se este meu comentário vem a propósito ou não.
Realmente as pessoas estão muito polarizadas pelo voto nestas eleições.
Não creio que se joge qualquer coisa decisiva nas nossas vidas, com estas eleições.
As pessoas podem achar que é importante votar, e votar na força política X, Y ou Z, isso não me separa delas.
O que realmente me deixa perplexo é a ausência total, em período de campanha eleitoral, de movimentações sociais. Há uma espécie de pacto das forças sindicais, para deixar a campanha decorrer «com normalidade».
Dá-se a «paz das classes» para assegurar que o espectáculo (com maior ou menor qualidade, isso é secundário) não seja «perturbado».
É sobretudo surpreendente que seja praticamente toda a esquerda a alinhar nisso.
Por outro lado, há pessoas que têm intenções pouco claras, supostamente em defesa de uma «classe» (corporativa) dos professores, a convocar 3 (!) manifs para sábado 19.
Para mim, estas manifs apenas têm como intuito aumentar a visibilidade mediática dos «movimentos» e seus líderes. Quem acha isso bem necessário, a coisa melhor a fazer neste momento, que se mobilize.
Com tristeza, verifico que as forças (supostamente) mais à «esquerda», no sector, como o Movimento Escola Pública e uma tendência sindical dos professores (lista D, salvo erro, nas eleições para o SPGL)alinham.

Para mim, manifestações são sempre um acto simbólico. Podem ter muita força se houver na sua base um propósito claro e proporcionarem uma mobilização em massa. Caso contrário, são eficazes em promover figuras de proa dessas mesmas manifestações, somente, e não do que dizem defender.
A alternativa?
Em vez de confiarmos em representantes para tudo, que tal nos mexermos, discutirmos e decidirmos, todos/as, aquilo que temos de fazer (e depois fazer)? Que tal adoptarmos o princípio de que mandatários, só se nós tivermos a possibilidade de os revocar a qualquer momento, sendo eles obrigados a darem conta, em assembleias, do seu mandato aos que os mandataram?
Que tal fazermos descer do pedestal as figuras mediáticas, os «cabeças de cartaz político», esses ídolos de pé de barro, obrigando-as a serem humildes (e não apenas a parecê-lo)?
Que tal as pessoas assumirem um protagonismo cívico no seu local de trabalho, de vida, de convívio, sempre, todos os dias, antes e depois das eleições?

Solidariedade,
Manuel Baptista

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