O Carochinha
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Dos voos de Marcelo, o transformista,
em doméstico dom repousa a asa:
farto de andar ao trapo e ser fadista
torna-se modelar dona de casa.
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Na modéstia exemplar dessa roupeta
- Ó eleitoral, virtuosa esfalfadeira
de ser dono da casa lisboeta! -
vai Marcelo às mercas na Ribeira.
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enche a dispensa, lava a roupa é cozinheiro,
cose a meia, faz tricot, varre a casinha.
Por fim, põe-se à janela e diz faceiro:
Quem quer, quem quer casar com a carochinha?
segunda-feira, abril 16, 2007
Matéria Poética I: Cancioneiro Joco-Marcelino de Natália Correia VI
Etiquetas:
Marcelo Rebelo de Sousa,
Natália Correia,
poesia satírica
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