Lembras-te da outra vez quando perdeste o médico de família. Não te calaste, foste para lá reclamar dos serviços, das desinformações, das injustiças… Que saudades daqueles médicos a sério, que seguiam durante anos toda a história familiar porque esses sim, eram médicos de toda a família! Dessa vez ficaste sem médico de família – uns têm, outros não! E não foste só tu a sofrer as consequências dos teus actos: todo o teu agregado perdeu o médico de família.
E agora tornas a te admirar de ser a tua filha a sofrer as consequências?
A escola emitiu uma circular a avisar que não se podia comer no refeitório comida trazida de casa, a não ser casos pontuais devidamente prescritos pelo médico. A tua filha sofre de alergias respiratórias e não se alimentava bem com a comida fornecida pela escola. Dois dias come em casa, os outros três pode levar comida e nem é preciso aquecer nem lavar, ela apenas quer ter uma mesa e uma cadeira para se sentar. A escola, enorme, ganhou um prémio de Agrupamento mas não tem nem sequer uma sala para os alunos. E então ela entregou a declaração médica mas quando chegou ao refeitório nem assim a deixaram lá ficar. Uma funcionária responsável disse pelo telefone a Dona Dondoca que o papel do médico não tinha sido aprovado (!). Como é que uma declaração médica recebe a desaprovação de uma funcionária de refeitório? Ela disse que o médico tinha que discriminar tudo, quais os alimentos, que alergias, etc. etc. e Dona Dondoca disse-lhe que não ia de forma alguma voltar a incomodar o médico com esse assunto, achando tudo aquilo absurdo, kafkiano. A funcionária disse-lhe para aguardar e deixou-a pendurada ao telemóvel durante os dez minutos seguintes. Claro que ela depois ainda falou muito tempo para a Drel, contando toda a história e querendo saber o que fazer. Foi ela própria a sugerir assinar um termo de responsabilidade pela comida que a sua filha leva para comer na escola. Da Drel disseram-lhe que, se mesmo depois disso todos os seus esforços falhassem e continuassem a pôr entraves, então que fizesse uma exposição para a Drel. Eu tenho para mim que Dona Dondoca ainda acaba por levar toda a família à falência se continua a gastar assim nesses telefonemas para os telefones fixos das várias instituições que ela tem que contactar se quiser levar a sua saga às últimas consequências. Naquele momento ela soube, ela sentiu que iam sempre exigir mais um papel, mais uma formalidade e enquanto isso sua filha ia continuar a comer na rua. Ela disse-lhe: “Mãe, mas eu não gosto nada de comer na rua”, e já tem vergonha de ir ao refeitório saber se pode lá ficar.
Prepara-te Dona Dondoca, prepara-te a ti e aos teus pois se insistires em levar as tuas lutas para a frente, vais andar empandeirada e no fim ainda te vais dar mal, ai vais vais.
Esta novela está ficando séria, não está mesmo?
2 comentários:
Por mais represálias que pensem fazer, a D. Dondoca não deve desistir. Essa é a tactica do medo e só com coragem e determinação se pode mudar alguma coisa.
Força
Bjs
NÂO DESISTE!!!!!!!Essa agora...monopólio das cantinas escolares...já não basta o resto todo que nos é impingido....pobre D. Dondoca...Eu estou contigo!!!!
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