quarta-feira, novembro 29, 2006

A origem do Pafúncio


PAFÚNCIO E MAROCAS


1884 – 1954


Pafúncio e Marocas foi o nome destes personagens no Brasil, no original "Bringing Up Father", os quadrinhos e tiras, contam a história de um casal classe operária que da noite para o dia se tornam multi-milionários, ganhando sua fortuna em corridas de cavalos. A maior parte do humor contido nestas histórias do início do século, se atém às tentativas de Pafúncio e Marocas de atingir uma posição na Alta Sociedade. Além do contexto e das histórias, as tiras de Pafúncio e Marocas são um exemplo magnífico do período da arte moderna na ilustração.

A clássicas tiras de George McManus - Pafúncio e Marocas - foram inspiradas na peça teatral de William Gill - "The Rising Generation" (algo como Geração Emergente) de 1893. Pafúncio e Marocas foi a primeira história em quadrinhos a atingir repercussão mundial, só tendo sido ultrapassada em longevidade pelos "Sobrinhos do Capitão"; foi adaptada às telas, aos palcos e aos desenhos animados por seis vezes; inclusive teve a imagem de seus personagens eternizada em selos comemorativos nos Estados Unidos. Pafúncio era o melhor dos melhores, descendente de Irlandeses, que sempre tentava agradar sua sarcástica esposa Marocas, usando fraque e cartola e esforçando-se para viver de acordo com a sua nova condição social. Pafúncio tinha olhos voltados sempre para as belas mulheres e adorava programas de "baixo nível" tais como sair à noite com os amigos, freqüentar "pubs" e cassinos. Os seus hábitos sempre o colocavam em conflito com a escalada social de Marocas. A filha do casal, Nora, era belíssima porém insípida, uma verdadeira "patricinha" do início do século, muito popular entre os rapazes.

O cartunista George McManus aplicava detalhes pictóricos altamente detalhados aos quadrinhos, resultando disto, um chistoso retrato de época com seus interiores, cenários e vestuário. Enquanto a maioria dos cartunistas faziam suas histórias com traços rudimentares, George McManus - um mestre da ilustração - era detalhista e requintado; até sua assinatura era elaborada. Seu estilo fino e delicado distinguia as tiras do Pafúncio por cenários com ornamentos e rococós; elementos gráficos eram uma constante, desde as texturas nos vestidos de Marocas até o uso com maestria do recurso de silhuetas. Apreciar os quadrinhos de George McManus, é voltar aos anos 20 e 30. Alguns quadrinhos do início, eram ilustrados com temas e costumes da Era Eduardiana e todo o seu luxo. As tiras do Pafúncio atravessaram diversas épocas e estilos, adentrando a era da Arte Moderna e McManus foi se adaptando aos tempos, como pode ser constatado, observado-se a sua obra. Pafúncio tornou-se extremamente popular, para se ter uma idéia de sua importância para a cultura Norte Americana, no 25º. aniversário do personagem, foi oferecido um jantar em homenagem a George McManus na sede do congresso em Washington. Mc Manus nasceu em St. Louis - Missouri em 23 de janeiro de 1884. Depois de uma rápida passagem pela editoria de moda do jornal St. Louis Republic, McManus foi trabalhar para o Pulitzer's New York World em 1904 e posteriormente foi atraído para o Hearst's New York American em 1912. McManus trabalhou em diversos personagens antes de criar O Pafúncio & Marocas, sua primeira tira - Alma & Oliver - foi impressa quando tinha 16 anos no St. Louis Republic.

Pafúncio & Marocas apareceu em 1913 e era publicado esporadicamente até 1916, quando começou a ser periodicamente apresentado, apesar de McManus ser conhecido pela sua dificuldade em cumprir prazos. Em 1918, as tiras ganham cor na seção de quadrinhos do jornal aos domingos. No início dos anos 20, McManus publicou uma série de livros de quadrinhos pela Leon Publishing Company.

McManus parou de desenhar o Pafúncio em 1940, passando a pena para outros artistas, e inexplicavelmente a tira continua a ser desenhada e publicada até hoje, apesar da imensa diminuição de estilo e substância perpetrada por outros artistas.

George McManus morreu em sua casa em Santa Monica em 22 de outubro de 1954.

in http://www.bricabrac.com.br/pafuncio_historia.htm

13 comentários:

Jorge P. Guedes disse...

O Jorge Mãozinhas fez coisas notáveis.
Interessante a publicação desta história do pafúncio e companhia.

Um lamento muito meu: o não terem corrigido o texto para português de Portugal.

Um abraço

Jorge G - O Sino da Aldeia

Outsider disse...

Olá Kaotica. Está explicada a origem do nome. Não conhecia esta BD, mas pelo que li teve um enorme sucesso nos EUA. É uma história de "social climbers" ou novos ricos como se diz por cá... Diz-me uma coisa, aqui que ninguém nos ouve, porque escolheste este nome?
Beijos.

Kaotica disse...

jorge p.g.

Tens toda a razão mas o texto foi importado tal e qual da página onde se encontrava e a fonte devidamente indicada. Não o modifiquei porque não sou nada preconceituosa em relação à língua. Para mim, que sou das Literaturas Portuguesas, o Português do Brasil é inteligível por nós e tem as suas deliciosas especificidades próprias que são de manter. Sendo um texto informativo, podia tê-lo feito. Que me perdoem os puristas, mas isto é Brasileiro puro! :-)

Kaotica disse...

Outsider

Estava com o meu pai quando surgiu a ideia de fazer um blog e perguntei-lhe como se havia de chamar. Ele respondeu a primeira coisa que lhe veio à cabeça: "chama-lhe Pafúncio". Explicou-me por alto que inexplicavelmente lhe tinha vindo este nome lá do fundo da memória e disse-me que era a personagem de uma antiga BD que ele lia quando era jovem. Chegada a casa fui investigar e achei graça por ser um novo rico cheio de vícios e defeitos. Como a nossa sociedade está cheia deles, achei que era um tipo recuperável e aqui está ele a assombrar a net.
Bjos!

Anónimo disse...

Fica explicado! Realmente nunca tinha pensado na razão do nome do teu blog. Tem uma história muito interessante por detrás! E aprendi mais alguma coisa sobre BD! Os bonecos não me são estranhos, mas acho que os conheço por outros nomes...
E é tão engraçado que essa história do novo-riquismo consumista, materialista e vazio continue tão actual...

jinho!

Rui Martins disse...

ora aqui está explicado um mistério que já me houvera intrigado!

Anónimo disse...

O Pafuncio tinha seguidas crises de gota quando se alimentava de seu prato preferido, preparado por Marocas. No Brasil, este prato era apresentado como "carne-seca com repolho".
Você sabe qual é o prato original, em inglês?
Grato,
Helio

Anónimo disse...

Adorei seu blog, por tudo que ele contem: do título, da introdução, das propostas e informações.Demais.É simplesmente, um blog super diferente e super legal. Adorei, também, ler algo sobre o Pafúncio e a Marocas. Na minha infância colecionava as revistinhas. Cresci, elas sumiram, não liguei. Passado o tempo, comecei a procurar onde comprar e só achei uma edição em forma de livros da Livraria Martins Fontes. Comprei e me delicio com as histórias.
Meus parabéns. Vou estar sempre por aqui.

Kaotica disse...

Obrigada, Milu Duarte

É sempre bom saber que alguém mais aprecia O Pafúncio. Acho esta BD muito curiosa, com o seu decor retro e as personagens meio tresloucadas. É o que o capital faz à gente, capaz de aburguesar até a classe operária!

Venha sempre. Vou espreitar se também tens blogue!

Um abraço

Luiz Carlos disse...

Pafúncio e Marocas só tinham uma filha Nora certo?e a garotinha que aparece Dorinha quem era?

Unknown disse...

Adoro a dupla, lembro-me que a Marocas tinha um sobrinho que ela protegia, alguém lembra do nome dele?

CDPNR disse...

Muito bom conhecer esta história!

Simone Cunha Cunha.. disse...

Adorei a história de Pafúncio, o Emergente que ficou milionário com jogos de cavalos.... 😍

Blog Widget by LinkWithin