terça-feira, janeiro 02, 2007

Voltando à 'Vaca Fria'

Conhecer a escrita do Arrebenta a partir de Voando na "BRA", com José Sócrates e Elsa Raposo

«Eu sei que isto não é a melhor maneira de começar o ano, mas venho cheio de "lag" às costas, os fusos horários todos trocados e meia hora de sono e cima. Adiante. Confesso que sempre achei que havia, em José Sócrates, muito de Elsa Raposo: a mesma quantidade de base nas bochechas, a mesma face sem barba, a mesma voz de saltos altos, o mesmo cabelo, sempre a tentar mudar de cor, mas a ficar na mesma, o mesmo ardor carinhoso em abrir as coxas para receber um homem novo. Há muita comutatividade nisto: se A=B, logo B=A, e imensa transividade: se A=B, e B=C, então A também terá de ser igual a C. Logo, sendo Sócrates igual a Elsa Raposo, então também será igual a Bocarra Guimarães, que, por sua vez, sendo igual a Francisco José Viegas, também é igual a Clara Pinto na Rata, igual a Saramago, a Pacheco Pereira, a Diana Andringa, a Cláudio Ramos, e a Pinto da Costa, logo, abreviando se A=Z, então, percorremos, numa só penachada, o alfabeto inteiro do Cocó Nacional.» (Arrebenta)

A todos os que ainda não conhecem a escrita do Arrebenta, a Grande Mother dos Braganzzzzza Mother's, recomenda-se a leitura na íntegra deste texto, o qual servirá perfeitamente para ilustrar a qualidade de uma escrita hiper-realista fantástica, aliás praticada nos seus textos quase diários, tão bem capazes de traduzir a leque de conceitos (i)morais que nos suscita uma certa vida social portuguesa dos nossos dias. Partindo de uma associação de ideias muito possível na mente de cada um, e aplicando-lhe as simples regras que fazem com que somemos 2+2, o texto procede a uma soma e segue que percorre de A-Z personagens já conhecidas de outros textos, as quais na realidade têm contribuído para o estado de desmoralização da nação.
Esperem-se momentos de narração hilariantes em que o cómico de situação e o grotesco porno se aliam a uma capacidade narrativa fílmica na sucessão vertiginosa de peripécias narradas com personagens reconhecidamente reais. A reprodução de diálogos inverosímeis entre estas e um narrador real que inverosivelmente esteve presente na acção, é a fórmula da pura ficcão que tudo torna afinal verosímil. Dito de outra maneira: na ficção em que se tornou o nosso país, já tudo parece ser possível.


6 comentários:

Anónimo disse...

Hei-de lá passar, sem dúvida!

Um abraço,rápido, que tenho mais umas "tasquinhas" a visitar.

jorge sineiro

Anónimo disse...

E precisamos tanto de humor e boa escrita.
Começaste em cheio!!!
Um abraço. ( quanto ao convite e tal e coisa, deve faltar-me uma qualquer voltinha para encaixar, mas acho que não vale a pena ficar triste... havemos de ver...)

Kaotica disse...

Jorge g

Fazes tu muito bem. Quando se guarda uma boa recordação de uma tasca ela torna-se quase uma segunda casa, não é? E aqui não se corre o risco de no fim se ter que soprar no balão :-)
Abraços!

Kaotica disse...

Renda

Só te dou bons conselhos!

Quanto ao tal assunto, nem te preocupes mais. Se quiseres eu continuo de muito bom grado a postar os teus contos em teu nome. E se quiseres um 3º. convite para ver o que acontece desta vez, é só dizeres!
Abraço!

Kaos disse...

O Arrebenta escreve sem duvida alguns dos melhores textos que leio na blogosfera e dos mais divertidos. Tenho a honra, infelizmente não com a regularidade que gostava por falta de tempo, de colaborar no seu Braganza mothers. Imperdivel.
bjs

Outsider disse...

Logo que tenha algum tempo vou semdúvida ler.
Obrigado pelo conselho.
Beijos.

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