Letra e música: Chico Buarque
In: 1971
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado
3 comentários:
Que fantástico poema!! Não conhecia. Obrigado Kaotica!
Beijos.
És mágica: há imenso tempo que não me lembrava deste poema!!! ... levaste-me direitinha para as aulas fantásticas ( tenho pena de não me lembrar do nome do Professor - brasileiro) de Literatura Brasileira que levava o gravador para as aulas e nos punha a cantar este e outros poemas...
Já passou tanto tempo... aquele tempo em que as Universidades tinham as notas dos seus alunos todas explicadinhas e não era problema nenhum pedir uma certidão, podia ( e nessa ainda pode) comprovar-se tudinho, mesmo passado décadas!!!
Um grande beijo.
"jumento não é
jumento não é
o grande malandro da praça
trabalha, trabalha de graça
(...)" - Os Saltimbancos
Oiço o Chico desde menina.
Grande escolha Kaotica!
Cumptos
Bluemynerva
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