quinta-feira, setembro 20, 2007

Pai

after a bad dream
(retirada daqui)

Chegou uma carta tua. Estava a mexer nas papeladas quando a encontrei. Abri-a apressada por ver lá as tuas palavras. A tua letra, escrita pela tua mão, com o teu pensamento. Já a tinha lido, mas nunca a tinha lido. Não era uma carta era um postal de aniversário. Devo ter uns 42 teus, com flores e ursinhos, ratos e gatos, com se eu fosse uma criança.

Neste falas-me do tempo que passa:

“Não te assustes. São apenas 39 anos!

Mas não te atrases! O tempo engole-nos sem darmos por isso.

…”

Quando o li da primeira vez no calor das saudações, não o levei a sério, não lhe dei a devida importância. Talvez por isso não me tenha parecido tão dramático, tão verdadeiro, tão urgente.


Agora sei.

2 comentários:

rendadebilros disse...

É tão delicioso ( e tão doloroso) esse encontro com uma carta já enviada há tempos... e que lição de sabedoria te deixou nesse postal o teu Pai...
Beijos.

Kaotica disse...

renda

E quantas lições dessas ainda vou encontrar...

Beijo

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