domingo, setembro 02, 2007

Que bactéria transgena os convidados de "O Eixo do Mal"?

Estive à bocado a ver “O Eixo do Mal” e confirmei as minhas suspeitas. Há para ali betinhos naquele programa que nunca mais acabam. E vêm de férias todos assumidos que é um gosto ver. A Clarabela da intelectualidade lá voltou ela a destacar-se da ralé com aquela mania, mais tara que mania, que ela é que sabe, recordando-me o tempo em que o Scolari fazia lembrar o palhaço Batatinha quando dizia “faz o que o mister manda. Eu é que sei!”. Fala-se em qualquer assunto e ela não perde a oportunidade de dizer que duvida muito que alguém no nosso país saiba o que é milho transgénico. Só ela é que sabe, ela é que é a sumidade do nosso país. Será também engenheira?
Quanto ao Luís Pedro Nunes, o assumido betinho de direita, compreendeu-se hoje por que usa todo aquele perfume que a Clara referiu e que já se adivinhava, o gel, o ar de metrossexual convencido… Tudo para escapar ao cheiro a suor que o levou a trabalhar obstinadamente enquanto o povo passava férias, só para chegar ali agora e gaguejar belas deduções afincadamente elaboradas a partir das notícias do, diz ele “Verão mais quente (em termos de notícias) desde o Verão quente de Santana Lopes”. Extraordinário! E eu que passei o Verão todo a dizer aos meus botões que os gajos da Sic Notícias estavam tão desesperados sem notícias que ao fim dos primeiros dez minutos de telejornal já estavam a falar da telenovela da bola! A realidade é mesmo muito relativa! Mas também o senhor andou a espiolhar tudo o que era blog e comentário para nos atirar como aquelas flores fazendo-se assim passar também por supra-sumo como a Clarinha. Esta ficou logo histérica de ver o seu amigo a dar tanta relevância aos blogs, essa coisa abominável que ela tanto despreza, até quis mandá-lo calar.
Chegada a vez do José Júdice, esse sim desde sempre assumido betinho da linha, claro que o assunto lhe agradava, mais que não fosse para chamar pestilentos e malcheirosos aos activistas do “Verde Eufémia”, fazendo grande alarido e coro de gemidos de mão no nariz com a Clarabela que não suporta esses “hare kristnas”, essas miúdas de saia indiana, essas camisolas de lã do peru que todos podem hoje comprar nas feiras graças à globalização lançar cada vez mais todos esses povos na miséria e no desespero da emigração. O que preocupa esses dois é que essa gente que fede se possa alguma vez atrever em mandar molho de tomate nos seus coiros (ai que vontade!).
Entretanto o blogger Daniel teve que engolir aqueles ataques todos e fazer o seu papel de embrulho do Bloco de Esquerda assumindo a posição de também condenar veementemente a atitude daqueles activistas que, segundo ele, papagaio louro do Bloco, fizeram as coisas muito mal feitas. Não disse o quê mas suponho que deviam primeiro ter batido à porta da quinta do milho e pedir licença para entrar na propriedade privada e convencer com belos discursos, ao modo beato do Louçã, o proprietário, dizendo-lhe como o milho transgénico faz muito mal à saúde e aconselhando-o a plantar couves biológicas em seu lugar ou a fazer lá um acampamento turístico para os hare kristnas bem cheirosos do Bloco de Esquerda.

Mas se não chupas o programa, para que é que o vês?, perguntam vocês com toda a razão. É porque me agrada o formato do programa. Porque gosto de ver que nesta falta de Democracia ainda há lugar na televisão para as pessoas falarem umas com as outras, discutirem opiniões diferentes, contestarem-se, mostrarem os seus pontos de vista. O problema está nos convidados e no desequilíbrio social e ideológico que por lá se encontra. É que não há lá uma única alma para defender os pontos de vista das pessoas que não são betas nem de direita: ali são quase todos de direita e são mesmo todos betinhos. Ou seja, é mais um programa de aparências do que de essências: Embora pretenda ser um programa de livre opinião, discussão e expressão de ideias, com pretensões críticas, acaba por descambar num bando de betos a mandar umas bocas e a dar-se por muito inteligentes e bem pensantes, com tudo a pender para a direita e a piscar os olhinhos uns aos outros do alto da sua cumplicidade beta. Este programa há muito que saiu dos eixos!

6 comentários:

Pata Negra disse...

Não conheço o "Eixo do Mal" mas a Kaótica acaba de me fazer perder o interesse de o conhecer! Não tenho a TV cabo, tenho a TV soldado, quatro casernas qual delas a melhor!?
As plantações eram de transgénicos, não sei sequer onde fica a Transgénia. E se as plantações fossem de cânhamo de Marrocos? A reacção responderia da mesma maneira?

rendadebilros disse...

Como é que conseguem dizer duas coisas sobre os transgénicos se nem os cientistas se entendem? Isso é que é saber! Falam dos blogues? e eles sabem o que é um blogue... como tu o contas parece ser um programa de humor!!! É a tua veia fantástica...
Beijos.

Anónimo disse...

Já agora: não estou no Eixo do Mal há mais de um ano e meio. Não discuto se sou ou não «betinho de direita», uma vez que o «betinho de direita» a que se refere é o Nuno Artur Silva, que é de esquerda e que eu saiba não é nada betinho.

Pedro Mexia

Kaotica disse...

Caro Pedro Mexia

Devo-lhe um pedido de desculpas por ter usado o seu nome de forma indevida. A culpa foi inteiramente minha pois, como sou muito distraída e os nomes dos famosos me dizem muito pouco, usei a Net para saber os nomes dos convidados do programa e calhou a ser uma referência antiga onde ainda constava o seu nome, o qual atribuí por lapso ao Luís Pedro Nunes. No entanto o meu caro também se enganou pois era a esta personagem e não ao Nuno Artur Silva que eu desejava chamar "betinho de direita". Aliás só me referi aos convidados e não ao moderador que é quem menos se revela ao longo do programa. Agradeço-lhe a visita e o reparo que muito me ajudou a dar o seu a seu dono. Bem haja!

Kaotica disse...

joão rato

Não perdes nada em não ter a TV Cabo, poupas no zapping e escusas de ficar com a impressão que por essa Europa fora os telespectadores não têm muito mais sorte do que nós. Isto da TV ser um cócó é mais um problema global, ou seja da Globalização.
Quanto ao programa, não é assim tão mau, como disse a ideia até é boa as pessoas convidadas é que não ajudam a dar consistência à ideia, mas ao menos ali lá se ouve de vez em quando uma verdade, entre muito disparate.
Se fosse cânhamo os activistas passariam a ser uns meninos de coro e ainda arranjavam umas novas oportunidades de mão beijada com os cumprimentos do senhor engenheiro.

Bjos

Kaotica disse...

renda

Desculpa ficares para o fim mas sei que compreendes a situação. Lá meti eu os pés e troquei os nomes... tive que desfazer os mal entendidos em primeiro lugar.
O programa às vezes é mesmo cómico, não sou eu que o faço parecer. Sempre apreciei o género "escárnio e maldizer". Só lamento é que não seja mais equilibrado. O Nuno podia ter convidado um desses sem-abrigo que fosse para lá escarnecer dos poderes que o colocaram nessa situação. O pior é que os outros que lá estão não aguentam o cheiro da populaça.

Abraços

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